sábado, 4 de novembro de 2017

Nas fronteiras da loucura - Segunda Parte

NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA 

Reunião: 25/10/2017

6 - LIÇÕES PROVEITOSAS

Resumo de Débora Loures - ao divulgar, favor manter o crédito.


A cidade era um caos. A multidão de desencarnados se misturava ao público que comemorava o carnaval. A psicosfera era carregada de vibração pesada, a cena era sombria e constrangedora, os espíritos se entregavam a desmandos e orgias. Eles buscavam as vítimas em sintonia, para promover o desequilíbrio, levando a obsessões duradouras.

Percebia-se que muitas fantasias eram inspiradas em visitas as regiões inferiores de desespero e loucura, pois muitos encarnados se vinculavam pelo pensamento a essas regiões, devido às preferências íntimas. 

Então, o mentor advertiu que não deveríamos julgar o comportamento dos irmãos. A maioria dos encarnados ainda transitava entre os limites do instinto e a razão, buscavam mais as sensações do que os ensinamentos superiores. Desta forma, era natural que permitissem os excessos que reprimiam, contradizendo o comportamento de discípulos de Jesus, que demonstravam no dia a dia. 

A origem do carnaval vinha da Bacanalia, da Grécia, quando se homenageava o deus Dionísio, e todos se entregavam aos prazeres. Em Roma, era a Saturnália, quando se imolava uma vítima humana pagã. Já na idade média, uma vez por ano era permitido enlouquecer durante três ou quatro dias, em homenagem ao rei da alegria..

Logo, a festa é o vestígio da barbárie e do primitivismo predominante, que um dia desaparecerá e dará lugar a uma alegria pura, o jubilo real ao invés das paixões violentas e promiscuías.

Devemos auxiliar sem julgar, pois ainda estamos superando nossas deficiências.

O Posto de Socorro Central era numa praça arborizada, no meio da metrópole. Os mentores ficavam a postos para auxiliar de forma eficiente. Vários voluntários ainda permaneciam ligados a familiares encarnados, e auxiliavam tanto eles como os que tivessem ao alcance. 

O auxílio iniciava-se desde sexta-feira. Era dado para aquele que solicitava, e se ampliava a todos que padecessem de agressões, violências e tragédias.

Os trabalhadores faziam atendimentos aos encarnados desligados parcialmente do corpo, durante o sono, que pediam pelos seus familiares que se encontravam nessa festa enlouquecedora; para afetos que se preocupavam com aqueles que abandonavam compromissos por paixões; para espíritos que queriam aproveitar os encontros irresponsáveis para reencarnar; aos recém-desencarnados por bebida alcoólica, de desvios sexuais; dos que sofriam subjugação e etc.

Dr. Bezerra comentou que muitos que ali estavam com a mente subjugada por problemas, e utilizavam a festa como forma de fuga, porém  pegavam um caminho rumo à loucura. Poucos realmente divertiam-se de forma sadia, com dignidade e respeito.

Silenciando e olhando ao redor, Dr. Bezerra concluiu o porquê que os Benfeitores da Humanidade informaram a Kardec: "a Terra é um planeta de provas e expiações", onde programamos o crescimento para Deus. "Saturado pelo sofrimento e cansado das experiências inditosas - asseverou o Benfeitor Espiritual -- o homem, por fim, regenerar-se-á  ao influxo da própria dor e sô­frego para fruir o amor que lhe lenificará  as íntimas aspirações da alma."

O grupo deslocou até o núcleo diretor, onde eram tomadas as decisões de emergência. Philomeno observou que um dos cooperadores do Posto Central era um poeta e compositor sambista de importância na Terra. Ele confessou que durante a sua vida terrena buscou o álcool e outras drogas para fugir dos dissabores, compunha melodias que falavam de dores e angustias. Desencarnou jovem, como um fracassado e, no plano espiritual, ele continuou ligado aos am­bientes inferiores, pelos quais transitara para fugir das aflições.

A sua me­mória gerou simpatias e a mensagem das músicas pro­vocou ami­zades. Desta forma, foi alcançado pela Misericórdia Divina e levado para um local de tratamento e renovação, aonde iniciou uma nova vida, compondo melodias de esperança e os ritmos da paz, "numa Vila de amor infinito".

 O carnaval para ele era um passado de dor e a caridade, hoje a festa de todo dia.

7 – Posto Central de Atendimento
 Resumo de Francisca Passos - ao divulgar, favor manter o crédito.

Uma área foi reservada e preparada pelos engenheiros das esferas superiores, de forma a evitar que o ministério da caridade sofresse danos decorrentes das invasões promovidas pelos espíritos perniciosos.
Não há improviso nas tarefas superiores.
Estabeleceram planos e traçaram diretrizes para a construção do núcleo transitório. A construção deste núcleo é feita com substancias ectoplásmicas, retiradas da natureza e das pessoas residentes nas proximidades, para edificação do conjunto e das muralhas defensivas.
Duas entradas opostas proporcionavam a movimentação dos que ali se encontravam.Voluntários treinados, premunidos de recursos magnéticos mantinham-se em vigília nos portões de acesso.
Amplos barracões, semelhantes as tendas de lona, espalhavam-se interligados. Diversas camas foram colocadas em filas duplas, para receberem os enfermos desencarnados que foram arrebanhados naqueles últimos 3 dias, antes de serem transferidos para um outro plano de ação definitivo.
Homicídios tresvariados, suicídios alucinados, paradas cardíacas por excessos de movimentos e exaustão de forças, desencarnação por abuso de drogas, ofereciam um índice elevado de vítimas de si mesmas pela imprevidência.
Diversos encarnados em transe demorado recebiam socorro de urgência antes de retomarem os corpos em hospitais ou lares, sob a carinhosa e vigilante assistência do Bem desconhecido.
O centro de comunicações do posto registrava apelos e tomava decisões, encaminhando assistentes hábeis para cada tipo de necessidade.
Miranda reflexionava sobre o amor e a sabedoria do Pai, que concernia entre outras misericórdias, àquelas destinadas ao amparo das criaturas, sem que estas pudessem, ao menos ter ideia dos recursos que eram disponibilizados a favor da paz e do equilíbrio delas.
O corpo físico, mesmo sendo uma oportunidade de progresso para o espirito, não deixa de ser uma barreira para uma ampla percepção, entendimento da realidade.
Encarnados transitavam por todos os lugares, sem se darem conta do que ocorria noutra dimensão vibratória.
Um sistema de alarme prevenia as invasões de hordas violentas, enquanto veículos especiais traziam os recém-recolhidos para atendimento.
Miranda aproximando-se da entrada viu, além da barreira defensiva, uma volumosa massa escura.
Entidades levianas e vingadoras ameaçavam os vigilantes do bem e atiravam “petardos” que, felizmente, não ultrapassavam as ondas repelentes que se elevavam acima dos muros.
Traziam espíritos, que se apresentavam sob atrozes padecimentos, blasfemavam, zombavam e agrediam verbalmente os trabalhadores diligentes.
Misturavam-se o sarcasmo e o sofrimento urdido pela própria leviandade, produzindo mal-estar e compaixão.
Miranda percebeu que os atendentes da vigilância acostumados a cenas daquele porte, não se deixavam sensibilizar.
Percebendo a perplexidade de Miranda diante da cena, Genézio Duarte esclareceu que eram grupos de desordeiros desencarnados perigosos e que alguns eram técnicos nos processos de chacota e ironia, que sabiam como provocar desequilíbrio, com a finalidade de colherem sintonia mental. Diz ainda: “a acidez resultante do sarcasmo é um sinal de inferioridade”.
“Na Terra, é muito comum defrontarmos o mau competidor, disfarçando a falta de valor e a ausência de recursos, apelando para as assertivas agressivas, recheadas de maldade com que ferem os rivais, esperando a reação...”
“Em nosso campo de ação, pululam companheiros infelizes, que se sentem propelidos às atitudes de revolta após fracasso pessoal ...., derrapando na vala das reações escarnecedoras, com as quais se imunizam, momentaneamente, contra os sentimentos superiores, únicos a abrirem portas à renovação e caminhos à paz”.
Ei-los mais doentes do que se supõem ... Irriquietos e ansiosos, passam a vampirizar psiquicamente os grupos com os quais se afinam, permanecendo com eles em demorado comércio de forças fluídicas desgastantes”.
Convidado a observar melhor o quadro, Miranda viu criaturas que se faziam arrastar em correntes e outras em cordas. O grupo grotesco estava acompanhado de cães que ladravam em perturbadora agressividade.
Genézio esclareceu que eram espíritos profundamente sofridos, que caíram nas mãos daqueles desordeiros quando ainda estavam encarnados. Eram vítimas e comensais da facção, que quando encarnados, triunfaram sobre os fracassos dos outros. Sentiam-se inatingíveis.
A morte, alcançou-os e trouxe-os para a submissão de mentes mais impiedosas do que as deles. Sofriam o que fizeram sofrer...
Miranda pergunta a Genézio se o auxílio divino não os alcança.
Genésio responde que sim, porém era necessário que se predispusessem a recebê-lo. E que por enquanto, expurgam na dor mais vitimados pela revolta do que sob a ação do arrependimento honesto, pelo desespero do que através da sincera aceitação do que lhes ocorria.

Reconhecendo o desejo sincero de reparar, recomeçar e serem felizes, mudam de faixa vibratória, sendo resgatados pela Bondade do Pai.
Por algum tempo a consciência sabe que precisam resgatar as faltas do pretérito conforme se submeteram, retornando a carne ao lado do grupo ao qual se sintonizam.

8 - O Caso Ermance
  Resumo de Francisca Passos - ao divulgar, favor manter o crédito.

Genézio Duarte era encarregado da vigilância do portão central, onde participava da equipe do Dr. Bezerra, a quem estava vinculado afetuosamente desde os dias da sua última encarnação.
Fora espírita militante, trabalhando com dedicação numa sociedade que levava o nome do apóstolo da pobreza no Brasil.
Genésio chegara ali, macerado pelos conceitos materiais. Devido a enfermidade, recebeu orientação de tratamento homeopático de natureza mediúnica e submeteu-se a fluidoterapia, reestabelecendo a saúde física e posteriormente, a saúde espiritual.
Afeiçoou-se ao incansável Mentor, cuja vida modelar sensibilizava-o, mergulhando a mente no estudo da codificação espírita.
Enriqueceu-se de discernimento e conhecimento, passando a militância no Movimento doutrinário e à sua vivência.
Tão habitual se lhe tornou o comportamento espírita, que granjeou amigos devotados, atraindo simpatizantes e estudiosos para a Causa.
Neste período, experimentou a prova da viuvez, que soube suportar com elevada resignação e coragem.
O sofrimento o levou a sintonizar cada vez mais com o Amigo espiritual, de quem recebia inspiração e ajuda
Palavra segura e portadora de conceitos elevados, as suas palestras de estudo e consolação doutrinárias sensibilizavam os ouvintes.
Retornou a pátria espiritual, após demorada enfermidade. Foi recebido pela Entidade generosa e familiares afetuosos.
Para Genézio Duarte a doutrina fora alento e vida.
Crendo na legitimidade da sobrevivência da alma, armou-se de forças para a superação de si mesmo.
Miranda comenta: Infelizmente não são poucas as pessoas que, equivocadas, se aproximam do espiritismo, submetendo a doutrina ao desejo das suas opiniões. Negam-se ao estudo sistemático da doutrina, preferindo leituras rápidas, nas quais não se aprofundam.
O Espiritismo, graças ao seu tríplice aspecto, atende a todos os tipos de necessidade do homem, oferecendo reflexões e respostas em todas as áreas do conhecimento.
Numa síntese perfeita, abrange o campo da investigação científica, dirimindo suposições e sofismas em torno do milagre, do desconhecido e do sobrenatural, contribuindo eficazmente para a eliminação dos mitos e tabus contra os quais a ciência luta.
A doutrina espírita se estrutura na moral do Cristo e dos Seus apóstolos, sendo religião de amor e caridade, que a fé racional sustenta e conduz.
Irmão Genézio passou pela experiência correta, investigando, conscientemente, as bases da Doutrina, não obstante o motivo que o levou à Casa Espirita. Constatada a legitimidade da sobrevivência da alma, adentrou-se pelo estudo, enquanto prosseguiram as experiências no campo da mediunidade para incorporar à vivência pessoal o comportamento ético-religioso de que se reveste.
Pediu e obteve do Instrutor, permissão para engajar-se na ação do bem, sendo convidado a assessorá-lo. A sua função no Posto Central é de relevância.
Chegando ao pavilhão onde se encontrava Bezerra, Miranda foi convidado a acompanhá-lo no atendimento de urgência a uma jovem mulher, em estado de coma.
Ao lado da jovem encontrava-se uma senhora, que parecia ser a sua avó. Embora resignada, apresentava grande ansiedade. A jovem precisava ser submetida a terapia cirúrgica.
A jovem, desencarnara há pouco mais de quatro horas, auxiliada pela avó, na liberação dos vínculos carnais.
A pequena cirurgia tinha como objetivo drenar as cargas de energia venenosa geradas pelo medo e que poderiam trazer perturbação ao espírito recém-liberto.
A jovem, chamava-se Ermance e, era portadora de deficiência cardíaca, resultantes de fatores cármicos, quando em vida pregressa, acionara uma arma de fogo contra o peito, suicidando-se, método de fuga impensado, numa conjuntura afetiva afligente.
Educada em rígidos princípios religiosos, soubera manter-se com dignidade.
Por insistência dos amigos, veio observar o Carnaval, sem se dar conta dos perigos a que se expunha.
Seu grupo jovial e comunicativo não passou despercebido de rapazes de conduta viciosa.
Bezerra explica que em razão do débito para com a vida, quando subtraiu vários anos, graças a fuga pelo autocídio, a sua encarnação atual não seria longa. Ermance poderia ter logrado alguma moratória, caso estivesse engajada em qualquer atividade de elevado teor.
Convencida por astuto gozador a ouvir-lhe as propostas sedutoras, permitiu-se caminhar um pouco em animada conversa, quando o jovem a convidou para descanso em casa de pessoa amiga. Embora relutasse, foi convencida por argumentos doces do conquistador.
O local era frequentado por obsidiados, não despertando nenhuma suspeita.
Chegando a casa, Ermance deu-se conta da cilada em que caíra. O medo aterrou-a, a respiração fez-se lhe difícil e a alta carga de tensão produziu um choque fatal.
O jovem criminoso, que aliciava jovens para o comércio do sexo e mantinha um trato com a encarregada do bordel, aplicou-lhe um lenço com clorofórmio, cuja dose forte provocou uma parada cardíaca.
Melide, sua avó, que já a acompanhava e prevendo o desenlace, em razão das intenções que observara no jovem de conduta perniciosa e conhecendo o breve trâmite da neta, manteve-se em vigilância.
Os infelizes corruptores dando-se conta da morte da moça, planejaram jogar o corpo num matagal, ocultando o crime que lhes passará a pesar na consciência culpada.
Bezerra fala da angústia dos amigos que não a levarão de volta ao lar e dos pais que foram surpreendidos com tal tragédia.
O sofrimento bem suportado, será convertido pelas Leis Divinas em futura paz e renovação da família, que reencontrará mais tarde Ermance em situação feliz. O grande choque, fator da desencarnação, num atentado ao seu pudor de moça é o capítulo final da tragédia afetiva. Débito que os criminosos não precisavam contrair.
Tudo transcorre sob controle superior, obedecendo ao equilíbrio universal.
Terminando a terapia, a irmã Melide seria destacada para acompanhar a família e sustentá-la, no período de repouso de Ermance, que mais tarde seria transferida.
Sobre a técnica da cirurgia que seria realizada, Bezerra explica que na parte superior do cérebro, na região do centro coronário, seria desenvencilhado imperceptíveis filamentos escuros, retirando-os com a ajuda de um pequeno aspirador, que sugaria os resíduos do centro cerebral, que haviam bloqueado a área da consciência.
A medida que a equipe recorria a instrumentos delicados para aquela microcirurgia, Miranda observou que a cor retornou a face da jovem e sua respiração, sendo percebida, em face dos estímulos aplicados na área cardíaca.
Transcorridos 20 minutos, a paciente em sono reparador, foi removida para a enfermaria.
“Morrer é fácil. Liberar-se da morte, após ela, é que se faz difícil. Encerrando-se um capítulo da vida, outro se inicia em plenitude de forças. Acabar, jamais!”
 9- O problema das drogas
 Resumo de Adilson Ferreira - ao divulgar, favor manter o crédito.

Naquela madrugada, estava programada uma palestra do Dr. Bezerra de Menezes, que falaria sobre o problema das drogas, visto que esta se expandia surpreendentemente entre os jovens. O grupo seguiu para o local acompanhando o expositor e alguns outros amigos; no recinto, observava-se ordeira movimentação num espaço que comportava 50 pessoas e onde se encontrava, também, pequena mesa com 3 lugares reservados ao palestrante e 2 assessores. Na assistência via-se espíritos que foram trazidos do plano físico, de boa lucidez, em desdobramento parcial pelo sono, conduzidos por seus Benfeitores Espirituais. Alguns espiritistas dedicavam-se à prática psiquiátrica e à terapia psicológica, pregadores e médiuns, terapeutas não vinculados ao Espiritismo, sociólogos e religiosos em número não superior a vinte; os demais, desencarnados. Com a entrada do missionário, saudado com carinho, precisamente às 3 horas foi iniciada a reunião.

Proferida a prece, o Amigo levantou-se e deu início à sua mensagem. Com a voz modulada, passou a examinar a problemática dos tóxicos, após haver saudado o grupo com delicada saudação evangélica: “Paz seja convosco!”

Discorreu a seguir dizendo, entre outras, que o homem, apesar de haver conquistado a Lua e avançar no estudo das origens do Sistema Solar que lhe serve de berço, incursionando, ainda pelos outros planetas, não conseguiu conquistar a si mesmo.

Mesmo com expressivas vitórias, não alcançou a paz íntima; cresceu horizontalmente na inteligência, sem desenvolver a verticalidade do sentimento elevado; não resiste às pressões, desequilibra-se com facilidade e...foge, na busca de alcoólicos, de tabacos, de drogas alucinógenas de natureza tóxica; mantem-se psiquicamente em sintonia com os sítios onde estagiou no além túmulo, antes da reencarnação compulsória.

Após oportuna pausa, prosseguiu o palestrante dizendo que o uso de drogas é muito antigo, variando de acordo com a evolução de cada povo, porém, com resultados sempre negativos.

Religiosos, guerreiros, filósofos, pobres ou ricos sempre se utilizaram de agentes vegetais ou químicos para tentar alcançar desejos emocionais que não conseguiam pelos métodos normais.

No Ocidente, atualmente, é indiscriminado o uso dessas substancias ora para fins terapêuticos ou não; pós Segunda Guerra Mundial e as lutas no Sudeste Asiático – lembrar-se do Vietnam – as drogas tomaram conta do Ocidente, em particular, da imatura e infeliz juventude.

O desprezo pela vida, os valores éticos morais, provocam incompreensão que grassa dominadora, sem que se encontre um balizador para o entendimento que deve viger entre todos, pois o egoísmo responde pelo inconformismo e pela prepotência, pela volúpia dos sentidos e pela indiferença em relação ao próximo; a fuga à responsabilidade através das drogas.

Novamente o expositor deteve-se numa pausa mais demorada, o que permitiu aos presentes mais tempo para absorver as magnânimas palavras expostas naquele ambiente magnetizado pelo verbo fluente do Mestre.

Retornando ao tema, cita ele que os dias são de luta, com contestações mais perturbadoras que saneadoras; contestam-se valores da anterior para a atual geração, o trabalho, a ética, a vida exigindo elevadas doses de tolerância e compreensão, a fim de se evitarem radicalismos de parte a parte. O progresso tecnológico, com o seu efeito colateral como qualquer medicamento, precisa ser moderado, pois a automação substitui o homem em muitas atividades, resultando na ociosidade, o desemprego, erotizando os que param e atormentando os que continuam empregados.

Na luta que empreendem, o homem se separa de seus iguais e se unem pelas necessidades dos jogos dos prazeres e, nesse dualismo comportamental, a carência afetiva, a solidão provocando o medo do amanhã, a revolta e a dor, impulsiona-o para a fuga, para a desgraça das drogas; em realidade, até inconscientemente busca algo, alguma coisa, segurança, apoio, amizade, que os tóxicos nunca lhe darão!

Muita faz a presença da vida sadia, conforme a moral do Cristo. Como terapia para o grave problemas das drogas, apresenta-se a educação em liberdade com responsabilidade; a valorização do trabalho como método digno de afirmação da criatura; orientação moral segura, tanto no lar como na escola, mediante os exemplos dos pais como dos educadores, orientação adequada às personalidades psicopatas desde cedo, ambientes sadios com leituras de conteúdo edificante; some-se também o exercício da disciplina dos hábitos, melhor entrosamento entre pais e mestres, filhos e alunos. Em suma, quanto mais for materialista a comunidade, mais se apresenta consumida, desequilibrada e, seus membros consumidores de sexo e droga em desalinho, sofrendo as mais altas cargas de violência, de agressividade, que conduzem e elevam os índices de homicídio, suicídio e corrupção.

O Espiritismo possui recursos psicoterápicos valiosos como profilaxia e tratamento no uso de drogas e de outras viciações; bens mediúnicos constituem terapia de fácil destinação e resultado positivo, como seja, a oração, o passe, a magnetização da água, a doutrinação do indivíduo, a desobsessão... Recordemo-nos sempre do respeito que devemos ter com esses enfermos, atendendo-os com carinho e atenção, na certeza de resultados finais salutares.

Cercado pelo interesse de todos que o ouviam, o Benfeitor proferiu as palavras finais:
“Que o Senhor nos abençoe!”
O amanhecer anunciava-se lentamente...

 10 – Morrer e liberta-se
 Resumo de Ana Cecília Santos - ao divulgar, favor manter o crédito.

No módulo central um cooperador informou ao mentor que sua presença era requisitada em outro local, que distava 100 metros dali, onde um violento acidente de carro ceifou a vida de cinco jovens, cujo carro jazia nas águas lodosas do mangue.

O grupo foi recebido pelo irmão Agenor, encarregado daquela região que sintetizou a tragédia, relatando que o veículo estava em alta velocidade e os rapazes embriagados não perceberam uma ultrapassagem mal sucedida do carro a frente e ao desviar, o veículo bateu e foi arremessado no mangue.

A avó desencarnada de um dos rapazes dirigiu-se ao instrutor, afirmando que pelos laços de amor foi atraída para junto do neto, de apenas 17 anos. Ela tentou interferir, influenciando o neto para eu ele pedisse ao motorista que diminuísse a velocidade ou parasse o veículo, mas dada a mente entorpecida pelo álcool, não obteve êxito.

Naquele momento, a senhora sabia do sofrimento dos jovens no fundo do mangue em meio às ferragens, mas temia que o grupo caísse nas mãos do irmão infelizes, vampirizadores das últimas energias orgânicas, que se preparam para assaltar.

Bezerra a tranquilizou e preparou o grupo, de apenas quatro servidores, instigando a harmonia íntima e a confiança integral, evitando assim sintonizar com a horda expressiva e agressiva que iriam enfrentar.

De fato, os desencarnados doentios começaram a urrar blasfêmias e tentavam ridicularizar os irmãos do bem. Com punhos cerrados, tramavam cercar e impedir a ação de resgate. O instrutor orava e uma luz irradiante dele se exteriorizou envolvendo os 4 servidores.  Flocos de delicada substância caiam sobre os infelizes, produzindo choques. Alguns fugiram julgando estar na presença de feiticeiros perigosos, outros de joelho, clamaram socorro diante do que identificaram como anjos de Deus. Um último grupo resistiu, porque os espíritos ansiavam tomar posse dos cinco jovens e se achavam capazes de vencer os mágicos, mas um clarão mais forte conseguiu dispersar também os mais resistentes.

Aquela cena provocara fortes impressões, eram espíritos vagabundos, animalescos, lupinos e simiescos*, alguns tinham forma humana, porém cheia de anomalias, sujos e maltrapilhos. Enfim, eram apavorantes até mesmo para Miranda que já tinha alguma experiência nas regiões inferiores. Mas Bezerra explicou que “O auxílio do alto nunca falta. Este não é o momento de socorrê-los.” Estavam clamando socorro apenas por medo e não por desejar a transformação, porém sem saber, eram assistidos por equipes especializadas. Miranda passou a sintonizar a misericórdia divina e a lamentar que os irmãos estivessem naquela situação, afastando-se, por livre arbítrio, da felicidade que só bem traz.

Outros cooperadores espirituais, adestrados em salvamento, se apresentaram para auxiliar.  Um grupo chegou do posto com uma rede especial. O mentor convidou a concentração e o grupo desceu ao fundo do mangue, onde se aproximaram dos corpos dilacerados e perceberam a luta dos espíritos imantados aos despojos físicos. Eles morriam e ressuscitavam, remorrendo de forma contínua. Os que gritavam por socorro sentiam o lodo dominar as vias respiratórias, fazendo-os desmaiar.

A avó auxiliou em todo momento e por fim pode cuidar carinhosamente do neto. Os espíritos eram desconectados dos laços fluídicos e colocados na rede. Esse processo demorou cerca de meia hora. Por fim, eles foram levados a superfície e transferidos para padiolas.

“Interrompida a comunicação física, permanecem poderosos liames** que se desfazem somente à medida que se iniciasse o processo de decomposição cadavérica, em tempo nunca inferior a 50 horas”, considerando-se a violência da desencarnação em período mais longo.

“Não há mortes iguais. Morrer significa libertar-se. A morte é orgânica, mas a libertação é de natureza espiritual.” Ela pode ser breve como em espíritos nobres ou extremamente longa como nos suicidas.

 Miranda se comoveu com a ternura com que a avó envolvia o neto adormecido. O espírito dele já estava em superfície, mas ainda estremecia sob o efeito das reações venosas remanescentes do corpo que se despojara.

Um carro guincho se aproximava para retirar o carro do mangue e muitos curiosos lá permaneciam, quando o Orientador convidou a todos para saírem do local, pois nada mais restava a fazer naquela nascer do sol. O barulho e o desfile prosseguiam intermináveis.

*relativo a lobo e macaco.
** vínculos, ligações.






segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Nas fronteiras da loucura - Primeira Parte


                   
Resumo do livro Nas fronteiras da Loucura para estudo.

Reunião: 27/09/17        

1-  RESPOSTA À ORAÇÃO

É muito tênue a linha que divide a sanidade e o desequilíbrio mental, afirmativa essa que conduz os acontecimentos que veremos narrados nesse livro e que se inicia precisamente na 2ª. feira de Carnaval, cuja festa momística ocorria debaixo de um aguaceiro; corpos pintados, semi-despidos, contorciam-se em desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes escolas de samba, debaixo dos refletores, cuja luz se pagaria por ocasião do amanhecer.
Assim milhares de imprevidentes, pessoas estimuladas pelas músicas frenéticas, com o intuito de extravasar ansiedades e desejos represados, cediam aos apelos da sexualidade que pairava no ar. È de se imaginar a psicosfera pestilenta que se formava, misturada com entidades perversas, viciadas e dependentes, traduzidas num espetáculo pandemônico- deprimente.
Antecipada, a espiritualidade já havia instalado postos de socorro para aqueles desencarnados que se envolviam naquela farra irresponsável, cujo grupo de trabalho tinha à frente o abnegado Bezerra de Menezes, aplicando os recursos de sua sabedoria; tudo ali fazia recordar um campo de guerra, em que os litigantes mais se compraziam em condenar, ferir, destruir, àqueles que estivessem em sua frente...frente de batalha!
Pessoas fervorosas ao bem próximo enviavam pedidos de ajuda, intercediam por familiares que estavam na iminência de sucumbir aos desvarios do período, facultando através de preces ligações com os Núcleos Superiores da Vida.
Eis que um dedicado auxiliar do incansável benfeitor trouxe-lhe uma mensagem que fora captada em caráter de urgência, dirigida pessoalmente ao Dr. Bezerra de Menezes, expressava a necessidade de imediatas providências.
A residência, de onde partia o apelo, ficava distante do centro da cidade, de onde partiam os folguedos momísticos e, apesar dos esforços do narrador dos desfiles e dos televisores ligados em alto volume, o ambiente no lar era harmônico.
O Grupo auxiliador parou defronte a cama, onde, ajoelhada, uma senhora rezava; não se vislumbrava Espíritos malévolos e viciosos e, sua prece, comovida, implorava pela filhinha, lembrando das palavras de Jesus que nos ensinou a pedir, a bater, a buscar...a cada um segundo seus méritos! Lágrimas de emoção transbordavam dos seus olhos, enquanto pedia que o Dr. Bezerra de Menezes, em nome de Deus, pudesse socorrê-la. Dr. Bezerra, que estava no Grupo, acercou-se ainda mais dela dizendo: “A tua oração foi ouvida” ; “ Confia e espera”; “agora, deita-te e repousa”; “o Pai nunca deixa sem resposta o pedido de um filho obediente”; “tranquiliza-te”. A mulher, parecendo ouvir uma doce voz, aconchegou-se ao leito para o repouso.
Antes de apresentar qualquer questão, o respeitável benfeitor falou acerca do mal que afligia a filha da abnegada senhora, que se encontrava internada no sanatório da cidade, em estado de alienação e que, por merecimento, o pedido materno seria carinhosamente examinado.
Após breve oração, todos saíram, agradecendo ao Senhor pela nova oportunidade de serem ouvidos, entre tantos outros pedidos a atender.

Resumo elaborado por Adilson Ferreira - Mantenha os créditos.

2. A VISITA À ENFERMA

Manoel Philomeno observa as penosas vibrações da crosta por conta do desconcerto psíquico proveniente do carnaval que ocasionavam fluidos deletérios que causavam-lhe mal estar.
“A aspiração do nevoeiro pelos homens, sem dúvida produzia compreensíveis transtornos emocionais, a prazo mais dilatado com efeitos orgânicos.”
Miranda nota que a população de Espíritos era maior nos fortes desatinos das sensações; disputavam a vampirização das vítimas inofensivas que eram telecomandadas, pois estimulavam a sensibilidade e o consumo de álcool, além dos tóxicos.
Naquela triste cena, não se distinguiam se os homens eram cópia rude das faces aberrantes dos desencarnados ou se esses os imitavam, conforme era a sintonia e o perfeito intercambio entre encarnados e desencarnados.
Miranda refletia sobre aquela confusão de encarnados e desencarnados e Dr. Bezerra lhe disse: “Miranda, onde a criatura coloque suas aspirações, aí encontra intercambio. O homem é o somatório de seus anelos e realizações. Enquanto não elabore mais altas necessidades íntimas, demorar-se-á nas permutas grosseiras da faixa dos instintos primários.”

“Deixando-se martirizar pelos desejos inconfessáveis, ainda não se resolveu por uma conduta, realmente emocional, que lhe permita o trabalho íntimo de desembaraçar-se das sensações que respondem pelos interesses grosseiros, geradores das lutas pela posse com a predominância do egoísmo.”
“Experimentando o homem as impressões do prazer selvagem, desinteressa-se da aquisição dos valores estéticos e liberativos da alma. A transposição de planos e aspirações, enquanto se está na área da sofreguidão e do exagero carnal, somente ocorre a pesado tributo de dor e a fortes aguilhoadas da aflição.”
“Toda ascensão exige a colaboração do sacrifício, ao lado das renúncias.”
“O fatalismo da vida é para o bem e a destinação é para a felicidade. Consegui-los ao impulso do amor ou conquistá-los a penas de sofrimentos são as escolhas únicas que se terão para fazer.”
“Até agora a conquista do belo e a liberação dos vícios têm sido desafios para os Espíritos fortes, que marcham à frente, despertando os da retaguarda, anestesiados na ilusão e agrilhoados aos prazeres aliciantes, venenosos.”

Bezerra ainda diz que eles não devem duvidar da vitória do amor e do êxito que todos conseguirão mais tarde. Os Espíritos auxiliam os encarnados e os convidam a renovação íntima, esse é o dever desses trabalhadores.
Bezerra silenciou o comentário quando chegaram na clínica psiquiátrica.
Manoel Philomeno observou que a movimentação de Espíritos era enorme, vítimas e algozes, renovando os dramas do passado, onde os personagens mudaram de posição, mas não de sentimento nem de objetivos de vingança. Era uma realidade tormentosa!
Porque a misericórdia divina é infinita, notava-se a presença de Benfeitores que eram especialistas no socorro de alienados de ambos os planos da vida, com muito amor e enorme respeito às vítimas dos próprios engodos.
Eles foram recebidos pelo Benfeitor responsável pelos trabalhos na clínica; e soube que aquele Espírito fora na Terra, discípulo de Freud, fora excelente trabalhador da saúde mental, mas desconsiderou a problemática da imortalidade da alma.
Quando desencarnou e constatou a verdadeira realidade da vida futura, ofereceu-se para prosseguir o trabalho na Casa onde sempre trabalhou com afinco e dedicação.
Ele era o responsável pelos serviços espirituais que aconteciam naquele hospital, dirigia antigos médicos, enfermeiras e futuros estudantes das ciências da alma, que reencarnariam com tarefas específicas nesse campo, complexidade afligente dos distúrbios mentais, emocionais e de comportamento.
O hospital atendia encarnados e desencarnados:
“Comunidade viva, pulsante e especial...escola de bênçãos, onde se aprendia mediante as lições vivas da dor; erguera-se um templo à caridade e à oração, em forma de trabalho contínuo em socorro aos colhidos pelas vicissitudes purificadoras.”

Para uns – encarnados ou não – era o purgatório, onde as aflições selecionavam os mais aptos ao progresso, em razão da humildade, da resignação, ante os resgates de que eram devedores e os desequilíbrios que delinquiram.
Outros aproveitavam a oportunidade de aprender-servindo e de amar o próximo, na contingência das amargas e rudes reparações.
Podia-se dizer que era uma cidade dentro de outra cidade, onde Espírito muito perverso, se autoconferia o dever e o direito de administrar os corretivos na “comunidade” do hospital, e tentava combater a interferência dos Benfeitores.
Os enfermeiros encarnados sentiam as vibrações negativas dos encarnados e desencarnados que ali estavam...
Era a lei de causa e efeito sendo colocada em prática como resgate e oportunidade de crescer e evoluir.

“Desencarnados, igualmente alienados, sofriam subjugações cruéis sob tormentos inenarráveis, nas mãos dos seus sicários dos quais a morte não os libertava.”

No entanto os trabalhadores da caridade auxiliavam uns e outros, clarificando mentes e mostrando rumos para os lutadores futuros das desobsessões e terapias psiquiátricas.
Todo esse quadro mostra a ambivalência do bem e do mal que as criaturas fazem a si mesmas mediante o uso do livre arbítrio.
O Dr. Artur Figueiredo recebeu o grupo espiritual e os auxiliaria no trabalho a ser realizado.
Encontraram a jovem num quarto especial, medicada com altas doses de antidepressivo. Ela estava adormecida.
O ambiente era irrespirável, notava-se a presença de Espíritos perturbados e irresponsáveis, não necessariamente ligados à paciente.
E o diretor espiritual elucidou:
Trata-se de jovem senhora de 25 anos, vítima de irresponsabilidade moral. Apesar do amparo da abnegada mãe, que a recebeu para que pudesse elevar-se pelo amor e abnegação, preferiu derrapar, invigilante, assumindo compromissos negativos.

“A falta de visão a respeito da vida, como um todo harmonioso, responde por muitas insânias a que se entregam os homens. Quando se compreenda que o corpo é efeito e não a causa da vida, no qual se estabelecem as bases da elevação; quando se conscientizem os seres que o berço é porta que se descerra para o corpo quanto o túmulo é a que se fecha, sem que ninguém entre ou saia da vida; quando se estabeleçam metas que transponham os limites de uma breve existência corporal, será diversa atitude assumir-se ante as ocorrências e circunstâncias do dia a dia.” 

“Somente a visão reencarnacionista responde pela forma de uma perfeita integração do Espírito no processo de ascensão.”

O drama atual de Julinda tem raízes fixadas de existências pretéritas.
Do ponto de vista psiquiátrico ela é maníaca depressiva, da euforia inicial passou à depressão angustiante, armando um esquema de autodestruição.
Graças aos seus recursos financeiros pode ter um melhor atendimento, associado o concurso moral da mãezinha e o devotamento do marido que estão evitando males maiores.
Bezerra lamenta que persista a distância da terapia psiquiátrica e a psicoterapêutica espiritual; no caso dela os resultados são infrutíferos e perniciosos, por conta do eletrochoque e barbitúricos.
Vários fatores estão presentes no quadro de Julinda, consequentes das atitudes que ela tomou na atual reencarnação.

Resumo elaborado por Maria Fernanda Ribeiro - Mantenha os créditos.


3. DELITO OCULTO

Na alienação mental sempre defrontaremos um Espírito falido em si mesmo, em injunção reparadora, onde não há como fugir as consequências de suas próprias ações, de conformidade ao processo de evolução.
As Leis Divinas, que mantêm o equilíbrio da vida não podem ser enganadas, sem que se estabeleçam critérios de recomposição; daí decorrem o desregramento ou a imprevidência.
Toda criatura traz no gérmen a noção de bem ou mal (as Leis Divinas estão gravadas na nossa consciência), em cuja vivência programa o céu ou o inferno e aos quais se vincula, procedendo as matizes das alegrias ou das dores; a cada um segundo as suas obras.

“Não existe, portanto, uma dor única, na alma humana, que não proceda do próprio comportamento, sendo mais grave o deslize que se apoia na razão, no discernimento capaz de distinguir, na escala de valores, as balizas demarcatórias da responsabilidade que elege a ação edificante ou a comprometedora...”
“Só Jesus viveu a problemática da aflição imerecida, a fim de lecionar a coragem, resignação, humildade e valor ante o sofrimento, Ele que era Justo, de modo que ninguém se exacerbe ou desvarie ao expungir as penas a que faz jus.”

Manoel Philomeno e Dr. Bezerra reflexionavam a respeito da alienação mental por distúrbios psíquicos e por obsessões espirituais no quarto de Julinda, que ainda estava bastante sedada. Ouviam a gritaria desesperada das duas populações que circundavam o recinto, numa loucura desenfreada, lembrando o primitivismo animal.
Miranda sentiu uma profunda compaixão diante daquelas criaturas – encarnados e desencarnados – uns diante da escola disciplinadora da dor e outros entregues a desesperação, avançando sorrindo em suas atitudes...
Bezerra alerta Miranda sobre a vigilância de pensamentos, pois todos estão sendo devidamente amparados, direta ou indiretamente; foram várias as tentativas de inspirações divinas para que tivessem diretrizes para uma vida reta.
A Justiça Divina chega para aqueles que infringem a Lei de Deus.

“Antes mesmo de Jesus, os romanos haviam estabelecido no seu código de Direito as bases da felicidade humana, condensando, inconscientemente, o Decálogo em três princípios fundamentais: Viver honestamente. Dar a cada um o que é seu. Não lesar ninguém.”

Jesus formulou um princípio conciso e incisivo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo, reunindo os conceitos romanos e o decálogo.
Façais ao outro o que gostaria que fosse feito para você.
O mau uso do livre arbítrio traz o corretivo necessário que desperta a criatura para o respeito com o seu próximo, na escola educadora da vida.
A caridade com o nosso próximo ajuda-nos a vigiar nossos pensamentos e atos, não nos permitindo devaneios e futilidades, que nos induzem ao erro e a criminalidade.

“Mantenhamos a nossa solidariedade e participemos das suas emoções, sem nos deixarmos contaminar pelos miasmas do desânimo, do medo ou das ideoplastias (modelagem da matéria pelo pensamento/materialização do pensamento) fantasmagóricas, vitalizadas pela rebeldia e ingratidão ao Pai Criador e ao Cristo Amor.”

A advertência de Bezerra trouxe Philomeno à realidade da Justiça Divina que mesmo sendo amorosa é também reta, e não poupa ninguém a reparação de seus delitos, mediante a consciência Cósmica.
Dr. Figueiredo aproveitou e complementou:
“...o nosso maior inimigo está dentro de nós; é o egoísmo, que se credita somente méritos sem conceder ao próximo uma quota, mínima sequer, de direito equivalente.”
“Graças a essa conduta infeliz, tal visão distorcida da realidade, fomenta ódio, gera discriminação tormentosa, envenena-se com os tóxicos da insatisfação e da revolta.”
“Cada criatura, embora inconscientemente, sabe a razão de seu sofrimento, porquanto, nas paisagens mentais se encontram os clichês de suas infrações, revoltando-se ou fazendo-se crer injustiçada, por mecanismo de evasão ou preguiça, largamente cultivada, que se transforma em anestésico da alma.”
“O Espírito é responsável por si mesmo.”

Bezerra acerca-se da paciente e a observa profundamente, então convida Philomeno a examinar sua alienação, observando que a problemática é de desforço espiritual, isto é obsessão.
Observam os folículos cerebrais, no córtex do encéfalo, escutando os conflitos que lhes assomam os arquivos mentais em desacordo.
Miranda fixa o pensamento na região indicada, e começa e ver e ouvir confusos quadros de perturbação:
O marido, jovem de menos de 30 anos, de ótima aparência, tenta convencê-la da necessidade que ele sentia de completar a felicidade domestica tornando-se pai; Julinda não queria compromissos com filho, que atrapalharia a vida do jovem casal – prazer e gozo; não queria o seu corpo deformado, não queria algazarra infantil em sua casa.
O marido tentava convencê-la que o melhor período para a construção de uma família era na juventude dos cônjuges, com saúde, paciência, disposição; a educação seria baseada na paciência e disciplina.
Quando jovem, a mulher tem menos riscos durante a gravidez, e se recupera melhor do parto....na velhice teriam os filhos para compartilhar as experiências.
Julinda não abdicava o direito de decidir o que fazer com o seu corpo, encolerizada disse que não aceitava a maternidade, mesmo sendo casada! Essa foi a primeira discussão acalorada do casal, criando uma fissura emocional na aliança conjugal.
“Após alguns minutos, podíamos identificar, no exame dos clichês mentais de Julinda um sonho, no qual, acompanhada pelo esposo e veneranda Entidade do nosso plano de ação, era-lhe apresentado um Espírito, que lhe requeria oportunidade para renascer, prometendo-lhe carinho e ajuda.”
“Eu te perdoarei – suplicava o candidato, em lágrimas – todo o mal que me fizeste, recebendo-me em teus braços, como parte de ti, a fim de que eu recomece a teu lado. Ajuda-me, hoje, a fim de que eu te socorra mais tarde...”

Julinda identificou o Espírito e recusou com expressão alucinada! Pensava ser um pesadelo!
A Entidade esclarece que ela estava desdobrada no momento do sono, ele era uma alma vinculada à dela e implorava o ensejo de ser filho dela para refazerem o caminho...
Julinda acreditava estar no inferno e gritava que odiava filhos e não os queria!
O esposo que apresentava melhores recursos espirituais tentou acalmá-la...
Apareceram outras cenas na tela mental de Julinda: ela apresentava sinais de gravidez. Sem notificar o marido, ela fez um aborto delituoso.... Na véspera do crime, sonhou que alguém a segurava fortemente, suplicando amparo : “Não me mates o corpo, minha mãe... Necessito volver, precisamos estar juntos. Ajuda-me... Se não me atenderes...”
A jovem diz que prefere a morte a tê-lo como filho! Ele então prometeu vingança! Ela desperta banhada de suor!
Nas horas que antecederam o crime, ouvia o apelo espiritual para não cometer o delito...
Acreditava que o aborto era uma ação corriqueira...porém não conseguia tranquilidade mental, estava ansiosa... Fora a clínica e duas horas depois retornou à casa, indisposta e livre.
Por pouco não recuou, não parava de ouvir a voz suplicando pela vida... acreditava estar enlouquecendo.
“Se me matares, eu te desgraçarei. Salva-me infame! É tempo, ou do contrário, rolarão os séculos na fúria da minha vingança, sem que tenhas paz.”
Julinda matou o corpo do filhinho que se agasalhava na vida intrauterina.
O esposo nunca soube da ação criminosa e destruidora.
“Exceto os cúmplices profissionais da morte, o infanticídio ficou ignorado por todos. Menos, é certo, pela vítima e pelo algoz, que ora se entrelaçavam mais rigorosamente os destinos, no rumo da dor, sombra e loucura grave...

Resumo elaborado por Maria Fernanda Ribeiro - Mantenha os créditos.

4 – PROGRAMÁTICA REENCARNATÓRIA

O espírito expulso do corpo não havia se desligado por completo da mãe, influenciando no organismo de forma vigorosa e revoltada, através da mente. Por ação telepática gerava imagens na tela mental materna, que associada a consciência culpada, levava  a mãe ao desequilíbrio e perda da razão. 
Durante o sono, Julinda via-o ora deformado e agressivo, ora na forma fetal, se despedaçando em sangue. O seu marido tentava ajudá-la, sem sucesso, e não compreendia o significado daqueles pesadelos. 
Julinda e seu adversário estavam ligados pelo processo obsessivo, o desejo de vingança do adversário cada vez mais o unia a sua mãe, com o propósito de levá-la ao suicídio. Por qual motivo a providência Divina não interrompia esse processo? A atitude rebelde e orgulhosa de Julinda havia negado o amor e a oportunidade de ajudar aquele que havia prejudicado. Agora, ela tinha que passar pela dor como resultado de suas escolhas.  
Dr. Bezerra esclareceu sobre a psicose puerperal, que é um processo psiquiátrico secundário a problemas pós-parto. A produção hormonal torna-se um fator de desequilíbrio, pois se transforma em toxinas que agem a nível cerebral, causando o quadro de excitação psíquica seguido de depressão. O espírito sempre é responsável pelo uso de seu corpo, suas funções físicas e psíquicas decorrem das suas escolhas pretéritas e do uso nobre ou vulgar, elevado ou pervertido que lhe atribuiu. O quadro obsessivo é facilitado pelas condições do devedor que entra em sintonia com espíritos do mesmo grau de evolução ou em condição   inferior, dos quais se encontra em débito.
No caso de Julinda, ela adicionou as suas dívidas do passado uma nova e grave ação,  prejudicando novamente aquele a quem deveria auxiliar.
 “O amor é sempre mais benéfico para aquele que ama. Enquanto o egoísmo existir, a dor será a forma de conduzir as pessoas ao equilibro.” 
Após as considerações do Dr. Bezerra, a mãe de Julinda, desdobrada pelo sono, entrou no quarto da filha, demonstrando preocupação e ansiedade.  A sua lucidez espiritual demonstrava a sua elevação. Então, ela começou a orar e a sintonizar com as forças do bem. O diretor espiritual comentou a fala de Jesus:
 "Onde estivesse o tesouro aí estaria o coração”.
 E para Angélica, o seu maior tesouro era a sua filha, por isso ela estava ali utilizando os recursos preciosos que possuía. Angélica já tinha abençoadas experiências preterias e havia reencarnado para auxiliar a sua filha, um espírito rebelde que havia se unido há muito tempo a um grupo de entidades irresponsáveis, que a vampirizavam.
Devido à preguiça mental e desinteresse de progresso, Julinda não conseguia se liberar desse processo obsessivo. Julinda vinha de uma região espiritual inferior, onde permaneceu por muitos anos, e devido à abusos de sexualidade equivocada, que a levaram a cometer graves delitos, permanecia ligada a uma rede de ódio. Ricardo, a quem detestava, estava no mundo das sombras aguardando salvação através desse novo planejamento reencarnatório.
 Angélica  tinha conhecimento da fragilidade de sua filha equivocada, e devido ao seu merecimento, intercedeu a favor de Julinda. Ela empenhou  afetos e esforços para retirar a sua filha dos sítios expiatórios, levando para uma colônia socorrista onde seria preparada para reencarnar como sua filha. Porém, os momentos de dor que passou e os graves delitos que havia cometido permaneciam impregnados sem seu perispírito.
 Juvêncio se sensibilizou aos apelos da amiga e ao estado da enferma, e uniu-se a Angélica para receber Julinda. Ele possuía uma excelente folha de serviços, aos enfermos na Terra, em existências anteriores, ao lado de Angélica. E no plano espiritual eles eram responsáveis por um Nosocômio dedicado ao tratamento de graves ulcerações periespirituais, em suicidas diretos e naqueles que dilaceraram o corpo, por excessos criminosos. 
Uma reencarnação sempre resulta de um trabalho cuidadoso, seguindo as diretrizes superiores. É grande o número de encarnados e desencarnados envolvidos no processo. Porém, as paixões inferiores ainda presente nos Espíritos, que ainda lutam pouco para atingir o êxito, põem a perder, não raro, todo esse trabalho, complicando a própria situação. 

"Aqueles que se consideram e se afirmam abandonados pelo Senhor, invariavelmente refletem a ignorância ou a ingratidão que os intumesce com o vapor venenoso do orgulho." 

Juvêncio nasceu em família com boas condições financeiras, desta forma poderia deixar a esposa e a filha amparadas quando retornasse ao plano espiritual aos quarentas anos, pois não podia interromper, por muito tempo, os seus deveres na esfera que pertencia. Angélica nasceu em família digna e trabalhadora. Eles se casaram quando ela tinha vinte dois anos e ele vinte e sete, nascendo dois anos depois Julinda.
A adaptação no corpo foi dolorosa para Julinda. Na infância tinha insônia, pesadelos e distúrbios de comportamento acentuados. Aos três anos foi diagnosticada disritmia cerebral, resultado dos graves delitos impressos no seu perispírito. Os pais lhe davam amor, orientação religiosa e educação correta para ajudar na sua jornada.  Após a desencarnação de Juvêncio, Angélica acentuou ainda mais a luta contra as más tendências da filha, que já estava na adolescência. Desta forma, ela conseguiu encaminhá-la a um matrimônio digno com um antigo afeto, que viera para partilhar do mecanismo redentor. 
Dr. Bezerra aproximou-se de Angélica e toucou no seu centro cerebral, despertando-a para uma maior percepção. Assim, ela passou a identificar todos que ali estavam. Em  lágrimas, ela agradeceu a presença de Dr. Bezerra. Então, ele falou:

 "Confiemos em Jesus, e entreguemos-Lhe nossos destinos, embora sem paralisarmos as mãos na ociosidade, nem o coração no enregelar dos sentimentos."
 "O Senhor nunca nos abandona. Não desfaleçamos na luta, permanecendo em integral sintonia com Ele."  

Angélica acalmou-se, ficou mais confiante e animada, restaurando a paz. 

Resumo elaborado por Débora Loures - Mantenha os créditos.


5. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

O abortamento provocado sem justa causa é crime grave de que o Espírito, somente a contributo de muita aflição, se predispõe a reparar, facultando que a vítima renteie-lhe ao lado, em renascimento que ocorrerá futuramente, sob densas cargas de ressentimento e amargura.
Enfermidades de largo porte se encarregam de corrigir a atitude mental do delinquente que aborta, a fim de que os tecidos sutis do perispírito se recomponham para porvindouros cometimentos na área da maternidade.
Infecundidade e frigidez, qual ocorre com outros problemas femininos decorrem, naturalmente, da usança irregular da sexualidade em encarnação passada bem como de abortos perpetrados pela irresponsabilidade e requintes de egoísmo, que se fazem gênese de neoplasias malignas, logo depois, ou em processos próximos de renascimentos, que exigem ablação dos órgãos genésicos, quando não arrebatam a vida física de maneira fulminante, maceradora.
Não sendo o autor da vida, o homem dela não pode dispor ao talante das paixões primitivas, sem rude comprometimento para si próprio.
Emprestando elementos que corporificam o ser, torna-se instrumento das Leis da Criação que o honram com a oportunidade de cooperar no processo da evolução, não lhe facultando interrompê-la sem que incida em delito de alta importância.
Por isso que, a sexualidade somente deve ser exercida quando responsável, sob as bênçãos do amor e o amparo da legislação em vigor, representativa, no momento, do grau evolutivo de cada povo.
Em todo renascimento há razões propelentes que conduzem um a outro Espírito, seja pelos automatismos vigentes no Cosmo, seja pelas programações de elaboração cuidadosa, objetivando-se sempre o aperfeiçoamento de cada um, dentro dos impositivos das necessidades que os entrelaçam e seguram.
Desse modo, cada qual renasce, nem sempre onde merece, mas onde os fatores, as condições são- lhe mais propícias para o avanço.
As ingerências precipitadas, nas programáticas das vidas, por este ou aquele motivo redundam, quase sempre, em decepções, desastres ou perturbações que poderiam ser evitados.
Julinda, imatura e desequilibrada, com viciações que a retinham em malhas de obsessões sutis, porque temesse, inconscientemente embora, a presença do antigo companheiro, agora na condição de filho, não tergiversou em interromper-lhe o processo fetal, tombando em fundo fosso de desequilíbrio psíquico.
O Espírito, sentindo-se frustrado e porque anelasse pela ocasião que sabia de incalculável proveito, por ser ainda rebelde, deixou-se comburir pelo ódio, persistindo na vingança injustificável, convertida em luta feroz, com o objetivo de eliminar o corpo da inditosa, para aguardá-la depois do túmulo, onde prosseguem desforços de largo porte...
As altas doses de sonífero, aplicadas na paciente, provocavam-lhe o entorpecimento espiritual, em cujo estado, graças à invigilância a que se entregara, deixava-se arrebatar pelo Espírito, agora, por sua vez, convertido em seu algoz.
Semidesprendida do corpo, ela era conduzida à presença de Entidades perversas residentes no Hospital, que obedeciam ao cruel dirigente do famigerado clã, encarregado de punir os caídos nas teias da alienação mental, como se a Justiça Divina necessitasse de delinquentes para corrigir infratores.
Não obstante, porque padecendo de cegueira da razão e obstinados na crueza dos propósitos inferiores, tornavam-se instrumentos necessários, complicando a própria situação, que deveriam recompor mais tarde...
Quando Julinda foi internada, informantes desencarnados apresentaram a sua ficha com o delito perpetrado ao cruel dirigente espiritual, que se arrogava poderes e domínio sobre os que ali transitavam em ambas as faixas vibratórias: da carne e fora dela.
Tratava-se de antigo sexólatra, que se caracterizara, na Terra, por distúrbios de comportamento, portador de grande perversidade, desencarnado há mais de meio século.
Ao desvencilhar-se do corpo, fora conduzido por comparsas antigos a Núcleos Inferiores, nos quais se adestrara para dar curso aos sentimentos nefastos que possuía, sendo alojado, posteriormente, naquele reduto de dores, verdadeiro purgatório espiritual para os incursos nos Códigos Soberanos da Vida.
Vinculado a outros grupos espirituais infelizes, que se interligam, assumindo posições combativas contra o bem e o amor, que detestam, fazem-se crer forças controladoras do além-túmulo, personificando, iludidos, as mitológicas figuras satânicas residentes nas geenas...
Padecendo de auto-hipnose pelo prolongado período em que cultivam as ideias maléficas, deformam as matrizes perispirituais, assomando diante dos que lhes tombam, inconsequentes nos círculos da aflição, em formas temerosas, horripilantes, com as quais aparvalham as futuras vítimas, acostumadas a imagens mentais perniciosos pelos eitos do remorso que impõe justiça.
Outras vezes, são vítimas de mais vigorosas mentes que submetem, deles utilizam-se para o mesmo indébito fim.
Naquele hospital, Elvídio exercia a administração negativa, atribuindo-se a tarefa de justiçoso, em regime de crueldade.
Visitou a paciente e convocou Ricardo à sua presença, inteirando-se do interesse do abortado e prometendo-lhe cooperação.
Em sucessivas oportunidades, a paciente era levada a simulacros de julgamento pelo crime, quando se tornava ameaçada por aqueles impiedosos, retornando ao corpo, semihebetada pelas drogas, com os tecidos sutis da mente em contínuo comprometimento a caminho da irreversibilidade.
No momento em que visitávamos o seu apartamento, não a tínhamos presente, nem tampouco ao seu sicário.
O nobre Bezerra, depois de auscultar o psiquismo de Julinda e reflexionar por um pouco, concertou o Dr. Figueiredo a respeito de um labor para daí a duas noites, quando seriam tomadas providências para mais cuidadoso atendimento aos incursos no drama ali apresentado.
Ele próprio aplicou recursos magnéticos na obsidiada, fazendo a dispersão dos fluídos tóxicos que a asfixiavam, mediante movimentos longitudinais, rítmicos, logo após insuflando energias restauradoras de forças.
Todo o Amigo Espiritual, ante a prece espontânea que lhe brotou do coração nos lábios e durante a aplicação do passe aureolou-se de opalina claridade, que se irradiava da região do epigástrio, qual tivesse uma estrela fulgurante entre os hipocôndrios.
A energia que lhe escorria dos dedos venceu as resistências da carapaça de sombras que envolvia a doente, que estorcegou, atingida pelas ondas vibratórias que a alcançavam, para logo depois acalmar-se.
O corpo relaxou os músculos antes retesados e vimos, repentinamente, Julinda-Espírito ser atraída e tombar, adormecida, no casulo carnal.
Ela terá um sono reparador - esclareceu, gentil - pela primeira vez desde o delito, momentaneamente liberada da agressão de Ricardo.

   "Os fluidos salutares decorrentes da oração e do amor fraterno de todos nós, anestesiar-lhe-ão os centros psíquicos, de alguma forma atenuando a aflição que a golpeia, contínua. O Senhor não deseja a punição do infrator, mas sua reeducação com vitória sobre a infração. Como os impositivos da vida são amor e justiça, a misericórdia e a caridade jamais se afastam dos que necessitam de renovação e paz, sem que as suas vítimas fiquem em esquecimento. Surge o auxílio ao delinquente com concomitante socorro ao defraudado. Logo Ricardo será também auxiliado, quando se iniciem os labores em favor de ambos."

   Voltando-se para a genitora comovida, asserenou-a, esclarecendo: O amor, em qualquer expressão, é bênção de Deus, vitalizando o mundo. O de mãe, todavia, em razão das energias superiores de que se reveste, é portador de mais forças, encontrando ressonância no Amor de Deus, Nosso Pai, que rege a vida em todas as suas dimensões.

   "Agora, tranquilize-se, irmã Angélica, aguardando o futuro e prosseguindo, confiante, nas suas orações e atividades de amor ao próximo. O bem nunca falha." 

Depois de breve pausa, esclareceu: Temos de ir-nos. Há serviço de urgência aguardando por nós.
Os espíritos amigos se despediram do Dr. Figueiredo e da senhora Angélica sob o compromisso de retornarmos em próximos dias.

Resumo elaborado por Ana Cecília Santos - Mantenha os créditos.

REFLEXÕES:
A fé;
Vigiai e Orai;
A cada um segundo seus méritos;
O coração que sente e a mente que emite: a oração!!!

- Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? (LE - Questão 459).  
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.
- Os espíritos irão operar através dos centros cerebrais, onde residem a linguagem, a sensibilidade, a memória e a percepção. (André  Luiz) 
- Devemos mudar  a sintonia mental para ocorrer  à cura. De uma forma ou de outra, a obsessão conduz a pessoa a quedas morais, pois  suas estruturas mentais e o seu pensamento são continuamente submetidos a influências perniciosas, próprias ou estranhas, que produzem, em consequência, atordoamento, do raciocínio, da ideação,  das emoções e  dos sentidos como pondera Emmanuel. (Seara dos Médiuns).

- Mentes comungam com mentes que se lhes assemelham. Espíritos sintonizam com espíritos que lhes são afins.

ESTAMOS DE VOLTA!

Olá amigo de ideal espírita, depois de um período, retornamos com nosso estudo de livros espíritas. Agora em novo formato e muito mais inter...