Terceira parte
Reunião: 29/11/2017
11.
EFEITOS DAS DROGAS
“Morrer nem sempre
significa libertar-se.”
“A morte é orgânica, mas
a libertação é de natureza espiritual.”
Depois
do acidente os pacientes foram colocados em recinto especial para sonoterapia
por algumas horas.
Manoel
Philomeno nos informa que a falta de preparo espiritual da maioria das pessoas
para a breve existência corporal acarreta desequilíbrio; assim, quando os
familiares tomassem conhecimento do infortúnio ficariam aflitos, e atrairiam os
recém desencarnados que se encontravam em condições delicadas.
“A
lamentação e os impropérios, que a ausência de segurança religiosa, a par da
angustia enlouquecedora e da revolta, promovendo cenas que poderiam ser
evitadas, produzem, no Espírito recém-libertado, maior soma de desconforto,
porquanto, atravessando momentos de alta sensibilidade psíquica, automática
vinculação ao corpo sem vida e a família, as atitudes referidas transformam-se
em chuvas de fagulhas comburentes que os atingem, ferindo-os ou dando-lhes a
sensação de ácidos que os corroem por dentro.”
Quando
chamados desejam atender, mas não conseguem fazê-lo, daí experimentam enormes
dores e desesperos morais que os dominam.
Nos
primeiros períodos, após a morte física, a misericórdia Divina faz com que
adormeçam, pois não conseguem repousar por conta dos apelos exagerados dos
familiares.
“E
quando logram adormecer, não raro, porque não souberam dignificar os tesouros
da vida com consequente preparação para a viagem inadiável, estando com a mente
em desalinho pelo choque da desencarnação, debatem-se em pesadelos afligentes,
que são liberação de imagens perturbadoras das zonas profundas do
inconsciente...”
“Para
uma reencarnação completar-se, desde o primeiro instante quando da fecundação,
transcorrem anos que se alargam pela primeira infância. É natural que a
desencarnação necessite de tempo suficiente para que o Espírito se desimpregne
dos fluidos mais grosseiros, nos quais esteve mergulhado...”
Quando
a desencarnação é de uma forma muito violenta, mata somente os despojos
físicos, nunca significa libertação do ser espiritual.
Quando
a pessoa está há muito tempo enferma, e suporta com resignação, aos poucos o
períspirito vai se libertando da matéria, molécula a molécula, até a extinção
do fluido vital.
“O Espírito tem tempo de
pensar nas lídimas realidades da vida, desapegar-se das pessoas, paixões e
coisas, pensar com mais propriedade no que o aguarda, depois do corpo,
movimentando o pensamento em círculos superiores de aspirações.”
Philomeno
nos diz que quando recordamos dos familiares que já partiram, ocorre uma
revinculação pelos fios delicados das lembranças, e eles recebendo inspiração e
auxilio para o desprendimento do organismo fisiológico.
“As dores morais bem
aceitas facultam aspirações e anseios de paz noutras dimensões, diluindo as
forças constritoras que o atam ao mundo das formas.”
“O conhecimento dos
objetivos da reencarnação, o comportamento correto no exercício das funções
físicas contribuem, também, para a desimantação, quando do fenômeno da morte.”
“Com
essas colocações não se pretende transformar a vida num sofrer sem esperanças,
num renunciar sem limites, longe da alegria e do concurso da paz.”
O
tempo no corpo tem finalidade educativa, para que limpemos nossas mazelas,
diminuindo nossas imperfeições, para o aprimoramento de novos ideais.
Devemos
perceber que não reencarnamos para o prazer e a inutilidade.
“O Espírito é, no Além,
o somatório das suas experiências vividas.”
Dessa
forma, o grupo esperava que aquelas providências reduzissem o sofrimentos dos
jovens recém libertos.
A
primeira iniciativa, para que não fossem vítimas dos vampiros, usurpadores de
força, constituía uma enorme conquista.
D.
Ruth, avó de Fábio, que solicitou o auxílio do grupo de Benfeitores, foi
informada por Manoel Philomeno do amparo recebido.
Ela
amava muito o neto e pelo pensamento estava sempre vinculada a ele; quando
tentou auxiliar o grupo, pois previu o desastre e não obteve resultados, pôs-se
a orar, desligou-se mentalmente e solicitou ajuda do Posto Central, dedicado ao
socorro de encarnados e desencarnados naquela noite.
“Os
aparelhos seletores de preces e rogativas registram o apelo, e um sinal, na sala
de controle, deu a notícia da gravidade e urgência da solicitação.
Decodificado, imediatamente, pelos encarregados de tradução das mensagens...”
Philomeno
reflexionava como era importante o trabalho do Centro de Comunicações e a
captação e seleção dos atendimentos aos necessitados.
D.
Angélica havia feito a rogativa pela filha, Julinda, a solicitação foi recebida
e encaminhada ao Dr. Bezerra e, essa visita inicial dera início a outras
tarefas que viriam posteriormente.
“Compreendi,
a partir de então, que o intercambio mental, lúcido, não é tão corriqueiro,
especialmente em campo de ação do porte em que nos movimentávamos sob as fortes
descargas psíquicas do mais baixo teor.”
D.
Ruth, falou um pouco sobre sua última encarnação e os vínculos que a mantinham
presa ao neto adormecido: em encarnação anterior ele fora seu filho e possuía
enorme prestígio social e político, responsabilizou-se por graves e desditosos
acontecimentos.
Despertou
ódios, quando poderia estimular o amor; semeou dores, possuindo meios de fazer
bênçãos; foi servido, mas nunca serviu.
Ela,
como mãe o aconselhou de todas as formas, mas não fora ouvida; ela reconhecia
que lhe dera uma educação sem disciplina – está que forma melhor qualquer
pessoa – para as funções que lhe eram reservadas...
Aos
40 anos ela desencarnara por alguns abusos que cometera, na condição de suicida
indireto; estagiou em redutos de sombra e dor, na Erraticidade inferior.
Terminada
a tarefa, suportada com disciplina e brandura pelas ações de merecimento a que
se entregava, ela pôde usufruir de paz, mas experimentava o sofrimento pelo que
sucedia ao filho.
Esforçou-se
e trabalhou com sacrifício para resgatá-lo do sofrimento que se encontrava,
para que pudesse receber tratamento, onde ele se exercitou e predispôs-se ao
trabalho edificante.
“A
reencarnação fazia-se indispensável para atenuar-lhe as faltas e amortecer as
impressões mais duradouras, remanescentes dos sítios em que se detivera por
quase 30 anos.”
Pelos
títulos morais que tinha, D. Ruth conseguiu reencarnar e Fábio retornaria como
seu neto querido.
Fábio
reencarnou com pais afetuosos, que estavam interligados em sua vida pretérita, como
coautores de seus deslizes e agora, retornavam, ambos, pais e filho de necessitando
de desenvolvimento moral.
Cumprida
sua tarefa essencial, para qual reencarnou, D. Ruth, retornou ao plano
espiritual, há 10 anos aproximadamente, deixando Fábio em infância plena de
promessas.
D.
Ruth ainda acrescenta:
“A
morte, nestas circunstancias, constitui impositivo da Lei, que ele não soube
evitar, significando imperioso resgate das antigas faltas que culminaram em
suicídio indireto.”
“A
dor, que os pais experimentarão a partir de agora, significa a presença da
justiça alcançando-os, em razão da conivência passada, de alguma forma
responsáveis que foram nos erros que ele perpetrara e nos quais também se
comprometeram.”
“Ninguém dilapida os
dons de Deus, permanecendo livre da reparação.”
Nesse
momento Dr. Bezerra chega para visitar os jovens em repouso. Ele examinou o
motorista e não teve dúvidas em afirmar que o jovem buscava o acidente, porque
se permitiu o uso de drogas e a direção do veículo.
Começou
a examinar o períspirito do jovem e verificou a área de reflexos e ações
motoras, que estavam bloqueadas pela excitação provocada pelas anfetaminas
utilizadas de forma venenosa, que com o tempo provocaria paralisia
irreversível.
“As
drogas liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do
períspirito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de
formas, imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que
são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa.”
“De ação prolongada, a
dependência que gera, desarticula o discernimento e interrompe os comandos do
centro da vontade, tornando os seus usuários verdadeiros farrapos humanos, que
abdicam de tudo por uma dose, até a consumpção total, que prossegue, depois da
morte...”
“Além
de facilitar obsessões cruéis, atingem os mecanismos da memória, bloqueando os
seus arquivos e se imiscuem nas sinapses cerebrais, respondendo por danos
irreparáveis.”
Toda
essa viciação fica registrada no períspirito em ação corrosiva e o
reestabelecimento ocorrerá através das reencarnações, para reequilibrar o que
foi maltratado.
Dr.
Bezerra diz que o jovem motorista estava habituado ao uso de fortes tóxicos,
que danificaram seu períspirito.
Ele
continuou observando os outros jovens... informou que Fábio estava sendo
iniciado nas drogas, havia experimentado maconha, mas agora fazia uso de
anfetaminas perigosas. Verificou a região cerebral correspondente em seu corpo
espiritual e percebeu-se o entorpecimento.
“Eis
porque não sintonizou com a interferência psíquica da irmã Ruth.”
Felizmente,
não se intoxicou tanto para corroer seu períspirito profundamente, com menos
responsabilidade negativa e em condições de ser melhor auxiliado.
Dr.
Bezerra termina a visita pedindo a confiança em Deus e que os jovens
continuassem em repouso, recebendo a terapia de passe de hora em hora, para que
suportassem a vibração mental dos parentes ao receberem as notícias.
Bezerra
convida todos para a oração coletiva no Posto Central com irradiação pelos
subpostos. Era terça-feira de carnaval, seis da manhã.
Resumo elaborado por Maria Fernanda Ribeiro. Favor manter o crédito.
12.DESPERTAMENTO
EM OUTRA REALIDADE
Acompanhado
de assessores e auxiliares, o Dr. Bezerra orou, saudando nova oportunidade e
agradecendo ao Senhor da Vida. No posto de Socorro, durante da prece,
diamantina claridade envolvente irradiava do mensageiro, vitalizando-os
para os trabalhos que viriam.
Horas
depois, Bezerra foi procurado pela Irmã Melide, informando que no antigo lar de
sua neta Ermance a angustia se instalara.
Os
jovens amigos de Ermance após horas de procura e não tendo encontrada a amiga,
foram à sua casa para informar aos pais do ocorrido. Tentaram tranquiliza-los,
alegando que a mesma não estava só quando, num momento de distração, o grupo
foi separado pela multidão.
O
argumento ao invés de acalmá-los, mais os inquietou, considerando que a filha
não se permitia a leviandades.
Ao
amanhecer, os pais foram a Delegacia Central. As 9hs horas o corpo de Ermance
foi encontrado e encaminhado para necropsia e posterior identificação. O Pai
chegando ao necrotério, reconheceu a filha e grande aflição se abateu sobre
ele.
A
Irmã Melide conta que o genro chegou ao lar transpassado de dor e, não podendo
ocultar da esposa o ocorrido, apesar do grande esforço feito para diminuir o
sofrimento da esposa.
A
filha de Melide foi acometida de pânico e deixou-se abater em terrível
desespero.
Um
médico foi chamado para dá-lhe assistência, ministrando sedativos. Irmã Melide
procurou falar-lhe e imprimir animo e submissão ante o infortúnio.
Após
relato da irmã Melide, Dr. Bezerra propôs que fossem ver Ermance.
Chegando
próximo ao leito de Ermance, o enfermeiro informou-os que subitamente a
paciente começou a dar sinais de inquietação.
Dr.
Bezerra aplicou-lhe recursos fluídicos e informou à irmã Melide que se fazia
necessário despertá-la para o primeiro encontro com a realidade, de modo a
interromper a comunicação com o lar, de onde vinham pungentes apelos, fazendo-a
reviver as cenas que culminaram com a desencarnação.
Foram
aplicados recursos fluídicos para que fossem dispersados os fluidos soníferos.
Ermance despertou um pouco aturdida, com sinais de disritmia cardíaca.
Pálida,
com a respiração ofegante e em meio a tênue névoa visualizou a querida avó
próxima ao seu leito. Surpresa, embora demonstrasse fraqueza orgânica, estendeu
os braços e falou: “Deus Meu!... Estou sonhando... Vovó querida, ajude-me!...”
Melide
aproximou-se, envolvendo-a em seus braços com infinita ternura. Ermance
queixou-se, dizendo que tinha sido raptada e queriam matá-la.
A
avó, disse-lhe: "O rapto não se
consumou, meu bem. Tudo está bem. Estamos juntas. Você voltará para casa logo
mais”.
A
avó pede que se acalme e se lembre da oração". Mais calma, Ermance pergunta: "Estou sonhando com você, vovó? Que bom!".
A
avó respondeu: "De certo modo, você
está despertando de um sonho demorado no corpo, a fim de adentrar-se na
realidade maior da vida...".
Assustando-se, Ermance disse: "Digo sonho, porque você já
morreu...".
E
o dialogo continuou, onde a avó carinhosamente, ia esclarecendo de forma
didática sobre a morte e a verdadeira vida espiritual.
Diz
que agora elas ficariam juntas, respirando novo ar, longe da doença, do medo,
da aflição, viva e sob o carinhoso amparo de Deus. Ermance diz que não quer
morrer e avó responde que ela está livre, viva e já tinha vencido a morte.
Ermance
deseja retornar para a casa dos pais. Melide diz que elas iriam juntas, que
tudo estava bem e que Deus jamais desampara seus filhos.
Sob
a carinhosa assistência da avó, Ermance adormeceu. O sono era entrecortado de
soluços.
Dr.
Bezerra começou a aplicar-lhe energias sedativas, que anestesiaram o Espírito,
protegendo-o dos sofrimentos e dos fortes apelos que durante um tempo chegariam
dos pais, que foram duramente atingidos pela perda da filha.
Logo
após, o Dr. Bezerra e sua equipe foram à casa da família, seguindo para a
capela onde o corpo de Ermance era velado, auxiliando-os e infundindo-lhes
ânimo e fortalecendo-os para os testemunhos purificadores.
Graças
à vigilância de Melide e de outros cooperadores do grupo, o corpo da jovem,
desde a hora da consumação do crime, não foi vampirizado por Espíritos
inditosos.
Retornando
a sede, Philomeno foi convidado a acompanhar o processo de adaptação dos jovens
acidentados. Agenor comunicou-os da retirada do veiculo do mangue e a condução
dos corpos para o necrotério.
Durante
a autópsia, observaram que os Espíritos, mesmo distanciados dos corpos,
retratavam as ocorrências que os afetavam. O motorista, por ser incurso em
maior responsabilidade, manteve-se em sono agitado por todo o tempo e, devido
os fortes vínculos com a matéria, experimentava as dores que lhe advinham da
necropsia.
Recordemos
que se encontrava sob o amparo do Pai, todavia não estava isento da
responsabilidade pelos erros cometidos na juventude!
Em
necropsias muitos Espíritos que se deixaram dominar pelos apetites grosseiros
enlouquecem de dor, demorando-se sob os efeitos lentos do processo a que foram
submetidos o corpo físico.
Deste
modo apesar de todos terem desencarnados juntos, no mesmo momento, cada um
experimentava sensações de acordo com os títulos que conduziam, de beneficência
e amor, de extravagância e truculência.
As
autopsias demoraram mais de uma hora e durante o processo, a assistência do bem
procurou diminuir os sofrimentos dos recém-chegados.
Por
ser menos comprometido, Fabio recebeu mais alta dose de anestésico, algo
liberado das dores carnais que os outros, em maior como em menor escala, haviam
sofrido.
Passada
essa fase, retornaram ao sono, embora em agitação.
Entre
a hora do reconhecimento e traslado dos corpos pelos familiares, o grupo do Dr.
Bezerra pôde acompanhar o despertar de quase todos, sob os duros apelos de pais
e irmãos.
Amavelmente
o Dr. Bezerra explicou:
"As
nossas providências de socorro não geram clima de privilégio, nem protecionismo
injustificável. Cada um respira a psicosfera que gera no campo mental. Todos
somos as aspirações que cultivamos, os labores que produzimos.
O
Senhor recomendou-nos dar a quem pede, abrir a quem bate, facultar a quem
busca, dentro das possibilidades de merecimento dos que recorrem ao auxílio.
(...)
Quando
albergamos os nossos jovens, na condição de humildes cireneus, objetivamos
ampará-los da agressão perniciosa das Entidades vulgares, portadoras de
sentimentos impermeáveis à compaixão e à misericórdia... Mercê de Deus,
conseguimos o tentame. A cruz, porém, é intransferível, de cada qual. Podemos
ajudar a diminuir-lhe o peso, não a transferi-la de ombros".
Podiam
observar que rápidas flechadas de forte teor vibratório alcançavam os rapazes.
O
motorista subitamente apresentou uma fácies de loucura. Levantou-se trêmulo,
emitindo palavras desconexas e, envolto pelo fio de densa energia, pereceu
sugado, desaparecendo, indo atender aos que o chamavam, cuja, a sintonia
vibratória era a mesma.
A
Polícia informou à família que ele havia ingerido alta dose de drogas, sendo o
responsável pelo acidente. Os pais ficaram magoados e revoltados.
Logo
depois, mais dois se evadiram do local de amparo obedecendo ao impositivo
evangélico: “Onde estiver o tesouro, aí estará o seu coração”.
Fábio
e outro amigo por não se encontrarem muito comprometidos com os vícios e
pertencerem a famílias mais estruturadas e dignas foram poupados à presença do
corpo físico, não tendo que assistir a cenas fortes que se desenrolaram antes e
durante o sepultamento.
“Desperta-se,
cada dia, com os recursos morais com que se repousa à noite.
Além
do corpo, cada Espírito acorda conforme o amanhecer que preparou para si
mesmo”.
Resumo
elaborado por Francisca Passos. Favor manter o crédito.
13. EXPERIÊNCIAS
NOVAS
Durante
todo o período do Carnaval, comportamentos morais se alteraram, distúrbios
afetivos surgiram, assim como perdas financeiras. O homem em tronca do descanso da
mente, destroem a vida, causam desordem, fogem das responsabilidades e, desta
forma, se frustam porque não encontram a paz desejada.
Naquele
último dia de Carnaval o trabalho era intenso. Um grande número de
desencarnados eram recolhidos em estado lastimável, arrependidos, despertavam
para outros valores. O ser é artífice do seu destino, sendo feliz ou não de
acordo com as suas escolhas.
A tarde
o grupo foi solicitado a ajudar o irmão Artur, médico que trabalhava na esfera
espiritual. Durante a sua encarnação, foi um médico filantrópico dedicado à
clínica geral, era bondoso e viveu com dignidade. Deixara uma viúva e uma filha
adolescente. Apesar de seu esforço contínuo, não conseguiu ajudar na evolução
moral da esposa. Ela era exigente e ambiciosa, e durante as crises amaldiçoava
o marido.
A filha
sofria pois não podia ter lembranças do pai. Aos dezoito anos, ela casou com um
jovem por quem tinha pouca afeição e foram morar com a mãe, devido aos poucos
recursos.
Arthur,
emocionado, comunicou ao grupo que a sua filha havia tentado o suicídio. Então,
o grupo se deslocou para o centro cirúrgico do Hospital Sousa Aguiar.
No
centro cirúrgico ela estava passando por uma parada cardíaca, seu espírito
estava quase totalmente desprendido do corpo, em agitação, sob domínio de seu
obsessor.
O
obsessor gritava para ela que já que desejará morrer, assim seria.
A partir
do momento em que o obsessor visualizou o Dr. Bezerra de Menezes, ele disse que
Noemi lhe pertencia, pois ela veio espontaneamente.
Dr.
Bezerra, sereno, respondeu: "Não sou eu quem te tomará o ser
que amesqui- nhas, senão o Nosso Pai, Senhor do todos nós. A hora não é
chegada para que ela retorne. Desse modo, se a reténs, serás o responsável
pelo crime de homicídio consciente... Além do mais, o acontecimento será
como quer o Criador e não como desejamos nós. Esta é a tua vez de
ceder..."
O
obsessor disse que não cederia, que se ele quisesse teria que tomá-la dele.
Dr.Bezerra
colocou-se em prece, ao mesmo tempo em que Artur semi-incorporava no medico que
aplicava a primeira descarga elétrica no coração de Noemi.
À medida
em que Dr. Bezerra se concentrava, ele passava a irradiar uma poderosa luz do
seu plexo solar, enchendo o ambiente de luz. Então, ele disse que em
nome de Deus ele devolvesse a jovem o seu corpo.
O
carrasco paralisado e sem compreender o que ocorria, soltou o espírito, que
retornou de forma abrupta ao seu corpo. O coração voltou a pulsar e Artur
chorou comovido.
Dr.
Bezerra esclareceu: "A vida é patrimônio de Deus e todos nos encontramos
situados nela com propósitos superiores que nos estão reservados. Todos
conduzimos enganos lastimáveis, que são frutos da nossa ignorância, igualando-nos,
de certo modo, nos erros e diferenciando-nos nos acertos.”
"A
sua anuência, meu amigo, é abençoado acerto, que lhe descerra oportunidade
nova, de que todos podemos gozar. O bem é inexaurível nascente, que flui sem
cessar, sempre melhor para quem o distende aos outros."
O
silêncio se fez entre todos. Então, surgiu uma menina que desencarnara com oito
anos de idade acompanhada de uma venerada Entidade, e gritou: - Papai!
Paizinho, meu paizinho!... E abraçou o pai.
O pai
aos prantos abraçou a filhinha e a anciã, que era a sua mãe. Todos ficaram
emocionamos.
Noemi,
anestesiada, foi transferida para o CTI. E, a pedido da genitora, o seu filho
foi transferido para o Posto de Socorro, para o tratamento inicial, antes de ir
para outra Estância. Ali mesmo, ele recebeu passes desintoxicantes,
adormecendo.
Quando
Dr. Bezerra foi avisado da tentativa de suicídio de Noemi, ele fez uma consulta
aos Centros de Informação a respeito do motivo da obsessão, quem se encontrava
envolvido e como alcançá-lo. Mensageiros providenciaram a vinda de familiares
do perseguidor.
Philomeno perguntou
ao benfeitor o que aconteceria se o obsessor persistisse no erro.
Dr.
Bezerra esclareceu que não há força que supere o Amor. Através da oração,
recebemos a resposta superior do Céu, fazendo o irmão recordar o rapto da
própria filha.
Desta
forma, o amor que nele estava preso devido à revolta, libertou-se e sintonizou
com os familiares queridos. Por várias vezes, elas tentaram alcançá-lo, porém
ele estava fechado em si mesmo. " Se a pessoa não se volta, não se
descerra para o bem, deixando-se permeabilizar, fica atrofiada nos sentimentos
nobres, deambulando nas faixas inferiores, sem que os registros captem os
apelos mais elevados que lhe chegam. "
"Não
esqueçamos do ensino sempre atual de Jesus: - Pedi e dar-se-vos-á... É
necessário pedir, saber fazê-lo e esperar com receptividade."
Noemi
iria sobreviver. Deus seja louvado!
Resumo
elaborado por Débora Loures. Favor manter os créditos.
Neste
capítulo, observa-se os tentáculos do destino que envolvem os atores deste
drama. O irmão Artur constatou que sua filha, a quase suicida, só teria sua
saúde recuperada a longo prazo; sua então viúva e o genro, Cândido,
acompanhavam o desenrolar do ocorrido, aliás, fora Cândido que primeiro
socorreu sua mulher, Noemi, que cometera o tresloucado gesto após as discussões
domésticas que se tornaram, de certo modo, habituais. Na verdade, o último
atrito se deu por motivos muito mais graves. Senão vejamos:
-
Os responsáveis pelo ato de Noemi foram sua mãe, Enalda, e o marido de Noemi,
Cândido. Artur descreveu-a como uma mulher imatura, no que concerne aos
compromissos nobres, sonhadora com os prazeres extenuantes a que gostaria de se
entregar, pouco se importando com as consequências que adviessem. Durante a
vida terrena, ele procurou esforçar-se para atender seus anseios, mas não
conseguiu. Quando desencarnou subitamente, Enalda pareceu libertar-se de sua
vigília.
Após
um respeitável silencio, prosseguiu dizendo que a formação religiosa da então
família, formou-se mais por praxe do que por convicção e sentimento, praticando
o culto sem aprofundamento nas lições que ouviam. Ele próprio confessou a
dificuldade que tinha em aceitar racionalmente os postulados da doutrina,
chegando até a repugnar-se com a filosofia do dogma, com a fé cega. Como
afeiçoara-se com o exercício da medicina, não se afligiu com o que não
concordava com a religião; seu comportamento era coerente com o mandamento
maior, o primeiro, que diz: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo”. Para ele, a frase sintetizava a Lei, e os seus profetas,
sendo a base dos ensinos morais de Jesus Cristo; aceitava, sem discutir, a
imortalidade da alma. Enalda, a viúva, aceitava a doutrina indiferente, sem
qualquer compromisso; a filha, por sua vez possuía uma estrutura espiritual frágil.
Novamente
o narrador interrompeu-se.
Após,
serenamente, continuou. O matrimonio de Noemi e Candido não constava do
processo regenerador... sentindo-se desamada no lar, um tanto só e carente,
acabou transferindo a afetividade para um jovem igualmente irresponsável, sendo
que este acabou atraindo a atenção e o fascínio da sogra – Enalda. Passados os
primeiros meses do casamento, as discussões principiaram pelas mínimas coisas e
Candido tinha o apoio da...sogra, cada vez mais fascinada. Quase 20 anos separavam
Enalda, a sogra, de Candido, o genro, mas não foram impeditivos para um
romance.
Na
sua narrativa, Artur deixava claro que a dor que sentia fosse por ciúme ou
frustação. Como desencarnado, procurava amparar os três necessitados de socorro
e compaixão. A bem da verdade Noemi estava atenta ao procedimento de seu marido
e de sua mãe, e daí para o ciúme e vingança...foi um passo.
Ocorre
que Noemi também possuía débitos no pretérito e seu pai, Artur, cunhou a
seguinte frase: - “Como sabemos, somente sucedem obsessões, porque existem
endividados.”
Resulta
que todo obsessor por mais insensível e cruel, é somente alguém doente que se
viu traído e não tem sabido ou querido superar-se.
Continuou
o narrador: “Essa é a conexão entre ele e Noemi”; pude ainda conversar com
minha filha na esfera dos sonhos, demonstrando que as vítimas são sempre mais
felizes, senão hoje, mais tarde, e de que Candido, jovem frívolo que é,
brevemente mudaria de atitude em relação a Enalda.
Noemi
retrucou e falou em “dura vingança para lavar-lhe a honra ultrajada pelo esposo
e pela mãe”, ao que o narrador apresentou-lhe a vingança em termos de perdão,
sugerindo-lhe ainda uma viagem e na volta desta, uma via com mais simplicidade,
apenas com a TUTELA DE DEUS.
Ela
chorou muito e quando despertou falou com o marido sobre a viagem; este não
aceitou, principalmente pelo período carnavalesco, o que ensejou nela a armação
de uma cilada.
Planejou
visitar amigos e só retornar após o almoço, deixando os dois livres para os
seus jogos amorosos. Dito e feito. Ficou apenas um quarto de hora no hall do
edifício e retornou ao apartamento, sorrateira; nem é preciso detalhar o
resultado...o marido ainda a esbofeteou e ela correu para o banheiro,
trancou-se e tentou seccionar as veias. O pobre pai resolveu recorrer ao Dr.
Bezerra, que, por sua vez, concordou com a atitude de confiança vivida pelo
irmão Artur agradecendo-lhe a gentileza da narração dos fatos, reafirmando o
prosseguimento de ajuda a Noemi, a filha enferma, e liberou o pai afetuoso;
disse mais, que a preocupação atual deveria cingir-se ao restabelecimento de
Noemi e, acima de tudo, confiar em Jesus.
Resumo
elaborado por Adilson Ferreira. Favor manter o crédito.
15-
Recordando vidas passadas
A
tentativa de cortar o nervo do braço esquerdo deixaria sequelas em Noemi.
Embora as tristezas do dia estivessem na mente do autor espiritual, ele foi
capaz de ponderar que em todas as tragédias havia a interferência do amor. Tudo
em a Natureza convida à paz e o amor, pena que o homem prefira os tormentos
internos.
Miranda
se recordou que esteve com o benfeitor em um desfile de fantasia luxuoso no dia anterior.Em meio às pedrarias,
penas e vaidades, espíritos de aspecto bestial e lupino estavam em perfeita
vampirização de tal forma que era difícil dissociar o parasita do hospeiro. As
indumentárias de reis, rainhas, que consumiram dinheiro e tempo para serem
executadas, fariam inveja àqueles a quem copiavam se não fossem falsas. Alguns
dos fantasiados, que usam hoje imitações dos trajes antigos, são as próprias
personagens, imitando com dedicação a situação que indignificaram quando a
exerciam, repetindo textos do drama da vida, em situações ridículas. Ainda sim
são merecedores de compreensão, afeto e piedade de todos nós.
O
mentor relatou que muitos estudiosos da reencarnação matem ilusões acerca das
vivências passadas e gastam seu tempo no passado desperdiçando a oportunidade
do presente. Não querem se dar conta que se viverão personagens célebres e
ainda permanecem na Terra é porque faliram por ambição, vaidade,
desrespeito. Quando se confirma uma
existência anterior o objetivo é a reparação urgente e não a vaidade.
“Jesus escolheu os andrajos
modestos, os convívios da dor e do sofrimento humano, as situações do
proletariado sem esperança para dignificar a ascensão das almas que se
retemperam nos testemunhos da pobreza e da simplicidade. ..”
Ao
entrar o primeiro candidato emocionado, o mentor arrematou: “Guarde-o Jesus,
bem assim a todos que aqui estão na sua passeata de ilusão. Por mais que se
demore o sonho, será inevitável o acordar.”
“Aprendamos, desse modo,
a escolher a boa parte, aquela que não nos será tirada, conforme o ensino do
Mestre no dialogo mantido com Marta, no abençoado lar de Betânia...”
Resumo
elaborado por Ana Cecília Santos. Favor manter o crédito.
Próxima reunião: 31/1/2018