“Em verdade, em verdade, te digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” Jesus Cristo
“ (...) todo encontro com outro ser humano tem sentido, e deve significar algo, no plano da criação de Deus.” Peter Van der Meer
Primeira Parte
Os Huguenotes
Os Huguenotes
“O amor é de essência divina e todos vós,do primeiro ao último, tendes,no fundo do coração a centelha desse fogo sagrado (...)”
(Allan Kardec, ESE,XI – “Amar o próximo como a si mesmo”)
Huguenotes – Confederados, ligados por juramento.Designação dada pelos católicos franceses aos protestantes, especialmente calvinistas.
A Noite de São Bartolomeu
O massacre ocorreu no dia 24 de agosto de 1572,no dia dedicado ao santo católico; nesta data os adeptos da Reforma – Protestantes – foram assassinados em massa na cidade de Paris pelos soldados da Santa Liga, cujo chefe era o Duque de Guise, aliado ao Rei Carlos IX – filho da rainha Catarina de Médicis. Grandes franceses de alta linhagem moral e social sucumbiram neste tenebroso acontecimento, dentre os quais o Almirante Coligny, que era um dos chefes huguenotes.
Personagens
Otília de Louvigny-Raymond - jovem de família nobre,noiva de Carlos Filipe II
Luís de Narbonne – Capitão da Fé, filho bastardo do Rei Henrique II,estudante de teologia,católico fanático
Carlos Filipe II de La-Chapelle – varão dos Brethencourt de La-Chapelle, médico e teólogo luterano (pastor)
Ruth-Carolina de La-Chapelle – irmã caçula de Carlos Filipe,muito amada por todos da família
Conde Filipe de La-Chapelle,Carolina de Clairmont e Família- uma família de filantropos,pessoas caridosas e honestas,cultivavam a fé protestante e disseminavam, aos que quisessem receber, o verdadeiro chamado divino
Gregório, Raquel,Camilo e Blandina- serviçais da família La-Chapelle
Reginaldo de Troulles – serviçal de Luís de Narbonne
Catarina de Médicis – Rainha da França, mãe do Rei Carlos IX,mulher fria e calculista,não amava nada além do poder.
Monsenhor de B... – “pai adotivo de Narbonne”;foi a criatura que o criou e passou-lhe valores morais
Príncipe Frederico – Noivo de Ruth-Carolina
A Trama
O massacre aos huguenotes durou 3 dias e abrangeu algumas Províncias francesas.Luís de Narbonne,com o seu fanatismo,chacina todos no Solar de La-Chapelle, que com exemplo de moral elevada, lembraram os primeiros cristãos que foram mortos, pois pregavam o verdadeiro evangelho de Jesus.Ruth-Carolina sobrevive,pois estava com Otília em sua residência.
Pacto Diabólico
Duas mulheres unidas por um pacto de vingança contra o responsável pela morte de seus entes queridos.Ruth assume a identidade de Otília, que sucumbe pela perda de Carlos.Assim Ruth deixa-se influenciar pelo Espírito de Otília. Juras de Amor! Morte! Traição!
Ruth/Otília,retorna a Paris para iniciar seu plano monstruoso para seduzir e destruir seu algoz e arrebata o coração de Narbonne.
Perfídia
Otília é apresentada a Catarina de Médicis- “(...)que além de má,era igualmente um tanto teatral...gostava de divertir a própria morbidez,contornando os crimes que praticava,com encenações e pormenores...obsidiada pelas trevas,sabia criar para aqueles que condenava”; juntas tramam a queda do Capitão da Fé.
Ele abre mão do Clero para desposar Otília; Catarina pretende envolvê-los e liquidar duas presas com “uma tacada de mestre!”
Segunda Parte
Um Consórcio Odioso
Um Consórcio Odioso
“A misericórdia é o complemento da brandura,porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico.Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas.O ódio e o rancor denotam alma sem elevação,nem grandeza.O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada,que paira acima dos golpes que lhe possam desferir.Uma é sempre ansiosa,de sombria suscetibilidade e cheia de fel;a outra é calma,toda mansidão e caridade.”
(Allan Kardec,ESE,X – Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos)
Monsenhor de B... tenta fazer com que Narbonne mude de idéia,sentiu que o consórcio não geraria bons frutos.
Luís fora elucidado dos perigos que o aguardavam, ele já tinha o seu futuro espiritual comprometido pelos assassinatos da noite de São Bartolomeu, mas estava às vésperas de uma grande expiação.
Apesar do seu fanatismo religioso (Fé Não Raciocinada),Narbonne tinha bom coração, era um cavaleiro de moral elevada;ele era a sombra de sua criação num convento.
“(...)quem quer que sejamos,homem ou Espírito,sábios ou ignorantes,possuiremos sempre,nas regiões esclarecidas do Espaço,um grupo de entidades amigas e protetoras,que por nosso futuro e bem-estar zelarão,cuidadosos do nosso progresso,tentando desviar-nos de caminhos precipitosos e quedas irremediáveis (...)” Tudo depende das afinidades mentais que possuímos;se estão desequilibradas ou harmoniosas
“Deus jamais priva a sua criatura da justiça de um amparo ou uma inspiração, sempre necessários na marcha da nossa evolução.”
De todas as formas Gregório e Blandina tentaram persuadir Otília a esquecer a vingança e ir para a Alemanha, porém a menina angelical não mais existia,tornou-se ríspida,audaciosa,voluntariosa,verdadeira expressão do mal!Eles se casaram no dia de finados na Igreja de Saint-Germain,onde se conheceram.
Gregório vai para a Alemanha avisar o Príncipe Frederico do infortúnio de sua noiva.
A Condessa de Narbonne é apresentada a corte através de um baile,onde canta para o Rei e seus súditos. Ela é reconhecida por Reginaldo de Troulles!
Ruth percebe que está prestes a ser desmascarada e joga suas últimas cartas.
Luís envolvido pela paixão é influenciado pelo Espírito obsessor de Otília e acredita na “doce” Ruth.
O “Anjo das Trevas” já havia combinado sua fuga com Gregório e com o Príncipe Frederico. Daria seu golpe fatal e fugiria para a Alemanha onde se casaria e viveria tranqüila, tendo vingado seus entes,que foram massacrados na fatídica noite de São Bartolomeu.
Terceira Parte
Mas a Vida Prossegue...
Mas a Vida Prossegue...
“Se perdoardes aos homens as faltas que cometeram contra vós, também vosso Pai Celestial vos perdoará os pecados; mas se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido,vosso pai Celestial também não vos perdoará os pecados.”
(Mateus, 5:14)
A conspiração de Catarina e Ruth ocasiona no aprisionamento de Luís de Narbonne na masmorra do Louvre. Lá ele permanece por 2 anos até cessar sua vida.
Quando desencarnou,Luís revolta-se, e não entende o que acontece ao seu redor.Pela sua sintonia retornou ao seu castelo,projetou em sua mente as roupas costumeiras e foi a procura de Otília no Palácio Raymond.
Otília presa de suas paixões segue como Espírito obsessor de Narbonne;pela sua inferioridade moral não percebe que ele também é desencarnado e confunde-se entre passado e presente.Passa a obsidiar também Ruth-Carolina.
O Espírito de Narbonne vaga pelas ruas de Paris por 10 anos,até que é atraído para a Província francesa.
Após a confirmação da morte de Narbonne Ruth fica cada dia mais perturbada.
Quarta Parte
A Família Espiritual
A Família Espiritual
“O homem sofre sempre a conseqüência de suas faltas; não há uma só infração à lei de Deus que fique sem a correspondente punição. A severidade do castigo é proporcionada à gravidade da falta. Indeterminada é a duração do castigo, para qualquer falta: fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno à senda do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto o arrependimento.”
(Allan Kardec – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, XXVII (21) – Pedi e Obtereis)
Após anos de sofrimento o Espírito de Luís começa a entrar em sintonia com o Plano Superior.Ele ora fervorosamente para que Deus encaminhe-o para sua família. E pela sinceridade da prece ele é atraído para a sua Família Espiritual!
“Vinde a mim, vós que sofreis e estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Aprendei comigo, que sou humilde e manso de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o meu peso é suave e o meu jugo é leve...”
A família La-Chapelle estava reunida por concessão de altos poderes espirituais, por possuir méritos pessoais, conquistados por todos os seus representantes, inclusive Luís de Narbonne! Eram Espíritos verdadeiramente Cristãos, desde o século III d.C apresentavam testemunhos de discípulos do Mestre, exceto Ruth.
Desejando acelerar o progresso espiritual, na erraticidade, solicitaram o martírio em nome do Senhor, desde que sucedessem exemplos regeneradores para o seu próximo.No séc XVI integrados na Reforma em defesa do Evangelho de Jesus, sucumbiram a um desumano atentado, que para a família foi uma vitória! Amor a Sublime causa de Deus.
Desejando acelerar o progresso espiritual, na erraticidade, solicitaram o martírio em nome do Senhor, desde que sucedessem exemplos regeneradores para o seu próximo.No séc XVI integrados na Reforma em defesa do Evangelho de Jesus, sucumbiram a um desumano atentado, que para a família foi uma vitória! Amor a Sublime causa de Deus.
A preocupação da família era com a Situação Moral perante as Leis Eternas de Ruth, Luís e Otília.
Ruth ainda vivia a existência terrena, presa a sofrimentos, físicos, morais e espirituais. Sentia muita saudade da família e sofria pelo amor que sentia por Narbonne. Depois que confirmou a morte do amado sucumbe a loucura e desencarna. Após períodos de perturbações, viu-se reunida com os pais e Luís. Pelo baixo padrão moral não poderia encontrar-se com Carlos Filipe e os outros familiares.
Ela não aceitava o fato de seu algoz possuir méritos de estar com a família e ela não.
Ruth fora esclarecida de que para retornar ao convívio daqueles que tanto amava teria que reencarnar novamente para reparação de seus erros, num berço triste, rodeado de solidão e saudades; pois ela não havia valorizado a oportunidade de crescimento moral que tivera nesta encarnação!
Ruth e Luís retornariam novamente, em caminhos tortuosos e reparadores, na verdadeira trilha de Deus e amor ao próximo...
Resumo feito por Maria Fernanda Ribeiro * Favor manter os créditos
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ResponderExcluirUma história apaixonante, rica de ensinamentos profundos, que nos mostra com muita clareza como uma vingança pode nos colocar muito abaixo daqueles que nos feriram, sendo, por isso, o caminho que ninguém deve jamais escolher. A história nos mostra que o perdão não foi feito para isentar o culpado de suas responsabilidades, pois isso é atribuir a nós mesmos o papel de fazer justiça, atribuição esta que nunca nos pertenceu. O perdão é para beneficiar o ofendido, permitindo-lhe o reerguimento após o golpe sofrido. Quando nos arrogamos o papel de justiceiros, trocamos de lugar com o agressor perante o Tribunal Divino, e sofremos todos os prejuízos dessa malfadada troca.
ResponderExcluirRecomendo a leitura deste livro excelente!
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