Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na “porta estreita” a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.
Reconhece a necessidade do
sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifício que redime. Exalta o obstáculo
que ensina. Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra
coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a
elevará nos caminhos infinitos da vida.
Obtém o vaso frágil de carne,
em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.
Reconquistando, porém, a
oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as “portas largas” por
onde transitam as multidões.
Fugindo à dificuldade,
empenha-se pelo menor esforço.
Temendo o sacrifício, exige a
vantagem pessoal. Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos
outros para si.
E, no sono doentio do passado,
atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os
compromissos assumidos.
Em geral, quase todos os
homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações
da morte.
“Ah! se fosse possível
voltar!...” - pensam todos.
Com que aflição acariciam o
desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência
e a fé!... com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos
outros!...
Mas... é tarde. Rogaram a
“porta estreita” e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço
justo. E porque se acomodaram muito bem nas “portas largas”, volvem a integrar
as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.
Do livro "Vinha de Luz", pelo Espírito Emmanuel e Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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