sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Resposta em Jesus

Recorda que todos os desafios do mal devem encontrar no campo de nossas almas a resposta em Jesus.

Para o sarcasmo a resposta é a caridade em forma de silêncio.

Para a calúnia a resposta é a caridade em forma de perdão.

Para o egoísmo a resposta é a caridade em forma de renúncia.

Para o fanatismo a resposta é a caridade em forma de tolerância.

Para a ingratidão a resposta é a caridade em forma de esquecimento.

Para a preguiça a resposta é a caridade em forma de trabalho.

Para a tentação a resposta é a caridade em forma de resistência.

Para a ignorância a resposta é a caridade em forma de educação.

Para a violência a resposta é a caridade em forma de brandura.

Para o crime a resposta é a caridade em forma de socorro às vítimas da delinquência.

Para as trevas a resposta é a caridade em forma de luz.

Para todos os processos de atividade inferior a resposta é a caridade em forma de auxílio à criação do melhor.

Em qualquer problema no caminho da vida, a resposta cristã será sempre desfazer a força do mal pela força do bem.

Do livro "Perante Jesus", pelo Espírito Emmanuel e Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Se queres ser feliz

Se queres ser feliz,
Para e escuta,
Aqui e agora,
Cada coração que luta,
Cada coração que chora...

Se queres ser feliz,
Ama, ampara, perdoa e esclarece,
Aquele que te implora
O favor de uma prece...

Se queres ser feliz,
Divide o teu pão e dá abrigo,
Aos que humildes vêm
Chorar contigo...

Felicidade é dividir...
Felicidade é doar...
Felicidade é sorrir
Com quem sorri
E é também chorar
Com o pranto de alguém...

Se queres ser feliz, estuga o passo,
E inclina-te para ouvir
O irmão que fala de sua dor
E depois, dá-lhe um pouco de amor,
Tu sentirás que ser feliz
É viver com Jesus e sua Lei
Dentro do coração!...

Do livro "Evangelho em Prosa e Verso", pelo Espírito Icléia e Psicografia de Brunilde M do Espírito Santo

Aos discípulos

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” - Paulo. (I Coríntios, 1:23.)


A vida moderna, com suas realidades brilhantes, vai ensinando às comunidades religiosas do Cristianismo que pregar é revelar a grandeza dos princípios de Jesus nas próprias ações diárias.

O homem que se internou pelo território estranho dos discursos, sem atos correspondentes à elevação da palavra, expõe-se, cada vez mais, ao ridículo e à negação.

Há muitos séculos prevalece o movimento de filosofias utilitaristas. E, ainda agora, não escasseiam orientadores que cogitam da construção de palácios egoísticos à base do magnetismo pessoal e psicólogos que ensinam publicamente a sutil exploração das massas.

É nesse quadro obscuro do desenvolvimento intelectual da Terra que os aprendizes do Cristo são expoentes da filosofia edificante da renúncia e da bondade, revelando em suas obras isoladas a experiência divina d'Aquele que preferiu a crucificação ao pacto com o mal.

Novos discípulos, por isso, vão surgindo, além do sacerdócio organizado. Irmãos dos sofredores, dos simples, dos necessitados, os espiritistas cristãos encontram obstáculos terríveis na cultura intoxicada do século e no espírito utilitário das ideias comodistas.

Há quase dois mil anos, Paulo de Tarso aludia ao escândalo que a atitude dos aprendizes espalhava entre os judeus e à falsa impressão de loucura que despertava nos ânimos dos gregos.

Os tempos de agora são aqueles mesmos que Jesus declarava chegados ao Planeta; e os judeus e gregos, atualizados hoje nos negocistas desonestos e nos intelectuais vaidosos, prosseguem na mesma posição do início. Entre eles surge o continuador do Mestre, transmitindo-lhe o ensinamento com o verbo santificado pelas ações testemunhais.

Aparecem dificuldades, sarcasmos e conflitos.

O aprendiz fiel, porém, não se atemoriza.

O comercialismo da avareza permanecerá com o escândalo e a instrução envenenada demorar-se-á com os desequilíbrios que lhe são inerentes. Ele, contudo, seguirá adiante, amando, exemplificando e educando com o Libertador imortal.

Do livro "Vinha de Luz", pelo Espírito Emmanuel e Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Oração e renovação

“Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.” - Paulo. (Hebreus, 10:6.)


É certo que todo trabalho sincero de adoração espiritual nos levanta a alma, elevando-nos os sentimentos.

A súplica, no remorso, traz-nos a bênção das lágrimas consoladoras. A rogativa na aflição dá-nos a conhecer a deficiência própria, ajudando-nos a descobrir o valor da humildade. A solicitação na dor revela-nos a fonte sagrada da Inesgotável Misericórdia.

A oração refrigera, alivia, exalta, esclarece, eleva, mas, sobretudo, afeiçoa o coração ao serviço divino. Não olvidemos, porém, de que os atos íntimos e profundos da fé são necessários e úteis a nós próprios.

Na essência, não é o Senhor quem necessita de nossas manifestações votivas, mas somos nós mesmos que devemos aproveitar a sublime possibilidade da repetição, aprendendo com a sabedoria da vida.

Jesus espera por nossa renovação espiritual, acima de tudo.

Se erraste, é preciso procurar a porta da retificação.

Se ofendeste a alguém, corrige-te na devida reconciliação.

Se te desviaste da senda reta, volta ao caminho direito.

Se te perturbaste, harmoniza-te de novo.

Se abrigaste a revolta, recupera a disciplina de ti mesmo.

Em qualquer posição de desequilíbrio, lembra-te de que a prece pode trazer-te sugestões divinas, ampliar-te a visão espiritual e proporcionar-te consolações abundantes; todavia, para o Senhor não bastam as posições convencionais ou verbalistas.

O Mestre confere-nos a Dádiva e pede-nos a iniciativa.

Nos teus dias de luta, portanto, faze os votos e promessas que forem de teu agrado e proveito, mas não te esqueças da ação e da renovação aproveitáveis na obra divina do mundo e sumamente agradáveis aos olhos do Senhor.

Do livro "Vinha de Luz", pelo Espírito Emmanuel e Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Porta estreita

“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.” - Jesus. (Lucas, 13:24.)

Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na “porta estreita” a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.

Reconhece a necessidade do sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifício que redime. Exalta o obstáculo que ensina. Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.

Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.

Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as “portas largas” por onde transitam as multidões.

Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.

Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal. Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.

E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.

Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações da morte.

“Ah! se fosse possível voltar!...” - pensam todos.

Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!... com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos outros!...

Mas... é tarde. Rogaram a “porta estreita” e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem nas “portas largas”, volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.


Do livro "Vinha de Luz", pelo Espírito Emmanuel e Psicografia de Francisco Cândido Xavier

sábado, 14 de dezembro de 2013

Jesus veio

"Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." Paulo (Filipenses,2:7)

Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra.
 
Entretanto, tais reclamações não são justas.
 
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, "aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens".
 
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo.
 
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.
 
Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra.
 
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo. No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões.
 
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.
Recorda a demonstração do Mestre Divino.
 
Para vir a nós, aniquilou-se a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.
 
Do livro "Caminho, verdade e vida", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

domingo, 8 de dezembro de 2013

Prece de Gratidão

Querido Mestre Jesus, Agora, quando se aproxima o término de mais um período de tempo terrestre, aqui nos colocamos genuflexos, com nossos corações ardentes de carinho, buscando palpitar em uníssono contigo. É, então, sincera e comovidamente, diante de Ti e de nosso Amado Pai, que oramos: - Agradecemos por esses 365 dias de mais oportunidades de aprendizado. - Agradecemos as tantas horas de harmonia e alegria que nos tocaram nesse período. - Agradecemos tantas horas de dificuldades que se apresentaram em nosso caminho, objetivando, é claro, que crescêssemos para a verdadeira vida.
Agradecemos aos Embaixadores de Amor, enviados Teus, e, portanto, do Pai, que sempre nos ampararam e sus- tentaram, principalmente, nos momentos de dor. - Agradecemos pela beleza do orbe que nos acolhe, forma- do por Ti, o Grande Arquiteto, seguindo as diretrizes do Pai! - Obrigado pela graça dos mares, pela suavidade das flores, pelo mavioso canto dos pássaros, pela imponência das altas montanhas, pelo colorido das asas das borboletas. - Obrigado pelos sons da natureza. - Agradecemos pela veste física que recebemos, qual uni- forme de trabalho, otimizado para mais essa chance encarnatória!
Agradecemos por todos os irmãos de caminhada que tiveram “olhos de ver e ouvidos de ouvir” - e queremos tê-los, reconhecendo-os como instrutores amigos para o desenvolvimento das nossas necessárias virtudes!
 Agradecemos pelas vi- brações de paz que nos vêm de tantos grupos independentemente de credos, que se reúnem e profundamente oram ao Pai e a Ti e agem seguindo a Lei de DEUS!
Agradecemos - nós, particularmente - pelo Cristianismo Redivivo, que já conhecemos e que, com certeza, facilita-nos o entendimento da Obra Divina. Enfim, obrigado por tudo que recebemos e continuamos a receber nas muitas tarefas que nos esperam ainda nesse “Mundo Azul” tão lindo! Rogamos a proteção de sempre sobre nossos passos que se dirigem, embora vagarosamente, em direção ao Pai e a Ti. Obrigado pelo amor que nos envolve!
Uma amiga (Mensagem recebida no Lar de Tereza)
Fonte: Mensagem extraída do "Novos Rumos" - Noticiário de Divulgação Espírita número 90/2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ser cristão

O Evangelho no mundo é o Livro da Alegria,
revelando em Jesus o Coração da História.
Sob a estrela fulgente e em cânticos de glória,
a manjedoura surge e a Graça principia.

Nas Bodas de Cana, o Senhor faz-se o guia
da festa de noivado, em milagre e vitória,
e em toda Galiléia é a beleza incorpórea,
trazendo amor e sol à Terra escura e fria.

Converte a própria cruz, que o flagelo e domina,
em mensagem da vida imortal e divina,
doando à fé sublime augusta sementeira.

Em júbilo sem par, alçando o Infinito,
ser cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito,
pelo dom de servir à Humanidade inteira.

Do livro "Antologia Mediúnica do Natal", pelo Espírito Olavo Bilac e psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Paulo e Estevão - Clube do Livro - Janeiro 2014



Nosso encontro foi feito em duas etapas, pois este livro contém excelentes ensinamentos evangélicos que não poderiam ser discutidos em apenas um encontro. Desta forma, nos reunimos em duas quartas-feiras, na última de janeiro e na seguinte, em fevereiro.





 Primeira reunião

Da esquerda para direita: Ana Cecília, Débora, Francisca, Ana Paula e Adilson

Débora, Francisca, Ana Paula, Fernanda e Adilson

Segunda reunião


Ana Cecília, Débora, Ana Paula, Adilson e Francisca


Francisca, Fernanda, Adilson, Ana Paula e Débora

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Nos domínios da mediunidade - Clube do Livro - Novembro 2013


Nossa última reunião do ano foi coroada com essa excelente obra de André Luiz e Chico Xavier. Para os estudiosos espíritas ela exemplifica bem o que consta no Livro dos Médiuns, e funciona como guia para os médiuns da Seara Espírita.
 
 
 

 





 
 

sábado, 26 de outubro de 2013

Kardec e Napoleão

Logo após o 18 Brumário (9 de Novembro de 1799), quando Napoleão se fizera o primeiro Cônsul da República Francesa, reuniu-se, na noite de 31 de Dezembro de 1799, no coração da latinidade, nas esferas Superiores, grande assembléia, de espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada significativa do novo século.
Antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e guerreiros das Gálias, figuras notáveis da Espanha, ali se congregavam à espera do expressivo acontecimento.
Legiões dos Césares, com os seus estandartes, falanges de batalhadores do mundo gaulês e grupos de pioneiros da evolução hispânica, associados a múltiplos representantes das Américas, guardavam linhas simbólicas de posição de destaque.
Mas não somente os latinos se faziam representados no grande conclave. Gregos ilustres, lembrando as confabulações da Acrópole gloriosa, israelitas famosos, recordando o Templo de Jerusalém, deputações eslavas e germânicas, grandes vultos da Inglaterra, sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas, sacrificadores das divindades olímpicas, renomados sacerdotes da Igreja Romana e continuadores de Maomet ali se mostravam, como em vasta convocação de forças da ciência e da cultura da Humanidade.
No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda a sua fulguração representativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o combate à ignorância e a miséria, na laboriosa preparação da nova era da fraternidade e da luz.
No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência de suas almas, achavam-se Sócrates, Platão Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates, Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, S.Luis de França, Vicente de Paulo, Joana D’Arc, Tereza d’Avila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo, Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em planos menos brilhantes, encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta, Robespierre, Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e grandes vultos como Voltaire e Rousseau.
Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custodia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejo de sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiações do palácio festivo.
Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de compromissos.
À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico.
Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam em ofercer-lhe apoio e auxilio, o vencedor de Rivoli ocupou radiosa poltrona que, de antemão, lhe fora preparada.
Entre aqueles que o seguiram, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe, João Dálton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo. Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção.
O Primeiro-Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito…
Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do Céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes.
Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam sem seres humanos, nimbados de claridade celestial.
Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações…
Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.
A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos dos sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.
Foi então que o corso se pôs em lágrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se genuflexo, diante dele.
O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:
- Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu espirito!
Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento…
César ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da luz! Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!…
Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanham nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação… Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos… Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.
Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual fostes escolhido.
Não acredites que as vitórias das quais fostes investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e da violência!…
Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas monstruosas tentações do poder.
Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte… Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o sacrifício.
Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!…
Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!
Se honrares as tuas promessas, terminará a missão com o reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto…
Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra.
Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!…
Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!…
Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias cortes resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembléia se dissolvia…
O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito.
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Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lião, mas o Primeiro-Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mando e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris.
Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente situado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena, onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro.
Do livro "Cartas e Crônicas", Pelo Espírito Irmão X, Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Jesus, Kardec e Nós

Se Jesus considerasse a si mesmo puro demais, a ponto de não tolerar o contato das fraquezas humanas; se acreditasse que tudo deve correr por conta de Deus; se nos admitisse irremediavelmente perdidos na rebeldia e na delinquência; se condicionasse o desempenho do seu apostolado ao apoio dos homens mais cultos; se aguardasse encosto dinheiroso e valimento político a fim de realizar a sua obra ou se recuasse, diante do sacrifício, decerto não conheceríamos a luz do Evangelho, que nos descerra o caminho à emancipação espiritual.

***

Se Allan Kardec superestimasse a elevada posição que lhe era devida na aristocracia da inteligência, colocando honras e títulos merecidos acima das próprias convicções; se permanecesse na expectativa da adesão de personalidades ilustres à mensagem de que se fazia portador, se esperasse cobertura financeira para atirar-se à tarefa; se avaliasse as suas dificuldades de educador, com escasso tempo para esposar compromissos diferentes do magistério ou se retrocedesse, perante as calúnias e injúrias que lhe inçaram a estrada, não teríamos a codificação da Doutrina Espírita, que complementa o Evangelho, integrando-nos na responsabilidade do viver.

***

Refletindo em Jesus e Kardec, ficamos sem compreender a nossa inconsequência, quando nos declaramos demasiadamente virtuosos, ocupados, instruídos, tímidos, incapazes ou desiludidos para atender às obrigações que nos cabem na Doutrina Espírita. Isso porque se eles - o Mestre e o Apóstolo da renovação humana - passaram entre os homens, sofrendo dilacerações e exemplificando o bem, por amor à verdade, quando nós - consciências endividadas, fugimos de aprender e servir, em proveito próprio, indiscutivelmente, estaremos sem perceber, sob a hipnose da obsessão oculta, carregando equilíbrio por fora e loucura por dentro.

Do livro "Opinião Espírita", pelo Espírito Emmanuel, Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Mensagem ao Semeador

Semeador, despertaste aos clarões da aurora e começaste a semear...
A dura lavra exigia suor e, dia sobre dia, arroteaste o solo, calejando as mãos, entre o orvalho da manhã e a luz das estrelas.
Diante do sacrifício, os mais amados largaram-te a convivência, sequiosos de reconforto...mas quando te viste a sós, sem que ninguém te quisesse as palavras, a natureza conversou contigo, em nome do Céu, e escutaste, surpreendido, as orações da semente, no instante de morrer abandonada para ser fiel à vida; ouviste as confidencias das roseiras, escravizadas na gleba, cujas flores brilham nos salões, sem que lhes seja dado outro direito que não aquele de respirar, entre rudes espinhos; recolheste a história do trigo que te contou, ainda nos cachos de ouro, como seria triturado nos dentes agudos de implacáveis moinhos, a fim de servir na casa dos homens; e velhas árvores lascadas e sofredoras te fizeram sentir que Deus lhes havia ensinado, em silêncio, a proteger carinhosamente, as próprias mãos criminosas que lhes decepam os ramos...

Consolado e feliz, trabalhaste, semeador!

Um dia, porém, o campo surgiu engalanado de perfume e beleza e apareceram aqueles que te exigiram a colheita para a festa do mundo...
Choraste na separação das plantas queridas, entretanto, ninguém te viu as lágrimas escondidas entre as rugas do rosto...
Eras sozinho, perante as multidões que te disputavam os frutos e por não haver adestrado verbo primoroso de modo a defender-te, diante das assembleias, e porque a tua presença simples não oferecesse qualquer perspectiva de encanto social, os raros amigos de tua causa julgaram prudentes silenciar, envergonhados do rigor de tuas ásperas disciplinas e da pobreza de tua veste, mas Deus te impeliu a renovação e, conquanto despojado de teus bens mais humildes, procuraste outros climas e outras leiras, onde as tuas mãos quebrantadas e doloridas continuaram a semear...

Semeador dos terrenos do espírito, que te encaneceste na lavoura da luz, qual acontece ao cultivador paciente do solo, não te aflijas, nem desanimes.
Se tempestades sempre novas te vergastam a alma, continua semeando...e, se banimentos e solidão devem constituir a herança transitória do teu destino, recorda o Divino Semeador que, embora piedoso e justo, preferiu a cruz por amor à verdade e prossegue semeando, mesmo assim, na certeza que Deus te basta, porque tudo passa no mundo, menos Deus.

Do livro "Ideal Espírita", pelo Espírito Meimei, Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

E a vida continua... - Clube do livro outubro de 2013


Prezado Irmão, o Clube do Livro Espírita compartilha o trabalho feito em grupo, no dia 30 de outubro de 2013. Segue a apresentação do resumo do livro "E a vida continua..."
Postamos também o filme para que visualize melhor, lembrando que o resumo é fiel ao livro, mas o filme fora adaptado.








Da esquerda para a direita: Francisca, Adilson, Ana Cecília, Maria Silvia e Débora

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Trabalho nosso

Não te aflijas sobre a destinação do mundo.
A Eterna Sabedoria conhece o que deve ocorrer à vida planetária.
Agora é o nosso tempo.
Hoje é o dia em que nos compete fazer o que deveria ser feito.
As criaturas que te pedem apoio, o lar que sustentas, as obrigações que assumiste, a causa que enobreces são, em si, o quadro dos desígnios superiores a que precisas atender.
Entesoura a cultura que desejas. Antes de tudo, porém, atende aos deveres que se te fazem essenciais.
 
Do livro "Sinais de rumo" pelo Espírito Emmanuel, Psicografia de Francisco Cândido Xavier
 

A língua

"A língua também é um fogo." Tiago - 3:6
 
A desídia das criaturas justifica as amargas considerações de Tiago, em sua epístola às comunidades do Cristianismo.
 
O início de todas as hecatombes do planeta localiza-se, quase sempre, no mau uso da língua.
 
Ela está posta entre os membros do organismo humano como o pequeno leme de uma embarcação poderosa, como lembra o grande apóstolo de Jerusalém. Em sua potencialidade está o recurso sagrado de criar, como o leme de proporções reduzidas foi instalado para conduzir.
 
A língua guarda a centelha divina do verbo mas o homem, de modo geral, costuma desvia-la de sua função grandiosa para o pântano de cogitações subalternas, e aí temos como fonte de quase todos os desvarios da Humanidade sofredora, cristalizada em propósitos mesquinhos, à mingua de humildade e de amor.
 
A guerra nasce da linguagem dos interesses criminosos, insatisfeitos. As grandes tragédias sociais se originam da linguagem dos sentimentos inferiores.
 
Poucas vezes, a língua do homem há consolado e edificado aos seus irmãos; notemos, porém, que a sua disposição é sempre ativa para excitar, disputar, deprimir, enxovalhar, acusar e ferir desapiedadamente.
 
O discípulo sincero encontre, nos apontamentos de Tiago, uma tese brilhante para todas as suas experiências.
 
E, quando chegue a noite de cada dia, será justo que interrogue a si mesmo: - "Terei hoje utilizado a minha língua como Jesus utilizou a dele?"
 
Do livro "Segue-me" pelo Espírito Emmanuel, Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Em favor de você mesmo

Aprenda a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis.
 
*
 
Ajude sem exigência para que outros o auxiliem, sem reclamações.
 
*
 
Não encarcere o vizinho no seu modo de pensar; dê ao companheiro oportunidade de conceber a vida tão livremente quanto você.
 
*
 
Guarde cuidado no modo de exprimir-se; em várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras.
 
*
 
Refira-se a você o menos possível; colabore fraternalmente nas alegrias do próximo.
 
*
 
Evite a verbosidade avassalante; quem conversa com intermitências cansa ao que ouve.
 
*
 
Deixe ao irmão a autoria das boas ideias e não se preocupe se for esquecido, convicto de que as iniciativas elevadas não pertencem efetivamente a você, de vez que todo bem procede originariamente de Deus.
 
*
 
Interprete o adversário como portador de equilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros.
 
*
 
Discuta com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus.
 
*
 
Se você considerar excessivamente as críticas do inferior, suporte sem mágoa as injunções do plano a que se precipitou.
 
*
 
Seja útil em qualquer lugar, mas não guarde a pretensão de agradar a todos; não intente o que o próprio Cristo ainda não conseguiu.
 
*
 
Defrontado pelo erro, corrija-o primeiramente em você, e, sem violência e sem ódio.
 
*
 
Se a perfídia cruzar seu caminho, recuse-lhe a honra da indignação; examine-a, com um sorriso silencioso, estude- lhe o processo calmamente e, logo após, transforme-a em material digno da vida.
 
*
 
Ampare fraternalmente o invejoso; o despeito é indisfarçável homenagem ao mérito e, pagando semelhante tributo, o homem comum atormenta-se e sofre.
 
*
 
Habitue-se à serenidade e à fortaleza nos círculos da luta humana; sem essa conquistas dificilmente sairá você do vaivém das reencarnações inferiores. 
 
 
Do livro "Agenda Cristã" pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Admirável Graça


Interpretação do grupo Il Divo no Coliseu - Roma
A"história" de Amazing Grace.

 Quase todo mundo já ouviu, pelo menos uma vez, a canção Amazing Grace
 (algo como Admirável Graça ), que é uma música tradicional britânica.
 O que a maioria não sabe é que essa canção foi composta por um cidadão
 britânico de nome John Newton, no século dezoito, depois de uma
 conversão religiosa.
 Ele havia começado uma carreira na Marinha Real, mas a abandonou
 para tornar-se traficante de escravos. Conta-se que, em uma de suas
 viagens, seu navio foi atingido em mar alto por uma tempestade.
 Newton, então, se deu conta de que só a Graça Divina o salvaria e orou  fervorosamente a Deus.
 A graça aconteceu: ele conseguiu escapar são e salvo com o seu navio.
 Movido por aquilo, John começou a ler o clássico cristão Imitação de
 Cristo , de Thomas Kempis, e ainda tocado pela Luz que o havia
 despertado interiormente, mudou a sua vida, libertou todos os escravos
 que venderia e passou a ser um lutador anti-escravagista.
 Compôs, então, a canção Amazing Grace, como agradecimento e testemunho
 do que havia se passado com ele, em seu encontro com Deus.
 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Nos bastidores da obsessão - Clube do Livro - Agosto 2013




Com a proteção do Plano Espiritual e muita perseverança, vontade e disciplina, completamos 3 anos de Clube do Livro Espírita com Jesus e Kardec!
 
 
 
Da esquerda para a direita: Débora, Fernanda (sentada), Francisca, Adilson e Ana Paula
 
 
 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Francisco de Assis


 

Fundador da Ordem dos Frades menores. Nasceu em Assis, Itália, em 1181 e morreu em Porciúncula em 1226. Foi canonizado em 1228. Comemora-se o seu dia em 04 de outubro.

Francisco Bernadone era filho de um rico comerciante de tecidos. Teve uma juventude frívola e descuidada em companhia de outros jovens boêmios.

A experiência nas lutas entre Assis e Perúgia e a séria enfermidade conseqüente levaram-no à conversão.

Um dia, na Igreja de São Damião, pareceu-lhe ouvir uma imagem de Cristo dizer-lhe:

- "Francisco, restaura minha casa decadente."

Tomou no sentido literal as palavras que ouvira e vendeu mercadorias da loja de seu pai para reformar essa igreja.

Como resultado, seu pai repudiou-o e deserdou-o. O jovem saiu de casa, sem dinheiro algum, para unir-se à "Irmã Pobreza".

Três anos mais tarde, autorizado pelo Papa Inocêncio III, Francisco e seus onze companheiros tornaram-se pregadores itinerantes, levando Cristo ao povo com simplicidade e humildade.

Começou assim a Ordem dos Frades Menores. A sede era na Capela Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, perto de Assis. O número de candidatos à ordem era muito grande e, sendo assim, foi aberto outro convento, em Bolonha.

Por toda a Itália os irmãos conclamavam o povo, de classe baixa ou alta, à fé e à penitência. Recusavam posses, conhecimentos humanos e mesmo promoção eclesiástica.

Poucos dentre eles tomaram as ordens sacras. O próprio Francisco de Assis nunca foi sacerdote.

Em 1212 ele e CLARA fundaram a primeira comunidade das clarissas. Nessa época, por duas vezes Francisco tentou ser missionário entre os muçulmanos, sem resultado.

Só conseguiu seu intento, em parte, quando acompanhou os cruzados de Gautier de Brienne ao Egito, em 1219. Pessoalmente, solicitou permanência ao Sultão Malek al-Kamel, mas não teve sucesso, tanto entre os sarracenos ou com os próprios cruzados, e, depois de visitar a Terra Santa, voltou para a Itália.

Já em 1217 o movimento franciscano começara a desenvolver-se como uma ordem religiosa. O número de membros era tão grande que foi necessária a criação de províncias.

Grupos de frades foram encaminhados para elas e para fora da Itália, inclusive para a Inglaterra.

Logo após a sua volta do Oriente, Francisco renunciou à liderança da ordem. Entretanto, durante sua ausência, os irmãos criaram algumas inovações e, em conseqüência disso, Francisco, apoiado por seu bom amigo Cardeal Ugolino, apresentou em 1221 uma versão revista da regra. Tal versão reiterava a pobreza, a humildade e a liberdade evangélica, das quais ele sempre fora um exemplo.

Mas, antes que a nova regra fosse finalmente aprovada, teve de sofrer algumas modificações e ser formalizada para conciliar as diversas opiniões.

Em 1224, enquanto Francisco pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, apareceram-lhe no corpo cicatrizes correspondentes às cinco chagas do Cristo crucificado, fenômeno chamado de "estigmatização".

Os estigmas permaneceram e constituíram uma das fontes de sua fraqueza e dos sofrimentos físicos, que aumentaram, progressivamente, até que, dois anos depois, ele acolheu a "Irmã Morte".

Ao longo dos séculos, a admiração por Francisco de Assis espalhou-se espontaneamente entre os cristãos de qualquer comunhão e, também, entre outras pessoas.

Há uma forte atração no seu "Cântico do Sol", no que sabemos sobre ele por meio das Fioretti ("florzinhas") e do Espelho da Perfeição, na sua simplicidade, integridade, franqueza e nas qualidades líricas de sua vida.

Francisco de Assis, porém, foi mais do que um individualista inspirado: foi um homem de grande introspeção espiritual, cujo consumidor amor por Cristo e pela redenção do homem encontrou expressão em tudo o que disse e fez.

As imagens e pinturas de Francisco de Assis foram e ainda são seguidamente apresentadas com seus estigmas.

Em 1979 o Papa João Paulo II proclamou-o santo patrono dos ecologistas.

Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com/


 

Oração de Francisco de Assis


Alma Gêmea


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Jerônimo Mendonça Ribeiro



Nasceu em Ituiutaba, MG, no dia primeiro de Novembro de 1939 e sua desencarnação ocorreu no dia 26 de novembro de 1989. Filho de Altíno Mendonça e Antonia Olímpia de Jesus, sendo nono filho de uma irmandade de dez filhos, teve uma infância pobre cheia de privações e seus pais eram muito pobres, analfabetos, lutavam arduamente pela sobrevivência: a mãe lavando roupa para fora e o pai fazendo “bicos” pelas fazendas; conta em uma de suas histórias com muito humor, que o único par de sapatos que teve em sua adolescência foi achado no lixo, quando tentava entrar no cinema.

Com treze anos foi levado a conhecer a igreja presbiteriana foi protestante até os 15 anos, era um membro ativo, dava até palestras.


Após a desencarnação de sua avó, começou a se debater mentalmente no problema cruciante da morte e do destino da alma, tendo ele um espírito indagador, não se sujeitou aos horizontes estreitos da igreja no que tange a crença em Deus, o conceito de uma vida única e de uma salvação limitada.


A amizade com um espírita fê-lo converter-se à doutrina espírita. O amigo esclareceu-lhe as dúvidas da vida além-túmulo e conseguiu acalmá-lo.


Já na puberdade, Jerônimo começou a sentir dores nas articulações, especialmente nos joelhos e tornozelos. Esses pontos de seu corpo passaram a “inchar” e já aos dezoito anos andava com dificuldade.


Teve vários empregos, porém as dores agravaram, não lhe deram tréguas e o impediram de permanecer por muito tempo num mesmo trabalho e era sempre obrigado a se afastar. Foi ele balconista, entregador de jornal, redator-chefe de uma revista e professor. Seu passatempo preferido era o cinema, era fascinado pelo Tarzan, sendo este o seu apelido.


Enquanto sua saúde lhe permitiu, participou ativamente das excursões com os jovens de uma Mocidade Espírita, estava ele com dezesseis anos. Desde jovem já mostrava interesse pelo espiritismo, freqüentando o Centro Espírita que tinha na cidade. E isto foi de grande auxílio para ele, pois aos 18 anos de idade se defrontava com uma das primeiras grandes provações que tinha de vencer, passou a sofrer uma doença, não muito rara, a artrite reumatóide, que causava enormes dores e dificuldade de locomoção, quadro este que foi se agravando até que aos 20 anos de idade ficou definitivamente de cama.


Certo dia foi ao cinema assistir “... E o Vento Levou”, mas não havia nenhuma poltrona vazia. Jerônimo ficou quatro horas em pé no fundo da sala e ao terminar o filme estava petrificado, com grande vibração de dor nos membros inferiores. Foi aí que começou a jornada dolorosa e difícil da paralisia, como ele mesmo conta em sua autobiografia. Passou três meses deitado, plenamente impossibilitado de se locomover. Depois usou muletas por algum tempo enquanto ia lecionar. Porém, acabou mesmo tendo que ficar numa cama ortopédica, acometida de artrite reumatóide progressiva. O quadro enfermo de Jerônimo era tão desolador que mesmo sob efeito medicamentos, seus amigos tiveram que fabricar uma cama especial e colocar sobre seu peito um saco de areia de 30 quilos para que ele pudesse suportar a dor.


Recebeu de um amigo a doação de uma Kombi para poder ser levado às palestras. Jerônimo tornou-se orador espírita. Podemos dizer que ele conseguiu transformar seu leito numa tribuna ambulante (deu palestras pelo Brasil todo) e por meio dela conseguiu realizar um grande e valioso trabalho.


Quem o conheceu afirma que ele estava sempre rindo, gostava de um bom papo e de cantar também. Certa vez, o Dr. Fritz disse-lhe que ele tinha a doença de três cês – cama, carma e calma. Os amigos sempre levavam Jerônimo ao cinema e também a outros lugares para se distrair.


Estando, certa ocasião, justamente num cinema, uma moça tropeçou em sua cama e “explodiu”: “Mas não é possível! Aonde eu vou, está o aleijado! Vou a uma festa, o aleijado lá! Esse aleijado me persegue! Aonde eu vou, ele está!” Jerônimo pensou consigo: “E agora?! A moça está revoltada, nervosa mesmo. Tenho que lhe dar uma resposta, mas não quero irritá-la mais ainda. O que dizer?” E saiu com essa: “Mas também, minha filha, você não pára em casa, hein!” Ela olhou-o atônita e começou a rir. Riram juntos. Ficaram amigos.


Permaneceu assim cerca de trinta e dois anos preso ao leito, paralítico e com a agravante perda da visão. Quase não dormia, aproveitou para estudar bastante o Espiritismo. Quando ficou cego amigos liam para ele. Nunca lhe faltaram bons amigos. Mas certa vez, um repórter lhe perguntou o que é a felicidade. Ele respondeu assim: “A felicidade, para mim, deitado há tanto tempo nesta cama sem poder me mexer, seria poder virar de lado”. Em outra ocasião, ele disse: “Casei-me com a Doutrina Espírita no civil e com a dor no religioso”.


Eis alguns casos da vida desse vulto do espiritismo:

1- Por ocasião de um “enterro”, quando o cortejo seguia para o cemitério, sua Kombi estava logo atrás. Retirado o caixão, quando as pessoas se dirigiam para o local, um alcoolizado que passava, vendo os amigos lhe carregando a cama, exclamou: “Nossa! Dois defuntos! Esqueceram o caixão deste!” Ele aprendeu a não se revoltar com comentários infelizes. Gostava de citar uma frase de Cairbar Schutel: “Melindres é orgulho ferido”.

2- Numa palestra de Divaldo Pereira, a cama de Jerônimo estava em evidência, na frente, para não atrapalhar os que quisessem passar. Em certo momento, aproximou-se um homem alcoolizado, ou seja, bêbado, na linguagem comum. Disse-lhe: “- Paralítico, levanta-se e anda!” E Jerônimo lhe disse – “Depois, meu amigo, depois”. Temia Jerônimo que a cena fosse notada e atrapalha-se a palestra “paralítico, levanta-te e anda!”, insistiu o bêbado.“Bem que eu queria, mas não consigo”, falou baixo o Jerônimo, tentando chamar o homem à razão. O bêbado saiu desconsolado: “- Oh, homem de pouca fé!”.

3- Ele costumava ser requisitado para a prece de despedida por ocasião da desencarnação de conhecidos. Um dia, próximo ao túmulo, coube-lhe a palavra. Depois emocionadas, as pessoas foram saindo, conversando. Esqueceram-no no cemitério. Altas horas da noite, quando os amigos foram visitá-lo em casa e ele não estava, é que se lembraram do cemitério, indo buscá-lo. Em ocasiões como essa, exercitava a resignação. Tinha que esperar que se lembrassem dele, até para um cafezinho ou um copo de água.

4- Um certo dia um Senhor foi orientado pela irmã de Jerônimo, para que esse fosse fazer uma visita a seu irmão, e assim o fez. Quando chegou a casa ele foi convidado a entrar e, ouvindo o barulho do pessoal nos fundos da casa, para lá se dirigiu. As gargalhadas do Jerônimo sobressaíam à distância. O homem estava tão desesperado que ao ouvir os risos virou-se a D.Terezinha e disse, revoltado: - “É esse homem que ira me confortar?” Fez-se silêncio o senhor foi chamado e apresentado. – “Jerônimo, aqui está um senhor que veio de São Paulo só para conversar com você. Por certo, desejará fazê-lo sozinho”. Os jovens se retiraram, e o senhor tomou a palavra: - “Olha moço, eu era uma pessoa muito rica até uma semana atrás. Eu tinha uma fazenda com eletricidade, com todo conforto da vida moderna, até campo de aviação. Tinha tudo. Fui tão incauto, que ao fazer a venda da fazenda passei a escritura e recebi uma nota fria”. O Jerônimo estranhou o que era uma nota fria. – “Uma duplicata sem valor. Eu não tive nem condições de reclamar. O advogado falou que era perca de tempo. A minha família antes se tolerava, porque nós conversávamos por bilhetes, eu nos meus weekends, a minha esposa nos seus chás, e os filhos, iam onde queriam. Agora todos, vêm em cima de mim, me cobrando o conforto, me cobrando a fazenda; eu não resisto a essa situação. Estava na farmácia justamente comprando um remédio para dar fim à minha vida, quando apareceu um amigo, que perguntou: Para que você quer isso? Como ele sabia do negócio que eu fiz e do meu desespero, ele falou: Eu não admito que você compre esse remédio! Eu respondi: Como? Você não manda na minha vida! Aí ele me disse: Eu vou deixar, sim,você cuidar de sua vida, se você me prometer que vai conversar com o Jerônimo Mendonça, em Intuiutaba. Eu lhe dou a passagem . Ele me deu a passagem, aqui estou eu, mas acho que eu perdi tempo, porque você é uma pessoa feliz, que não sabe o que é o sofrimento alheio”.


O Jerônimo lhe respondeu:- “Meu amigo, você é uma pessoa que realmente está sofrendo. Você perdeu uma fazenda maravilhosa, mas vamos supor que essa criatura que lhe comprou a fazenda voltasse agora e lhe perguntasse: “Você quer trocar a fazenda por um olho seu?”


-“Ah! Jerônimo, que bobagem é essa, isso é conversa que se fale!”


- “Não, o olho não, o olho é muito precioso, então vamos supor... Um braço”.


- “Ah! Mas que bobagem! Que conversa! Onde já se viu isso?”


-“Oh meu amigo! E cheguei à conclusão que você não é pobre, você não é miserável. Você é arquimilionário das bênçãos de Deus.


O homem ao sair dali mudou seu modo de pensar, sempre que podia voltava para trocar idéias com Jerônimo, e acabou se tornando um trabalhador da seara espírita”.



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jésus Gonçalves


 
 
Jésus Gonçalves, nascido em 12/07/1902 em Borebi-SP (próximo à Agudos), ficou órfão de mãe aos 3 anos e seu pai era uma humilde lavrador. Desencarnou em 1947.

Aos 14 anos empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, de Ângelo Pinheiro Machado. Nesta época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as quermesses e bailes com a "Bandinha de Borebi".

Aos 17 anos foi para Bauru, onde freqüentou o Colégio São José, mas não chegou ao menos a tirar o diploma do Ginásio.

Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2 filhas. Mesmo assim ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro da Prefeitura.

Em 1930 sua esposa desencarna por causa de uma tuberculose. Apesar das enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista.

Atuava também como Diretor e ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e prosa, colaborando ativamente nos jornais "Correio da Noroeste" e "Correio de Bauru".

Casou-se novamente, com Anita Vilela, vizinha que lhe ajudava a cuidar das crianças, mas, aos 27 anos foi acometido pela Hanseníase (Lepra). Anita era estudiosa da doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus.

Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Como faria então para cuidar de sua esposa e das crianças? Aposentado prematuramente passa a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal. Apesar disso continua a escrever para o "Correio da Noroeste".

Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio, onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933, o Serviço Sanitário recolhe-o, afastando-o do convívio de sua família, e internou-o no Asilo-Colônia Aymorés.

Por ter sido um homem resignado foi sempre líder, tolerante e calmo. Fundou o jornal interno "O Momento", a "Jazz Band de Aymorés" e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no asilo, fundou também o grupo teatral interno.

Jésus sofria muito com problemas no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a transferência mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú, e alí ficou no Hospital de Pirapitinguí.

Fundou alí além da "Jazz Band", a Rádio Clube de Pirapitinguí ( existente até hoje ) e um jornal interno, o "Nosso Jornal".

Em 1943 Anita desencarnou, e no velório da mesma aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus e finalmente Anita passou uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações, um pequeno trecho: "Velho, não duvides mais, Deus existe!".

Por ser extremamente materialista buscou nos livros Espíritas as explicações para o contato.

A conversão de Jésus ocorreu de forma bastante convincente. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, resolveu chamar aquele "Deus", e desafiou, tirando um pouco de água e colocando em um copo.

"- Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto". E contou no relógio.

Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos nada mais sentia em dores.

Fundou em 1945, após muito estudo, o Centro espírita Pirapitinguí, com dificuldades conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção do Centro. Diversas caravanas Espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos.

Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas daqueles considerados "loucos", permitindo a estes que voltasses à vida normal.

Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, os mentores da casa devolveram-lhe a voz e aí fez uma preleção de quase 2 horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz.

E sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar, e lentamente desligou-se do corpo físico. Mas teve tempo de saber que o sofrimento é o caminho que nos leva à Cristo, e que pôde mudar a mentalidade daqueles que consideravam os doentes internos de asilos, sanatórios e leprosários apenas como animais fedorentos.

Contam alguns, que ele acentuou seu nome (Jésus) por que não se achava em condições de ter o nome de Jesus.
 
 Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com

ESTAMOS DE VOLTA!

Olá amigo de ideal espírita, depois de um período, retornamos com nosso estudo de livros espíritas. Agora em novo formato e muito mais inter...