sábado, 24 de março de 2018

Nas Fronteiras da Loucura - Sexta Parte


NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA

Data da reunião: 21/03/2018


26. CONSIDERAÇÕES E PREPARATIVOS
Após o choque anímico do primeiro atendimento à Ricardo, este passou a ter sensações mais agradáveis. No momento em que recebeu os fluidos salutares de Jonas, experimentou uma rápida desintoxicação, que modificou a densa psicosfera em que se encontrava.
Há muito tempo não experimentava tais sensações agradáveis... a hostilidade contra Julinda, a esperança do retorno ao plano físico e a decepção causada pelo aborto provocado geraram choques violentos, perturbando-o imensamente.
“Habituava-se à alimentação, igualmente venenosa, que absorvia da sua hospedeira na ultriz(vingadora) obsessão. Acompanhara-a, desde cedo, e maltratara-a, perturbando-lhe o equilíbrio por largos anos.”
Os méritos espirituais e o amor de D. Angélica, tanto quanto a ternura e afeição de Roberto, o marido, formaram uma proteção fluídica que detinham os dardos mentais do adversário invisível.
Ricardo ainda perturbado temia perder a presa e retorna ao apartamento de Julinda, no hospital. Percebeu que ninguém é bom juiz em causa própria, tampouco é senhor absoluto do próprio destino...
A revolta do obsessor era porque Julinda e ele, estavam recebendo Divino Auxilio da Espiritualidade Superior, e não da forma que ele gostaria.
Pensava que ainda ouviria Elvídio e combinariam novo plano, mas sentia-se tão cansado.
O choque anímico decorrente da psicofonia controlada, fez com que entrasse em sono profundo, de reminiscências desagradáveis impressas no períspirito, devido a descontrole de paixões inferiores.
Revivia, naquele momento, acontecimentos pretéritos, trazendo clichês mentais há muito arquivados. Mas tudo isto fora previsto pelo Benfeitor a fim de se produzir uma purificação inconsciente, para a futura libertação psicoterápica.
Ao término da sessão mediúnica para os encarnados, os Espíritos permaneceram trabalhando em suas áreas de ação: equipes encaminhavam os que foram socorridos ao Subposto de emergência, a fim de tratá-los nas Colônias de socorro próximas da Crosta.
Manoel Philomeno observa que no decorrer das horas, a Instituição Espírita era visitada por pessoas de ambos os lados da vida, que vinham receber atendimento, apresentar solicitações e servir.
“Realmente, o sono fisiológico, facultando o parcial desprendimento do Espírito, não deixa de ser um exercício para a desencarnação.”
Poucos os encarnados que recordariam das atividades desenvolvidas naquele período de “morte da consciência cerebral”.
Pouco depois da meia noite Philomeno observa Jonas, o médium, chegar à Instituição, assistido por Genézio, que o fora buscar, facilitando o seu deslocamento.
Jonas era médium dedicado e abnegado, vivenciava a Doutrina Espírita. Aos 45 anos, o médium esplendia juventude física, sem mostrar desgaste ou cansaço na máquina fisiológica.
“Transpirava paz no semblante jovial, sem contrações deformantes, ao mesmo tempo denotando madureza e responsabilidade.”
Miranda percebeu que ele não era casado, nem tinha filhos e não demonstrava interesse maior em compromissos matrimoniais, desta forma apresentava-se mais livre e despreocupado.
Genézio esclareceu que Jonas reencarnara com graves compromissos no campo da afetividade, relativo a experiências passadas.
O sexo é departamento divino, devemos utiliza-lo com objetivos de elevação, da mesma forma toda nossa organização fisiológica deveria ser utilizada para a nossa evolução e não queda.
“Bem poucos, temos sabido valorizar a sexualidade com o respeito e a compreensão que merece. Não poucas vezes, temos derrapado, lamentavelmente, no exercício das funções genésicas, transformando-lhes o uso enobrecido em abuso degradante...”
Jonas vem de experiências, recentes, no sacerdócio católico, mas apesar do grande amor por Jesus, não conseguia superar sua viciação na área sexual; duas vezes reencarnou com o compromisso de servir, para elevar-se moralmente. Poderia ter formado família, porém decidiu eleger-se ao celibato religioso, disciplinando-se na castidade... Mas suas imperfeições pretéritas eram muito fortes e negativas e, sucumbia as viciações sexuais. Ele não possuía força moral suficiente para assumir a responsabilidade que lhe competia, consorciando-se, como seria o normal, deixou-se levar de erro a erro, piorando cada vez mais a sua situação.
“Despertando, em definitivo, no último retorno, e inteirando-se das bênçãos que ‘O Consolador’ esparzia, na Terra, rogou treinamento e oportunidade para volver, em serviço de redenção, na mediunidade espírita. Portador de outros títulos de enobrecimento, foi encaminhado a reencarnação sob recomendações especiais para manutenção do EQUILÍBRIO, a DISCIPLINA DA VONTADE e a CORREÇÃO DA CONDUTA...”
Naquele momento Jonas recebia instruções do Dr. Bezerra para a continuação dos trabalhos...
E Genézio concluiu: “Jonas solicitou a provação da soledade (solidão), a fim de SUPERAR-SE. Desejou fazer-se eunuco, conforme o conceito evangélico... É certo que um matrimônio digno, em que a comunhão pela sexualidade não se tresvaira, não deixa de ser uma união casta, pela superior conduta que os cônjuges se facultam. Ele, porém, desejava a superação dos antigos condicionamentos, renascendo para uma oportunidade nova e definitiva de crescimento íntimo.”
Começou seu treinamento mediúnico na erraticidade experimentando os aguilhões que o levariam ao exercício do dever reto.
“A Terra é o campo de lutas e de aprendizagem, no qual a dor exerce função significativa.”
“O terreno do progresso está assinalado pelas dificuldades e os problemas se multiplicam a cada passo.”
Jonas tem recebido agressões de todos os lados: adversários do bem, adversários pretéritos espirituais que perseguem-no através de encarnados invigilantes, em tentativas infrutíferas de perturbação e queda.
“Almas queridas se acercam, restabelecem-se os vínculos da afeição, que ele vai transformando, ao largo do tempo, em amor fraternal, trabalhando os próprios sentimentos com SILÊNCIO E RENÚNCIA, assistência aos que sofrem e orações, exercitando a vigilância e a alegria de viver...”
Jonas, por esforçar-se no bem, sendo um fiel servidor de Cristo, granjeia amigos espirituais; simpatizando consigo o auxiliam sempre, em todos os momentos.
“Ninguém transita numa praça de guerra em pleno combate sem sofrer, ao menos a perturbação da fuzilaria alucinante, quando não se torna vítima de projéteis certeiros ou petardos danosos. Nesse clima, porém revelam-se os verdadeiros heróis.”
Bezerra convida Philomeno para se informar do que ocorrerá no atendimento de Ricardo e Julinda, relativo a problemática obsessiva, que exige cuidados especiais, verificando-se que foi estabelecido um vínculo fluídico entre Jonas e Ricardo, no momento da psicofonia. Naquela noite, o atendimento espiritual, no momento do sono físico de Jonas, seria mais profundo e indispensável. Ricardo, impregnado com os fluidos energéticos de Jonas, dorme, o que facilitará o processo de terapia desobsessiva.
Desta forma, Bezerra e seus assistentes retornaram ao apartamento de Julinda, no hospital psiquiátrico. Dr. Artur Figueiredo também participaria das atividades, da mesma forma que o pai de Julinda, Juvêncio, a mãe Angélica e o marido Roberto.
Os colaboradores de Elvídio que guardavam o apartamento nem notaram a presença dos Benfeitores; Julinda repousava prostrada sob efeito de fortes medicamentos.
Ricardo estava agitado, ainda pelo choque anímico... mas com a fluidoterapia de Bezerra tranquilizou-se entrando em sono profundo.
Retornaram todos à Instituição sob uma cortina vibratória que os tornava invisíveis aos guardas de Elvídio.
Na ausência do grupo, Genézio e outros cooperadores preparavam a reunião, através de leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, consolidando o ambiente psiquicamente, para recebe-los e iniciar a tarefa de desobsessão.
Os pacientes, Julinda e Ricardo, e Angélica e Roberto, não perceberam no momento o que acontecia.
Bezerra esclarece que aquele trabalho poderia ser executado durante as atividades habituais da Casa Espírita, com a participação dos trabalhadores da mediunidade, mas diante da necessidade de irem as causas mais profundas daquela problemática obsessiva, acreditavam ser melhor não utilizar os trabalhadores em vigília, pelo fato da excessiva distração dos encarnados, do cansaço que os toma, inclusive ao sono que se entregam sem o desejarem.
O Benfeitor nos informa da invigilância dos trabalhadores da mediunidade, onde se deixam levar pelo torpor mental, que os induz a sonolência. Tombam por desinteresse da tarefa, estabelecendo ligações com mentes perversas que os bloqueiam impedindo-os de aprender e servir e, muitas vezes atrapalham os trabalhos de socorro.
Bezerra ainda esclarece da responsabilidade do trabalhador, consciente da significação daquele labor espiritual, manterem-se atentos e vigilantes; descansando fisicamente e mentalmente um dia antes da reuniões mediúnicas.
Miranda prestava atenção nos companheiros que fariam parte daquele atendimento, estavam relativamente lúcidos, não obstante as limitações naturais em experiências no desbobramento físico.
Dr. Bezerra esclarece que estão diante de um grupo mediúnico de desobsessão, portador de qualidades superiores graças ao conhecimento espírita de que os seus membros se fazem possuidores, da mesma forma sua dedicação ao bem.
O Mentor ainda nos diz que devemos ter muito cuidado com nossos pensamentos, porque depois das reuniões dedicadas ao serviço de amor e caridade, nós nos deslocamos mentalmente aos pensamentos desagradáveis, somos absorvidos por outras áreas de interesse e ficamos invigilantes.
Assim, são poucos os trabalhadores que podem ser utilizados em serviço de tal porte, durante o desdobramento do sono físico.
A televisão traz as nossas casas, altas cargas de informações deletérias, com mensagens negativas. Quando desligadas, nem sempre o telespectador se desliga daquelas informações e, durante o sono, agita-se podendo trazer sérios distúrbios ao seu equilíbrio e a paz pessoal.
“Seria ideal que os cooperadores encarnados, após o encerramento dos trabalhos mediúnicos se mantivessem, quanto possível, no clima psíquico que fruíram durante a reunião, meditando no que ouviram, digerindo mentalmente melhor as comunicações, incorporando aos hábitos as lições recebidas, orando... Tal atitude, que lhes será sempre de alto alcance positivo, ajudar-nos-á a contribuir para que se melhorem moralmente por prosseguirem em ação edificante e aprendizagem, no desdobramento que os compromissos espirituais a todos facultam.”
Bezerra profere a prece de abertura para o início dos trabalhos.
27. MERGULHO NO PASSADO
Todos estavam concentrados no propósito superior de auxílio naquela problemática obsessiva, algo inverso da visão imediatista das criaturas encarnadas.
Para o grupo o drama mais dolorido era o de Ricardo, que fora martirizado por consecutivas aflições e desconforto. Ele padecia da loucura vingativa e necessitava de atendimento urgente.
Ele e Julinda estavam colhendo exatamente o que semearam; para libertar Julinda era necessário libertar primeiro Ricardo.
O Mentor, com uma oração ungida de amor, transfigurou-se e esclareceu todo o grupo quanto as finalidades especiais daquele trabalho.
Alertou da necessidade de:
·         Controlar nossos pensamentos e não julgar antecipadamente;
·         Sempre guardar uma postura íntima de piedade cristã em relação ao próximo;
·         Quando o amor sem fronteiras nos comanda o raciocínio, sempre acertamos no bem.
“Todos somos necessitados do auxílio do Senhor, seja qual for a faixa evolutiva em que transitemos. Desse modo, auxiliemos!”
Bezerra aplica passes em Julinda, dispersando de seu períspirito fluidos pesados e substancias antidepressivas que a anestesiavam, mantendo-a em sono profundo. Juvêncio realizava o mesmo processo em Angélica, que despertou quase de imediato.
A viúva despertou e tentou descobrir onde estava, quase lúcida identificou o marido desencarnado, que a abraçou com ternura e a informou que estavam reunidos naquele momento por conta de suas preces, com o propósito de socorrer a filhinha querida.
E que aquele que perturba Julinda, merece o igual afeto de que é dedicado a ela... “acautelemo-nos contra o favoritismo pessoal em detrimento da afeição generalizada...”
Roberto também fora despertado para participar da sessão. Ele acordou lentamente, sem saber onde estava. Identificou a sogra com certa dificuldade e fora apresentado ao sogro, pois não o conhecera no plano físico.
As qualidades morais positivas daqueles encarnados favoreciam com o equilíbrio necessário para aquela atividade.
Julinda despertou muito perturbada, com fixações mentais negativas que assumiam o caráter de pavor! Pensou que Bezerra fosse um severo juiz!
Em pranto rogava o perdão, como se estivesse sendo julgada (era a sua consciência!).
Com passes na região coronária e no epigástrio, a envolveu com energias positivas, deixando-a tranquila e abstraída do ambiente e dos que lá estavam.
Agora era a vez de Ricardo despertar! Ainda agitado, mas consciente que estava sob controle, começou a ameaçar o grupo. Um misto de sentimentos o dominavam: revolta, decepção, mágoa, desespero e desejo de vingança.
Intitulou-se vítima e queria fazer a sua justiça!
Bezerra em silêncio, mantinha-o sob ação psíquica, não controlava suas palavras, mas impedia-o de atitudes precipitadas ou inconvenientes.
O Benfeitor falou-lhe com serenidade:
“Somos todos vítimas...de nós próprios. Os nossos mapas de ação apontam mais rumos infelizes do que roteiros de acerto.”
O ódio maltrata aquele que o gera e a vingança é algoz oculto que vence quem a cultiva e estima.
Bezerra o convida a estudarem juntos as causas dos males que o afetam, assim como os desafetos e buscar soluções para a felicitação de todos.
O Mentor esclarece que todos estamos em constante aprendizado para evolução e, que desejam apenas auxiliá-lo e ampará-lo, no propósito da paz e edificação da felicidade geral.
Ricardo recebia os fluidos psíquicos do Mentor e aquietou-se, mas com o semblante de rancor e sofrimento.
Jonas sentou-se numa cadeira isolada, a frente de um semicírculo e colou-se em atitude de concentração profunda.
Entram na sala dois cooperadores, trazendo numa maca um espírito desesperado, com forma perispiritual gravemente afetada, com caracteres simiescos, similares com um chimpanzé.
O médium sentiu um certo mal-estar por conta do desequilíbrio psíquico da Entidade, que emanava cargas escuras de seu períspirito.
Através da sintonia fluída, houve o magnetismo e a transfiguração atormentada, através do médium, que retratava fielmente o que o Espírito experimentava.
Era a oportunidade de amenizar as aflições daquele irmão sofredor.
O períspirito de Jonas, através da transfiguração, passou a apresentar os caracteres deformados; era uma cena constrangedora, na sua exteriorização grotesca.
Identificaram a zoantropia (é o fenômeno em que espíritos desencarnados devotados ao mal se tornam visíveis aos homens sob formas de animais) num Espírito que veio de uma encarnação masculina.
“Os olhos avermelhados, miúdos, moviam-se nas órbitas da organização mediúnica, e os braços alongados, balouçavam em movimentos desordenados. A boca larga, descomunal, numa face típica dos macacos, babava, denotando estado avançado de ferocidade.”
Julinda e os demais de seu grupo familiar não percebiam a ocorrência. Mas Ricardo estampava na face o semblante do horror!
Bezerra exalava amor, agia com calma e segurança, para que a comunicação ocorresse sem danos para o trabalhador encarnado, portador de grandes qualidades de sacrifício pessoal.
A transfiguração estava completa, não se sabia se Jonas se acoplara ou se fora o inverso. O Mentor apiedado falou: Seja bem-vindo irmão querido, seu martírio começa a diminuir...anunciando-se próximo o seu termo.
A Entidade que perdera a faculdade da palavra registrou o pensamento, mas não entendeu a frase...sentiu uma enorme angústia.
E o Mentor continua: Os longos anos de sofrimentos cessam e ressurges como o dia em triunfo...após a noite densa.
Bezerra fala ao sofredor que a misericórdia divina alcança a todos, mesmo quando nos envolvemos no abismo do ódio irracional. Foi o que acontecera com ele!
“Hoje iremos recordar, pela última vez, toda a tua tragédia, a fim de que a esqueças, abençoando-a com o perdão.”
O Espírito reagiu com a fúria e desconcerto inicial, contido pelo psiquismo do médium e pelo controle mental de Bezerra.
Concentrado na ideia de ódio, que fora o agente daquela situação dolorosa, por longos anos, deformou o próprio períspirito conforme a aspiração íntima que acalentava.
“O desejo irrefreável de vingança, a alucinação decorrente da sede de desforço não logrado respondiam pelo auto -supliciamento que ele a si mesmo se impusera.”
A troca de fluidos perispirituais, naquela manifestação mediúnica, de Jonas e da Entidade, onde os seus períspiritos se afinizaram, fizeram com que o períspirito do sofredor se remodelasse, preparando-o para a próxima reencarnação e, equilibrava as suas reações.
“(...)Nesta nova oportunidade, o perdão substitui o ódio e o amor sobrepõe-se a vingança.”
Bezerra esclarece que quem o feriu também sofre, e sem paz, vive na loucura, cobrando outros e acreditando-se vítima.
“Chega o momento de interromper-se a cadeia sucessória da loucura que odeia e malsina.”
“A vida é amor...”
A Entidade de olhos avermelhados estava colérica!
Os participantes da equipe estavam em perfeita comunhão mental de propósitos e irradiavam amor e ternura, simpatia e piedade.
Ricardo disse que iria retirar-se e Bezerra sinalizou para que os cooperadores ficassem atrás dele, em suas costas, vigilantes.
Ao som da voz de Ricardo, o comunicante ergueu o médium e olhou para todos até que pudesse identificar quem falava.
Era um exemplo de transfiguração tormentosa, porquanto o médium ‘desaparecera’ para dar lugar a Entidade.
Miranda alerta que se o grupo não estivesse preparado para a cena rude, proporcionaria pavor e repulsa.
Era um irmão, que pelo excesso de desespero, desfigurou-se assumindo uma forma perispirítica dantesca.
A flechada de ódio da Entidade chegou até Ricardo, mas Bezerra controlava todo o ambiente.
“Que tem esse animal contra mim?” Perguntou Ricardo.
Bezerra esclarece que aquele animal, era um irmão que fora vítima de suas ações maléficas, em passado não muito distante...
Ele que se acreditava vítima de Julinda, esquecia das pessoas que havia deixado tombadas pelo caminho.
“Não tenho relacionamento com bichos, especialmente com esses que se entregam aos Falcões(*) ...recordo-me somente do mal que me fizeram.”
Bezerra diz a ele que quem prejudicou sempre esquece a dor do prejudicado. Mas o vínculo do sentimento, seja ele bom ou ruim, jamais cessa.
O Benfeitor disse que não está na posição de juiz, é um companheiro de luta, em nome da fraternidade para o exercício do amor, conforme os ensinamentos do Cristo.
Ainda diz a Ricardo que ele não poderá fugir da verdade nem da justiça; quer justiça para Julinda, mas foge das suas próprias dívidas.
“Este é o teu momento na estrada de Damasco da tua redenção. Qual Saulo, invigilante e enlouquecido, defrontas Jesus, simbolizado no amor, que deve renascer em ti mesmo, para a glória do teu bem e da tua paz.”
Nesse momento, através do psiquismo de Bezerra, Ricardo mergulha nas lembranças pretéritas...
O irmão zoantropiado era assistido por Genézio e outros dois cooperadores.
Julinda era amparada por Juvêncio e Angélica, que orava fervorosamente. Angélica, habituada à oração, facilmente preservava a paz, sintonizando com faixas elevadas da vida.
O Mentor continuou com a indução hipnótica... Bezerra propôs que recordassem os primeiros dias de julho de 1722, em Goiás (atual) a busca pelo ouro e pedras preciosas, alucina os homens gananciosos, ávidos em fazer fortuna...
Era um dia frio e úmido na fazenda do Sr. Antônio José Taborda da Silva... ele iria a uma excursão em busca de riquezas e levaria dois escravos, um casal, homem forte e uma mulher, os três filhinhos dos escravos ficariam órfãos de pais vivos... seus pais tinham os corações estrangulados pela dor.
Manoel, o escravo, suplicou ao amo, que a companheira ficasse e ele trabalharia em dobro; era jovem e sadio para suportar a excursão, mas a esposa...
O senhor, muito orgulhoso e frio, irritou-se pela ousadia do escravo; manda supliciá-lo, ordena que Manuel receba chibatadas por desobediência.
Ato continuo, Ricardo, em transe, começa a assumir a personalidade arquivada no passado, com todas as suas imperfeições. Exibia, agora, um aspecto dominador e apaixonado.
Bezerra sugeriu: “Não ouves, Sr. Antônio José, os lamentos e blasfêmias do seviciado?” Dor e mágoa não te sensibilizaram...
A companheira suplica pela vida de Manuel, ajoelhada aos pés de Antônio José, roga misericórdia e compaixão.
Ricardo denota desconforto ante as lembranças e diz: “Eu tenho direito sobre suas vidas. Comprei-as. Escravo não é gente...”
O Benfeitor afirma que ele está equivocado, somos todos filhos de Deus, em igualdade de condições. A escravidão é um processo nefasto e os que a promovem responderão as Leis.
Antônio José tinha uma obsessão pela escrava e queria submete-la aos seus caprichos masculinos; a jovem percebendo a situação o evitava, mas com o esposo a morrer, desesperada, suplica por misericórdia ao senhor dos escravos e ele tenta subjuga-la aos seus prazeres inferiores.
Antônio José desencadeou uma longa tragédia que se arrastava por muitos e muitos anos, até aquele momento.
“A tua escrava, ali se encontrava sob a imposição de um resgate imperioso, cuja dívida adquirida na civilizada e preconceituosa Inglaterra, de anos antes... Renascera em terras da África, programada pela Consciência Divina, para recuperar-se, no Brasil Colônia, na condição de apátrida, sem direitos, aprendendo a amar a carne alheia ao lado da sua, sofrendo para sublimar-se.”
A tua insânia precipitou-lhe o crescimento, enquanto te afundaste no fosso da delinquência.”
“Surpreendido pela tua senhora, desconsiderada, face aos teus desmandos, mais se abriu o abismo entre ti e ela.”
Maria Joaquina era esposa de Antônio José, nunca esqueceu as ofensas e humilhações, repletas de dores silenciosas que permaneceriam por séculos...
Joana dos Santos, a escrava, retornou a senzala e aguardou apavorada o nascer do dia... o marido morreu exposto ao tempo, pelos excessos da surra com a chibata.
Antônio José não se comoveu com a tragédia, pensava somente na viagem e que levaria Joana consigo, para satisfazer seus desejos.
Porém, o destino traz sempre surpresas: Joana enlouquece por conta da dor, do medo, do sofrimento... Maria Joaquina, se apieda da vítima e a socorre com a sua compaixão, que se converte em CARIDADE.
Passados 150 anos, estavam rememorando agora, o ano de 1872, aquele grupo reencarna na Terra. Manuel, o escravo que sucumbiu pelos maus tratos de Antônio José/Ricardo, agora era seu irmão, com a finalidade de que o amor entre irmãos vencesse os sentimentos inferiores que ambos guardavam na alma.
Maria Joaquina, agora seria a “pretendida” do irmão –intimamente ambos se detestavam - de Ricardo. Ao revê-la, a consciência culpada impôs-lhe a necessidade de recupera-la; mas a vítima do passado, Joaquina, não correspondeu ao seu afeto.
O irmão era o obstáculo entre ele e a sua diva e planejava tirar aquele obstáculo do caminho!
Ricardo tenta se defender... Bezerra diz que novamente ele falseia a verdade e interfere nas Leis:
“O ex - escravo reencarnara para abençoar a protetora de sua viúva antes desvairada, que ora retornou na condição de mãe de Maria Joaquina, que já se lhe vinculava desde muito antes.”
Bezerra de Menezes esclarece que esse grupo de espíritos estão vinculados e reencarnam juntos há muitos séculos... “Os laços que atam os Espíritos uns aos outros, não se rompem com facilidade, seja na animosidade ou no afeto. Enquanto não luz o amor, pairando soberano, o círculo das reencarnações se estreita em torno dos que se interdependem para evolver.”
Ricardo organizou uma caçada e a vítima escolhida era o irmão!
O irmão fora perfurado por uma carga de chumbo e, antes de morrer jurou vingança. Foi nesse estado de ódio que caiu no processo que agora se encontra, os sentimentos de vingança enlouqueceram-no, vencido pela fúria tombou numa região de profundo desespero, num abismo, sentiu-se como um animal... “Ei-lo diante de ti... Fita-o!” disse Bezerra!
“Esse animal é o nosso pobre irmão, a quem, por duas vezes seguidas, roubaste a vida física...”
Ricardo fica chocado com as revelações psíquicas do século XIX, o horror substituiu a máscara de ira e desprezo!
QUEM É A VÍTIMA E QUEM É O ALGOZ?
Bezerra avança no tempo... Lavínia/Maria Joaquina se casa com Ricardo, apesar da aversão da mãe de Lavínia/Joana dos Santos, pelo noivo.
O casamento fora um fracasso, ela jamais o amou... Alfredo, o irmão, ainda era presente na memória da jovem; ele tinha ciúmes e, embriagado confessou à esposa que matara o seu antigo preterido.
Lavínia não superou aquela traição, sobrepôs o perdão a profunda mágoa e, sintonizou-se com Alfredo desencarnado, iniciava-se o pensamento de vingança.
Numa noite, Ricardo dormia completamente entorpecido pelo excesso de álcool; Lavínia, semidominada por Alfredo, o asfixia com uma almofada de plumas, aplicada em seu rosto.
Não houve testemunhas, senão a consciência de ambos e da Entidades desencarnadas naquele momento. (NADA FICA IMPUNE NA NOSSA VIDA!)
Julinda, que experimentava, também, a indução hipnótica, começa a gritar que odeia Ricardo e que o mataria mil vezes!!! Afirma que ele sempre a desgraçou e não o teria como filho em seu ventre!
A jovem estava transtornada!
Alfredo debatia-se no médium!
Angélica, assumindo o psiquismo da mãe de Lavínia, abraça a filha daquelas duas últimas encarnações.
Bezerra controla a situação e fala a Julinda que o ex-esposo precisa recomeçar, mas só o amor de mãe e o sentimento de filho poderão modificar os sentimentos de ambos, nessa situação que dura anos, sem necessidade.
Os dois se infelicitaram, mas a JUSTIÇA sempre se realiza, não conforme nossos planos; faz-se necessário que alguém perdoe para quebrar o ciclo vicioso das imperfeições e ocorra o recomeço da marcha do progresso, na busca da paz.
Bezerra diz que ela é amada por Roberto, que caminha com ela em longas existências planetárias, veio para socorre-la. Dona Angélica a amparou como mãe nas duas últimas encarnações, porque ela também a amparou quando fora escrava enlouquecida.
O senhor Juvêncio, que acompanhava Joana dos Santos/Angélica, na sua redenção, por gratidão ao carinho que deu a escrava, tomou-lhe como filha.
“Este é o momento de todos nós. O Senhor faculta-nos a hora de iluminação. Aproveitamo-la.”
Julinda modificou seus sentimentos, da revolta para as lágrimas, informando que tinha medo da responsabilidade de ser mãe de Ricardo.
Bezerra diz que a proteção Divina nunca falha, que ela confie!
“Ricardo deverá voltar, a fim de que todos se libertem do mal que os vem vitimando.”
Concede-lhe redenção para obter a benção da paz!
O Mentor diz que o gesto dela também auxiliará Alfredo: “O amor é luz que suplanta toda sombra, e medicamento para todos os males.”
As palavras de Bezerra penetravam na alma de Julinda, a jovem sentia o amor do Benfeitor envolvendo-a em doces vibrações.
No entanto, ela não podia nem devia ver Alfredo, na situação em que se encontrava. Ela pergunta por ele, Bezerra diz apenas que ele está com o grupo, porém enfermo, e que também necessita recomeçar através da reencarnação.
“Temos pensado que ele deverá volver através de ti e de Roberto, na condição de irmão de Ricardo para que, sob a tua, a ternura do esposo e a de D. Angélica todos cresçam para o bem...”
“O Senhor espera muito por ti... Sabemos que não é uma empresa fácil para o teu coração. Todavia, estes não têm sido dias de paz, senão de infinitas amarguras e receios, quando te encontras nas fronteiras da loucura...”
Angélica compreende o olhar de Bezerra e diz a filha: “Ajuda-os como me auxiliaste um dia. Socorrendo-me, no desvario em que me encontrava, proporcionando-me a libertação de velhas dívidas que cometêramos antes. A pobre Joana dos Santos, escrava e doente, recebeu de teu coração amor e piedade, que não podes recusar ao Sr. Antônio José, o algoz, nem a Manuel, o escravo que me foi companheiro, e agora os desejo para netos... Seremos uma família feliz.”
Roberto emocionado abraça Julinda e pede que ela aceite, pois o lar ficaria mais risonho e feliz, ele queria ter a felicidade de ser pai.
A emoção domina todos e Julinda aceita a benção da maternidade, mas pede a Jesus e Dr. Bezerra que não a abandonem!
Foram aplicados passes renovadores e a enferma voltou a dormir.
A psicosfera do ambiente era de paz, uma enorme vibração de amor que procedia da Esfera Mais Alta, todos receberam essa energia.
Ricardo silencioso meditava, Manuel acalmara-se, através de seus olhos brilhantes, encharcados pelas lágrimas, percebia-se seu entendimento e lucidez a respeito do que se passara.
Porém, a tarefa ainda não estava concluída.
 Resumo elaborado por Maria Fernanda Ribeiro. Favor manter os créditos.
(*) Os Falcões são um grupo de Entidades perversas, que trabalham mediante hipnose profunda, agindo nos centros perispiríticos, de modo a completar os fenômenos de zoantropia psíquica dos que lhes caem nas garras, vitimados pelo ódio. Constituem uma organização que se dedica à prática do mal, usurpando os códigos da Justiça, de que se dizem instrumentos, vampirizando as energias das suas vítimas, enquanto essas o fazem dos seus desafetos... Demoram-se em Regiões do infinito sofrimento onde, não obstante sem que o queiram, a luz da misericórdia do amor, qual ocorrera com o paciente ali em comunicação, resgatado por diligentes especialistas nesse tipo de socorro, vinculados ao trabalho do incansável Dr. Bezerra de Menezes. (Nota do Autor Espiritual)





NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA - Quinta Parte


NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA - Quinta Parte
Data da Reunião: 28/02/2018
21. ROGATIVA / SOCORRO
O espírito de Manuel Trindade ao desencarnar, depois da fase de perturbação, descobriu toda a trama associada ao rapto da filha, inclusive a sua morte.

Quando Noemi desencarnou, não foi encontrada por Manuel, mas pela esposa traída,  a quem estimulará o marido a matar, sofrendo por muitos anos.

O irmão Artur recebeu Noemi como filha e, a esposa traída como companheira e mãe de Noemi, a fim de que o amor maternal vencesse o ódio.
"Todo desequilíbrio resulta de uma ação que logo será refeita, preservando a ordem, a harmonia que predomina em tudo".

Após o esclarecimento, o Benfeitor recebeu a informação do Departamento de Comunicações que havia chegado orações com pedido de emergência de uma jovem que corria risco de sofrer abuso sexual.

O grupo acompanhado de Dr. Bezerra, em com o pensamento no Cristo, deslocaram-se para o local.

A jovem tentava se libertar dos jovens agressores, ao seu lado uma Entidade a ajudava dando-lhe forças. Sob a imantada mental, os agressores afrouxaram os braços e a jovem, aos prantos, levantou-se.
O Benfeitor entrou em sintonia com o motorista de uma patrulha próxima. Rapidamente a sirene anunciou a passagem, o que fez com que os malfeitores, apesar de tentarem fugir, fossem capturados.

A jovem não quis prestar queixa e foi encaminhada a um posto de saúde, onde foi medicada e depois conduzida ao lar, acompanhada do seu gentil protetor espiritual.
Aos policiais explicou que fora apenas um susto, inspirada, convenceu-os que tudo estava bem. De qualquer forma, os rapazes ficariam durante o carnaval em cárcere, para evitar novas vítimas. 

O motorista comentou com os colegas que nunca passava por aquela via, porém ouviu uma voz vigorosa: "Venha aqui" e ele obedeceu.

O protetor espiritual da moça contou ao grupo que ela tinha ido confortar uma idosa solitária, que lhe recebia ajuda financeira e espiritual. Apesar de saber os perigos de ir desacompanhada, orou e foi ao auxílio da amiga. Ao retornar para a sua casa já era tarde, sendo espírita, orava para que tudo ocorresse bem, quando foi abordada pelos rapazes.
Então, Manoel de Miranda questionou como que aquilo aconteceu, já que ela estava fazendo caridade e em oração. 

O Benfeitor falou que a oração nos imuniza contra o mal e nos dá força para suporta-lo, mas não impede que passassem por adversidades necessárias para a nossa evolução. 
A irmã que já caminhava na seara do bem e sempre estava em oração recebeu a ajuda necessária. O que ocorreu foi devido à débitos cometidos na área da sexualidade e da prepotência que causaram dor naqueles afetados por ela. A aflição que ela passou anulou futuros sofrimentos.

Consciente de ter que passar por aprovações, dispõe-se a renovação pelo amor e pelo trabalho edificante. Desta forma, teve méritos para mudar essa prova na atual existência.

A sua prece sincera e a conduta reta, permitiu que ela fosse assistida pelo seu protetor e auxiliada por nós. ..."num momento de provação bem suportada, graças aos valores que já lhe pesam positivamente, liberou-se de largos testemunhos de dor e sombra no futuro."
"O amor anula os erros e pecados, preparando o ser para, testado, superar os impactos descarregadores do comportamento sadio."
Ela triunfou, não complicando a situação dos agressores, que após uma noite detidos, recuperariam a sobriedade e no futuro evitariam ter a mesma atitude.
"Em verdade, nenhuma rogativa honesta, dirigida ao Senhor, fica sem resposta de socorro imediato. Quiçá, não chegue de forma que se pretende, mas, conforme é de melhor para o necessitado, o que expressa o grau de sabedoria que responde."
A oração deve ser pura e simples, com muito amor e fé, 
O  grupo estava retornado, quando o Benfeitor foi abordado por uma senhora desencarnada, que lhe pediu auxílio para a sua filha que acabara de chegar, após um desmaio.
Dr. Bezerra esclareceu que se tratava de um caso de epilepsia suave. Então, o Benfeitor tocou nas têmporas do médico que estava fazendo o atendimento. Era um homem ético, missionário anônimo da "arte de curar", logo portador de excelentes credenciais no campo de ação do auxílio espiritual.
O médico identificou os pensamentos do Dr. Bezerra quanto ao diagnóstico da paciente. Ele recomendou ao acompanhante da paciente a levasse para a casa, para que posteriormente fossem realizados exames específicos e o tratamento correto. E apesar de não ter religião, o médico recomendou que a levasse a um centro espírita, pois ele tinha alguns clientes que tiveram excelentes resultados participando de seções espíritas. 
A mãe agradeceu ao Dr. Bezerra pelo auxílio e foi ficar ao lado de sua filha.
Dr. Bezerra falou que às vezes, é mais fácil lidar com aquele que diz não ter religião e amo o próximo, servindo-o, do que com aquele que se diz religioso, sem amor ao próximo.
Resumo elaborado por Débora Loures. Favor manter os créditos

22. ATENDIMENTO COLETIVO
Busca-se o prazer do momento, que logo passa, esquecendo-se dos momentos que virão. Os gozos indevidos, apressados, prenunciam frustrações que, inevitavelmente, chegarão. Preferindo fruir agora, muitos desperdiçam os melhores recursos da vida, esquecendo-se da misericórdia de Deus, socorrendo-os; onde estiver a necessidade de qualquer porte, muito próxima estará à ajuda do Amor do Pai.

Os inumeráveis acontecimentos daqueles dias, onde muitos receberam apoio e ajuda do plano espiritual, surpreendeu até àqueles trabalhadores mais experientes em trabalhos de natureza espiritual. Em suma, aumentando os problemas, igualmente surgem as soluções.

O Centro de Comunicações captava as rogativas e as distribuía aos mensageiros de paz na direção dos suplicantes, levando em conta que nem sempre é o grau de gravidade que desarvora a criatura, mas o valor que se lhe atribui; na vida são as experiências, os acontecimentos que exercitam o espírito na busca da paz em plenitude.
Surpreendia-nos a multidão que desfilava pelas avenidas. Os bailes numerosos aconchegavam pessoas embriagadas pela ânsia das sensações mais fortes, num crescendo de loucuras até o exaurimento das forças... Visitamos algumas enfermarias onde se recolhiam os desencarnados daqueles dias, em cujo trabalho eram ajudados por familiares voluntariosos, permitindo que durante o exame dos enfermos ali albergados, pudessem os trabalhadores especializados dispensarem esperanças e consolações a um maior número de necessitados.
Na ala dos agitados, chamou-nos a atenção um homem que, embora medicado, gritava, tentando segurar o ventre com sinais de tremenda hemorragia, que parecia permanecer, embora com menor volume. O enfermeiro explicou: “É uma vítima de cruel homicídio. Passeava com a mulher e a filha, observando os blocos que desfilavam, quando dois mascarados à guisa de brincadeira, passaram a perseguir a moça e a senhora, sem qualquer respeito por ambas e pelo pai e marido. Como os dois estranhos estivessem se excedendo o senhor reagiu verbalmente, gerando um atrito, onde ele acabou sendo esfaqueado covardemente, tendo os agressores fugido e o ferido encaminhado ao pronto socorro.”
Dr. Bezerra pareceu penetrar-lhe o íntimo enquanto Manoel Philomeno entrava em prece, suplicando pelo paciente e sua família que enfrentavam nova experiência a partir de então.
O enfermo recebeu do Benfeitor recursos pacificadores que lhe estancaram o fluxo sanguíneo; o doente asserenou, silenciando e penetrando em sono profundo, reparador. O Benfeitor passou novas instruções ao enfermeiro e todos se retiraram.
Olhando para o semblante de Manoel Philomeno ponderou: “Esse é o campo que devemos peneirar... (igual do jargão ‘joio do trigo’)”.
“Munindo-nos de compaixão, somos convidados ao auxílio à educação das almas sem os caprichos de partidos ou interesses pessoais, sem amparar as vítimas, procedendo com malquerença em relação aos algozes, atendendo a todos indistintamente, não julgando. O socorro ao tombado por mãos criminosas é urgente, todavia, o homicida necessita do cerceamento da liberdade para que possa reorientar-se e dignificar-se. A caridade e o perdão não compactuam em convivência pacifica com o erro e a criminalidade. Educar, reeducar são recursos de amor, terapias valiosas que fazem muita falta na Terra.”
Houve uma pausa própria para a reflexão. A seguir ele concluiu: “O irmão que ora visitamos aqui no hospital, poderia ter evitado o acontecimento que fazia parte do seu programa cármico, não em tais ou quais circunstancias. Os seus compromissos negativos propunham-lhe o retorno ao Mundo Espiritual, que poderia ser por acidente, longa enfermidade, homicídio... O silêncio aplicado na provocação do irresponsável é como algodão, de tranquilidade, posto na ferida dolorosa... A vida ensina que sempre ganha aquele que cede, que serve, que perde, por mais estranho que possa parecer; nosso irmão apesar da circunstancia em que veio para cá, faz juz a socorro e assistência mais dilatada que lhe poupará outras aflições. Confiemos sem restrições.”
Momentos depois, o Amigo convidou-nos para nova tarefa: Tratava-se de atendimento a um grande número de sofredores, fixados em região de punições a que se submetem, em área próxima de onde estavam.
O local era um mundo especial, primitivo, pantanoso e nauseante, em grande área urbana. Gemidos e imprecações misturavam-se em aterradora intensidade; o Benfeitor alertou-nos que avançássemos em fila indiana e não nos detivéssemos sob qualquer pretexto. De quando em quando surgiam-nos sombras humanas que se asfixiavam na área pantanosa, levantando-se, gritando, para logo desaparecer no lamaçal pútrido e fétido. O silêncio entre os componentes do grupo era total; meia hora depois do lento e cuidadoso avanço, pararam a borda de um despenhadeiro, donde se via, com dificuldade, um gigantescos abismo. O Benfeitor, profundamente concentrado, utilizando-se de uma corneta de propagação do som, começou a falar:
“Irmãos do sofrimento! A misericórdia do Pai magnânimo chega até vós. Soa o momento da vossa recuperação e próxima paz. Aproveitai! Tentai o arrependimento e vinde, que os esperamos!”
Levantou-se um clamor...blasfemas e ameaças cruzaram o ar pestilento, gritaria ensurdecedora se seguiu, palavras grosseiras, ladridos e uivos animalescos acompanhavam a balburdia.
Entretanto, diversos pediam: “Salvai-nos, anjo de Deus! Socorrei-nos do Inferno...”
Bordoadas e chibatadas estalavam, vingativas, obrigando as vítimas a afundarem no atoleiro imundo, asfixiando-se... havia uma lamina de força – invisível – que nos defendia dos agressores e apedrejadores. Ato continuo, o Mentor ordenou: -Atirai as redes!
Os cooperadores que já estavam acostumados àquele tipo de socorro, lançaram as redes, ocasião em que o Mentor aduziu: - Segurai as redes se estiverdes resolvidos a mudar de vida, a crescer para Deus!
Dezenas de espíritos agarraram-se às cordas entrelaçadas, porém, alguns não conseguiram segurar-se provocando ira e zombaria deles mesmos, revoltados. A operação levou quase ¼ de hora, os recolhidos eram levados em padiolas, enquanto o Benfeitor rezava por eles, ao mesmo tempo em que encerrava a tarefa. No retorno, ele explicou que alguns não conseguiam agarrar-se as redes, pois estas são feitas de substancias retiradas do fluido cósmico, fortes, porém delicadas; dependendo de quem as segurasse, elas poderiam enrijecer-se ou diluir-se... Ninguém ludibria as Leis. Em todo lugar, nem todos que requerem amparo desejam-no realmente; querem liberar-se de situações que lhes desagradam, sem que mudem de comportamento. Choram e sofrem, mas não pretendem a transformação interior, necessitando de penoso aprendizado. Recebendo assistência imediata, os recém libertos foram conduzidos ao Posto Central, para onde todos retornaram, concluída a tarefa.
Manoel Philomeno ficou a meditar!
A lição? A cada um segundo as suas obras.
Resumo elaborado por Adilson Ferreira. Favor manter os créditos

 23. TRAMA NA TREVA
Dezoitos sofredores foram liberados da região de sofrimentos. Tinham permanecidos nos círculos vibratórios da crosta terrestre, mergulhados nas densas faixas de desespero que eles mesmo liberaram e mantinham
“A mente plasma, no fluido cósmico, sob o império da vontade, o que mais ambiciona, vitalizando com ações, que são decorrência dos desejos acalentados, o que lhe servirá de suporte para elevação espiritual ou armadilha para a queda”.
“Em lugares onde o comportamento mental é pernicioso, idêntico em muitas pessoas pela gama de interesses vividos, surgem redutos de incúria e sofrimento espiritual...”
Onde há concentração de vibrações superiores, abrem-se vias de comunicação com as Esferas elevadas, onde os bons Espíritos convivem com as almas que se lhes afinam.
A sintonia é Lei da Vida. Vivemos onde e com quem desejamos estar, de acordo com a nossa sintonia psíquica, mesmo quando não estamos encarnados num corpo físico.
Há um intercambio vibratório em todos e em tudo, respondendo pela harmonia universal.
A festa carnavalesca continuava frenética, exigindo dos que ali estavam total e exaustiva doação.
Dr. Bezerra foi informado que as trevas tramavam nefasta cilada. Alguns espíritos maldosos a espreita de algumas pessoas, alimentavam desejos de vingança, visto que as circunstancia eram favoráveis para a execução de um plano para anular-lhes a vida física.
As pessoas em questão iniciavam-se no estudo da Doutrina Espírita. Não se tratava de um grupo de moral equivocada.
Joviais e extrovertidos, brincavam conforme os padrões da mentalidade da época, sem dar-se conta dos riscos a que estavam expostos.
Eram dois casais que haviam se aproximado da filosofia espírita em razão da mediunidade que aflorara em Julia.
Orientados por abnegado Amigo Espiritual, entraram para os estudos da Doutrina e dos trabalhos socorristas de uma casa espírita. O Dr. Otávio, esposo de Julia, logo se dispôs ao atendimento gratuito aos enfermos.
O casal Marcondes e Raulinda haviam reencarnado com a recomendação de produzir o bem na atual etapa.
Marcondes era engenheiro civil e acalentava o sonho de realizar uma obra social de amparo, nos moldes cristãos, embora na época não estivesse vinculado a qualquer religião. Raulinda com formação no Serviço Social partilhava dos planos do marido.
Julia, ainda em fase de conhecimento técnico e educação das faculdades mediúnica, tornava-se instrumento das Entidades esclarecidas, mas também dos portadores de perturbação ou maliciosos, com os quais é mais fácil a sintonia mental.
O médium, geralmente, é espírito endividado em si mesmo, com vasta cópia de compromissos a resgatar, trazendo matrizes que facultam o acoplamento de mentes perniciosas do Além-túmulo, que o impelem ao trabalho de autoburilamento, quanto ao exercício da caridade. Além disso, em considerando seus débitos, vincula-se aos cobradores que o não querem perder de vista, sitiando-lhe a casa mental, afligindo-o com o recurso de um campo precioso e vasto.... tentando impedir-lhe o crescimento espiritual... Criam armadilhas, situações difíceis...., cercam-no de incompreensões, porque vivem em diferente faixa vibratória, peculiar, diversa aos que não possuem disposições medianímicas”.
“É um calvário abençoado a fase inicial do exercício e desdobramento da mediunidade.... é o meio de ampliar, desenvolver o treinamento do sensitivo, que aprende a discernir o tom psíquico dos que o acompanham, em espírito, tomando conhecimento das leis dos fluidos e armando-se de resistência para combater as más inclinações que são os imãs a atrair os que se encontram em estado de erraticidade inferior”.
O exercício da mediunidade requer atenção e disciplina íntima, perseverança e assiduidade no exercício, estudo cuidadoso da Doutrina, da faculdade e de si mesmo, a fim de alcançar as finalidades superiores a que a mesma se destina.
“Qualquer médium que fuja do estudo e do exercício correto das suas faculdades medianímicas...., encontra-se em período de obsessão, sob comando equívoco...”.
Julia ainda não se firmara nos postulados e na adoção do comportamento espírita, embora sendo pessoa de dons morais e culturais elevados, pressentia que muito na sua vida iria mudar, a partir de então.
Quem vivencia a beleza das paisagens elevadas e, tendo vencido os obstáculos, já não se adapta aos antigos lugares de baixa vibração, donde procede...
Os inimigos tramavam contra o casal. Buscavam uma forma de surpreendê-los, utilizando-se da mediunidade de Julia.
Julia sugere ao grupo que, como despedida do carnaval já que começariam uma nova vida, baseada nos postulados espíritas, fossem participar da festa carnavalesca. Dr. Otavio ponderou que não deveria haver excessos.
E, assim foram distrair-se.
No ambiente carregado de energias densas de baixo teor vibratório, Julia terminaria por assimilar altas cargas de fluidos perniciosos, que lhe perturbaria o equilíbrio. As entidades adversárias, que conhecem as fraquezas humanas, por também as possuírem, contavam com esse trunfo.
Dr. Bezerra, Philomeno e uma equipe de trabalhadores se dirigiram ao local. Observaram que os desafetos reunidos em reduto próprio, uma casa de jogatina e comércio carnal, que agora fora transformada em local de ociosos e vagabundos de ambos os lados da vida, faziam planos de vingança.
Eram seis espíritos de expressões animalescas. O dirigente não ocultava o ódio que sentia por um dos casais. Disse aos demais que somente ele e mais dois estavam diretamente envolvidos na vingança em questão, mas que a causa pertencia a todos os injustiçados. O outro casal ficaria por conta deles. Estando todos de acordo, os comparsas aplaudiram o plano.
Passando ao plano de vingança, disse que atiraria um maníaco sexual, embriagado, sobre Julia para gerar confusão, mas antes a induziria a fazer uso de bebida e a sentir o odor do lança-perfume e em seguida atuaria sobre Otavio para que cedesse aos apelos da mulher amada. Os demais se encarregariam de Marcondes e Raulinda.
E, então, quando todos estivessem aturdidos, traria o maníaco sexual, que seria fácil de ser encontrado, criando uma situação de discussão e agressão.
Com a mente aturdida com os acontecimentos, a cruel entidade faria com que saíssem em precipitação e entrassem no carro, fazendo com que colidissem com outro automóvel, árvore ou fosse arremessado ao abismo, o que fosse melhor.
Com o planejamento feito, partiriam para a execução.  Nesse momento o Dr. Bezerra fez-se perceber.
Dr. Bezerra diz não querer interferir nos planos do grupo e, aquele era o momento de buscarem a paz, e diz: “O desequilíbrio é ácido a queimar quem o transporta”...
O dirigente do bando propõe que partam dali sem dar ouvidos ao Dr. Bezerra. Os espíritos que o acompanhavam pareciam paralisados, mais pela irradiação do bondoso mensageiro, do que pelos argumentos proferidos por ele.
Bezerra pede que observem que a vingança não trouxe felicidades e sim, só mais sofrimento para eles. Se alguém os magoou, ao buscar a vingança, estarão cometendo o mesmo erro. Tal atitude só alimentaria mais ódio. Até quando viveriam assim?
Bezerra diz ainda: “Só o amor ao próximo como a vós mesmos solucionará a dificuldade”.
“Veneno com veneno mata mais. O antídoto da vingança, que é o perdão, liberta a vitima e felicita o cobrador”.
Entre o grupo de cooperadores do Dr. Bezerra, encontrava-se um sacerdote, que atendendo ao convite mental do instrutor, aproximou-se e estendeu as mãos aos atônitos sofredores.
Em meio ao silencio espontâneo, ouvimos o obsessor exclamar: “Frei Arnaldo!...”.
Subitamente o obsessor, emocionado, caiu de joelhos e disse que precisava confessar que era um desventurado, que precisava do perdão de Deus para que pudesse rever a querida mãe.
O sacerdote o convidou para que juntos se confessassem e arrependessem-se sinceramente.
O Dr. Bezerra trouxe então uma amorosa anciã, que abraçou o infeliz, dizendo que o Senhor havia ouvido a prece deles. O infeliz obsessor jogou-se nos braços de sua mãe, como se fora uma criança indefesa, a chorar.
Os demais, diante do inesperado, cederam ao apelo e pediram ajuda, sendo todos conduzidos ao posto de socorro.
Miranda diz que só depois ficou sabendo que fora a prece da genitora, em favor do filho em crise de loucura, que o Centro de registrou captou, merecendo atendimento, com o qual se liberavam os alegres jovens, que não se deram conta da trama urdida nas trevas que os envolveria...
Resumo elaborado por Francisca Passos. Favor manter os créditos

24. OS SERVIÇOS PROSSEGUEM
Poder do pensamento
Serviços dos Espíritos
Somos todos filhos de Deus
Os trabalhadores espirituais continuavam laborando incansavelmente: eram apelos de desencarnados que solicitavam apoio e socorro por familiares que se deixavam arrastar pelos dias extravagantes de folia pagã; espíritos eram recolhidos para atendimento em outros planos; encarnados e desencarnados que eram libertos de processos obsessivos... equipes especializadas movimentavam-se dentro e fora do Posto Central.
Naquela madrugada de quarta-feira de cinzas as pessoas, ainda, entregavam-se a última gota do prazer exorbitante.
Dr. Bezerra estava no Acampamento Central coordenando os serviços e detalhando a remoção dos pacientes. Ficou estabelecido que aquela construção permaneceria como um Pronto Socorro para o cotidiano conturbado da cidade, mas também para os futuros carnavais.
O novo Núcleo de Emergência funcionaria também como local de aprendizado para os futuros cooperadores do socorro espiritual.
O ministério do bem não possui limites... a psicosfera em torno da cidade ainda era muito densa, principalmente nas áreas de maior agitação.
A cidade começava a refazer-se da exaustão.
Bezerra reuniu os colaboradores mais próximos a fim de formular agradecimentos por aqueles quatro dias de trabalho, ininterruptos. Os que estavam trabalhando em outras paragens participaram da oração coletiva através de aparelhos instalados em diversos módulos e sincronizados com os subpostos.
Estavam todos em paz pelo dever cumprido!
Transfigurado, Bezerra disse-lhes sobre as valiosas experiências daqueles quatro dias e que jamais seriam esquecidas.
“Vivemos o dever fraternal, ao lado do próximo em sofrimento, sem que excogitássemos, em demasia, dos motivos e razões da aflição que o assaltou. Candidatemo-nos ao socorro, e oportunidades não nos faltaram, como não nos serão escassas, se estivermos vigilantes e dispostos ao seu atendimento. Ao trabalhador cuidadoso nunca falta o que fazer.”
Ainda frisa sobre não nos entregarmos ao desespero nos momentos de turbulência.
“Quem adia o momento da ação libertadora mais se algema à desdita, retardando, sem motivo, a própria libertação, e esse somente chega quando o homem se ilumina interiormente com a verdade, acionando os recursos do amor a benefício do próximo.”
“O nosso ontem é largo... Demora-se assinalado por escombros de sombras, que aguardam remoção. O amanhã, porém, é infinita concessão de esperança para a felicidade. O hoje, todavia, é o divisor do tempo, o momento decisivo, o convite imediato à ação que não pode esperar. Não o posterguemos, a fim de não perdermos o veículo da oportunidade correta, alongando penas e aumentando responsabilidades...”
Bezerra nos informa que o conhecedor da Doutrina Espírita não pode resistir ao chamamento da transformação de si mesmo e do planeta.
Ao término da prece, o Mentor, lentamente retornou à feição habitual...vários cooperadores agradeceram a oportunidade do trabalho, naqueles quatro dias de aprendizagem enobrecedora.
Junto a Bezerra, ficaram apenas alguns cooperadores, dentre eles, Miranda. Foram visitar os irmãos que desencarnaram durante o carnaval: Ermance estava em sono reparador, junto da avó Melide; Fábio e o colega também se refaziam através do sono, sob a assistência de D. Ruth, que informou sob o estado de adaptação da família após o golpe da desencarnação do jovem.
A senhora Melide, por conta da dor selvagem, que dominava os pais de Ermance, queria promover um encontro de pais e filha durante o sono. E Bezerra esclarece: “...Ermance não pode, nesta situação, ser perturbada por qualquer ruído, necessitando de repouso profundo. A visita dos pais perturbá-la-ia muito, em razão da zoada mental de que se encontram acometidos, no aturdimento e desespero, terminando por alcançar a jovem através de perigosos dardos de desconforto e saudade...”
Então ficou decidido que a irmã Melide iria, durante o sono dos pais de Ermance, encontrá-los e tentar acalmá-los.
O Mentor conclui: "Somente lhe recordamos, que os filhos, por mais amados, não são propriedade nossa, pertencendo antes a Deus.”
Miranda estava refletindo sobre a zoada mental e o Mentor elucidou:
“Em nossa área de ação, o silêncio não é a decorrência de cessação de voz, a parada dos ruídos que ferem o tímpano, como ocorre na Terra. Sendo o pensamento o agente, é natural que, em descontrole, produza tal descarga magnética, especialmente em casos desta ordem, que repercutiriam na enferma como sendo explosão de granadas, gritos, exclamações, o que em verdade, está acontecendo no campo vibratório dos familiares, embora sem ressonância na área física...”
Na terapia do sono, os desencarnados estavam protegidos do desequilíbrio dos parentes.
        “...o impacto emocional dá surgimento a ondas que atiram flechas  certeiras no alvo, produzindo danos lamentáveis, que devem e podem ser evitados.”

“No mundo é difícil, para muita gente, fazer silencio oral, quanto mais de ordem mental.”
Manoel Philomeno refletiu sobre o problema da maledicência, ateando incêndio em ‘palheiros próprios e alheios’. A questão dos ruídos mentais desgovernados, dos que calam quando não podem agredir, mas reagem com o pensamento em aluvião de revolta, desejos de vingança, despejando cargas de magnetismo dissolvente sobre seus opositores ou desafetos.
Os trabalhos continuavam, ainda pela madrugada seriam feitos os primeiros deslocamentos... às 19h retornariam ao Hospital de Saúde Mental para as primeiras providências no caso Julinda.
Resumo elaborado por Maria Fernanda Ribeiro. Favor manter os créditos.

25. TÉCNICA DE LIBERTAÇÃO
No hospital Dr. Figueiredo guiou o grupo até Julinda que havia adormecido devido à alta dose de antidepressivos. Seu espírito dopado era observado por Ricardo com todo seu ódio e desprezo. Ricardo, pupilo de Elvídio, não se descuidava das técnicas de obsessão infeliz, mantendo-se vigilante.  Ele havia usado o remorso de Julinda como ponte para dominá-la, impondo a ideia de loucura, fazendo a vítima fixar o momento do aborto. As irradiações positivas de amor materno, fez com que a ação obssessora fosse freada.
Ricardo não pode ver os amigos espirituais, mas se afastou diante da energia que pressentiu. Dr. Bezerra aplicou passes em Julinda-Espírito, repetindo a experiência em seu corpo. Julinda pode se acalmar em um sono refazente.
O mentor imantou-a de fluidos especiais, que pareciam resguardá-la da ação perniciosa do perseguidor.Ricardo retornou ao quarto de Julinda acompanhado de seu chefe e alguns comparsas, mas Julinda não se abalou com a presença, apesar de Elvídio ter tentado lançar sobre ela energias viciadas.
 Os amigos espirituais não eram vistos pelo grupo, mas tudo observavam. Elvídio tinha conhecimento da assistência espiritual superior, mas considerava sua presa momentaneamente protegida. Ele prometeu a Ricardo que tomaria providências e explicou que era questão de tempo, para que voltasse a absorver de seu obsessor.  Ricardo não compreendia o que se passava, mas confiou no seu chefe. Dois espíritos infelizes ficaram a porta do quarto como sentinelas.
Observando Ricardo agitado pela raiva, o Benfeitor e convidou Miranda a orar para modificar a psicosfera ambiente, o que afetou Ricardo que se aquietou e passou a refletir, retrocedendo no tempo e sentindo saudades da paz de outrora. É necessário socorrê-lo primeiramente, porque sua loucura é decorrente de dores causadas pela invigilância de Julinda.  No estado de sono, ele foi levado pelo grupo por indução hipnótica e assim teleguiado não despertou suspeitas nos vigilantes.
Ricardo foi levado a Casa espírita, onde o irmão Genézio Duarte aguardava o grupo. O médium Jonas, por psicofonia inconsciente, transmitiu as instruções do diretor. O doutrinador da Casa, Arnaldo, presidente da Sociedade Espírita, era espírita no sentido correto da expressão: estudioso honesto, autoditada, vivia a doutrina, esforçando-se para viver conforme as recomendações de Jesus e Allan Kardec. Arnaldo também tinha alta sensibilidade, sabendo distinguir a verdade e as mentiras de mistificadores de ambos os lados da vida. Respeitava os outros e era humilde, não se vestia de falsas simplicidades desnecessárias, mas também não se deixava influenciar por elogios destituídos de finalidade.
O Benfeitor teve muito cuidado no ajustamento de Ricardo aos aparelhos mediúnicos de Jonas, que ao contato com Ricardo estremeceu. Ricardo foi despertado pelo instrutor e passou a sentir desconforto, com a limitação de movimentos, tolhido pela educação do dedicado médium. Pensou em reagir, quando ouviu a própria voz pelos lábios de Jonas: “Que faço aqui?”
O doutrinador fraternalmente explicou a Ricardo o que se passava e Ricardo disse que não desejava a felicidade, que se sentia preso e que a casa de oração não era seu lugar, pois tinha como irmãos apenas os sentimentos de ódio, vingança e desespero. Com raiva, Ricardo tentou agredir o interlocutor, sem sucesso.
“Num médium espírita como Jonas, vigilante e em sintonia com os diretores espirituais da reunião, os atos de violência e vulgaridade não tem curso.
Quando fatos infelizes de porte, qual esse planejado pelo comunicante, sucederem, o médium é corresponsável, o grupo necessita de reestruturação, a atividade não tem suporte doutrinário, nem moral evangélica”
Dr. Bezerra passou a aplicar passes no médium, enquanto o mentor desprendia Ricardo, que se liberou, partindo na direção de Julinda. Sob as bênçãos de Jesus, a etapa inicial do trabalho, cujo objetivo era produzir um choque anímico em Ricardo para colher resultados futuros, foi bem sucedida.
Resumo elaborado por Ana Cecília Barbosa. Favor manter os créditos.

ESTAMOS DE VOLTA!

Olá amigo de ideal espírita, depois de um período, retornamos com nosso estudo de livros espíritas. Agora em novo formato e muito mais inter...