quarta-feira, 27 de março de 2013

Grilhões Partidos - Clube do Livro - Abril 2013




LEITURA INICIAL: MENSAGEM DE EMMANUEL "SUPERCULTURA E CALAMIDADES MORAIS" http://clubedosespiritas.blogspot.com.br/2013/04/supercultura-e-calamidades-morais.html

O livro fala sobre alienação obsessiva que atinge um sem número de obsediados, que atravessam encarnações após encarnações, trocando apenas de vestes usuais, todavia, permaneceram os mesmos. Amor e ódio continuarão em renhida luta, até que um dia consigam partir os grilhões libertando-se definitivamente.


O obsessor necessita de um trabalho doutrinário normalmente por equipe que se dedica a esse mister, composto por pessoas com elevado conhecimento doutrinário, conduta moral sadia, confiantes, pontuais, dispostos a trabalhar sem descanso, no sentido de levar a bom termo a empreitada.

O obsediado tem urgente necessidade de reparação da situação, onde o envolvimento nessa trama pode ter origens de ordem ética, legal, espiritual e mesmo material, ofensas de toda ordem, etc.; caso contrario, o avanço do obsessor pode redundar em predisposição para crise, dando inicio a neurose, a psicose ou as múltiplas formas de desequilíbrio mental que passa a sofrer redundando na loucura.

Convém salientar que o obsidiado também é agente da própria cura, não se transferindo para os passistas, doutrinadores e médiuns, a total responsabilidade dos resultados no tratamento da enfermidade. Ele deve preparar-se para fazer o seu reajustamento moral e espiritual com s Lei Divina. O grupo familiar do paciente deve ser alertado para as responsabilidades que lhe dizem respeito, não transferindo para o enfermo toda a culpa pelo evento, ou abandonando-o, muitas vezes, nas casas de saúde que o acolhem.

1. A agressão

O cenário - Um verão carioca dos anos 50 do século passado; elegante apartamento “duplex” na Avenida Atlântica em Copacabana, cujo ambiente prenunciava uma festa que iria ocorrer a seguir. Cuidados especiais com a decoração “buffet”, bebida me abundancia, mestre de cerimônias, recepcionistas, garçons, tudo pensado para melhor atender os convidados finamente selecionados.

Os envolvidos - O Coronel e Sra. Constancio Medeiros de Santamaria estava felizes porque apresentaria sua filha Ester à sociedade do Rio de Janeiro, na data em que esta completava 15 anos, o que se deu pontualmente às 21h30min, ocasião em que a jovem foi trazida ao imenso salão do apartamento, elegantemente trajada; após o rápido desfile para os convivas deu-se inicio a primeira valsa, para que ela dançasse com seu pai. Após algumas musicas em que outros pares se formaram e, posteriormente, a debutante executou suave melodia de Brahms ao piano, deu-se o inesperado:- Ester com os olhos arregalados fixou-os no pai, ergueu-se do piano cambaleante, desfigurada, dirigiu-se a ele e aplicou-lhe sonora bofetada; em seguida, nova agressão foi praticada, sendo esta revidada pelo coronel. Alucinada, a menina pos-se a gritar e foi levada para o quarto.Um medico atendeu-a sem sucesso;só a muito custo e já de madrugada dormiu,sempre agitada em seu sono.

2. A loucura

Ester não recobrou a lucidez. Palavras obcenas, gestos vis, gritos e gargalhadas se sucediam. O medico da noite anterior sugeriu achar um especialista em doenças nervosas, pois o quadro era de histeria, alias parecer esse corroborado pelo medico da família. Após três dias o psiquiatra recomendou internamento em casa de saúde, o que os pais aceitaram. No dia a dia, novos distúrbios e, um mês depois, nada...

A técnica do eletrochoque foi usada e o resultado, zero. A situação foi minando o trabalho dos profissionais e o animo dos pais.

Tempos depois o diagnostico alarmante: esquizofrenia!

3. Penosas reflexões

Atendida pela sessão de eletrochoque, após a convulsão e o repouso, Ester não retorava a lucidez como se esperava, por nenhum momento, sucedendo-se a prostração; a terapêutica do sono não alcançava o objetivo desejado e era alimentada contra a sua vontade. Com o resultado desta situação o coronel tornou-se taciturno, arredio, na realidade um grande sofredor.

RESUMO FEITO POR ADILSON FERREIRA * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

4. Angústias da obsessão


Os meses passavam, sem que Ester recobrasse a razão. A sua aparencia estava totalmente diferente, aspecto largado, rosto palido, olhos selvagens, um corpo sem vitalidade. Devido a sua agressividade, era mal tratada pelos funcionários, por isso tinha equimoses e faltavam alguns dentes.

Não recebia visitas, era considerada "incurável".

Porém, quando só vemos sombra, a misericórdia Divina traz a luz de volta a nossa vida. Foi quando apareceu Rosangela, uma jovem, auxiliar de enfermagem, que ao se deparar com Ester, sentiu-se atraída por ela.

Ester não conseguia nem se comunicar, nem controlar sua mente. Chorava, gritava, estava ao mesmo tempo fora do corpo, mas tudo sentia. Ela não compreendia o que havia acontecido .

A princípio sofria impressões confusas que a perturbavam. Vezes outras deparava-se com o estranho possessor. Agredida por ele, procurava tornar à realidade anterior, como se perseguida em pesadelo e desejasse acordar para dele livrar-se.

Durante o tratamento de choque tinha varias contorções até o desfalecimento. Ao despertar, defrontava com o asqueroso possessor e fugia, cedendo-lhe o lugar... Minado o corpo pelo desgaste de largo porte, sucessivos desmaios expulsavam o usurpador que se deleitava, então, ameaçando-a, grosseiro, arrebatando-a para lugares povoados por espectros impossíveis de descritos.

A menina rogava pelos seus pais e a ajuda de Deus.

Ester, assim subjugada pelo possessor em comburência - de ódio, sucumbia, inerme, lentamente, quase vencida.

5. Interferência espiritual

Na sua festa de aniversário, Ester fora surpreendida pela agressão de revoltado Espírito que, em uma violenta crise de ódio, encontrou na sua sensibilidade mediúnica o campo propício para a incorporação.

O obsessor, na sucessão dos dias, imantou-se-lhe ao campo psíquico, levando a um longo processo de subjugação.

Na Casa de Saúde, expiava delitos do passado, sob um processo obsessivo.

Na obsessão, a loucura surge na qualidade de ulceração posterior, irreversível, em conseqüência das cargas fluídicas de que padece o paciente, vítimado pela perseguição implacável.

Face à insidiosa presença de tal energia deletéria, desarticulam-se o equilíbrio emocional, a estabilidade nervosa, o metabolismo orgânico e, pela intoxicação de que se vêem objeto, vários departamentos celulares se desorganizam, envenenando-se, ulcerando-se. No caso específico de Ester, encontravam-se como agravantes múltiplos fatores cármicos, que aumentavam o sofrimento da aturdida obsessa.

Pela misericórdia Divina, a presença de Rosângela, a auxiliar de enfermagem, com a sua harmonia intima, representava o recurso inicial utilizado pelos Benfeitores Invisíveis.

Rosangela era órfã de mãe, desde seus 8 anos de idade. Morava no subúrbio do Rio com o pai. Alguns anos depois o pai se casou e por influencia da esposa, a filha foi morar e trabalhar babá em uma casa de família em Botafogo.

Estimulada pelos seus patrões, voltou a estudar e se formou em técnica de enfermagem. Além disso, através dos patrões, que eram espiritas, começou a freqüentar o centro e com desenvolvimento da sua medinuidade, começou a trabalhar no tratamento de desobsessão.

Rosangela simpatizou-se com Ester identificou o processo obsessivo que a estava ocorrendo. Inspirado pelo seu mentor e pelos guias espirituais da doente, começou visita-la durante as suas horas vagas. A sua presença já acalmava a enferma e a sua forca moral neutralizava a agressividade do obsessor. Ao conhecer a história da doente, resolveu procurar os seus pais para esclarecer melhor sobre a sua doença.

Ao encontrar os pais de Ester, falou que cuidava dela como uma irmã, e mostrou a sua visão espirita em relação ao estado da moça. Porém, não foi bem recebida pelo pai que era católico. Este pediu que ela se retirasse com seus pensamentos de bruxarias e macumbeiros.

Rosangela de forma delicada e humilde falou:

“No santuário espiritista, que freqüento, o alvo redentor é Jesus, a estrada a percorrer chama-se caridade, seguindo sob o sol da fé viva e a força do amor fraternal. Venho a este lar em missão de paz e dele sairei pacificada, sem embargo, expulsa, o que muito lamento, não por mim, que reconheço a minha própria desvalia... O vaso modesto não poucas vezes mata a sede, oferta o medicamento salvador, retém o perfume, atende a misteres relevantes, enquanto preciosas taças de cristal lapidado adornam, mortas, empoeiradas, móveis luxuosos e inúteis...”

6. Forças em litígio

Com a doença de Ester, seu pai tornou-se rancoroso, revoltado, amargo e mais fechado aos amigos. Frequentava a igreja, mas não tinha a fé religiosa, orgulhoso achava-se merecedor a subserviência Divina. Achou uma petulância a visita de Rosângela e devido a psicosfera que cultivava, passou a sintonizar com outras mentes amotinadas que lhe cercavam o lar, em plano concorde com o perseguidor de Ester. Rosângela, representando o auxílio divino indireto, fora expulsa pelos vingadores desencarnados, que lhe sabiam dos propósitos elevados. Desta forma, na segunda-feira, o Coronel iria até o hospital queixar-se dela, exigindo que ela não tivesse mais contato com a sua filha.

Rosangela saiu aturdida e chorando do apartamento dos pais de Ester, teve receio de perder o trabalho. Caminhou e sentou-se próximo ao mar. Após uma prece, em intercâmbio com os seus Protetores, obteve renovação íntima e paz reconfortante. Recuperada retornou ao lar, pois domingo era dia do Evangelho no lar.

O Dr. Gilvan era pediatra, que residia na praia de Botafogo, tinha mais de 50 anos, havendo constituído uma família ditosa. Matilde, sua esposa, era o exemplo da abnegação cristã, e o seu domicílio tornou-se núcleo de recolhimento espiritual, no qual Mensageiros da Luz encontravam vibrações superiores para o ministério a que se afervoravam no socorro aos padecentes de ambos os planos da vida.

Tinha uma filha única, Márcia, que tinha uma menina: Carmen Sílvia. Rosângela viera para ser babá da criança. Há dois meses, o casal fora para os EUA, para um curso de especialização.

Estudando e praticando metodicamente o Espiritismo, a família apurara a sensibilidade moral e psíquica.

O grupo reduzido constituía-se de doze a quinze pessoas, em freqüência habitual, interessadas na reforma íntima, empenhadas na auto-iluminação.

Iniciada a reunião, Matilde tomou de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, confiante, e, impulsionada pelos Mentores Espirituais presentes, abriu-o no Capítulo número XX: “Os trabalhadores da última hora” e leu o subtítulo: “Os obreiros do Senhor”.

“Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra, porquanto o Senhor lhes dirá: Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio às vossas rivalidades e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”

Após o debate sobre o texto, foi feita uma oração e neste momento chegou o Benfeitor, Dr. Bezerra de Menezes, que através de Rosangela, manifestou-se pela psicofonia.

“Trabalhadores imperfeitos que reconhecemos ser, encontramo-nos no campo que a própria insensatez deixou ao cuidado das pragas e do abandono. Em todo lugar, desolação e ruína: jardins vencidos pelo matagal, pomares destruídos pelas tormentas, solo crestado, sebes arrebentadas, fontes vencidas por miasmas, habitadas por animais venenosos... Todavia, é a nossa área de labor e redenção, onde devemos recomeçar e agir. Dispomos do trato da terra que a nossa incúria desrespeitou, cabendo-nos, agora, recuperar pela carinhosa assistência o prejuízo, aplicando todos os recursos ao nosso alcance, enquanto urge a oportunidade."

“Em razão disso, mister considerarmos em profundidade o ensino evangélico do “Ide e pregai”, ensinando com o exemplo que edifica e avançando com as mãos enriquecidas pelas obras, através de cujo resultado atestaremos a excelência dos nossos propósitos."

“Não há tempo, nem seria justo malbaratá-lo nas discussões infrutíferas das vaidades intelectuais, exaltando a fatuidade e a arrogância, enquanto as epidemias morais e sociais assolam terríveis, arrebanhando e destruindo multidões de incautos e incontáveis criaturas que lhes experimentam a coercitiva escravidão."

“O Evangelho é o nosso zênite de amor e o nosso nadir de mensuramentos. Quem se exalta, inicia a trajetória para baixo; aquele que se glorifica, entorpece-se na ilusão... Todavia, o que avança infatigável, ignorado, mas servindo, humilhado, no entanto valoroso, perseguido, porém, imperturbável, transformando os sentimentos numa concha afortunada de amor, logrará o elevado cometimento do êxito real."

“Nenhuma queixa, portanto, nenhum rol de mágoas. “Nosso tempo mental deve ser dedicado à elaboração dos planos de serviços relevantes e contínuos. Jesus é o exemplo ideal do trabalhador modelo. Não foi poupado nem compreendido. Entretanto, elaborou e viveu o código de felicidade com que nos acena e de que dispomos para o desiderato regenerativo."

 “Advir-nos-ão muitas dores e provações, por ser o que merecemos. “Provaremos amargos testemunhos. Estes nos serão os preços à honra e à glória de servir. Ninguém alcança as cumeadas da paz sem os estertores no vale das lutas. Indispensável perseverar e insistir.”

“Comprometemo-nos restaurar a primitiva pureza cristã entre os homens, vivendo de maneira condicente com os ensinos evangélicos; responsabilizamo-nos ante os Instrutores Elevados em não menosprezar a atual concessão celeste, tornando-nos maleáveis à inspiração superior, de modo a realizarmos a tarefa, mais de uma vez interrompida; concordamos em dar a vida, se necessário, pela implantação do Consolador no mundo, nestes dias tumultuosos. Recebemos auxílios de toda sorte. Não nos têm sido regateados socorros. Conhecemos de perto a agonia e a miséria, também sabemos o paladar da esperança e o aroma dos júbilos. Que mais aguardamos? Avisados de que nossa luta seria entre as forças em litígio: o bem e o mal — eis - nos na liça. A refrega é nosso leito de repouso, a dificuldade, o desafio que nos chega e a dor nossa condecoração."

“Ainda por demorado período se fará cruenta a luta dos cristãos novos, decididos. Ontem, a arena requisitava o estoicismo do momento. Hoje as balizas do circo se situam em perímetro colossal, que abrange intérmina área de ação e as feras — as paixões! — tentarão o nefando morticínio ferindo de dentro para fora."

“Não há porque recear. “Muitas vezes o pretérito de delitos assomará à frente como ultriz necessidade, ou ferida exposta, ou desequilíbrio tormentoso, ou açoite inexorável, ou inquietação afugente... Mergulhando-se a mente e as preocupações nas águas lustrais da Boa Nova e as mãos no trabalho, não haverá ensejo para o desânimo nem para a acomodação no lamento ou a tentação da fuga."

“Vive-se morrendo e morrendo, está-se vivendo. Cada realização enobrecida constitui título de ventura e todo receio mais sombra na treva dos problemas. As alternativas são servir sem desfalecimento e confiar sem tergiversação. Jesus fará o que nos não seja possível realizar."

“Confiados em que a vitória final a Ele pertence, exultemos e prossigamos."

“Suplicando que o Seu amor nos permeie e a Sua misericórdia nos alcance, sou o servidor humílimo de sempre, Bezerra.”

7. Advertência e esclarecimento

O diretor do hospital chama Rosangela para conversar. Diz que o pai de Ester esteve lá para reclamar dela, que estava praticando magia - espiritismo.

Rosangela falou que era convicta de sua fé e sua conduta era irrepreensível.

Se os seus serviços não servem mais, não há porque transformá-los em problema; porém, não iria silenciar diante da acusação improcedente. Confiava em Deus e sabia que o diretor era portador de excelentes dotes do sentimento, do caráter e da razão.

Dr. Nilton era um bom médico, bem humorado, e amado por todos do hospital. Só que naquela manha, além de uma aborrecimento em casa, havia recebido a visita do pai de Ester, e sobre a influencia de entidades inferiores, encontrava-se naquele estado. Mas, diante do comportamento de Rosangela, modificou a sua conduta anterior e solicitou que ela explicasse a sua versão dos fatos.

Rosangela falou o que ocorreu, além dizer que pretendia ajudar Ester através do espiritismo.

Dr. Nilton falou que era ateu e psiquiatra, logo não concordava com esse opção de tratamento. Rosangela estava proibida de visitar Ester. Mesmo assim, a argumentação da enfermeira tocaram o Dr. Nilton, que saiu da reunião pensativo.

RESUMO FEITO POR DÉBORA LOURES * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

8. Intervenção Superior


O casal Santamaría apresentava falta de estimulo à convivência doméstica e grupal.

Pesava a responsabilidade pela enfermidade psíquica da filha Ester.

O casal não pôde se furtar ao compromisso, embora o Coronel se mostrasse estafado e sôfrego, com pesadelos constantes.

A festa se tornou amena com a presença de companheiros de armas (ex: Epaminondas Sobreira), com quem trocou confidencias sobre o estado da filha aprisionada em camisa de força.

Conversas sobre a fé, o poder da oração e comunhão com Deus, além do convite para jantar na casa do casal Epaminondas/Mercedes, foram revigorantes para o casal Santamaría.

Ao encontro marcado somou-se o amigo Joel, viúvo, 40 anos, médium que junto aos casais, partilhou da estória do filho de Epaminondas (Gregório) que passou por sórdida obsessão com muito sofrimento e mudança de comportamento (deixa os estudos e noivado), passando por tratamento psiquiátrico.

Relataram que Joel foi a “alavanca” da casa, dando início a nova vida.

Esclareceram o casal sobre a mediunidade, além das dificuldades de mudar conceito e comportamento (excesso de vaidade, imprevidência) arraigados.

Relataram apresentar o mesmo comportamento à época da doença do filho e o sucesso de seu restabelecimento. Joel esclareceu os processos de reencarnação/obsessão à época o que colaborou e em três semanas se deu a recuperação.

Pediram licença para examinar o caso de Ester na sociedade que frequentavam.

Joel explicou ao casal Santamaría sua superação da morte de Isabel, através da doutrina.

O tempo reunir-nos-á e a fé aguarda-nos a vencê-los.

Todos terminaram o encontro orando em sintonia com Entidades presentes, além de Joel ter transmitido mensagem de conforto e esperança.

9. Socorro Oportuno

Rosangela, médium e que trabalhava na casa de saúde onde estava Ester, observou a interferência negativa sobre esta dos obsessores. Ela se manteve afastada, aconselhada por Dr. Gilvan, mas com a certeza da proteção divina, além de suas vibrações de otimismo, renovação. Ester também contava com as orações do grupo. Todo o grupo contava com a tutoria de Bezerra de Menezes. Todo o processo do encontro dos casais/pais envolvidos foi ao acaso.

O grupo pertencia a Sociedade Espirita Francisco de Assis - Casa de caridade e Estudo. Seguidores de Kardec, com suma responsabilidade quanto aos deveres e estudos, eram abordados por seres encarnados e desencarnados em busca de luz e paz, cura de aflições com sucesso. Resumidamente o texto aborda os cuidados e deveres para a reunião de desobsessão.

O Coronel Sobreira junto à equipe incluindo Joel cuidava do caso Ester em substituição a dirigente desencarnada.

Todos os sofredores desencarnados foram atendidos. Nestas sessões quando a Entidade se faz esclarecer, contam com os participantes que dão instruções e significativos valiosos resultados.

O caso Ester foi classificado como subjugação infeliz, podendo ser removida com colaboração da equipe, pais e Deus.

Consideraram as implicações de outras encarnações da família de Ester, além das suplicas ao Pai que se manifestava com a solidariedade de todos.

A reunião foi encerrada com a orientação de que os pais de Ester frequentassem a Casa para obterem maiores esclarecimentos sobre a Doutrina.

10. Na Casa de Saúde

Bezerra de Menezes convocou a equipe, inclusive Ângelo e Melquiades para visitar Ester (quando de reuniões de tratamento após a remoção para colônias de nosso plano, alguns espíritos permaneciam na casa Espirita para diretrizes e medicações complementares).

Foram percebidos na visita a Ester perturbadores zombeteiros, grupos de vampirizadores, desencarnados ociosos e uma psicosfera densa predominante.

Nosso grupo recebeu orientação para manterem-se em equilíbrio e oração, para poderem passar despercebidos dos perturbadores. Os grupos de socorristas frequentavam a mesma esfera (nosso dirigente recomendou controle da emotividade e disposição para a caridade, para sintonizarmos faixa sutil ao adentrar o quarto de Ester, pois este estava repleto de vibrações perniciosas, fluidos condensados que causava indisposição psíquica). Ester sofria de processo de imantação perispiritual.

No mesmo hospital tratava-se de uma senhora de meia-idade e duas jovens estigmatizadas por diferentes alienações.

Bezerra de Menezes com orações emanava energia de seu peito fazendo que a paisagem fluídica se modificasse. Ele orientava Ângelo e Melquiades no tratamento da senhora que suplicava livrar-se do perseguidor e com os fluidos emanados dormiu. Ela fora diagnosticada com esquizofrenia e teve lesado o centro correspondente da lucidez e do equilíbrio que produziam o quadro psíquico. A energia vitalizadora proporcionava melhora, intercambio metabólico que se beneficiava toda a área do cérebro após aplicação de passes no centro coronário. Com o corpo relaxado, observavam resultados significativos nos vários sistemas. Bezerra de Menezes elucidou que qualquer doença é resultado de conquistas negativas do passado espiritual de cada ser. O caso da irmã Eudoxia envolvia dois homicídios, agravado pela presença da culpa na consciência, uma forma de autocídio indireto levava a um desconcerto da loucura.

A irmã foi perdoada pelo esposo morto, mas não pela serva que se tornou sua obsessora, com sua reencarnação acompanhada de muito remorso teve lesado os centro da consciência que resultaram na sua enfermidade.

O capitulo termina fazendo uma crítica à psiquiatria quanto à flexibilidade das questões do espirito e seus vários processos na evolução dos seres humanos. Especificamente a esquizofrenia (Ludwig – 1863) é uma alienação mental surgida na puberdade, mas agravada em qualquer idade.

RESUMO FEITO POR MARIA SILVIA BORESTEIN * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

11. Epilepsia

Concluída a assistência a irmã Eudóxia, o querido Mentor convidou os assistentes a observar a jovem que dormia intranquila, até que, em determinado momento, pareceu despertar e, com os olhos esbugalhados, pôs-se a gritar, seguindo-se convulsões. Quando cessou a crise epilética, como definiu Dr. Bezerra, que passou a tecer alguns comentários sobre a necessidade de acurada atenção por parte do Espiritismo, face as situações de transe provocado pelas entidades sofredoras ou perniciosas.

O Mentor, muito calmamente, após algumas considerações, ponderou: “O Evangelho, dessa forma, é a mais avançada terapêutica de que se tem notícia para o homem que se resolve vive-lo em plenitude.” E ainda acrescentou: “Sem nenhuma dúvida, há processos perniciosos de obsessão, que fazem lembrar crises epiléticas, tal a similitude da manifestação. Neste caso, o hóspede perturbador exterioriza a personalidade de forma característica, através da psicofonia atormentada, diferindo da epilepsia genuína. Aqui, após a convulsão vem a coma; ali, à crise sucede o transe, no qual o obsessor se manifesta.”

Após um curto silêncio, Bezerra convidou-os a examinar a jovem Viviane, ex-atriz de invulgar beleza, que vivera uma vida de dissipações, ao se aproximar dos 40 anos e sem celebrizar no teatro, fez-se hábil na preservação do patrimônio em dinheiro e joias, juntando-se a um astuto chantagista, entregando seu corpo àqueles dispostos a pagar por isso. Passou também a explorar outras mulheres, que contribuíam para o seu enriquecimento ilícito. Mais tarde, unindo-se a um jovem, urdiu um plano sinistro que acabou com a vida do chantagista; decorrido algum tempo, com receio que o jovem a delatasse, quando este já mostrava esgotamento de suas carícias, acabou por mata-lo numa de suas viagens...não se uniu a mais ninguém, cuidando apenas de aumentar a sua fortuna sem qualquer escrúpulo.

Seu final foi num manicômio, onde sucumbiu esquecida e malsinada...

Ingressou no além túmulo exaurida e seviciada pelos antigos consórcios que a aguardavam, vingativos, padecendo, por algumas décadas, por inomináveis aflições.

A lição que ficou foi que a Justiça Divina se serve da idiotia, digofrenia, mongolismo, epilepsia, psicoses várias, esquizofrenia, demência, que são terapêuticas alcançar os espíritos doentes, que tentam fugir a verdade, mancomunados com o crime e a ilusão.

12. Histeria

Durante as reflexões, confirmamos que o homem é o juiz de si mesmo; ele é a soma de suas realizações. Ninguém se exime às consequências da culpa.

Dr Bezerra indicou uma enferma de aproximadamente 25 anos que dormia anestesiada por sedativo. Tratava-se de Angélica, cuja distonia nervosa principiou a partir dos 14 anos, agravando-se lentamente; é portadora de psiconeurose de natureza histérica em longo curso, e vem caminhando em direção à loucura.

O Mentor tocou-lhe o centro cerebral, depois o centro coronário em seguida o genésico. A paciente agitou-se fortemente por um momento, sem despertar, e logo acalmou-se.

Bezerra teceu profundas considerações sobre a histeria, em estudos que remontam o século XIX, com o médico João Martinho Charcok, o prof. Pedro Janet, Freud, Grasset, ocasião em que veio à tona o subconsciente, nos dias de hoje titulado como hiperestesia indireta do inconsciente entre os modernos adeptos da Parapsicologia, partidária da psicologia sem alma.

O relato prosseguiu: “Angélica vem de um passado moral pouco recomendável. Por imposição paterna casara-se com um homem que não amava, que por sua vez era insensato e leviano, aceitando que o casamento fosse de aparência social, o que levou a quatro infanticídios provocados...no Além encontrou aqueles a quem impedira de nascer e aí...”

Concluiu-se que ela seria mais uma obsidiada, contingência natural da sintonia da mente endividada com as mentes de suas vítimas.

13. Subjugação

Nesse interim, Bezerra acercou-se de uma jovem chamada Ester, e disse que o objetivo da visita daquele dia era ela.

Ele ponderou que, diversamente dos casos estudados, defrontamos aqui, como causa da loucura, a subjugação espiritual que a vem conduzindo a uma situação esquizofrênica com possibilidades irreversíveis, se o socorro divino não a alcançar imediatamente.

Várias pessoas oravam pela saúde de Ester: sua mãe, integrantes do culto do Evangelho no lar do Dr Gilvan, membros do serviço desobsessivo da Sociedade Espírita Francisco de Assis e pessoas devotadas a mediunidade, os irmãos Joel e Rosangela.

Percebeu-se, então, que a medida em que se fixava o núcleo correspondente aos registros da memória, surgiam cenas vivas, como se todos fossem transferidos para o local em que se sucediam...

Era noite e uma jovem elegante conversava com um sacerdote maneiroso e astuto. O diálogo versava sobre a usurpação de bens de uma senhora que pretendia doá-los, pois sentia que aproximava a desencarnação.

Sedutora e ambiciosa, a jovem impunha ao sacerdote que só continuaria o romance entre ambos após a legitimação dos bens para si. Nesse passo, ela manifestava todo o seu desprezo por ele, mas ele, totalmente envolvido e apaixonado...

As cenas se sucederam e aí aparece a mesma jovem, com aparência de meia idade, atormentada por Espíritos que a menosprezavam; o Sacerdote, agora Monsenhor, continuava em seu papel.

“Agora partamos nossa visita aqui, por hoje cessa...”, foram as palavras de Bezerra, enquanto Ester repousava após oração do Irmão Melquíades.

 RESUMO FEITO POR ADILSON FERREIRA * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS
14. Novas diretrizes

Com o apoio e a força do Cel. Epaminondas, o pai de Ester se dedicou a estudar a doutrina Espírita e estabeleceu o Culto do Evangelho no Lar. Dona Margarida que antes, viva angustiada e abatida, passou a ser uma pessoa mais otimista e cheia de esperança.

No dia combinado, chegaram à casa do Cel. Santamaria, os Sobreiras, o Tenente-Coronel Joel, o Dr. e a senhora Gilvan de Albuquerque, e a tutelada do casal, Rosangela (a auxiliar de enfermagem, do sanatório da Praia vermelha, onde Ester se encontrava.) O anfitrião, surpreso, reviveu a cena infeliz, quando a jovem enfermeira foi a sua casa declarar o carinho que sentia por sua filha Ester. Com emoção, falou: “Hoje o Senhor penetra realmente no meu lar, porquanto me confere o ensejo de desculpar-me com a senhorita pela indelicadeza e incivilidade com que a tratei noutra oportunidade aqui mesmo...” Rosangela por sua vez, rogou perdão pela forma desajeitada como agiu. O ambiente era bastante fraterno.

Em seguida, Cel. Sobreira iniciou a reunião. O médium Joel, através da oração pediu benções divinas para o grupo, para o lar dos Santamaria e em especial para a menina doente. E foi assim que começou o primeiro Culto Cristão no Lar, na residência da jovem Ester.

O capitulo XI, do Evangelho, “Amar o próximo como a si mesmo” que fala sobre O Egoísmo, foi lida pelo Cel. Epaminondas. Ele fez vários comentários sobre como o mal (egoísmo) é a causa das falências morais e dos sofrimentos pelo mundo. Dentro dessa reflexão, Epaminondas, alertou que os pais desde cedo, envenenam seus filhos com os tóxicos da egolatria. Os pequenos são educados sem disciplina, gerando o egoísmo que hoje padece toda a humanidade. Depois, citou também, às implicações do egoísmo, que continuam no além-túmulo, causando obsessões de longo curso. Já que muitos Espíritos se sentem roubados em direitos que, verdadeiramente, não lhes pertencem, sentindo-se traídos e transferindo para os outros suas responsabilidades que não souberam ou não quiseram assumir. Por fim, ressaltou a importância da humildade, da paciência e da resignação, como eficientes antídotos ao egoísmo. A emoção ficou por conta do Cel. Santamaria. Ele reconheceu ter sido muito egoísta e orgulhoso, mas que agora começava “a ver melhor”, remetendo a parábola do cego de Jériço que disse: Agora Vejo! O genitor de Ester estava consciente de que ele era mais doente do que a própria filha e que era também, a verdadeira causa dos sofrimentos que se abateram sobre ela.

15. Reencontro na esfera dos sonhos

Naquela mesma noite, graças aos fluidos de paz que envolvia a casa e principalmente, o casal Santamaría, durante o sono, ambos se desdobraram espiritualmente. Foi assim, que mantiveram um encontro com Bezerra de Menezes. O Benfeitor Espiritual explicou que as matrizes da perturbação de Ester se encontravam no perispírito, em razão de experiências infelizes do pretérito em que os pais foram partícipes. Dr. Bezerra comunicou que visitariam à jovem enferma, mas era essencial manter o equilíbrio emocional. Principalmente, guardar o respeito pelo algoz ávido de proteção e socorro, e do amor de todos, tanto quanto a própria Ester. Dentre as providências para a viagem até ao Sanatório, foram aplicadas energias especiais aos genitores de Ester.

Já no quarto, o Benfeitor, aplicou em Ester vigorosos passes de dispersão fluídica, desprendendo o algoz desencarnado. O espírito perseguidor, vendo-se contido e impossibilitado de reagir, blasfemou e proferiu ameaças, anunciando que pretendia exterminar a enferma vingando-se de seu pai.

Ester-espírito afastou-se do seu corpo somático, no qual se percebia as mesmas debilidades, como a aparência maltratada, roupas esfarrapadas, etc. O perispírito retratava os condicionamentos da organização física a que se imantava... Quando Ester-espírito percebeu a presença dos pais, se jogou nos braços maternos. As lágrimas expressavam a alegria e a emoção daquele instante.

D. Margarida, dotada de maior sensibilidade do que o marido passou a absolver o influxo mental do benfeitor, que num abençoado processo telepático vigoroso, a induziu aos esclarecimentos de que a filha tinha necessidade. A mãe contou, que quando todos se encontravam à borda de iminente desgraça, Jesus os convocou a uma vida nova, onde o orgulho que os cegavam e o egoísmo que os consumiam deram lugar à humildade que liberta e à esperança que anima. Depois de ouvir a mãe, Ester perguntou por que sofria tanto, havia uma dor quase selvagem no questionamento de sua filha. D. Margarida, percebendo a extensão do sofrimento de sua filha, se sentiu fraca. Dr. Bezerra, sempre vigilante a envolveu com energias revigorantes, o que foi suficiente para que a mãe se recompôs-se. Mentalmente fortalecida, explicou a filha que tudo que nos acontece procede de nós mesmos. Com o tempo tudo se esclarece, por isso, é necessário ter paciência e confiar em Deus.

As palavras de D. margarida, somada aos fluidos renovadores, encheram Ester-espírito de paz, que acabou adormecida. Finalmente, depois de meses, o corpo da obsidiada repousava sem a intervenção do inimigo desencarnado. Naquele momento, começava a recuperação de ambos.

16. Benções da Fraternidade

No dia seguinte, o Cel. Constâncio contou a esposa que sonhara com Ester, porém não se lembrava muito do sonho. Ao lembrar se da filha, ficou com os olhos úmidos. Graças à ajuda dos seres angelicais, Margarida, emocionada, confirmou que teve a mesma sensação de ter visitado Ester.

O casal, cada vez mais se dedicava aos livros espíritas e ao estudo doutrinário na Sociedade Espírita “Francisco de Assis”. Além disso, sempre realizavam o Culto do evangelho no Lar. Os Santamaria descobriram novos rumos e renovaram a esperança na cura da filha. O médium Joel, com carinho citava experiências consoladoras em incursões mediúnicas. Dona Matilde Albuquerque, a tutora de Rosangela, se transformou numa grande amiga para Margarida. Eles tinham a impressão que o grupo formava uma única família.

Nesse capítulo, aprendemos que em qualquer processo obsessivo tem que acontecer a renovação e a conscientização dos envolvidos, como o despertamento para as responsabilidades do espírito, o amor desinteressado, o perdão indistinto e o desejo real a reparação dos males causados.

Dr. Bezerra programou algumas sessões de “desobessão” para o caso Ester. O primeiro encontro, dirigido pelo Cel. Sobreira, foi trazidos por abnegados auxiliares do diretor espiritual, o obsessor de Ester que se manifestou pela psicofonia inconsciente de Joel. Com a concentração do médium e a orientação de Bezerra, o algoz rapidamente se apossou da oportunidade, modificando a postura e as feições de Joel. Agressivo e furioso bufou: “Sou invencível. Cobrarei lágrimas por lágrimas e mesmo assim, não irei saciar a minha sede de vingança.” Disciplinado e evangelizado, o médium continuava semidesdobrado e acompanhado pelos operosos Instrutores Desencarnados, pronto para qualquer interferência necessária.

Ao mesmo tempo que energias vigorosas eram aplicadas no doente, o dirigente dos trabalhos, perguntou ao espírito sofredor o por que de tanta infelicidade e perseguição. A entidade surpresa e sem saber onde estava, indagou: “Quem me interrompe? Que tipo de cilada é esta?” O esclarecedor respondeu que era a cilada do AMOR, para que ele percebesse as próprias fraquezas e o poder da Misericórdia e Justiça Divina.

Ao receber o esclarecimento, o Espírito disse que não tinha nenhum senhor, nem chefe, que era livre para odiar e vingar. A paciência do Cel. Sobreira era infinita, com carinho explicou, que na verdade ninguém é livre, enquanto não se liberar das paixões, que são os inimigos mais escravizadores que existem.

O dirigente aproveitou a oportunidade também para elucidar ao espírito sofredor que ele estava desencarnado, ou seja, liberado para a verdadeira vida. Mas, continuava enfermo, vitimado pela cegueira do ódio e os venenos da revolta, que o transformaram em ladrão da paz alheia e acovardado na agressividade. O Cel. Sobreira,frisou que todo o grupo presente seguia o Mestre Jesus Cristo, Chefe e Guia.

Philomeno aproximou-se do Espírito alienado e aplicou-lhe passes anestesiantes. A entidade, que fora acometida de grande surpresa ao ouvir o nome de Jesus, recebeu a vibração mental que o acompanhava e lembrou-se, momentaneamente, do Crucificado.

17. Doutrinação e Surpresas

O capítulo começa com a explicação de que cada processo obsessivo tem características especiais, embora genericamente sejam semelhantes. Temos que levar em conta as resistências morais do paciente, hábitos saudáveis ou não, as atitudes de enobrecimento ou de vulgaridade que colecionou. É importante também, entender que, normalmente, além dos implicados na contenda, entidades ociosas ou perversas se reúnem em torno do encarnado em desajuste, piorando a alienação.

No caso de Ester o afastamento do seu algoz para o adequado esclarecimento da situação, não é o suficiente para a melhora imediata da vítima. Já que, viciados desencarnados e parasitas da desordem, continuariam perseguindo até o momento certo de todos serem tratados. Alem disso, a engrenagem mental de Ester prejudicada pela ação dos fluidos deletérios, requer tempo e tratamento especial para a reorganização. De qualquer forma, a poderosa carga de ódio que a molestava diminuiria de intensidade.

Quando o comunicante acordou da indução hipnótica, desejou ir ao Manicômio para continuar o processo de vampirização. Compelido por dois enfermeiros, para ele invisível, foi reconduzido ao sono para prosseguir com o reequilíbrio emocional.

Manuel Philomeno, concluiu que não se pode amar a Deus sem que se ajude ao próximo com dedicação extremada. Da mesma maneira que a vítima tem que ser socorrida, o algoz também necessita da caridade. Até porque o resultado seria inútil e improdutível.

Na segunda sessão desenvolvida para o tratamento do caso Ester, Dr. Bezerra pediu para que todos recordassem o Mestre, que diante de um obsidiado, nunca julgou. Ao contrário, examinava a dor e a sombra que os envolviam. Escutava os medos do algoz e a ambos libertava, conforme as condições interiores de cada um. Ou seja, há de se ter paciência, caridade e oração. Refletindo sobre as palavras do Mentor, chegava-se a conclusão de que o adversário de Ester era somente um irmão doente, necessitado de ajuda.

O médium Joel afastou-se, em seguida, do corpo somático. Todo ele estava transformado numa usina de forças magnéticas de variado teor. Da pineal, vibrava um poderoso dínamo luminoso que irrigava todas as glândulas do sistema endócrino. Bezerra afirmou: “A mediunidade com Jesus é ponte sublime por onde transitam as mais elevadas expressões do pensamento divino entre os homens...” O instrutor Espiritual, deu como exemplo, Joel. O médium era a expressão viva da dedicação, da disciplina pelo trabalho e do estudo consciente do Espiritismo e das próprias limitações. Essas características, o tornava um excelente instrumento para o intercambio.

Em seguida, aproximou-se do Espírito enfermo e ajudou-o aplicando-lhe passes que o despertaram. Assim que acordou, o enfermo furioso, disse que não era de dormir, pois o tempo lhe era precioso demais. Em seguida, o Coronel Santamaria sintonizou com o enfermo, na ânsia de ajudá-lo, a fim de salvar a própria filha, o Espírito sofredor notou a sua presença e, explodiu: “É ele! Tarde, é muito tarde! Agora sou eu quem manda. Vingança.” Enfurecido, perguntou se o coronel não se lembrava, de que ele, fora sua vítima. E afirmou que por isso, dominava a filha, com o objetivo de transformar Ester num cadáver.

A vibração do ódio impregnava a sala, tornando-a desagradável. O dirigente da sessão pediu a todos que orassem, pelo doente. O comunicante, revoltado com a situação, afirmava que nunca o perdoaria. Todo o mal que o Cel Santamaria tinha feito a ele e a sua família seria cobrado, através da morte lenta da filha. Mas, caso desejasse fugir pelo suicídio como já lhe sugeriu, melhor ainda. O dirigente da reunião elucidou o Espírito sobre a necessidade do perdão, e que era muito melhor perdoar do que rogar perdão. Além disso, Sobreira lembrou que a vítima Ester, não pertencia a seu genitor, nem a ele, mas ao Pai Criador. Perguntado se conhecia Jesus, o Espírito disse que chegou a amar o Mestre na infância, mas que agora era tarde. Sobreira, respondeu-lhe que ninguém ama a Jesus e depois o abandona. A pessoa é que se afasta dele. E rogou-lhe, uma reconciliação com o irmão que ele supunha ser ainda seu adversário. Já que o enfermo se negava a perdoar, o dirigente questionou como ele tinha coragem de, objetivando martirizar o pai, afligir também a genitora de Ester? Como ele se sentiria se alguém também causasse o mesmo sofrimento a sua devotada mãe? A entidade se emocionou com a referência feita a sua mãe. Dr. Bezerra ministrou-lhe passes magnéticos e o Espírito, envolvido por energias calmantes, adormeceu.

RESUMO FEITO POR ANA PAULA ROCHA * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

18. Novos esclarecimentos

Voltando dos trabalhos espirituais onde o inimigo desencarnado havia se manifestado, o casal Sobreira, percebendo o estado do casal Santamaría, resolveram convidá-los para um chá, o que foi aceito, pois tinham necessidades de esclarecimentos sobre o que foi ouvido do inimigo desencarnado.

O Coronel Santamaría sentiu-se ferido em seu orgulho de homem correto e justo, não entendo o porquê daquele homem ter sido tão agressivo com ele e porque ameaçava sua filha.

Sobreira pede para que tenha paciência e compreensão, que não visse o ofensor como inimigo, pois este perturbado como se encontrava, não tinha o conhecimento correto das coisas, acreditando que a sua visão dos fatos eram corretas.

E, enquanto os homens conversavam sobre o ocorrido, D. Mercedes dizia a D. Margarida que refletisse e considerasse que o ofensor de hoje, pode ter sido o ferido de ontem.

Disse-lhe que a melhor forma de proceder seria a piedade e a oração pelo perseguidor.

A programação especial de socorro a Ester e dos envolvidos, previa dois encontros por semana para a desobsessão e os demais dias seriam dedicados ao estudo da doutrina para esclarecimentos de todos, de forma a evitar-se perturbação nos trabalhos.

Rosangela observou que a obsediada apresentava pequenas melhoras e, com o afastamento do obsessor e diminuída a assimilação continua dos fluidos enfermiços, o organismo passou a recobrar aos poucos o controle das suas funções.

No terceiro encontro para assistência especializada, reuniram-se às 19h30min. Os diligentes mensageiros espirituais, vinculados ao trabalho da noite, haviam acionado aparelhagem promotora de assepsia psíquica do ambiente e outros tipos de aparelhos, necessários para os trabalhos daquela noite.

Tudo era harmonia. O perseguidor, em hibernação, recebia da espiritualidade o carinho, que o acalmava, inspirando compaixão e socorro no desvario a que se entregava.

Foi desperto pela interferência do Mentor, que se fez visível, provocando emoção no perseguidor.

O Obsessor esclarece que tem sido vítima do Coronel e que foi encaminhado por nobre conselheiro da justiça a proceder à cobrança própria.

O Mentor esclarece que está trabalhando em favor dele e, como ele se utiliza de Ester para afligi-la, foi trazido para se comunicar com o adversário através de um médium, o irmão Joel, para que ambos promovessem entendimentos.

O Mentor fala que o mal é sempre pior para quem o cultiva e que o Conselheiro dele havia se equivocado, conduzindo-o à grave erro e, pede que apresente o seu problema.

19. Revelações surpreendentes

O perseguidor se diz infeliz e revela que odeia e quer odiar. Diz que foi enganado. Explica que a vitima sempre recorda o que sofreu qual um animal que foi ferido.

Identifica-se como Matias, que morreu na segunda guerra e era conhecido como “baiano”.

Era 12 de dezembro de 1944 quando ordens para tomar a Cordilheira de Monte Castelo.

As imagens da guerra são revividas durante a narrativa, sendo percebido na aparelhagem mediúnica.

Coronel Sobreira inspirado pelo Mentor aproxima-se de Matias, aplicando-lhe passes magnéticos com a função de acalma-lo.

Matias diz que sofre e o ódio o desarvora. Fala que o Coronel Santamaría o matou e o traiu.

Enquanto Matias era acalmado, Melquiades e Angelo, adestrados na enfermagem psíquica tranquilizavam o Coronel Santamaría.

O Coronel recordava e revia aqueles dias. Não fosse a alcunha de “baiano”, não teria se lembrado de Matias.

Harmonizados pela espiritualidade, Matias voltou a narrar os acontecimentos.

Ele, Matias, não tinha muito simpatia pelo Coronel, mas o servia com respeito.

Conta que sempre acreditou em sonhos e que sonhara que ia morrer naquele dia. Não dormiu naquela noite e rezou para que não fosse enviado.

Pediu ao Coronel que não fosse colocado na linha de fogo. Este zombou dele e disse que todos estavam ali para morrer e que era o dever de todos, morrer pela Pátria.

Matias compreendia e pediu um favor ao Coronel. Se ele morresse que o Coronel ajudasse sua mãe e irmã. O Coronel prometeu que faria e pediu seu registro e o endereço da família.

Matias morreu na batalha e após a desencarnação, em meio à agonia do violento desencarne, ouviu um choro e seu nome e, reconhecendo a voz de sua genitora, correu para dizer que não estava morto, estava doente. A mãe não o ouvia. Foi até a irmã, já adulta, vivendo numa casa de prostituição. Teve a impressão que a irmã o tinha visto, porém, assustada, correu.

Após longo período de sofrimento, foi compreendendo que havia morrido e lentamente foi organizando as lembranças, então, lembrou-se do Capitão, agora Coronel, e começou a pensar nele. Seus pensamentos o levaram a casa dos Santamaría, que viviam numa linda casa e felizes exibiam a filha.

Tentou agredi-lo e não conseguiu, então, ao ouvir a filha do Coronel tocando piano, aproximou-se de Ester, que parecia ter a mesma idade da irmã, porém numa situação bem diferente.

Percebeu que Ester sentiu sua presença, então lhe agarrou os braços e viu que os seus ficaram presos nos dele. E, percebendo que estavam misturados um ao outro, passou a usar Ester para agredir fisicamente o Coronel, tirando dela o controle, enlouquecendo-a.

Informou que assim estavam e assim permaneceriam. Pede para perguntar se o Coronel se lembra dele.

O doutrinador pergunta a Matias: “O desespero do teu próximo acalmaria sua agonia; Ester enlouquecida, recupera a Josefa?; A angustia de D. Margarida diminui a pobreza de tua mãe?”.

Esclarece que ele não está se vingando, está destruindo e destroçando os deles. Que não ama a família, nunca amou.

Matias diz que faz justiça e o Doutrinador diz que ele está confundindo justiça com indignidade e covardia moral. Matias Chora.

O Instrutor pergunta a Constâncio se tem algo a dizer.

O Coronel diz que sim. Recorda-se de Matias e que jamais desejou trair ou esquecer o prometido.

Revendo aqueles dias terríveis, com o fim da guerra, à volta a Pátria, a readaptação e com as novas atividades, acabou sendo traído pela memoria.

Pede perdão por ter sido o responsável pelo sofrimento dele e de sua família.

Matias não perdoa. O Coronel pede que o castigue e liberte sua filha. Matias continua irredutível. Constâncio, então, pede a oportunidade de ajudar sua família e pergunta como pode encontrá-las.

Matias continua não acreditando nas promessas do genitor de Ester. O Coronel diz não pedir mais por Ester, que compreende a dor dele e pede a sua ajuda para reparar todo o sofrimento imposto a sua família.

Matias mesmo desconfiado fornece o endereço onde sua mãe vive.

Fazendo uso da mediunidade de Rosangela, Bezerra procedeu às diretrizes finais antes do encerramento dos trabalhos dizendo:

“Como se faz necessário punçar o abscesso para drená-lo, restabelecendo a vitalização das células e evitando que se apodreçam, indispensável que em momentos próprios, se deixem extravasem das infecções morais a purulência e a vasa pestilencial depositadas no espirito lúrido, vencido...”

O Instrutor recomenda que evitem ressentimentos para com o irmão doente, interrogações adiáveis ou ansiedades inoportunas... Que entregassem a Jesus, aguardando pacientes, os resultados.

20. Incursão no passado

Miranda e os outros foram incumbidos de acompanharem o casal Santamaría, cuidando de trazê-los de volta a Casa Espirita, a hora programada, para a segunda fase das operações de socorro da noite.

Observou-se que o casal estava agradecido a Deus pela oportunidade, prometendo empenho na reabilitação do doloroso drama de que foram responsáveis, sem o desejarem.

Adormecidos, foram reconduzidos em desdobramento parcial, pelo sono, a sede da Casa Espirita, onde foram alojados em local reservado.

A facilidade com que se movimentava Joel e alta lucidez que o possuía chamava a atenção de Miranda. A esposa desencarnada de Joel estava ao seu lado.

Miranda e Irmão Melquiades foram convidados a se dirigirem a Casa de Saúde, a fim de trazer Ester, cuja presença se fazia imprescindível.

Os passes frequentemente ministrados pelo irmão Melquiades na enferma, produziram estimulantes resultados desde que se iniciara a terapêutica desobsessiva.

Miranda comenta que muitos profissionais da medicina e da enfermagem supõem que de outra terapêutica não dispõem, quando falham os recursos clássicos... Em razão disso, relegam os pacientes a própria sorte, não perdendo tempo com os casos irrecuperáveis. Esquecem, no entanto, a terapia do amor, psicoterapia do entendimento e da atenção.

As atividades e cuidados para o cometimento já haviam sido iniciados.

Atendendo ao imperativo da hora, o Instrutor convidou Miranda e os outros para o serviço do despertamento dos membros do grupo.

Cada mente, na condição de fixador e seletor de aptidões, somente permite ao espirito o que este cultiva e grava nas engrenagens do espirito.

Assim, o homem é sempre o que pensa, porquanto da fonte mental, fluem os rios das realizações. As matrizes mentais demoradamente fixadas por viciações, desequilíbrios, não podem de inopino ser removidas ou alteradas, constituindo os fulcros da ideação e da vida, onde cada ser, encarnado ou não, habita.

Matias prosseguia dormindo, enquanto Ester não dava sinais de lucidez.

A posição dos membros encarnados fora providenciada para a formação de um circulo quase fechado.

Iniciando os trabalhos o Diretor, exorou:

“Senhor Jesus!” - “Aqui estamos, teus servos imperfeitos que reconhecemos ser, tentando o ministério da caridade fraternal, que vos ensinastes com o exemplo da renúncia e do sacrifício...”.

O Mentor, em atitude de indefinível emoção, adquirira tonalidade safirinas, que lhe adornavam beleza seráfica.

Após breves momentos, passaram a algumas considerações, no sentido de elucidar e estudar com maior profundidade o problema Ester-Matias.

Colocados os dois juntos, observou-se que Ester apresentava expressiva melhora, apesar de Matias ainda enviar fluidos venenosos e da telepatia perturbante.

O Coronel Santamaría pediu ao Mentor permissão para se dirigir a filha, o que foi aceito.

A filha diz ao pai que está louca e se sente como um animal enjaulado e fala do abandono a que foi relegada.

O pai a acalma e pede que ela confie em Deus e que esclarecimentos seriam feitos e tudo ficaria bem.

Sob os cuidados do irmão Melquiades, Ester acalmou-se.

Matias agora desperto e sob os cuidados do irmão Ângelo perguntava por que se encontrava encarcerado naquele circulo. Olhou para o grupo, viu Ester e perguntou por que ela estava ali.

Ester ao ver Matias estremeceu e começou a gritar, modificando-lhe o aspecto.

O Diretor já esperando por aquele acontecimento prosseguiu sereno.

Ester aproximou-se de Matias dizendo que o odiava. Irmão Ângelo pôs-se a trabalhar na sede do centro cerebral dele, fazendo recuar no tempo.

Ester diz lembrar-se de Matias, chamando-o de infame e traidor e que jamais o perdoaria.

Matias reconheceu Ester e entendeu que apesar de odiar o pai dela, sentia prazer em persegui-la. Ester diz que não tem pai.

Matias aponta para Constâncio e pede que Ester se recorde dele, que fora seu amante, executor de suas tramoias e que agora se encontra com outra aparência.

Matias diz que vai se vingar e Ester retruca, dizendo que a vingança é dela, por ele a ter roubado, explorado, abandonando-a por outra mulher.

E assim, prosseguiram, em ofensas reciprocas e acusações continuas.

Podiam ajuizar agora com firmeza, que a jovem, débil e insana, inspiradora de compaixão, a padecer por um erro cometido do seu pai, sofria necessariamente com justiça.

Entrementes encontrávamos nela mesma as matrizes propiciatórias às ligações para o reajuste pelas trilhas da obsessão.

Enquanto falava com inflexão que não dava margem a contraditas, os enfermeiros impediam que os alterados prosseguissem e ouvissem os conceitos preciosos.

O médium Joel aproximou-se de Ester, agora Eduardina, transfigurada em uma matrona portuguesa dos primeiros dias do século passado, e a fez sentar.

Matias agora como Casemiro, apresentava traços de nobre beleza física, no ardor da juventude, que nada lembrava os sinais deformantes da desencarnação por ocasião da guerra.

Foram permitidas as reminiscências entre Casemiro e Eduardina para solucionar as dificuldades vigentes em Matias e Ester.

A vitória cabe a quem perdoa e ajuda, esquece o mal para fazer o bem, sepulta a magoa para libertar a confiança.

O Instrutor sugere que voltem a Braga.

Eduardina-Ester crava os olhos fora de orbita no Coronel, enquanto Matias-Casemiro demonstra inquietação.

Face à sugestão, em processo regressivo da memória, uma transfiguração ocorreu no genitor da obsessa, modificando lhe a aparência.

RESUMO FEITO POR FRANCISCA PASSOS * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

21. Crimes ocultos

O Coronel então assumiu a aparência de sua última encarnação. Dr. Bezerra, através de um aparelho parecido com uma TV terrena, apresentou o local onde passaram os acontecimentos vinculados aos três companheiros.

O Mentor sugeriu ao militar que recordasse de Eduardina, que mergulhasse nas lembranças do Monsenhor Severo Augusto dos Mártires.

Dessa forma, através da força da ideia plasmadora, a transmutação do perispirito estava detalhada. Seus lábios, tiques nervosos, etc.

Evocadas as imagens mentais reviviam o momento em que, por sugestão de Eduardina/Ester resolveram, juntos, cometer o crime.

A portuguesa envia um bilhete ao Monsenhor para que se encontrassem mais tarde.

Na mansão a Sra Eduardina deseja recomeçar a sua relação com o Sacerdote, pois a havia interrompido quando iniciou o romance com Casimiro/Matias. Mas o rapaz a abandonou para ficar com Maria do Socorro, sua sobrinha, que além do romance engravidou de Casimiro.

Eduardina queria vingar-se do ex- amante e da sobrinha, assim, resolveu associar-se ao Sacerdote, independente do preço que teria que pagar. Monsenhor então disse: “Sua fidelidade a mim até a morte, pela morte dele, o desrespeitador”. A jovem grávida seria encarcerada num convento. Tais planejamentos selavam os destinos de ambos, Eduardina e Monsenhor, para o futuro, em compromissos demorados de dor e sombra imprevisíveis.

Dr. Bezerra, através de passes, fez com que as memórias do Coronel cessassem e reequilibrou-o. Aproximou-se de Casimiro/Matias e sugeriu a recordação: “... lembre-se de quando lhe chegou à precatória para apresentar-se ao tribunal...”

Casimiro era leviano e utilizava sua beleza para seduzir as mulheres. Vinha de família nobre, possuidora de riquezas e títulos em Leiria. Veio para Braga para tentar carreira no clero por lhe parecer rendosa e favorável a vasão dos pendores negativos que o dominavam.

Por suas atitudes gerou inveja e ódio ao seu redor, e por sua indisciplina, ficou doente e foi dispensado do seminário.

Pela amizade que seus parentes tinham com a viúva do Alcantilado, hospedou-se na mansão até recuperar-se da doença. Deste modo, Casimiro vinculou-se a Eduardina. Seria o início de um infeliz relacionamento.

O rapaz recusou-se a casar com a viúva e, como já havia seduzido e engravidado a sobrinha, contou-lhe toda a verdade: “... ameaçando unir-se a jovem, por amor, a fim de limpar-lhe o nome e honrar o filho.” Ele retornaria a Leiria com Maria do Socorro, mas antes se hospedou na casa de amigos, quando recebeu a intimação do Santo Ofício. Logo foi encarcerado para responder ao processo que fora instaurado contra ele, com acusações de roubo, atitude indecorosa contra a igreja, prostituição de menores mediante sedução diabólica. O Monsenhor dos Mártires estava por trás de toda trama.

Após julgamento arbitrário e incansáveis torturas, Casimiro desencarnou prematuramente.

O crime fora esquecido.

Dr. Bezerra despertou Matias, e agora a viúva Eduardina Rosa recordaria o que fez com a sobrinha.

Maria do Socorro, grávida, fora encarcerada num “convento que ajudava jovens equivocadas e iludidas.” As jovens viviam presas, sem nenhuma liberdade, então o desespero as alucinava e a revolta marcava seus espíritos por longos períodos onde muitas vezes atravessavam várias reencarnações.

A moça teve uma filha, que em seguida fora afastada e encaminhada a um lar de órfãos. Naquela vida ela nunca conhecera a filha.

Agora reencarnados estavam: a filha órfã como genitora de Matias/Casimiro e Josefa/Maria do Socorro.

Eduardina lembra-se de que fora socorrida no plano espiritual por sua mãe, que era a mesma desta, D. Margarida.

Durante as revelações D. Margarida esteve serena, mas comoveu-se com o destino de Maria do Socorro e da criança. Desta forma, colaboraria de todas as maneiras para o socorro daquela família. Assim ajudaria no equilíbrio das dívidas de Matias, sua família e Ester.

Matias comoveu-se com os pensamentos fraternais de D.Margarida.

O Mentor verificou o programa santificante, conclamando-o ao ministério da justiça das leis que reúne os implicados nas tramas dos destinos, para que refaçam a vida, dispondo inclusive dos vínculos familiares, de modo que as dependências EMOCIONAL, AFETIVA, FÍSICA e ECONÔMICA, criem os VÍNCULOS para o REAJUSTAMENTO e o PERDÃO, para ocorrer a ascensão vitoriosa de Deus.

Dr. Bezerra informa que o mesmo grupo procede de outros tipos de experiências, no entanto fracassaram.

“... para os que estão reencarnados, cada minuto é desafio, no corpo. A advertência da VIGILÂNCIA implica necessidade de cuidados contínuos... ”

“Desespero ou harmonia se encontra ao alcance de quem a um ou outro melhor se afeiçoe, ou com o qual prefira afinizar-se.”

Retomando a palavra o Diretor disse que a maioria dos presentes não se recordaria de nada e que a Terra é a nossa escola de progresso. Ele dirigiu-se aos três membros do processo obsessivo e disse que um era responsável pelo insucesso do outro e que era indispensável o PERDÃO.

22. Comentários oportunos

No dia seguinte, cada participante havia registrado o momento da forma oportuna. Apenas o médium Joel lembrava quase completamente das abençoadas revelações.

Os Santamaria recordavam apenas que participaram de uma reunião, mas estavam otimistas com o futuro.

O Coronel Sobreira despertou animado e satisfeito.

Rosangela acordou pensando em Ester e quando chegou ao hospital obteve notícias a seu respeito. Ester, aos poucos, recobrava a lucidez.

À noite, após a sessão na Casa Espírita, os amigos reuniram-se na casa do coronel. Este fala sobre a sua vontade de ir procurar a família de Matias em Salvador e cumprir sua promessa. Os amigos encorajam os bons propósitos de amizade e cooperação e disseram que cada um deve “FAZER MELHOR DA NOSSA PARTE”.

D. Margarida perguntou a Joel sobre a reunião no plano espiritual, na qual ele esclareceu, sobre orientação do Dr. Bezerra.

O Mentor sugeriu que Ester fosse transferida para um hospital para receber assistência geral e reestabelecer sua saúde. Quando o Coronel retornasse da viagem seria oportuno trazê-la ao lar definitivamente.

Troca-la de hospital seria benéfico para dexintoxicação dos fluidos deprimentes daquele manicômio. As visitas frequentes da mãe trariam um novo animo para a paciente.

O plano espiritual continuaria trabalhando em benefício de Ester e Matias.

“... que a Lei é, sim, de justiça, mas que a justiça de Nosso Pai se chama Amor.”

Manoel Philomeno de Miranda perguntou ao Mentor qual a finalidade da presença daqueles irmãos na reunião espiritual se eles não se recordariam: “... nenhuma experiência, mesmo as não recordadas, se perde em nosso cabedal de aquisições pessoais. O importante, no caso, não é recordar o erro, mas dele libertar-se, expulsando o débito praticado dos painéis da alma.”

“Os assuntos perniciosos que são sepultados sem elucidação que os anula, ressurgem, quando menos se espera, em forma de ansiedade, frustração, receio ou insegurança.”

“As impressões de ódio, quando sufocadas, por falta de oportunidade de serem diluídas no amor, geram enfermidades que afetam o corpo e a mente.”

“A recordação total, no entanto, para alguns, na esfera física, não treinados para a vida nos dois planos, simultaneamente, constituiria aflição e distonia desnecessários. Daí, a misericórdia do Senhor facultando-lhes o olvido. ”

Matias foi completamente desvinculado de Ester, e corriam as execuções para os planos futuros das duas famílias.

23. Abigail e Josefa

Ester fora transferida para uma casa de repouso em Jacarepaguá, cujo médico era Dr. Armando Bittencourt, espiritualista, crente na reencarnação e conhecedor dos fundamentos obsessivos.

D. Margarida ficaria com a filha enquanto o marido estivesse em Salvador.

Já em Salvador o Coronel foi à procura da família de Matias e emocionado encontrou a choupana a beira de uma ladeira íngreme. Comoveu-se com o sofrimento de D. Abigail e pensou que já fora um homem cego para a vida, agora, porém, não era mais egoísta, felizmente enxergava ao seu redor.

Encontrou D. Abigail à noite e explicou que conhecera Matias no exército, durante a Segunda Guerra fora seu Capitão. Agora estava cumprindo a promessa que fizera, em ajudar a mãe e irmã do soldado. Explicou que era Espírita e pediu perdão pelo esquecimento da promessa, afinal passaram 17 anos desde a desencarnação de Matias, mas este veio comunicar-se através de um médium e reinterou a promessa feita antes de morrer.

Os dois conversaram bastante e no final ele perguntou se poderia abraçá-la.

Abigail confessou-se Espírita, explicou que quase enlouquecera com a soma das dores: a morte do filho e a filha que saiu de casa e começou a se prostituir. Ela narra o dia em que clamou por Deus e chamou por Matias. Algum tempo depois buscou auxílio numa Casa Espírita, onde encontrou esperança e paz. Nesta, foi informada que o filho sofria, e a mãe começou a orar por ele.

Ela soube que Josefa era médium e via Matias deformado.

Deus a ouviu estava lançada a ponte para o trânsito feliz, rumo à vitória.

O Coronel não mais se reconhecia, pensou em suas transformações morais e a forma de considerar seus valores. Agora transferia as realidades para a vida espiritual, seus conceitos eram outros.

Dr. Bezerra planejou mais uma reunião no Plano Espiritual onde Josefa, Abigail, o Coronel e Ester estariam juntos dos demais cooperadores do plano superior.

José Pititinga, apóstolo baiano, iniciou a reunião com belas palavras e esclareceu que o Monsenhor e Eduardina estavam arrependidos pelos crimes cometidos contra mãe e filha, e estavam sofrendo através da Lei de Causa e Efeito.

Josefa/Maria do Socorro ria e chorava ao mesmo tempo. Foi esclarecida sobre as novas oportunidades e quem era quem em novas roupagens, inclusive que a sua filha de “ontem” era sua mãe de “hoje” e que Casimiro era Matias. E aquele benfeitor que as ajudaria era o Monsenhor dos Mártires, pai de Ester/Eduardina.

“A Justiça de Deus não erra, nem tarda, manifesta-se, não conforme nosso agrado, porém no momento oportuno.”

“O corpo é sagrado patrimônio de que se há de respeitar e dar conta ao Criador...”.

Josefa estava presa às amarras obsessivas, mas ela precisava fugir por conta de seu livre arbítrio.

Ester pediu perdão a Josefa, pois naquela ocasião estava invigilante e perdida. Ambas reconciliaram-se e prometeram se ajudar no futuro próximo!

24. Dia novo de luz

Josefa despertou e recordava com nitidez seu encontro no plano espiritual. Sentiu náusea e pavor daquele recinto e, de súbito, pensou em sair correndo dali. Os obsessores que a vampirizavam tentaram agredi-la, mas ela estava inspirada pelo plano superior que a fortalecia com coragem, mas sem interferir no seu livre arbítrio.

Ela orou, e através da prece ansiosa e confiante, Dr. Bezerra expulsou os parasitas espirituais, chamando Josefa ao encontro com Jesus.

A moça saiu correndo da “casa de prazeres” e buscou refugio na casa de sua mãe. Lá narrou o sonho e disse que elas não poderiam permanecer ali por muito tempo, pois o gerente daquela casa iria procura-la.

Naquele momento D. Abigail se lembrou do Coronel e resolveram solicitar seu auxilio. Mas antes foram à casa de Teófilo, presidente da Casa Espírita que Abigail frequentava. Este resolveu procurar Santamaria e esclarecê-lo sobre o ocorrido.

O Coronel disse às duas que veio a Salvador pensando em leva-las para o Rio de Janeiro. “Agora percebo que o mundo espiritual nos ajuda, em face da resolução de Josefa...” Assim, providenciaria a viagem para o dia seguinte; informou à esposa que levaria mãe e filha para morarem com eles no Rio de Janeiro.

Chegando ao Rio todos se conheceram e no dia seguinte, na Casa Espírita, D. Abigail confessou que o que lhe afligia eram os perseguidores de Josefa. Esta deveria ser submetida a tratamento médico para reequilibrar o organismo debilitado. Iria se tratar na mesma clínica de Ester. Estariam novamente juntas, uma nova oportunidade para o reequilíbrio com as Leis através da dor!

Na sessão espírita Matias verificou que a promessa foi cumprida e sua família ficaria segura e bem. Ele se redime perdoando e pedindo perdão, solicita ajuda para também ser ÚTIL AO PRÓXIMO.

“A VIDA É O QUE DELA FAZEMOS.”


PRECISAMOS ESTAR SEMPRE EM “CONSTANTE VIGILANCIA.”.


“O AMANHÃ É O NOSSO DIA DE COLHER. SEMEEMOS, HOJE, AS FÉRTEIS MESSES DE ESPERANÇA, EM FLORES DE BONDADE.”


“JESUS FARÁ POR NÓS O QUE NOS NÃO SEJA POSSÍVEL REALIZAR.”

RESUMO FEITO POR MARIA FERNANDA RIBEIRO * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

Após a reunião realizamos nosso encontro fraterno para comemorar os aniversários de Maria Silvia e Naza

POR GENTILEZA, UTILIZEM OS RESUMOS MANTENDO O CRÉDITO DAQUELES QUE SE ESFORÇARAM E FIZERAM O TRABALHO.
"ESPÍRITAS AMAI-VOS E INSTRUI-VOS"

ESTAMOS DE VOLTA!

Olá amigo de ideal espírita, depois de um período, retornamos com nosso estudo de livros espíritas. Agora em novo formato e muito mais inter...