quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Céu nos Ajudará e O Grande Sermão



Livro de apoio para quem trabalha e faz o Atendimento Fraterno nas Casas Espíritas. São 2 obras nesse livro: Céu nos Ajudará e a palestra de D. Brunilde Mendes do Espírito Santo, o Grande Sermão.


Devassando o Invisivel - Clube do Livro - Maio 2013




1. Nada de novo

Neste capítulo, antes de tudo Yvonne Pereira ressalta a importância de se respeitar as opiniões alheias, principalmente o espírita que com mais conhecimento tem o dever de considerar o entendimento do próximo, mesmo que contrário ao seu modo de pensar. O livro como um todo não é resultado de um raciocínio pessoal, já que há o cuidado de não usá-lo em temas de Espiritismo. O que se terá aqui são as revelações dos amigos espirituais que serão transmitidas através da escrita dos médiuns, instrumentos desse mundo invisível.

O mundo espiritual que se comunica com os homens, através dos médiuns tem mostrado que Terra é um pálido reflexo do Espaço. O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, no capítulo VIII é vasto em explicações sobre a intensidade do plano invisível. Em A Gênese, também de Kardec, no capítulo XIV, expõe que para os espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a Mao para o homem. Através do pensamento é possível imprimir fluidos que combinam ou dispersam e que junto com eles (espíritos) elaboram agrupamentos que apresentam uma aparência. É um grande laboratório da vida espiritual.

Ainda em A Gênese, No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme, ou seja, sofre varias modificações, mas sem deixar de ser etéreo. Essas alterações formam fluidos distintos. Esses fluidos têm para os Espíritos (que são fluídicos também) um aspecto tão material, quanto a dos objetos materiais para os encarnados. Eles os elaboram e adaptam para formarem vários efeitos.

Os Espíritos sofredores descrevem acontecimentos reais, um modo de viver e agir, no espaço, longe de ser um estado vazio e inexpressivo. É sim, um mundo de vida intensa e de realidades, onde o trabalho não cessa. Nas obras doutrinarias podemos perceber citações nítidas a sociedades organizadas no Além-túmulo, onde crescem cidades, casas, jardins, etc. Na Obra “Depois da Morte”, Leon Denis cita que o Espírito, pelo poder de sua vontade age sobre os fluidos do Espaço, dá-lhes formas e cores...E é nessas moradas fluídicas que se evidenciam o esplendor das festas espirituais. Os espíritos puros se agrupam em famílias. Seu brilho e cores são variados.

Em outro livro, “No Invisível” também de Denis revela afirmações grandiosas. “Dante Alighieri, ilustre poeta e pensador italiano, é um médium incomparável. Sua “Divina Comédia” é uma jornada através dos mundos invisíveis. Essa Obra mostra fatos reais do mundo espiritual que o poeta iluminado, visionário mesclou das divagações, numa época de incompreensões e preconceitos.

O sábio psiquista italiano Ernesto Bozzano, deixou em vários textos esses mesmos locais do Invisível, revelados por espíritos desencarnados de adiantamento moral-espiritual, cujas as comunicações foram examinadas. No Livro “A crise da Morte” de Bozzano vemos a sua analise sobre comunicações com espíritos desencarnados. O autor observa que a paisagem astral se compõe de duas séries do pensamento. A primeira é permanente e imutável, por ser a objetivação do pensamento e da vontade de entidades elevadas; a segunda, já é transitória e mutável. Seria a vontade de cada desencarnado, criador do seu próprio meio imediato. Nessa mesma obra, os recém-desencarnados estão num meio espiritual maravilhoso (no caso de mortos moralmente normais), e num tenebroso (nos que tem uma moral depravada) No mundo espiritual o pensamento constitui uma força criadora, ou seja, todo o espírito pode reproduzir em torno de si o meio de suas recordações. Atestando também, que pela lei de afinidade, os desencarnados se dirigem para esfera espiritual que desejam.

Bozzano, ainda analisa que embora os espíritos possam criar pela força do pensamento, as obras complexas são confiadas a espíritos especializados na situação. Como exemplo, temos as comunicações do espírito de Rodolfo Valentino, artista cinematográfico, desencarnado em 1926, à sua esposa Natacha. Através da psicografia do médium benjamim Wehner, contou que no mundo espiritual, tudo que existe parece construído pelo pensamento. A substância que atua no pensamento é na realidade mais solida do que as pedras e os metais da Terra. As cores são mais vivas e as casas são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar pela força do pensamento.

Num outro livro, “A vida Além do Véu” psicografada pelo protestante, o reverendo Vale Owen, tornou-se famoso nesse assunto. A mãe do próprio médium conta que no mundo espiritual existem as mesmas construções, como jardins, casas, etc. em uma das narrações de 1913, a mãe narra que na esfera espiritual, encontrou montes, rios, florestas, casas, etc. Todos trabalham continuamente para que os que vierem depois possam ser recebidos. Ela explica que o tempo não tem o poder de destruir essas edificações. A durabilidade depende apenas da vontade dos donos.

Outro livro, “No Limiar do Etéreo, de 1931, do Dr. Arthur Findlay, há um dialogo com os seguintes trechos: “Todos podem ver e tocar as mesmas coisas. Se olharmos para um campo, é um campo o que vemos. Tudo é real. Temos livros e podemos lê-los. Tudo é tangível, porém num grau maior de beleza em comparação com a Terra. As casas, por exemplo, são feitas conforme a vontade do desencarnado. Enquanto que na Terra, são concebidas antes na mente e só depois é que se junta a matéria física para a construção. Já no plano espiritual, basta moldar a substância etérea através do pensamento.

Nos livros, ditados pelo espírito de Vitor Hugo, pela médium Zilda Gama, aludem na mesma direção. Os espíritos foram categóricos em chamar atenção para o fato de que não se trata de diferentes planetas e sim do Mundo espiritual. Por tanto, atribuir as revelações do mundo invisível a mistificaçaões de espíritos inferiores,seria o mesmo que imaginar O Consolador deste mundo permitir que a humanidade fosse tão grosseiramente enganada.

Como esse assunto é vasto, vamos continuar nos desdobramentos do tema. O espírito que retorna a verdadeira pátria oferece belas e comoventes lições. Os tuberculosos, principalmente revelam importantes informações. Durante a agonia, um estado de coma, um tênue fio fluídico os prende a matéria que será deixada. A palidez impressiona. Os suores são excessivos e o coração enfraquece. Ao lado do enfermo, se encontram familiares angustiados. O desespero dos que ficam fazem com que o agonizante, com dificuldade abra os olhos de novo. O apego aos entes queridos impulsiona-o a viver por alguns instantes. Quem conta isso é uma jovem de 18 anos, prestes a abandonar a veste carnal. Com a voz enfraquecida, ela conta que estava num lugar lindo, num jardim cheio de flores com um luar azul. Ao seu redor visualizava sombras vaporosas que não pode reconhecer por causa do sono que sentia. Em seguida, a jovem enfim, se liberta com um suspiro.

Na década de 30, Andre Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier ainda não tinha revelado as especificações da vida espiritual. E por isso, Yvonne Pereira à época deixou de apresentar três obras já hoje publicadas: Nas telas do Infinito, Memórias de um Suicida, e Amor e Ódio. Havia o receio de que fosse um engano. Além disso, existia a idéia de que a vida espiritual era indefinível, que os desencarnados eram levados a um planeta melhor, como saturno ou Júpiter. Graças aos amigos espirituais essas idéias foram corrigidas, através de várias narrativas mostrando que a morte é simples, que o além-túmulo nada mais é do que a continuação da vida que foi deixada e nada tendo haver com vida interplanetária.

Como exemplo, temos a historia do pai de Yvonne desencarnado em 1935. Através da psicografia, descreveu rapidamente como foi a sua agonia e o espanto que teve no além-túmulo. “Perdi os sentidos, não vi mais nada. Eu ouvia e via de forma confusa. Não podia me mexer. Senti que fui levado para um lugar fresco e ameno. Era um dia claro de sol. De repente, me vi numa espécie de varanda, estava só e a única coisa que ouvia era o cantar dos pássaros (esse espírito amava os pássaros quando encarnado). No inicio pensava estar na casa de uma cunhada, e só depois entendi tratar-se de uma residência onde morava minha mãe. Ainda sem total compreensão, sentia os órgãos (do perispírito) entorpecidos. Aos poucos fui me sentindo bem de saúde. Fumei um cigarro e tomei um café. Subitamente, relembrei de tudo que se passara comigo. Surpreso vi minha mãe, usava um longo vestido branco, estava bonita nos seus 25 anos. Foi somente aí que compreendi o que se passava. Diante dos meus olhos pude ver as cenas que necessitava para o meu esclarecimento. Vi meu corpo, vi vocês chorando por mim. Há três dias voltei para a Pátria. Chorei também. O Dr. Carlos (Charles, o espírito guia da família) que farei um estudo sobre tudo isso e me garantiu que estou no mundo espiritual e não planetário.”

Concluímos então, que o Mundo Invisível existe. Os espíritos estudam, realizam tarefas e missões. Esses Espíritos que contam da vida no Além, criam imagens aos médiuns para que estes possam reproduzir da melhor forma possível os esclarecimentos necessários. E para isso, os médiuns terão que se renovar e se esforçar moralmente e mentalmente. Já o espírito instrutor deverá rebaixar suas vibrações até harmonizá-las com as do médium. Mesmo assim, não conseguira explicar fielmente tudo que receber, por que o cérebro humano não dispõe de recursos necessários para uma transmissão perfeita.

Entendemos então, que as construções do meio invisível são edificadas com essências disseminadas pelo Universo, para a criação de tudo que seja útil para o nosso Espírito, esteja na Pátria verdadeira ou na Terra. Trata-se então, do fluido cósmico universal ou de modificações deste, que se origina o fluido espiritual, fonte geradora de tudo na criação, inclusive dos próprios Planetas e do nosso perispírito.

Tanto na terra como no espaço, a vontade é soberana, e o pensamento é motor, produtor, criador. Como exemplo, podemos citar a reunião de Espíritos evoluídos que decidem pela criação de uma cidade no espaço. Como funciona? Primeiro, eles programam o que desejam edificar, como uma escola para reeducação geral de espíritos que fracassaram, em seguida, seus pensamentos vibram harmoniosamente. Essa força lançará energias que irá atuar sobre os fluidos e construirá o planejado. E quanto maiores forem as forças criadoras reunidas, mas rápido o trabalho será concluído. Serão também, construções móveis que poderão ser conduzidas para onde se faça necessária a presença da falange que as criou.

Quando se trata de Espíritos inferiores, o processo é semelhante, só que essas entidades irão mentalizar criações grosseiras, em virtude da lei de similitude. Este é o Mundo invisível inferior.

Aqui na terra, estamos também dentro de regiões criadas pelo nosso pensamento, embora não seja um movimento tão intenso quanto dos desencarnados. Por isso, os conselhos de nossos guias espirituais para educar a mente. Para aclarar mais ainda essa advertência, lembremos do Mestre que disse: ”Vós sois deuses...”

Nosso pensamento é criador, justamente porque é a centelha do Pensamento Supremo.

2. Como se trajam os espíritos

Nas obras de Allan Kardec, como nas de Leon Denis encontraremos fartos esclarecimento sobre as vestimentas usadas no Mundo Espiritual. Em A Gênese, é esclarecido que no estado de eterizaçao, o fluido cósmico não é uniforme. Ele sofre várias modificações. Essas mudanças constituem fluidos distintos, e esses fluidos tem uma aparência tão material quanto os objetos para os encarnados. No livro dos Médiuns, encontramos a informação de que os desencarnados, utilizando-se do fluido cósmico constroem o que planejarem, através do pensamento e da vontade. Como exemplo, é citado uma aparição masculina que levava nas mãos uma caixa de rapé. Kardec pergunta ao espírito de São Luis, se a caixa de rapé é apenas uma imagem ou se é real? A Entidade superior responde que sim, e explica que é com a ajuda deste principio material que o perispírito toma a aparência de roupas similares ao que o espírito usava quando encarnado. São Luiz complementa, informando que os espíritos fazem passar a matéria etérea pelas transformações que desejam, por tanto, é a própria entidade que faz a caixa de rapé. Inclusive, o encarnado poderia ver, tocar e usar o rapé da caixa. (muitas entidades antes de se revelarem aos médiuns, mostram sua presença através de um perfume)

Léon Denis, no capítulo XX de No Invisível cita alguns exemplos. “Numa sessão, o espírito de Lélia forma com um sopro, um tecido leve de gaze branca que cobre todos os presentes. Outro caso é de Emma Hardinge que apareceu com um vestido de rainha das fadas, que usou na sua mocidade. Nesse caso, a aparição parece não ser mais que simples imagem mental exteriorizada pelo espírito, mas que se torna bastante consistente para ser notada pelos sentidos. O objetivo de usar as roupas e etc, é de se fazer reconhecer.”

Já em relação aos espíritos inferiores, cuja mente não possui vibração à altura, não conseguem realizar essa intervenção. Por isso, a aparência deles costuma ser chocante para o vidente. Daí também, a necessidade do médium estar preparado pela fé e o exercício mediúnico, a fim de não se deixar envolver pelas faixas nocivas que podem levar a obsessão. Esses espíritos inferiores na maioria das vezes, só conseguem a educação moral através da reencarnação.

Outro ponto importante para ajudar esses espíritos, são as preces e as leituras doutrinárias. Quando lemos, as vibrações da nossa mente ecoam em seu entendimento. Por isso, a importância do médium sempre estar vigilante com suas leituras. Durante as orações e estudos, somos visitados por suicidas, irmãos que desencarnaram em acidentes, etc. Esses espíritos se reanimam com as paginas do Evangelho Segundo o Espiritismo, onde encontram esperanças e misericórdia. Como exemplo, temos o caso de um Espírito jovem de 18 anos que se apresentou envolvido em ataduras. Chorava muito. Ele havia desencarnado por causa de uma explosão. Esses acontecimentos foram revelados ao médium através das irradiações emanadas pelo espírito sofredor. Depois das preces e esclarecimentos, a entidade agradeceu e se afastou.

Constatamos também, que muitos desses espíritos que lêem e estudam conosco, acabam se afeiçoando e por fim, se tornam amigos eternos. Assim, foi o caso de um irmão que se apresentou ainda abatido, mas conformado e agradecido pelas preces que o ajudaram. Esse irmão que suicidou se apresentou como Joaquim Pires. Informação confirmada posteriormente.

Em contrapartida, podemos também observar Entidades belas, por meio do desdobramento. Por exemplo, o espírito de Charles, martirizado por amor ao Evangelho, no século XVI, na França, durante a inesquecível matança de São Bartolomeu. Habitualmente se mostrava com trajes hindus, já que no século XVII foi soberano na Índia. Frederico Chopin, já variou a roupa quatro vezes em suas aparições. E muitos outros, como Vitor Hugo e Lazaro Zamenhof (criador do Esperanto). Mas, foi em 1930 que se observou uma Entidade Nobre, denominada de Anjo Guerreiro. Acredita-se que seja algum integrante da legião protetora do Brasil. Esse espírito se apresentou com uma flâmula onde se lia: “Salve, Brasil imortal”.

Raramente, alguns espíritos se deixam ver pela roupa com que foram sepultados. Como exemplo, a médium Yvonne Pereira, cita sua ti que desencarnou e apareceu depois de 20 dias. Ela vestia um costume preto, e um véu de rendas negras. O véu a incomodava muito. Mais tarde, ficou confirmado que a tia em questão tinha sido enterrada exatamente assim. Existem ainda, entidades de baixa condição moral que podem até aparecer desnudos aos médiuns. Porém, espíritos espiritualizados, como Bezerra de Menezes e Bittencourt Sampaio, são vistos envergando túnicas leves e vaporosas. Contudo, o comum é a entidade se revelar sob as aparências que mais lhes agradem.

Conclui-se então que, seja do fluido cósmico universal ou de fluido espiritual, de matéria quintessenciadas ou simplesmente resultado de uma força mental sobre as fibras sutis do perispírito, o certo é que a maioria dos desencarnados se apresenta com trajes que vai desde o belo até ao miserável. A resposta de Joana D’Arc, sobre São Miguel é mais um argumento. Há 5 séculos, ela disse aos seus Juízes : “Pensa que Deus não tem com que vesti-lo?”

Depois de tantos argumentos, estudos e exemplos comprovados, chegamos a 6 deduções:

1- A mente do desencarnado cria para sua forma individual a roupa que deseja, através da sua vontade, segundo a necessidade e o grau moral.

2- A mente do Espírito pode buscar em existência passada o traje que preferiu e imprimi-la no perispírito.

3- O Recém-desencarnado poderá pelo fenômeno de repercussão vibratória dos acontecimentos vividos no corpo carnal, durante o desenlace, se apresentar com a roupa que foi sepultados. São geralmente entidades presas à matéria.

4- O Perispírito que é amoldável à ação plástica do pensamento, é expansível e contrátil, se harmoniza com a forma mental desejada pelo Espírito.

5- O Espírito desencarnado preso a matéria, repercuti em sua mente ou Perispírito, as impressões mais marcantes que afetem o próprio corpo material. Em muitos casos, essas afinidades se prolongam por algum tempo após a morte física.

6- Existem no mundo espiritual elementos, fluidos, gases, energias desconhecidas dos homens, as quais, acionadas pela vontade do desencarnado de elevada moral, poderão transfundir em aparências de indumentária variadas

Encerramos o capítulo com a certeza de que é fundamental se manter alerta, sempre nós vigiando, para que um dia a nossa força mental nos glorifiquem em trajes de luz, na realidade da vida espiritual.

RESUMO FEITO POR ANA PAULA ROCHA * POR GENTILEZA MANTER OS CREDITOS

3. Fréderic Chopin, na Espiritualidade

A faculdade mediúnica é o meio de que a criatura encarnada dispõe para se tornar interprete do mundo espiritual e estando esta faculdade prevista nas Leis Divinas, dentro de um certo limite, um médium dedicado pode se comunicar com este ou aquele espirito, que tanto poderá ser um espirito esclarecido como um inferior ou obsessor.

Ernesto Bozzano declara em uma de suas obras que, entre as entidades inferiores, talvez somente os chamados “réprobos” jamais possam comunicar-se com os médiuns, o que induz a concluir, de acordo com Ivone, que tais Espíritos, portadores de vibrações viruladas por múltiplos prejuízos, poderiam, com sua presença, no fenómeno de incorporação, levar os médiuns a enfermarem, e os grandes Espíritos iluminados lutariam, de seu lado com dificuldades para plena harmonização com o médium, dada a inferioridade moral-vibratória dos espíritos “réprobos”.

Os espíritos superiores possuem tantos meios, que os homens ignoram, de transmitir seus pensamentos e ideias, suas influenciações se infiltram tão sutilmente e de forma variada nos meandros de nossa faculdade mediúnica, que frequentemente os homens recebem lições e conselhos dos espíritos iluminados, ignorando, que muitos deles foram conhecidos na terra. Estes usam pseudônimos a fim de se fazerem acreditados.

Camilo Castelo Branco, o grande escritor, queixava-se amargamente como espírito de ser enxotado dos Centros Espiritas sob acusação de mistificador, apenas porque tinha o desejo de ser testemunha da própria imortalidade. Era aceito sem objeção quando mentia e enganava, fazendo-se passar por outras personalidades desconhecidas, simples.

Assim como Camilo, vários outros espíritos tinham necessidade de aprendizado, ansiosos para servir a causa da Verdade entre os homens, buscando lenitivo para suas dores nas narrativas e lições que extraiam da própria experiência, desejando oferecer aos encarnados, a fim de aplanar caminhos para os seus resgates futuros e no entanto não conseguiam médiuns e nem Centros Espiritas que lhes aceitassem as palavras, pois que os homens o endeusaram tanto que esqueceram que eles não passavam de entidades vulgares, pela situação moral que seus desacertos terrenos lhes acarretaram no mundo invisível.

Acreditam que Camilo não poderia se comunicar com qualquer médium e com esse pensamento, esqueciam de que ele não passava de entidade sofredora, carente de consolo e reabilitação e não o grande mestre da língua portuguesa quando estava na terra.

Ivone conta que se propuseram a tratar da individualidade espiritual de Fréderic François Chopin, um dos maiores gênios da música que a terra teve a honra de hospedar, o que se dá sempre, quando as gerações precisam de um vigor novo para expansão do belo entre os homens.

Enquanto que, Espíritos como Léon Tolstoi, Léon Denis, Victor Hugo, Bezerra de Menezes e outros se comunicam através de mensagens literárias, Chopin, concede-as verbalmente, em aparições e materializações, visto que foi músico e só sabe se expressar através da música.

Para que este intercâmbio fosse possível, o médium teria que ter uma boa dose de cultura musical.

Yvonne diz que a afinidade com o espirito de Chopin não se dá motivada pela música e sim por questão pessoal, afetiva e que os Espíritos gostam de ser amigos e amados pelos homens e que esta é a grandeza da doutrina, pois permite que se derrubem as barreiras da morte, para que os homens e os Espíritos se entendam, num intercâmbio glorioso de afetos e labores.

Os Espíritos se apresentam aos médiuns voluntariamente, e gostam de contar-lhes o que sentem, o que fazem, como vivem.

Chopin diz que sempre é atraído para o plano terrestre por forças telepáticas. Ele conta que no Brasil existem personalidades reencarnadas que lhe foram muito caras no passado e que viveu em várias épocas na terra sempre como artista destacado.

Seria um erro supor que artistas geniais, só pelo fato de o serem, se santificassem ou se tornassem espiritualmente superiores após a desencarnação. Como homens eles cometeram, muitas vezes, deslizes graves e rastejaram pelas camadas inferiores da moral.

Muitos deles retornaram a reencarnações obscuras na própria terra, após curto estágio no Além, assim acontecendo com o proprio Chopin, considerado “suicida inconsciente” na Espiritualidade, submetendo-se a uma nova existência, curta, humilde e apagada, porém, triunfante e meritoria para si proprio, depois da glória imortal como o grande Chopin.

No ano de 1931, Yvonne ao despertar do transe, teve o primeiro encontro com o Espirito de Chopin.

O grande músico apresentava-se elegantemente trajado, como se fosse para um concerto, tendo sua aparência humanizada através da materialização.

A partir desta data o espirito da médium era posto em contato com o dele, sempre sobre a influência e proteção de Charles, espírito familiar.

Algumas vezes sua presença se revelava apenas por meio do seu perfume, um aroma de folha de violeta em uma dia de chuva, como o próprio Chopin esclareceu.

Mostrava-se afetuoso e discreto, pouco expansivo e, geralmente entristecido, parecendo ser a melancolia uma predisposição natural de seu carater e não motivada por provações ou recordações de vidas passadas. No entanto, foi visto chorando copiosamente, recordando sua última existência na terra.

No dia 03 de janeiro de 1957, seu espírito arrebatado para um voo pelo Espaço. Ao regressar, mal despertou, notou estar acompanhada também, além de Charles, outra entidade, reconhecendo tratar-se de Fréderic Chopin.

O amigo sentado em uma cadeira, em frente ao leito, deixou-se materializar, apresentando todas as características humanas.

Chopin então, começou a narrar os sofrimentos por que passou desde que se reconheceu doente, atacado pela tuberculose.

Falou da desolação que o dominou ante a impossibilidade de se dedicar aos trabalhos, das dificuldades financeiras, das humilhações e desgostos daí decorrentes, sem se referir, jamais a sua grande amiga George Sand (escritora, com quem teve um relacionamento turbulento entre 1838-1847). A medida que narrava, evocando o próprio passado terreno, transforma-se; mostrando-se enfermo, tuberculoso, abatido, rouco, os olhos profundos e pisados, o peito arquejante, cansado pelo esforço da conversação. Tossia dolorosamente, suava e enxugava a fronte e o rosto, com o lenço. Sentiram seu hálito de doente do peito sem o devido trato. Não era mais um Espírito desencarnado, mas sim um homem gravemente enfermo, com todos os complexos da encarnação. Chorava, revelando grande sofrimento moral, além do físico.

Em 10 de março de 1957, volta a materializar-se a nossa frente e, recordando seu estado humano, deixou-se contemplar, estava muito agasalhado, envolvido num pequeno cobertor, que lhe tomava a cabeça e os ombros, dando-lhe um aspecto feio.

Dizia que no inverno passava mal, mostrou os pés, muito inchados.

A conversação processava-se telepaticamente. Disse saber que era muito amado pelos brasileiros, no entanto, observava que ninguém lhe dirigia uma prece e que necessitava desse estímulo para as futuras tarefas quando voltasse a reencarnar. Declarou que pretendia reencarnar no Brasil, mas que tal acontecimento só se verificaria a partir do ano de 2000 em diante, quando brilhante falange reencarnaria, com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as artes.

Chopin deu a entender que não viria como artista, mas como médium curador, autorizando à Ivone, divulgar a revelação.

4. Nas regiões inferiores

Nem sempre será dado ao médium, durante o desdobramento da sua individualidade espiritual, visitar as famosas estâncias fluidicas onde a paz e a beleza, a fraternidade e a luz, o consolo e a alegria revigoram o seu espirito para o prosseguimento da marcha terrena.

Os deveres da mediunidade também o requisitam para os locais inferiores, antros de misérias e degradação, localizado, as vezes, nos próprios perímetros terrenos, onde se aglomeram entidades ainda inferiorizadas pelo erro e materialidade e, por isso mesmo o denominamos de regiões inferiores. Nesses locais, exercerão os médiuns, sempre acompanhados de seus guias e instrutores espirituais, tarefas melindrosas nos setores da legítima fraternidade.

Esses agrupamentos de entidades desajustadas, denominadas regiões inferiores, tanto poderão existir no Espaço, dentro da densidade atmosférica, como na própria terra.

Todos estes locais com suas criações mentais coletivas de entidades afins, que praticarão, além da morte, os mesmos hábitos e os mesmos atos a que se arraigaram no estado humano, pois que cada um de nós carrega consigo próprio o seu inferno ou o seu paraiso.

A essas regiões, impulsionados pelos obreiros da Verdade incumbidos da missão do momento, servindo-lhes de porta-voz, representando-os, mesmo, porque interpretando-os para outrem, hão de os médiuns, para lá transportados em corpo espiritual, levar o consolo e a esperança, o esclarecimento e o estímulo às almas aflitas, mergulhadas no desalento ou no ostracismo, levantar-lhes ânimo, expondo ao entendimento de cada uma as doçuras da Boa Nova do Cristo. O fato de ser médium, de conviver como as entidades desencarnadas e conhecer certos segredos do invisível, não exclui o imperativo das provações para que reencarnaram.

Em geral, os médiuns se prestam a tais operações psíquicas, seja voluntariamente ou obrigados pela força da irresistível lei a que se subordina a faculdade mediunica.

Geralmente é a entidade radiosa Adolfo Bezerra de Menezes, o coração fraterno e generoso do médico que ainda hoje, na espiritualidade, prefere a clientela obscura e sofredora, quem nos arrebata o espirito para operosidades de ordem espiritual sobre os desencarnados, de infima classe, das sociedades invisiveis. Os mentores hindus preferem levar seus pupilos, geralmente discipulos espirituais, as regiões belas do Espaço, onde lhes proporcionam visões e panoramas de arrebatadora beleza, a título de estímulo para o progresso e lições preciosas. Não sabemos porém, se estes Mentores se servem de tais médiuns encarnados para trabalhos nestas regiões. O que sabemos é que, frequentemente, somos levados a verdadeiros antros de trevas, para serviços de esclarecimentos e respeito de pobres entidades sofredoras e endurecidas; que os instrutores sobre nós projetam intuições vigorosas, para distribuirmos o devido socorro, que por essa forma transmitimos doutrinação, conselhos, advertências e até passes.

Yvonne fala que o médium jamais se admira, se assusta ou se perturba, ao penetrar a vida espiritual. Tudo parece natural, familiar, comum, como se habituado se encontrasse, de longa data, ao que vê, ao que faz e assiste.

Aquelas entidades visitadas, se encontravam apavoradas antes as consequências do longo percurso pelos canais do crime, por elas vislumbradas em suas intuições, desde época recuada, servindo ao mal, não apenas no estado humano, terrreno, mais ainda durante o estágio no plano invisivel. Eram da mais horropilante categoria. De seu aspecto geral se desperendiam fealdade, baixeza de sentimentos e vibrações, grosseria, inferioridade, incapazes, todos, de impulsos voluntários para o progresso, mendigos espirituais, na absoluta dependência dos obreiros da Caridade. Verificamos que, em tais ocasiões, somos sempre vistos e compreendidos por essas entidades, porém, nossos instrutores não.

Eram cerca de dez entidades visitadas. Encontravam-se presas em pequeno e miserável compartimento, em promiscuidade chocante. Vibratoriamente, encontravam-se muito fracas, como alguém em convalescença de grave enfermidade, apavoradas, desencorajadas para o recurso da oração, temerosos de se verem na presença de Deus, certos de sua culpa, atormentados pelas visões alucinatórias dos crimes praticados, frutos das suas vibrações mentais.

As cenas vistas eram drmáticas: contendas, lutas corporais, assaltos, seduções de menores, roubos, assassinios, obsessões, suicídios!

Desesperados, esses infelizes se debatiam, encobrindo os olhos com as mãos ou ocultando a cabeça com os braços, ou com os trapos que sempre encontravam ao alcance, na ingênua suposição de que, assim agindo, se furtariam ao horror das próprias ações passadas.

O solo do compartimento em que se detinham, espécie de quarto ou sala, de pequena proporção, com uma janela gradeada à esquerda e uma porta à direita, era tão imundo quanto eles próprios. A porta dava para um pequeno terreno e permanecia aberta, permitindo passagem aos prisioneiros, caso desejassem sair. Ocorria, no entanto, fato curioso: os pobres voluntariamente permaneciam naquele covil, presidiarios de si mesmos.

O terreno citado dividia-se em dois por uma cerca. No trecho à esquerda, para onde dava a porta, erguia-se uma cobertura tosca, especie de pequeno galpão, muito solido aos nossos olhos, onde uma mulher de cor negra, lembrando o tipo das antigas escravas africanas, sorridente e simpatica, deixando entrever certa luminosidade em seu envoltório perispiritico, parecia “cozinhar” para os “habitantes locais”. Sentimos o aroma apetitoso da comida. Esse local era agradável pela presença da negra, que reconhecemos como espirito operoso, pelos labores da vigilância a favor dos delinquentes confiados a sua guarda.

O quintal da direita, parecia um cemitério, pois que do solo fétido e lodoso emergiam mãos humanas súplices, cabeças desgrenhadas, de olhos aterrorizados, brandando por socorro e piedade, visão macabra, que pertubaria a mente do vidente, se para tais serviços o médium não fosse previamente fortalecido por assistência especial.

Conhecedores da existencia desse cemitério, os criminosos, apesar dos remorsos alucinadores, preferiam a permanencia indefinida no pequeno compartimento a tentarem fuga, pois sabiam que teriam que atravessar o cemitério.

À nossa chegada, um dos prisioneiros, exatamente um daqueles trajados de “dominó negro”, aproximou-se como que nos recebendo. Seu semblante, visivel, indicaria um homem que houvesse falecido aos 50 anos. Compreendemos que ele não distinguia Bezerra de Menezes, mas somente nós. O homem inspirou-nos compaixão e desejo de auxiliar. Com voz e modos rudes, disse que tinha fome. Lágrimas escorriam por seus olhos.

Habituados aos costumes terrenos, que nos levam a servir um prato de comida quando alguém bate a porta, nosso impulso foi solicitar o favor àquela serviçal, que disse: “que com a vossa presença, referindo-se a Bezerra, o pobre pecador consiga serenidade bastante para compreender o que se passa e se disponha ao progresso”.

Tomamos o prato, no qual se via um belo e magnifico almoço. O ex-obsessor arrebatou-o de nossas maõs e faminto levou a colher à boca. Subitamente, porém, repudiou o prato com asco e horror, arremassando-o longe e, começou a chorar e a se lamentar. Verificamos que os apetitosos legumes que antes estavam no prato, haviam desaparecido e em seu lugar, espalhados em torno, viam-se pedaços de carne humana.

Enquanto a boa vigilante esclarecia, o réprobo de desfazia em prantos e os companheiros de infortunio procuravam se esconder.

-São as recordações do tenebroso passado, alimentadas por cruciantes remorsos. Todo ambiente que distingues aqui, com exceção da cozinha, é criação mental vibratoria destes dez criminosos. Não existe aqui cemiterio, nem prisão. Eles a criam e mantêm tal ambientação, concretizando-a, sem o saberem. A própria fome que os torturam nada mais representa do que o estado de suas consciências feridas pelos atos passados. A si próprios castigam, porque foram obsessores, habituados a criarem sugestões infernais para atormentarem o próximo, viciaram a própria mente em criações macabras e agora obsidiam a si próprios. Ninguém os castiga a não ser a consciência deles mesmos, desarmonizadas com o Bem.

A reencarnação ser-lhes-á refrigério salutar, que, por ela protegidos, esquecerão, parcialmente, o tenebroso passado, advindo vigores novos e serenidade para os empreendimentos da expiação e do resgate. Renascerão na terra em estado lamentável, serão, inevitavelmente, auto-obsidiados incuráveis desde o nascimento.

Nosso generoso amigo Bezerra, cuja companhia nos encontravamos, deu ordens para que nos dirigisse ao “dominó negro”, o único dentre os dez acessível às nossas intenções, pois os outros, mal distinguia até nós mesmos.

Fala-lhe! - Ordenou Bezerra

É raro que um médium, nessa situação, possa falar ao seu guia ou interrogá-lo, e ainda menos resistir às suas ordens. Geralmente ele se conserva silencioso e passivo, a tudo obedecendo de boa mente e agindo como sob o efeito da hiponose. Todavia, assustados pela idéia de falar a um obsessor de tal natureza, os quais geralmente odeiam os médiuns, porque são estes que os desmascaram, ousamos interrogar o nobre Instrutor:

- Que lhe direi?...

Não sabemos se o guardião respondeu à nossa impertinência, pois não nos recordamos da resposta. Sabemos somente que nos aproximamos, confiantes, do infeliz, que descansamos a mão sobre sua cabeça e o interpelamos:

- Por que choras, filho?...

Sincera compaixão invadia nossa alma. Sentimo-nos envolvidos por singular doçura, e todo o nosso ser era uma terna vibração de fraternidade. Aquele ser, tão desagradável pelos próprios erros, afigurou-se-nos de súbito, um irmão muito querido, uma criança ignorante e infeliz, a quem deviamos proteção e amor.

- Tenho fome... mas não posso comer.. e sofro muito..

- ...Meu amigo, o alimento que careces é a prece! O Pão do Ceu...

- Não! Esse pão eu não posso desejar! Sou um miserável, desgraçado demais para elevar tão alto os meus desejos... e a mim, certamente, seria negado este pão...

O recalcitrante prostou-se de joelhos, abatido por lágrimas cruciantes...

- Não posso, não ouso! Sou um réprobo, que não merece a graça do perdão!...

- Meu amigo! Compeendo que fazes uma falsa idéia do perdão que Deus concede às suas criaturas, para retirá-las dos despenhadeiros do erro e do sofrimento. ...

...Trazemos-te, como sempre, hoje, a certeza de que possuis amigos que te auxiliarão com a maior dedicação nesse serviço de soerguimento de ti mesmo, para o culto do dever... Basta que os aceites de boa mente e os chames por meio de pensamentos igualmente amorosos, fraternos e obedientes a Deus… Voltaremos a visitar-te, em outra ocasião.. Até lá, reflete melhor... para que nos seja possível um entendimento mais amplo, em teu benéficio...

Retornando ao fardo carnal, sempre sob a assistência do dedicado amigo, que jamais deixa seus médius entregues às aventuras perigosas do mundo invisivel, lembramo-nos ainda do que ia ele dizendo, completando a lição do momento, e ordenando-nos, como sempre, que tudo escrevêssemos, para ensinamento geral.

RESUMO FEITO POR FRANCISCA PASSOS * POR GENTILEZA MANTER OS CREDITOS

5. Mistificadores – Obsessores
 
Há várias classes de entidades mistificadoras desencarnadas que muitas das vezes existe confusão com a classe das entidades obsessoras. Aqui trataremos de mistificadores que também podem ser considerados obsessores, pois participam uns e outros.

Mistificar significa enganar, iludir, lograr, abusar da credulidade de alguém, engodar – valendo-se da malícia e maldade.

Existem mistificadores inofensivos, brincalhões, cuja ociosidade e futilidade só a si mesmos prejudicam, e ninguém leva a sério.

Na Terra e no Espaço eles se proliferam, prejudicando a si próprio.

Existem os hipócritas, perigosos, que enganam, pois rodeiam a falsa seriedade, onde somente os estudiosos e prudentes em firmeza de lógica saberão reconhecê-los.

Os espíritos encarnados e desencarnados – se proliferam – causando no seio de suas sociedades sérios desequilíbrios e vários danos, desorganizando a vida dos que se deixam embair por suas atitudes dúbias.

Os desencarnados, no Espiritismo, causam prejuízos aos médiuns orgulhosos e insubmissos à disciplina (há necessidade de disciplina em todos os quesitos da vida, conforme recomenda a Doutrina), e também entre diretores de organizações espíritas pouco competentes, moral e intelectualmente.

Um adepto prudente e com qualidades morais elevadas reconhece as atitudes mistificadoras.

Yvonne nos alerta que existe uma classe mais perigosa, perturbadora e difícil de ser combatida, pois muitos adeptos da Doutrina ignoram a sua existência. Esta classe de espíritos age preferencialmente no plano Invisível, em torno de outros desencarnados – não devidamente moralizados – mas também pode interferir na vida dos encarnados, prejudicando-os, deixando-os em estado alucinatório, podendo até chegar à obsessão, pelo simples prazer de fazer o mal.

Estas entidades são perversas, enquanto que as mistificadoras nem sempre se apresentam verdadeiramente malvadas.

As entidades perversas obtêm resultados satisfatórios com os invigilantes, os que não oram com fé e confiança em Deus, sem essas defesas  que os socorrem contra os males psíquicos, entram em sintonia com as infelizes entidades.

Normalmente estes mistificadores-obsessores não foram inimigos de suas vítimas, nem mesmo as conheceram em outras reencarnações, mas exercem o assédio porque encontram campo aberto para as suas operações nos sentimentos inferiores, existem as afinidades morais e mentais de má categoria, naqueles a quem se agarram, tornando-se, os acontecimentos, o prêmio-castigo da sua incúria na prática das ações reformadoras, ou da má vontade em se voltarem para os aspectos superiores da vida.

Os encarnados e desencarnados que se sintonizam com essas desagradáveis entidades, normalmente desgraçam a sua jornada evolutiva, onde passarão por longos e penosos anos de sofrimento e reparações inapeláveis, muitas vezes através de reencarnações amargurosas.

O leitor que estuda as obras doutrinárias verificará citações sobre falanges inferiores do Invisível, cujos integrantes são disformes e grotescos, e perturbam os recém-desencarnados desprevenidos. Yvonne diz que os suicidas se queixam dessas falanges onde o sofrimento é insuportável.

A autora relata fato ocorrido em 18 de março de 1858, quando Charles a leva, em estado letárgico, para conhecer uma falange de obsessores:

Narra que uma menina, sua parente, contando apenas com 10 anos de idade, passava por processo obsessivo. A criança rejeitava os passes e as orações, passava por crises horríveis onde se machucava e pronunciava palavrões. Fora das crises, apresentava-se normalmente, inteligente e sociável.

Yvonne consultou Charles, seu mentor espiritual, que receitou uma medicação para o sistema nervoso da menina, e disse que na erraticidade, antes daquela reencarnação, ela havia se harmonizado com entidades inferiores, porém arrependeu-se a tempo e fora encaminhada para nova oportunidade em família Espírita. Ela possuía faculdades mediúnicas que frutificariam no futuro se fossem bem cultivadas. Os antigos companheiros da erraticidade assediavam-na. O remédio – disse Charles a Yvonne – para tais desarmonias, você conhece. Aplica-o!

O remédio que Charles se referia era a reeducação da menina à base do Evangelho, através de preces, paciência, vigilância, amor, disciplina rigorosa, sem concessões que ocasionassem prejuízos, fraternidade e carinho com os infelizes desencarnados.

Naquela noite de março de 1958, Yvonne viu-se rodeada de seres disformes, extravagantes e grotescos. Eles não eram inimigos da menina, nem se vingavam de débitos pretéritos, pois nenhum mal ela cometeu. Ocorreu que na erraticidade, eles a seduziram, ela aceitou a sedução. Ela era leviana, sedenta de novas sensações, porém não possuía uma índole ruim.

Aquela falange influenciava os encarnados durante o carnaval, impelindo, os que se sintonizavam com eles em excessos lamentáveis.

Tais entidades podem levar a loucura, encarnados e desencarnados que se colocam na mesma faixa vibratória que as suas.

Yvonne diz que o que causava mal-estar insuportável não eram suas formas grotescas, mas as “influenciações nocivas e contaminantes que suas mentes, desajustadas de harmonia da Criação, deixavam irradiar...”.

Diante de uma entidade que achou mais leviano e cômico do que mau, Yvonne riu. No mesmo momento Charles disse: “Rir-se é aplaudir, louvar seus atos, e, portanto afinar-se com eles... Haverá troca de vibrações... de qualquer forma se estabelecerá o malefício... Será necessário ao médium, como ao Espírito, diante deles o domínio de toda e qualquer impressão ou emoção, um equilíbrio isolante, que traduza superioridade moral...”.

Yvonne observou que algumas entidades choravam e pediam socorro, de modo que Charles explicou: “Esse é o final de tantas leviandades e inconsequências por eles praticadas. Como ninguém mais ignora, o períspirito é um corpo semimaterial, sutil, impressionável, sensível, registrando em suas potencialidades vertiginosas até as ondulações dos mais suaves pensamentos. Agindo sobre esse envoltório, a mente e a vontade individuais farão dele o que desejarem, visto que a mente – ou o pensamento, à vontade, a energia psíquica, a essência do ser – cria, produz, edifica, realiza, conserva, aplica, modifica, servindo-se das poderosas forças que lhe são naturais.”.

Charles elucida que pelo exercício contínuo de ações desarmoniosas, as entidades viciam suas mentes e as próprias essências do períspirito, por isso alguns se deformam voluntariamente, para assustar a vítima até a obsessão, através do pavor, mas quando tentam mudar a forma perispiritual, não possuem mais forças e ficam disformes.

Quando se abusa das Leis da Criação há consequências, na Terra e no Espaço, e por isso esses infelizes, permanecerão por sua responsabilidade e por livre e espontânea vontade, sofrendo pelas suas más escolhas. Da forma que estão, serão encaminhados para a reencarnação, da mesma forma que infratores seriam encaminhados para presídios. A reencarnação, lentamente os reequilibrara na harmonia geral.

Os inconsequentes e malvados do plano Invisivel renascerão doentes fisicamente, “já que doentes graves são como Espíritos, arrastando o períspirito, brutalizado... serão enfermiços, raquíticos, retardados, vítimas de males incompreensíveis, que a medicina diagnosticará como de origens sifilíticas, serão feios, tristes, doloridos, tardos de movimento e ação, porque tardo de vibrações, sofredores e até dementes, tolos, medíocres, causando muitas vezes repugnância e compaixão a quem os conhece.”.

“A CADA UM SEGUNDO AS SUAS OBRAS.”

Charles esclarece que os infelizes que praticam o mal há anos, ferindo, mentindo, perseguindo, são sofredores que só prejudicam a si mesmos, e o caminho para a reparação e reequilíbrio com as Leis é longo e árduo, através da reeducação moral e espiritual de si mesmo.

A criança que sofria com a perseguição se corrigiu das anormalidades apresentadas. E o CULTO DO EVANGELHO NO LAR foi fator essencial para o feliz desfecho, através de conselhos e preces em favor das infelizes entidades.

6. Romances mediúnicos

Yvonne Pereira esclarece que os romances espíritas são recebidos conforme a aptidão do médium, ou seja, o romance poderá originar-se do Além através de qualquer daquelas vias mediúnicas e também pela inspiração. “Além da psicografia mecânica, da semimecânica, da intuição e da audição, etc, poderão verificar-se, num ditado mediúnico, para romance, pelo menos, outros meios igualmente concludentes e detalhados, que ao próprio médium fortalecem na fé e nas corajosas disposições que lhe serão indispensáveis ao melindroso mister, ao passo que um mundo novo, um novo horizonte e uma sociedade rica de belezas e harmonias se desvendam para seu espírito, encantando-o, até ao indefinível, com uma felicidade diferente de tudo o que na Terra se conhece por esse nome, inconcebível, portanto, aos entendimentos que não a tenham penetrado.”

Verificamos que receber obras mediúnicas, sejam romances ou não, pode constituir missão – como do caso de Francisco Cândido Xavier – e para outros constituirá “provação e resgate de algo mal interpretado ou realizado no passado reencarnatório”, que seria o caso de Yvonne Pereira.

Nem todo médium psicógrafo poderá simplesmente receber romances espíritas, trata-se de um dom especial, se ele não tiver qualidades psíquicas para tal, não o fará. Assim, o médium literário de “hoje”, teria sido escritor em vidas pregressas, senão um intelectual inclinado às letras e ao Belo, sendo este o motivo para a sua aptidão em obter do Espaço obras superiores aos seus próprios conhecimentos nesta vida.

Yvonne destaca que sendo missão ou provação, o fato é que para os médiuns esta é uma enorme responsabilidade, pois colocam seu nome e a sua personalidade no seio do movimento da Doutrina.

No livro “Seara dos Médiuns – cap.5”, Emmanuel disse: “Há, nos reinos do espírito, leis e princípios, novas revelações e novos mundos a conquistar. Isso, entretanto, exige, antes de tudo, paciência e trabalho, responsabilidade e entendimento, atenção e suor.” Desta forma, implicará ao médium renovação e severos trabalhos de reforma interior.

Sabemos que as faculdades mediúnicas independem de qualidades morais excelentes, pois até mesmo um médium analfabeto pode escrever belas páginas de literatura, porém é muito raro acontecer. O que vale é a boa vontade de se harmonizar com a Espiritualidade superior, mediante a observância de severos deveres e disciplinas.

Yvonne cita um caso de médium analfabeta em Lavras – MG; diz que dadas às dificuldades do ditado mediúnico da literatura, os Instrutores Espirituais preferem os médiuns que se apliquem as boas leituras e estudos em geral, o que estabeleceria uma boa preparação, para no futuro tornarem sua mente maleável e obediente ao escritor e espiritual.

Mas a autora faz um alerta, antes de tudo, deve ocorrer uma mudança de valores pessoais no íntimo do médium, para se adaptar as faixas vibratórias do Espírito. Não adianta ser um médium superinteligente, o que vale é a transformação moral, a verdadeira humildade, o esforço para a modificação constante. Foi dito pelos maiores do Espiritismo: “...o cérebro menos assoberbado de teorias e sistemas preconcebidas se presta melhor aos ditados espíritas mediúnicos, não só por positivar o fato mais concludentemente, como também porque, graças à sua singeleza, não seria interceptada, ou desfigurada, com as ideias pessoais...”

Desde a Codificação as entidades espirituais queixam-se da deficiência do nosso vocabulário para traduzir a grandiosidade da palavra dos Espíritos, as barreiras que precisam atravessar para nos expressar e descreverem a magnanimidade do mundo invisível.

A autora informa a necessidade da disciplina nos estudos doutrinários para melhor entender sua mediunidade, as cautelosas pesquisas que deverão ser feitas para dissipar as dificuldades que rodeiam os médiuns literários.

As modalidades de mediunidades são antigas e já eram de conhecimento dos velhos povos do passado, como a psicografia, a incorporação e as demais estudadas por Kardec e seus colaboradores.

João, o Evangelista, possuía a faculdade de desdobramento, cujo espírito era arrebatado do corpo material durante o transe lúcido, e via Jesus, conversava com o Mestre e recebia instruções. O que Jesus dizia não seria somente ouvido, mas também visto pelo discípulo, pois a palavra de Jesus tomava forma. Depois o Mestre o mandava escrever em livro tudo o que presenciara. Foi desta maneira que surgiu o “Apocalipse”, obra mediúnica que se serviu do vocabulário e das imagens daquela época, que eram muito mais precárias que as atuais.

Yvonne cita vários artistas que também possuíam a faculdade de desdobramento ou arrebatamento do espírito, e durante o transe letárgico receberam suas obras mediúnicas: quadros, composições, etc. Da mesma forma ocorre com médiuns espíritas em relação às obras românticas que os Mentores Espirituais lhe concedem. A autora diz a beleza das cenas coloridas, detalhes particulares, luzes indescritíveis, tudo fornecido ao médium no momento em que recebe a obra. Uma só obra poderá ter dois autores – um que conta, ou narra as cenas, no Espaço, e outro que a escreve mais tarde, através da psicografia. Neste caso, o que facilita a escrita é o fato do médium já conhecer a história, pois a viu narrada no Além.

Vale destacar Francisco Cândido Xavier que quando recebeu do seu Mentor Emmanuel, a obra “Paulo e Estevão”, assistiu deslumbrado a cena do Nazareno a Saulo de Tarso, na Estrada de Damasco, através de quadro fluídico criada pela palavra espiritual (vibração mental, poder do pensamento e da vontade sobre os fluidos existentes no Universo) do autor da obra, que a estava ditando psicograficamente.

Yvonne destaca que é comum o médium se emocionar diante das cenas maravilhosas, favorecendo a concentração do médium naquele trabalho, pois suas sensibilidades são elevadas ao máximo, vibrando, na mesma sintonia que o autor espiritual. Assim poderemos observar que o instrumento mediúnico obtém obras de poucos autores, pois o trabalho é difícil e melindroso, exigindo harmonia de um e outro – Espírito e Médium – como: amor à causa, vontade, pureza nas intenções, humildade, paciência, perseverança, desinteresse de toda e qualquer natureza, inclusive o monetário, renúncia e até mesmo espírito de sacrifício.

Algumas obras não caracterizam o estilo literário daquele que espiritualmente o concedeu, o que ocorre é que muitas vezes, torna-se uma tortura para alguns médiuns e trabalho exaustivo para o autor, visto que a finalidade de uma obra espírita é a moral-educativa-doutrinária, e não simplesmente a razão literária.

Alguns escritores como Camilo Castelo Branco, não fazem questão de manter seu estilo literário, de forma que suas obras serviriam como resgate que lhe desanuviem a consciência das sombras de deslizes passados.

A autora cita obra psicografada por ela e ditada pelo Espírito de Bezerra de Menezes, “A Tragédia de Santa Maria”, nesta ela obteve todas as modalidades mediúnicas: visão antes e no momento da recepção, audição e psicografia isolada (desacompanhada de visão e audição), psicografia acompanhada dos outros fenômenos e intuição acompanhada de visão.

Yvonne nos informa que em 1931, fora revelada em desdobramento, a história narrada no livro “Amor e Ódio”, e que o Espírito coautor Charles a escolheu, pois conhecia os lugares que ocorreram os fatos. Ela diz que o ditado de obras mediúnicas é fatigante e penoso para os Espíritos, e que os médiuns devem se esforçar em prol da aquisição dos conhecimentos da Doutrina Espírita.

O médium precisa estar em total sintonia com o Espírito para o trabalho ser satisfatório, pois esta é uma enorme oportunidade do Espírita reeducar seus sentimentos, reconhecendo seus valores a fim de entender melhor e praticar os ensinamentos oferecidos por Jesus através da Doutrina Espírita.

A autora narra que durante o desdobramento entende várias línguas diferentes, mas não sabe que idioma falam. Ela diz: “Sabemos é que, acima de tudo, pensam! No entanto, distinguimos o tom vocal particular de cada um, pois que se trata de vibrações do pensamento e as vibrações diferem segundo o caráter de cada entidade, a tal ponto que reconheceríamos a voz o de uma delas dentre centenas de vozes.”

Yvonne não psicografava poesias nem versos, ela não era médium poeta. Num determinado momento, em que estava indo ligar-se a seu corpo material, Charles solicitou que ela se levantasse e escrevesse os versos que Gastón dizia. Mas ela estava cansada, sem forças. Ele disse que se ela perdesse esta oportunidade, talvez outra jamais surgiria. Ela disse que pela manhã quando acordasse ainda se lembraria e colocaria os versos no papel. Jamais aconteceu.

Ao findar do ano de 1955, 25 anos depois da revelação, Charles solicitou os escritos anteriores e foi autorizado a escrever a história de Gastón adaptando-a a Doutrina Espírita.
RESUMO FEITO POR MARIA FERNANDA RIBEIRO * POR GENTILEZA MANTER OS CREDITOS
7. O amigo Beletrista

A Doutrina Espírita nos ensina que para ocorrer comunicação com os Espíritos (ostensivamente), tem de haver um médium. Os Instrutores Espirituais insistem na chamada renovação cuidadosa do próprio caráter, critério e reeducação com base no Evangelho, sem que isso signifique afastar-se das atividades normais de seu cotidiano.
Yvonne Pereira nos informa que sua vida terrena – a exemplo de um exame prévio de candidato a curso escolar- constituiu-se em provas de equilíbrio e firmeza em todas as contingências sedutoras da vida humana que tendesse a desviá-la do bom caminho, ou seja, uma vida inteira de atribulações e lágrimas, sacrifícios, desilusões e renúncias, e, de todas as provas oferecidas a Doutrina do Mestre, a mais difícil, a mais penosa, foi o perdão – modalidade de amor ao próximo – mas, perdoar ofensas graves, como recomendam os ensinamentos de Jesus.

Ela teve que “abrir mão” de um curso de piano, pois sua paixão pela música a unia a Frederic Chopin, tanto quanto a outros amigos espirituais como Bezerra de Menezes, Charles, Léon Denis, Léon Tolstoi e outros jamais revelados. A verdade que ouviu foi que primeiro viria o seu dever, seu compromisso com A Doutrina Espírita, a música viria mais tarde, após o dever cumprido.
Certa noite, após o trabalho de receituário no Posto Mediúnico do Centro Espírita de Lavras (MG), apresentou-se um Espírito com vestimenta terrena, dizendo que desencarnara em 1911, após ter vivido no Rio de Janeiro e em São Paulo; não quis dizer seu nome, embora Yvonne tenha insistido. Ele alegou ser escritor ou beletrista e queria continuar a sê-lo, mesmo servindo-se de outro para fazê-lo. Sugeriu que a médium o seguisse, em desdobramento, para que ele descrevesse seu primeiro caso; os Guias Espirituais de Yvonne disseram que ela deveria utilizar de seu livre-arbítrio para aceitar ou não a empreitada.
Assim, na primeira oportunidade, por volta de meia noite, surge o Beletrista – ela o trataria desta forma, visto a sua negativa em dizer-lhe seu nome. Yvonne desdobrou-se e encontrou-se com o Espírito, podendo então, constatar que ele não era evangelizado, nem espiritualizado. Não aparentava ser um espírito afim com a moral do Cristo. Ele era intelectualmente adiantado, pois fora médico e escritor quando encarnado, mas sua conduta e aparência não condizia com os espíritos elevados.

De braços dados, Yvonne e o Beletrista puseram-se a caminhar. Durante o trajeto ela observou o apuro com que ele se vestia, o seu cabelo com brilhantina. A entidade reclamava constantemente que o Código Civil Brasileiro não contemplava o divórcio (o ano era 1930 e ele desencarnara em 1911), citou o sofrimento que passara quando encarnado e continuava a sofrer no Além pelo suicídio.
Ao final do passeio, ocorreu uma profunda afinidade espiritual; Yvonne ainda constatou que o Beletrista nunca tivera qualquer religião e, segundo ele, continuava não tendo. Sua paixão era apenas pela medicina, e que poderia continuar exercendo-a através de sua mediunidade – Yvonne Pereira era médium receitista – para o tratamento de doentes que acorrem os  Centros Espíritas, e também auxiliando os homens na Terra, encarnados que se dedicavam a pesquisas, fazendo-o discretamente através da intuição de cada um. Enfim, a semente foi plantada.

Pouco depois, chegaram em frente a uma casa, onde o Beletrista narrou sua história com Maria Elisa, a mulher que ele sempre amou. Ela era casada, seu marido a abandonara após 2 anos de matrimônio; posteriormente conheceu um sedutor que a engravidou e desapareceu de sua vida. Foi neste momento que ela conheceu o Beletrista. Tempos depois o sedutor retorna para arrebatar-lhe a filha, conseguindo o intento. Sem a filha que tanto amara, Maria Elisa suicida-se. O Beletrista, após o acontecimento, adoece e sobrevêm a neufastenia...
Ele queria que Yvonne psicografasse o seu drama, que era mais uma crítica ao Código Civil e a inexistência do divórcio na época. Mas o seu caso era similar a tantos outros narrados na época...

Quando Yvonne consultou seus conselheiros espirituais, concluiu que não poderia ajudar o Beletrista, pois seu caso apresentava adultério generalizado e suicídio, que não poderia ser patrocinado pela Doutrina Espírita, pois não possuía nenhuma lição edificante, além de no momento da narrativa, em nenhuma oportunidade fora citado o nome de Deus.
Bastante contrariado, ele não aceitou a sugestão que seu drama deveria ser escrito por algum outro escritor, fora da Doutrina Espírita. Conservou-se respeitoso até o final do encontro e retirou-se caminhando silenciosamente, parecendo chorar...

Seu desaparecimento levou Yvonne a orar por ele e, por 4 anos, depois de sua partida (1934), quando ela trabalhava num jornal do interior, sente seu braço arrebatado, toma um lápis e começa a escrever rapidamente uma pequena novela intitulada “Deodato”, mas tarde publicada num jornal espírita no Rio de Janeiro.
O Espírito não assinou o trabalho, o que levou Yvonne a contestar, quando então manifesta Dr Bezerra de Menezes: “Beletrista serviu como tentação para você, que há 27 anos iniciou-se como aprendiz da doutrina e precisava demostrar o desinteresse pelos haveres e glórias do mundo. Ele vem te acompanhando discretamente durante todo esse tempo e muito aprendeu contingo, ajudando no receituário mediúnico os irmãos necessitados; crônicas, artigos e conferências que escreveste, ele se serviu de tua mão e do teu lápis. Beletrista é meu pupilo espiritual e o reeduco para nova experiência carnal, quando ele próprio desejar... Confia sempre que o nosso papel é o de reeducar almas frágeis da Terra e do Invisível – enxugar as lágrimas da aflição, acender nos corações entristecidos a lâmpada da esperança, nortear os passos do caminheiro da vida que ainda vacila e elevar a criatura para a glória consigo mesma e com as leis do seu criador.”

Yvonne, ao final, pergunta ao Beletrista pelo seu nome verdadeiro e pela situação de Maria Elisa. Ele, sem responder, cita o auxílio prestado pelo Dr Bezerra em seu favor, junto a Deus e retira-se caminhando por uma estrada, a passos lentos...
8. Sutilezas da Mediunidade

Yvonne acreditava que o próprio médium ainda não compreendia a verdadeira profundidade e a potencialidade da mediunidade, dada a sua complexidade. Leon Denis denomina de "Potencias", que a própria psicóloga moderna chama de "funções consciênciais", podendo ser agrupadas em 4 grupos básicos: funções intelectivas, funções sensoriais, afetivo-emocionais e perceptivas, exemplificadas por Memória, Razão, Discernimento, Atenção, Pensamento, Vontade, Sentimento, Imaginação, etc.

Muitas coisas ainda não são reveladas ou conhecidas; muitos médiuns, com medo de não serem acreditados pelos amigos mais íntimos e, temendo ser considerados ridículos ou pretensiosos, silenciam, enchendo-se de complexos e timidez, até dentro do próprio lar onde vivem.

Yvonne citou um fato ocorrido em 1915, quando o Dr. Bezerra anunciou, através de um médium de incorporação (pág.214) o advento do rádio e da televisão; a revelação foi rejeitada pela própria mesa mediúnica!!!

O médium foi "convidado" a orar e vigiar e o Espírito comunicante "doutrinado" como mistificador e perturbador da ordem e do bom-senso. Tempos depois as profecias foram cumpridas!

Apesar de tudo é recomendável que o médium orador - expositor - antes de sua exposição, deve ser recolher e isolar-se horas antes, para que, no silêncio do recinto, possa receber os eflúvios tão necessários.

Yvonne aborda também a manifestação que fazem os espíritos malévolos, banidos da sociedade (réprobos) e que ela não os teria visto, mencionando apenas o fato de uma certa entidade perseguindo uma doente (obsidiada) internada numa Casa de Saúde Espírita, (Belo Horizonte - MG). Apresentava-se ela com hábito religioso negro, parecendo tratar-se de uma ex-freira, pois fora mulher quando encarnada.

Ela ainda levanta um questionamento reflexivo: se os obsessores (quando encarnados) foram mulheres, seriam muito mais endurecidos, odiosos e temíveis do que se fossem homens? Por que?

Quanto a doente obsidiada, o obsessor - a freira - chegou até a investir - enfurecida - contra Yvonne perseguindo-a numa correria desenfreada (pág.223), obrigando-a a uma fuga espetacular, só interrompida quando cessou o transe mediúnico. A entidade obsessora, muito a contra gosto, foi retirada logo depois, sem contudo arrepender-se do mal que vinha praticando.

Seu livre-arbítrio foi tolhido e ela se viu forçada a abandonar a presa, e esta foi recuperada para uma fase nova de evolução e progresso.

Yvonne também nos relata experiências vivida com a Psicomotricidade - que é a faculdade que o médium tem de descrever os acontecimentos em torno de uma criatura, particularidades mesmo de sua vida, desde que em contato direto com um objeto ou coisa pertencente a referida pessoa - que ainda é pouco estudada, vai ao extremo de permitir que o médium sinta e descreva as impressões de pequenos animais, vegetais e até da matéria inanimada (leitura recomendada "Os enigmas da psicometria" - Ernesto Bozzano).

Ela cita ainda, as experiências de outra médium, Elizabeth Denton, com uma lasca de pedra que fora recolhida numa região de minério de chumbo em Wisconsin, EUA, e que teria sido arrojada de um vulcão, através dos séculos (pág.228).

Por outro lado, em seus desprendimentos, ela teve ocasião de "visitar" animais como o boi, o cavalo, o cão e o gato e "sentir" suas sensações (medo, terror, sofrimento - principalmente do gado nos cercados pré-abate).

Quando aborda a Psicometria de Ambiente, é relatado que, mesmo à revelia do médium, lhe permite rever acontecimentos ocorridos num ambiente muitas vezes há séculos, mencionando ela, fatos ocorridos no Segundo Império, numa chácara de um subúrbio do Rio de Janeiro e que remontavam o período da escravidão. Outra narrativa versa a respeito de residência no RJ, onde ela permaneceu por apenas 8 dias, e que durante a noite pode "verificar" cenas dramáticas de duelos, lutas, assaltos a viajantes, assassínios, fugas precipitadas, carruagens em disparada, etc, tudo num cenário do século XVII !!!! Segue-se ainda outros relatos de acontecimentos em São João Del Rei (MG) e Zona da Mata, também em MG.

RESUMO FEITO POR ADILSON FERREIRA * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS

9. As virtudes do Consolador

Ao penetrarem na casa do Sr. Antonio Augusto e de sua esposa, uma brasileira, que haviam perdido a filha há dois anos, percebeu que apesar de ser uma casa de estilo colonial português, o que sentiam era um ambiente artístico, no estilo indiano, um panorama íntimo hindu, aristocrata, refinado.

Eles tinham seis filhos, sendo que Elizabeth havia adoecido vindo a falecer antes dos 14 anos. Era a filha caçula entre as meninas.

Três dias após a sua morte, sua irmã Eunice acordou e viu no quarto a materialização de Elizabeth, vestida com lindo vestido de baile, cor-de-rosa (o que sempre desejara para a sua festa de 15 anos). Esse acontecimento levou um conforto para os pais, por saber que a filha encontrava-se bem no plano espiritual. E sua irmã Eunice pintou um quadro da irmã com todos os detalhes do vestido. Isso demonstra o poder da vontade. Elizabeth imprimiu no seu perispírito o traje desejado, assim como uma forma também de ser mais bem identificada (seu vestido de 15 anos). O espírito utiliza o fluido espiritual e do médium para promover a materialização.

Dois anos depois da visita do grupo, reencontraram a família. E foi relatado que houve um comunicado mediúnico, durante uma palestra, onde foi dito que Elizabeth vivera uma existência indiana.

À noite, após a visita a família e de terem adormecido, o grupo foi despertado por uma menina com uniforme escolar, que se apresentou como Elizabeth, e que sabia que a senhora era protegida de uma falange espiritual indiana, assim como ela, e pediu que eles a acompanhasse.

Charles, o mentor espiritual do grupo, que também era iniciado hindu, promoveu um transe letárgico de todos. Já desprendidos do corpo, foram levados até a casa dos pais da menina. Lá o ambiente era hindu, e não mais de uma casa particular, mas de uma “ideoplastia” de uma casa de benefícios para crianças e gestantes, construídas por Elizabeth, no intuito de sugestionar os entes a converter em realidade na Terra.

Elizabete diz que este e o seu sonha na espiritualidade. Foi essa missão que ela realizou na Índia. Nessa época, vivia na aristocracia, porém sofria com a pobreza que via a sua volta, principalmente das crianças. Por isso, transformou a sua própria casa na época, em hospital e asilo para crianças enfermas, ao mesmo tempo em que socorria gestantes. Prendeu-se tanto a essa idéia, que na atual vida, criou fluidicamente uma casa como esta, a fim de transmitir sugestão aos pais e aos irmãos.

Três anos após esse encontro com Elizabeth, a sua família criou em Minas uma organização chamada "Cruzada do Bem Elizabeth Santos", que atende principalmente os leprosos, constando também, o auxilio a criança sofredora e as jovens mães-solteiras. Elizabeth é a diretora espiritual da instituição.

Em 1962, Sr. Santos ao visitar o Rio de Janeiro, relatou o que aconteceu com Maurício, seu filho médico.

Em 1960, à noite, na casa dos seus pais, Maurício, que estudava medicina, estudava na sala de visitas e ouvia música. Ao se dirigir para o quarto, sentiu-se forcado a olhar para a foto da irmã. Então, viu nevoas e que a irmã no retrato se movia, uma possível materialização da irmã, que cantou uma linda melodia, que jamais ouvira. Sua irmã, Zinda, que estava em sala perto, ouviu o irmão cantar uma canção e chorar ao mesmo tempo. Provavelmente, era uma médium inconsciente das próprias faculdades.

Apesar da família Santos confessar aversão ao Espiritismo, de todos esses fenômenos que ocorreram com a família, o mais importante foi à reunião da família para a criação da instituição.•.

10. Os grandes segredos do Além

Em mais uma reunião de trabalho, o grupo desejava saber qual o mecanismo que levava a um desencarnado achar que ainda encontrava- se vivo.

Esperaram que uma mensagem fosse psicografada, porém nada ocorreu naquele dia. Passado dez dias, veio a resposta. Não foi ditado, mais sim foi mostrada ao vivo. Todos foram levados em espírito num transe mediúnico, ao mundo invisível, para locais em que a miséria moral-espiritual se acentua.

O grupo acompanhado de um assistente do Dr. Bezerra, médico também, penetrou em um bar imundo, cheio de desencarnados, desordeiros, sem educação e escassa moral, que juntos bebiam, jogavam cartas, brigavam e discutiam.

O assistente acompanhava o grupo sem ser visto por eles. E falou para o grupo que esses desencarnados são responsáveis por grande percentagem de acidentes que ocorrem diariamente, pois constantemente inspiram, sugerem e incitam ao homem.

Provocam distúrbio nos lares e na sociedade, pois se divertem com a infelicidade alheia. Não crêem em Deus, não tem religião, não entendem o amor, a caridade, piedade. Perseguem mentalmente os homens, pois acham que foram sempre perseguidos durante a vida, porque a sociedade nunca os protegeu dos males como doenças, miséria, fome e outras mazelas. Muitos foram delinqüentes que a sociedade perseguiu e não auxiliou.

E por que não existe uma lei que impeça de agirem contra aquele que ignora a sua presença? Porque são frutos da sociedade, a impiedade que existe neles esta ligada a impiedade que receberam.

E necessário que o homem compreenda que também tem que colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive que inclui o auxilio as almas mais frágeis do que a dele, porém se prefere permanecer no seu egoísmo, negando a reagir conta às próprias, más tendências será envolvido pelas as trevas as quais se sintonizou. Entretanto, aquele homem honesto, sóbrio, amigo do bem, esse assedio não o atinge, pois ele não tem afinidade.

Claro que este homem também pode ser atropelado, quebrar uma perna e passar por momentos ruins, basta ter Invigilância, Imprudência, Irreflexão e Displicência, para se envolver pelas faixas maléficas dos desencarnados.

Esses desencarnados sabem que desencarnaram, pois foram daqueles que acompanharam o próprio enterro, porém fingem que não sabem, pretendendo enganar a consciência, não entendem o mecanismo da separação do corpo e como a morte os apavora e são materialistas, fingem que ainda estão vivos e vão e fazer o que querem.

Os desencarnados que estavam no bar absorviam o álcool consumido pelos encarnados e estimulavam que estes continuassem a beber. Tinham a aparência de mendigos, descalços, despenteados, desarrumados, com face sem vida.

Ao avistarem o grupo, passaram a ter atitudes zombeteiras e a gargalhar. Começaram a tocar nos braços do grupo e afirmavam que estava quebrado e que amanhã seriam atropelados. E em seguida, totalmente envolvidos pelas vibrações maléficas, começaram a sentir a dor no braço e viram que estava fraturado e sentiram que no dia seguinte algo aconteceria no corpo carnal, estavam esquecidos que estavam sob proteção, e suplicaram ajuda de Deus.

E imediatamente, o grupo foi retirado dali. Receberam a explicação que é desta forma que agem, sugerindo suicídio, homicídio, um conflito, um adultério, desordem sexual, é a maléfica hipnose.

E as vitimas terão responsabilidade, pois encontraram exatamente o que desejaram e procuraram, por meio de maus pensamentos que alimentaram. Pois, se não tivessem a mesma vibração dos perseguidores, seus espíritos não afinariam durante o sono com eles e não aceitariam suas sugestões - os afins se procuram.

A única forma que retirar essas entidades de circulação:

Reeducação do homem. Mente sadia e honesta. Respeito à idéia de Deus, observado as suas leis. Pois, o próprio homem obsidia essas entidades, visto que os atraem com pensamentos, vícios e ações. Por isso, devem instruí-los pelo exemplo.

A lei do progresso agira sobre eles, o trabalho de consciência, a dor do desequilíbrio, provocará o arrependimento.

Os espíritas e médiuns, podem realizar, junto com os seus mentores, um trabalho de auxilio a esses desencarnados. Tudo depende do esforço, do devotamento, da renuncia, da reforma intima de cada um. A prece e o melhor remédio para esses irmãos. O bom pensamento, a leitura edificante e o exemplo, tudo será visto e ouvido por eles, e servira de estimulo para aplicar a si próprios, visando à recuperação e o arrependimento.

Com o tempo se for perseverante na atitude de amoroso auxilio, o efeito nos desencarnados será satisfatório. A dedicação dos mentores e dos espíritas beneficiara esses desencarnados.

Qual a razão de alguns desencarnados permanecerem séculos supondo-se vivos?

1. A visão de que tinha do mundo espiritual era bem diferente daquilo que realmente encontra.

2. Teimoso, cego, não deseja ver a verdade.

3. Traumatismo moral-mental e físico pós-desencarne.

A surpresa, o remorso, o pavor do Desconhecido, o terror a Justiça Divina agravam a situação mental.

A revelação Espírita e grandiosa e profunda, e devemos promover a sua propagação, esse e o nosso dever, ser porta-voz de dois mundos.

RESUMO FEITO POR DÉBORA LOURES * FAVOR MANTER OS CRÉDITOS


Ana Paula fez lasanhas deliciosas !!!!!Alimentamos o conhecimento e o corpo!

Supercultura e Calamidades Morais

“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma;
e o que tens preparado para quem será?”

JESUS. (Lucas, 12:20).


Não basta ajuntar valores materiais para garantia de felicidade.

***

A supercultura consegue atualmente na Terra feitos prodigiosos, em todos os reinos da Natureza física, desde o controle das forças atômicas às realizações da Astronáutica. No entanto, entre os povos mais adiantados do Planeta, avançam duas calamidades morais do materialismo, corrompendo-lhes as forças: o suicídio e a loucura, ou, mais propriamente a angustia e a obsessão.

É que o homem não se aprovisiona de reservas espirituais à custa de máquinas. Para suportar os atritos necessários à evolução e aos conflitos resultantes da luta regenerativa, precisa alimentar-se com recursos da alma e apoiar-se neles.

***
Nesse sentido, vale recordar o sensato comentário de Allan Kardec, no item 14, do Capítulo V, de “O Evangelho segundo o espiritismo”, sob a epígrafe “O Suicídio e a Loucura”:

“A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura se devem à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. Ora, se encarando as coisas deste mundo, da maneira por que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os quais, se não fora isso, o conturbariam”.

***

Espíritas, amigos! Atendamos à caridade que suprime a penúria do corpo, mas não menosprezemos o socorro às necessidades da alma! Divulguemos a luz da Doutrina Espírita! Auxiliemos o próximo a discernir e pensar.

Do livro "Ceifa de Luz", pelo Espírito Emmanuel, Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O trabalhador espírita

A seara do Cristo representa um sagrado e sublime convite a todo aquele que efetivamente almeja contribuir com os homens.

Dotado das mais sublimes capacidades espirituais, Jesus soube preparar seus colaboradores, concedendo-lhes a oportunidade do serviço evangélico, na medida em que seus exemplos os qualificavam.

O Espiritismo, revivendo a mensagem da Boa Nova, qualifica seus operários sob a ética cristã, convidando-os à cooperação singela, porém revestida de proibidade e autoridade.

O trabalhador espírita deve esforçar-se por ser o homem de bem que leciona o Evangelho e colocar-se à disposição para testemunhos.

Na senda evangélica, não se pode caminhar destituído do compromisso com a mensagem revelada por Jesus.

O tarefeiro do Evangelho deve guardar a disciplina para bem servir.

Observar o horário de início e término das atividades, respeitando-os rigorosamente.

Evitar, a todo custo, as faltas sem justificativas plausíveis.

Almejar a função de servidor de todos, afastando-se das picuinhas humanas.

Honrar a tarefa espírita, valorizando e respeitando os confrades e confreiras de trabalho, para a harmonia se estabeleça.

Fugir de todo e qualquer sentido de concorrência entre os irmãos, lutando para se apagar em serviço fraternal, cultivando, diariamente, a bênção da discrição.

Não exigir ou função, mas solicitar a alegria de bem contribuir em qualquer parte.

Estudar com dedicação as obras de Allan Kardec, para que o Espiritismo seja dignificado por meio das colocações lúcidas da Doutrina Espírita, contribuindo com a coletividade.

Evitar a veiculação dos comentários menos dignos, exaltando a fraternidade como grande bandeira.

Cumprir as normas do bom comportamento, aliando-se à Verdade Consoladora, evitando os escândalos na vida pessoal e, sobretudo, no labor cristão.

Valorizar e representar a instituição em que coopera dignificando as Casas Espíritas com sua frequência e assiduidade, para cumprir com o programa das entidades espirituais.

Por fim, semear o bem e a paz, para que todos contribuamos com Jesus, na implantação do Evangelho, em legítimo, fraterno e incontestável trabalho espírita.

Do livro "Yvonne entre nós", pelo Espírito de Yvonne do Amaral Pereira, Psicografia de Emanuel Cristiano

terça-feira, 2 de abril de 2013

Sete Minutos com Emmanuel




Interpretação dos Textos Sagrados




“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é departicular interpretação.” — (2ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 1, versículo 20.)


Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Sua luz imperecível brilha sobre os milênios terrestres, como o Verbo do princípio, penetrando o mundo, há quase vinte séculos.

Lutas sanguinárias, guerras de extermínio, calamidades sociais não lhe modificaram um til nas palavras que se atualizam, cada vez mais, com a evolução multiforme da Terra. Tempestades de sangue e lágrimas nada mais fizeram que avivar-lhes a grandeza. Entretanto, sempre tardios no aproveitamento das oportunidades preciosas, muitas vezes, no curso das existências renovadas, temos desprezado o Caminho, indiferentes ante os patrimônios da Verdade e da Vida.

O Senhor, contudo, nunca nos deixou desamparados.

Cada dia, reforma os títulos de tolerância para com as nossas dívidas; todavia, é de nosso próprio interesse levantar o padrão da vontade, estabelecer disciplinas para uso pessoal e reeducar a nós mesmos, ao contacto do Mestre Divino. Ele é o Amigo Generoso, mas tantas vezes lhe olvidamos o conselho que somos suscetíveis de atingir obscuras zonas de adiamento indefinível de nossa iluminação interior para a vida eterna.

No propósito de valorizar o ensejo de serviço, organizamos este humilde trabalho interpretativo, sem qualquer pretensão a exegese.

Concatenamos apenas modesto conjunto de páginas soltas destinadas a meditações comuns.

Muitos amigos estranhar-nos-ão talvez a atitude, isolando versículos e conferindo-lhes cor independente do capítulo evangélico a que pertencem. Em certas passagens, extraimos daí somente frases pequeninas, proporcionandolhes fisionomia especial e, em determinadas circunstâncias, as nossas considerações desvaliosas parecem contrariar as disposições do capítulo em que se inspiram.

Assim procedemos, porém, ponderando que, num colar de pérolas, cada qual tem valor específico e que, no imenso conjunto de ensinamentos da Boa Nova, cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se a determinada situação do Espírito, nas estradas da vida. A lição do Mestre, além disso, não constitui tão-somente um impositivo para os misteres da adoração.

O Evangelho não se reduz a breviário para o genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o serviço e para a obediência. O Cristo não estabelece linhas divisórias entre o templo e a oficina.

Toda a Terra é seu altar de oração e seu campo de trabalho, ao mesmo tempo. Por louvá-lo nas igrejas e menoscabá-lo nas ruas é que temos naufragado mil vezes, por nossa própria culpa. Todos os lugares, portanto, podem ser consagrados ao serviço divino.

Muitos discípulos, nas várias escolas cristãs, entregaram-se a perquirições teológicas, transformando os ensinos do Senhor em relíquia morta dos altares de pedra; no entanto, espera o Cristo venhamos todos a converter-lhe o evangelho de Amor e Sabedoria em companheiro da prece, em livro escolar no aprendizado de cada dia, em fonte inspiradora de nossas mais humildes ações no trabalho comum e em código de boas maneiras no intercâmbio fraternal.

Embora esclareça nossos singelos objetivos, noto, antecipadamente, ampla perplexidade nesse ou naquele grupo de crentes.

Que fazer? Temos imensas distâncias a vencer no Caminho, para adquirir a Verdade e a Vida na significação integral.

Compreendemos o respeito devido ao Cristo, mas, pela própria exemplificação do Mestre, sabemos que o labor do aprendiz fiel constitui-se de adoração e trabalho, de oração e esforço próprio.

Quanto ao mais, consola-nos reconhecer que os Textos Sagrados são dádivas do Pai a todos os seus filhos e, por isso mesmo, aqui nos reportamos às palavras sábias de Simão Pedro: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular inter pretação.”

EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 2 de setembro de 1948.

Ficha Tecnica:

Produção: SER

Tecnico de Gravação: João Francisco

Voz: Haroldo Dutra Dias

Música: Gratidão a Deus – João Cabete – Interprete: João Paulo Lanini

Finalização: Júlio Corradi

Ouça mais em: http://www.febnet.org.br/blog/geral/audio/sete-minutos-com-emmanuel-001/

http://www.portalser.org/lista-de-capitulos-do-7-minutos-com-emmanuel/




ESTAMOS DE VOLTA!

Olá amigo de ideal espírita, depois de um período, retornamos com nosso estudo de livros espíritas. Agora em novo formato e muito mais inter...