NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA
Reunião: 25/10/2017
6 - LIÇÕES PROVEITOSAS
Resumo de Débora Loures - ao divulgar, favor manter o crédito.
A cidade era um caos. A
multidão de desencarnados se misturava ao público que comemorava o carnaval. A
psicosfera era carregada de vibração pesada, a cena era sombria e
constrangedora, os espíritos se entregavam a desmandos e orgias. Eles buscavam
as vítimas em sintonia, para promover o desequilíbrio, levando a obsessões
duradouras.
Percebia-se que muitas fantasias eram inspiradas em visitas as
regiões inferiores de desespero e loucura, pois muitos encarnados se vinculavam
pelo pensamento a essas regiões, devido às preferências íntimas.
Então, o mentor advertiu que não deveríamos julgar o
comportamento dos irmãos. A maioria dos encarnados ainda transitava entre os
limites do instinto e a razão, buscavam mais as sensações do que os
ensinamentos superiores. Desta forma, era natural que permitissem os excessos
que reprimiam, contradizendo o comportamento de discípulos de Jesus, que
demonstravam no dia a dia.
A origem do carnaval vinha da Bacanalia, da Grécia, quando se
homenageava o deus Dionísio, e todos se entregavam aos prazeres. Em Roma, era a
Saturnália, quando se imolava uma vítima humana pagã. Já na idade média, uma
vez por ano era permitido enlouquecer durante três ou quatro dias, em homenagem
ao rei da alegria..
Logo, a festa é o vestígio da barbárie e do primitivismo
predominante, que um dia desaparecerá e dará lugar a uma alegria pura, o jubilo
real ao invés das paixões violentas e promiscuías.
Devemos auxiliar sem julgar, pois ainda estamos superando nossas
deficiências.
O Posto de Socorro Central era numa praça arborizada, no meio da
metrópole. Os mentores ficavam a postos para auxiliar de forma eficiente.
Vários voluntários ainda permaneciam ligados a familiares encarnados, e
auxiliavam tanto eles como os que tivessem ao alcance.
O auxílio iniciava-se desde sexta-feira. Era dado para aquele
que solicitava, e se ampliava a todos que padecessem de agressões, violências e
tragédias.
Os trabalhadores faziam atendimentos aos encarnados desligados
parcialmente do corpo, durante o sono, que pediam pelos seus familiares que se
encontravam nessa festa enlouquecedora; para afetos que se preocupavam com
aqueles que abandonavam compromissos por paixões; para espíritos que queriam
aproveitar os encontros irresponsáveis para reencarnar; aos recém-desencarnados
por bebida alcoólica, de desvios sexuais; dos que sofriam subjugação e etc.
Dr. Bezerra comentou que muitos que ali estavam com a mente
subjugada por problemas, e utilizavam a festa como forma de fuga, porém pegavam
um caminho rumo à loucura. Poucos realmente divertiam-se de forma sadia, com
dignidade e respeito.
Silenciando e olhando ao redor, Dr. Bezerra concluiu o porquê
que os Benfeitores da Humanidade informaram a Kardec: "a Terra é um
planeta de provas e expiações", onde programamos o crescimento para Deus.
"Saturado pelo sofrimento e cansado das experiências inditosas - asseverou
o Benfeitor Espiritual -- o homem, por fim, regenerar-se-á ao influxo da
própria dor e sôfrego para fruir o amor que lhe lenificará as íntimas
aspirações da alma."
O grupo deslocou até o núcleo diretor, onde eram tomadas as
decisões de emergência. Philomeno observou que um dos cooperadores do
Posto Central era um poeta e compositor sambista de importância na Terra. Ele
confessou que durante a sua vida terrena buscou o álcool e outras drogas para
fugir dos dissabores, compunha melodias que falavam de dores e angustias.
Desencarnou jovem, como um fracassado e, no plano espiritual, ele continuou
ligado aos ambientes inferiores, pelos quais transitara para fugir das
aflições.
A sua memória gerou simpatias e a mensagem das músicas provocou
amizades. Desta forma, foi alcançado pela Misericórdia Divina e levado para um
local de tratamento e renovação, aonde iniciou uma nova vida, compondo melodias
de esperança e os ritmos da paz, "numa Vila de amor infinito".
O carnaval para ele era
um passado de dor e a caridade, hoje a festa de todo dia.
7 – Posto Central de Atendimento
Resumo de Francisca Passos - ao divulgar, favor manter o crédito.
Uma área foi reservada e preparada pelos
engenheiros das esferas superiores, de forma a evitar que o ministério da
caridade sofresse danos decorrentes das invasões promovidas pelos espíritos
perniciosos.
Não há improviso nas tarefas superiores.
Estabeleceram planos e traçaram diretrizes para a
construção do núcleo transitório. A construção deste núcleo é feita com
substancias ectoplásmicas, retiradas da natureza e das pessoas residentes nas
proximidades, para edificação do conjunto e das muralhas defensivas.
Duas entradas opostas proporcionavam a movimentação
dos que ali se encontravam.Voluntários treinados, premunidos de recursos
magnéticos mantinham-se em vigília nos portões de acesso.
Amplos barracões, semelhantes as tendas de lona,
espalhavam-se interligados. Diversas camas foram colocadas em filas duplas,
para receberem os enfermos desencarnados que foram arrebanhados naqueles
últimos 3 dias, antes de serem transferidos para um outro plano de ação definitivo.
Homicídios tresvariados, suicídios alucinados,
paradas cardíacas por excessos de movimentos e exaustão de forças,
desencarnação por abuso de drogas, ofereciam um índice elevado de vítimas de si
mesmas pela imprevidência.
Diversos encarnados em transe demorado recebiam
socorro de urgência antes de retomarem os corpos em hospitais ou lares, sob a
carinhosa e vigilante assistência do Bem desconhecido.
O centro de comunicações do posto registrava apelos
e tomava decisões, encaminhando assistentes hábeis para cada tipo de
necessidade.
Miranda reflexionava sobre o amor e a sabedoria do
Pai, que concernia entre outras misericórdias, àquelas destinadas ao amparo das
criaturas, sem que estas pudessem, ao menos ter ideia dos recursos que eram
disponibilizados a favor da paz e do equilíbrio delas.
O corpo físico, mesmo sendo uma oportunidade de
progresso para o espirito, não deixa de ser uma barreira para uma ampla
percepção, entendimento da realidade.
Encarnados transitavam por todos os lugares, sem se
darem conta do que ocorria noutra dimensão vibratória.
Um sistema de alarme prevenia as invasões de hordas
violentas, enquanto veículos especiais traziam os recém-recolhidos para
atendimento.
Miranda aproximando-se da entrada viu, além da
barreira defensiva, uma volumosa massa escura.
Entidades levianas e vingadoras ameaçavam os
vigilantes do bem e atiravam “petardos” que, felizmente, não ultrapassavam as
ondas repelentes que se elevavam acima dos muros.
Traziam espíritos, que se apresentavam sob atrozes
padecimentos, blasfemavam, zombavam e agrediam verbalmente os trabalhadores
diligentes.
Misturavam-se o sarcasmo e o sofrimento urdido pela
própria leviandade, produzindo mal-estar e compaixão.
Miranda percebeu que os atendentes da vigilância
acostumados a cenas daquele porte, não se deixavam sensibilizar.
Percebendo a perplexidade de Miranda diante da
cena, Genézio Duarte esclareceu que eram grupos de desordeiros desencarnados
perigosos e que alguns eram técnicos nos processos de chacota e ironia, que
sabiam como provocar desequilíbrio, com a finalidade de colherem sintonia
mental. Diz ainda: “a acidez resultante
do sarcasmo é um sinal de inferioridade”.
“Na Terra, é muito
comum defrontarmos o mau competidor, disfarçando a falta de valor e a ausência
de recursos, apelando para as assertivas agressivas, recheadas de maldade com
que ferem os rivais, esperando a reação...”
“Em nosso campo de
ação, pululam companheiros infelizes, que se sentem propelidos às atitudes de
revolta após fracasso pessoal ...., derrapando na vala das reações
escarnecedoras, com as quais se imunizam, momentaneamente, contra os
sentimentos superiores, únicos a abrirem portas à renovação e caminhos à paz”.
Ei-los mais doentes do que se supõem ...
Irriquietos e ansiosos, passam a vampirizar psiquicamente os grupos com os
quais se afinam, permanecendo com eles em demorado comércio de forças fluídicas
desgastantes”.
Convidado a observar melhor o quadro, Miranda viu
criaturas que se faziam arrastar em correntes e outras em cordas. O grupo
grotesco estava acompanhado de cães que ladravam em perturbadora agressividade.
Genézio esclareceu que eram espíritos profundamente
sofridos, que caíram nas mãos daqueles desordeiros quando ainda estavam
encarnados. Eram vítimas e comensais da facção, que quando encarnados,
triunfaram sobre os fracassos dos outros. Sentiam-se inatingíveis.
A morte, alcançou-os e trouxe-os para a submissão
de mentes mais impiedosas do que as deles. Sofriam o que fizeram sofrer...
Miranda pergunta a Genézio se o auxílio divino não
os alcança.
Genésio responde que sim, porém era necessário que se predispusessem a
recebê-lo. E que por enquanto, expurgam na dor mais vitimados pela revolta do
que sob a ação do arrependimento honesto, pelo desespero do que através da
sincera aceitação do que lhes ocorria.
Reconhecendo o desejo sincero de reparar, recomeçar e serem felizes, mudam de faixa vibratória, sendo resgatados pela Bondade do Pai.
Por algum tempo a consciência sabe que precisam resgatar as faltas do
pretérito conforme se submeteram, retornando a carne ao lado do grupo ao qual
se sintonizam.
8 - O Caso Ermance
Resumo de Francisca Passos - ao divulgar, favor manter o crédito.
Genézio Duarte era encarregado da vigilância do
portão central, onde participava da equipe do Dr. Bezerra, a quem estava
vinculado afetuosamente desde os dias da sua última encarnação.
Fora espírita militante, trabalhando com dedicação
numa sociedade que levava o nome do apóstolo da pobreza no Brasil.
Genésio chegara ali, macerado pelos conceitos
materiais. Devido a enfermidade, recebeu orientação de tratamento homeopático
de natureza mediúnica e submeteu-se a fluidoterapia, reestabelecendo a saúde
física e posteriormente, a saúde espiritual.
Afeiçoou-se ao incansável Mentor, cuja vida modelar
sensibilizava-o, mergulhando a mente no estudo da codificação espírita.
Enriqueceu-se de discernimento e conhecimento,
passando a militância no Movimento doutrinário e à sua vivência.
Tão habitual se lhe tornou o comportamento espírita,
que granjeou amigos devotados, atraindo simpatizantes e estudiosos para a
Causa.
Neste período, experimentou a prova da viuvez, que
soube suportar com elevada resignação e coragem.
O sofrimento o levou a sintonizar cada vez mais com
o Amigo espiritual, de quem recebia inspiração e ajuda
Palavra segura e portadora de conceitos elevados,
as suas palestras de estudo e consolação doutrinárias sensibilizavam os
ouvintes.
Retornou a pátria espiritual, após demorada
enfermidade. Foi recebido pela Entidade generosa e familiares afetuosos.
Para Genézio Duarte a doutrina fora alento e vida.
Crendo na legitimidade da sobrevivência da alma,
armou-se de forças para a superação de si mesmo.
Miranda comenta: Infelizmente não são poucas as pessoas que, equivocadas, se aproximam
do espiritismo, submetendo a doutrina ao desejo das suas opiniões. Negam-se ao
estudo sistemático da doutrina, preferindo leituras rápidas, nas quais não se
aprofundam.
O Espiritismo, graças ao seu tríplice aspecto,
atende a todos os tipos de necessidade do homem, oferecendo reflexões e
respostas em todas as áreas do conhecimento.
Numa síntese perfeita, abrange o campo da
investigação científica, dirimindo suposições e sofismas em torno do milagre,
do desconhecido e do sobrenatural, contribuindo eficazmente para a eliminação
dos mitos e tabus contra os quais a ciência luta.
A doutrina espírita se estrutura na moral do Cristo
e dos Seus apóstolos, sendo religião de amor e caridade, que a fé racional
sustenta e conduz.
Irmão Genézio passou pela experiência correta, investigando,
conscientemente, as bases da Doutrina, não obstante o motivo que o levou à Casa
Espirita. Constatada a legitimidade da sobrevivência da alma, adentrou-se pelo
estudo, enquanto prosseguiram as experiências no campo da mediunidade para
incorporar à vivência pessoal o comportamento ético-religioso de que se
reveste.
Pediu e obteve do Instrutor, permissão para
engajar-se na ação do bem, sendo convidado a assessorá-lo. A sua função no
Posto Central é de relevância.
Chegando ao pavilhão onde se encontrava Bezerra,
Miranda foi convidado a acompanhá-lo no atendimento de urgência a uma jovem
mulher, em estado de coma.
Ao lado da jovem encontrava-se uma senhora, que
parecia ser a sua avó. Embora resignada, apresentava grande ansiedade. A jovem
precisava ser submetida a terapia cirúrgica.
A jovem, desencarnara há pouco mais de quatro
horas, auxiliada pela avó, na liberação dos vínculos carnais.
A pequena cirurgia tinha como objetivo drenar as
cargas de energia venenosa geradas pelo medo e que poderiam trazer perturbação
ao espírito recém-liberto.
A jovem, chamava-se Ermance e, era portadora de
deficiência cardíaca, resultantes de fatores cármicos, quando em vida
pregressa, acionara uma arma de fogo contra o peito, suicidando-se, método de
fuga impensado, numa conjuntura afetiva afligente.
Educada em rígidos princípios religiosos, soubera
manter-se com dignidade.
Por insistência dos amigos, veio observar o Carnaval,
sem se dar conta dos perigos a que se expunha.
Seu grupo jovial e comunicativo não passou
despercebido de rapazes de conduta viciosa.
Bezerra explica que em razão do débito para com a
vida, quando subtraiu vários anos, graças a fuga pelo autocídio, a sua
encarnação atual não seria longa. Ermance poderia ter logrado alguma moratória,
caso estivesse engajada em qualquer atividade de elevado teor.
Convencida por astuto gozador a ouvir-lhe as
propostas sedutoras, permitiu-se caminhar um pouco em animada conversa, quando
o jovem a convidou para descanso em casa de pessoa amiga. Embora relutasse, foi
convencida por argumentos doces do conquistador.
O local era frequentado por obsidiados, não
despertando nenhuma suspeita.
Chegando a casa, Ermance deu-se conta da cilada em
que caíra. O medo aterrou-a, a respiração fez-se lhe difícil e a alta carga de
tensão produziu um choque fatal.
O jovem criminoso, que aliciava jovens para o
comércio do sexo e mantinha um trato com a encarregada do bordel, aplicou-lhe
um lenço com clorofórmio, cuja dose forte provocou uma parada cardíaca.
Melide, sua avó, que já a acompanhava e prevendo o
desenlace, em razão das intenções que observara no jovem de conduta perniciosa
e conhecendo o breve trâmite da neta, manteve-se em vigilância.
Os infelizes corruptores dando-se conta da morte da
moça, planejaram jogar o corpo num matagal, ocultando o crime que lhes passará
a pesar na consciência culpada.
Bezerra fala da angústia dos amigos que não a
levarão de volta ao lar e dos pais que foram surpreendidos com tal tragédia.
O sofrimento bem suportado, será convertido pelas
Leis Divinas em futura paz e renovação da família, que reencontrará mais tarde
Ermance em situação feliz. O grande choque, fator da desencarnação, num
atentado ao seu pudor de moça é o capítulo final da tragédia afetiva. Débito
que os criminosos não precisavam contrair.
Tudo transcorre sob
controle superior, obedecendo ao equilíbrio universal.
Terminando a terapia, a irmã Melide seria destacada
para acompanhar a família e sustentá-la, no período de repouso de Ermance, que
mais tarde seria transferida.
Sobre a técnica da cirurgia que seria realizada,
Bezerra explica que na parte superior do cérebro, na região do centro
coronário, seria desenvencilhado imperceptíveis filamentos escuros,
retirando-os com a ajuda de um pequeno aspirador, que sugaria os resíduos do
centro cerebral, que haviam bloqueado a área da consciência.
A medida que a equipe recorria a instrumentos
delicados para aquela microcirurgia, Miranda observou que a cor retornou a face
da jovem e sua respiração, sendo percebida, em face dos estímulos aplicados na
área cardíaca.
Transcorridos 20 minutos, a paciente em sono
reparador, foi removida para a enfermaria.
“Morrer é fácil.
Liberar-se da morte, após ela, é que se faz difícil. Encerrando-se um capítulo
da vida, outro se inicia em plenitude de forças. Acabar, jamais!”
9- O problema das drogas
Resumo de Adilson Ferreira - ao divulgar, favor manter o crédito.
Naquela madrugada, estava programada uma palestra do Dr. Bezerra de
Menezes, que falaria sobre o problema das drogas, visto que esta se expandia
surpreendentemente entre os jovens. O grupo seguiu para o local acompanhando o
expositor e alguns outros amigos; no recinto, observava-se ordeira movimentação
num espaço que comportava 50 pessoas e onde se encontrava, também, pequena mesa
com 3 lugares reservados ao palestrante e 2 assessores. Na assistência via-se
espíritos que foram trazidos do plano físico, de boa lucidez, em desdobramento
parcial pelo sono, conduzidos por seus Benfeitores Espirituais. Alguns
espiritistas dedicavam-se à prática psiquiátrica e à terapia psicológica,
pregadores e médiuns, terapeutas não vinculados ao Espiritismo, sociólogos e
religiosos em número não superior a vinte; os demais, desencarnados. Com a
entrada do missionário, saudado com carinho, precisamente às 3 horas foi
iniciada a reunião.
Proferida a prece, o Amigo levantou-se e deu início à sua mensagem. Com a voz modulada, passou a examinar a problemática dos tóxicos, após haver saudado o grupo com delicada saudação evangélica: “Paz seja convosco!”
Discorreu a seguir dizendo, entre outras, que o homem, apesar de haver conquistado a Lua e avançar no estudo das origens do Sistema Solar que lhe serve de berço, incursionando, ainda pelos outros planetas, não conseguiu conquistar a si mesmo.
Mesmo com expressivas vitórias, não alcançou a paz íntima; cresceu horizontalmente na inteligência, sem desenvolver a verticalidade do sentimento elevado; não resiste às pressões, desequilibra-se com facilidade e...foge, na busca de alcoólicos, de tabacos, de drogas alucinógenas de natureza tóxica; mantem-se psiquicamente em sintonia com os sítios onde estagiou no além túmulo, antes da reencarnação compulsória.
Após oportuna pausa, prosseguiu o palestrante dizendo que o uso de drogas é muito antigo, variando de acordo com a evolução de cada povo, porém, com resultados sempre negativos.
Religiosos, guerreiros, filósofos, pobres ou ricos sempre se utilizaram de agentes vegetais ou químicos para tentar alcançar desejos emocionais que não conseguiam pelos métodos normais.
No Ocidente, atualmente, é indiscriminado o uso dessas substancias ora para fins terapêuticos ou não; pós Segunda Guerra Mundial e as lutas no Sudeste Asiático – lembrar-se do Vietnam – as drogas tomaram conta do Ocidente, em particular, da imatura e infeliz juventude.
O desprezo pela vida, os valores éticos morais, provocam incompreensão que grassa dominadora, sem que se encontre um balizador para o entendimento que deve viger entre todos, pois o egoísmo responde pelo inconformismo e pela prepotência, pela volúpia dos sentidos e pela indiferença em relação ao próximo; a fuga à responsabilidade através das drogas.
Novamente o expositor deteve-se numa pausa mais demorada, o que permitiu aos presentes mais tempo para absorver as magnânimas palavras expostas naquele ambiente magnetizado pelo verbo fluente do Mestre.
Retornando ao tema, cita ele que os dias são de luta, com contestações mais perturbadoras que saneadoras; contestam-se valores da anterior para a atual geração, o trabalho, a ética, a vida exigindo elevadas doses de tolerância e compreensão, a fim de se evitarem radicalismos de parte a parte. O progresso tecnológico, com o seu efeito colateral como qualquer medicamento, precisa ser moderado, pois a automação substitui o homem em muitas atividades, resultando na ociosidade, o desemprego, erotizando os que param e atormentando os que continuam empregados.
Na luta que empreendem, o homem se separa de seus iguais e se unem pelas necessidades dos jogos dos prazeres e, nesse dualismo comportamental, a carência afetiva, a solidão provocando o medo do amanhã, a revolta e a dor, impulsiona-o para a fuga, para a desgraça das drogas; em realidade, até inconscientemente busca algo, alguma coisa, segurança, apoio, amizade, que os tóxicos nunca lhe darão!
Muita faz a presença da vida sadia, conforme a moral do Cristo. Como terapia para o grave problemas das drogas, apresenta-se a educação em liberdade com responsabilidade; a valorização do trabalho como método digno de afirmação da criatura; orientação moral segura, tanto no lar como na escola, mediante os exemplos dos pais como dos educadores, orientação adequada às personalidades psicopatas desde cedo, ambientes sadios com leituras de conteúdo edificante; some-se também o exercício da disciplina dos hábitos, melhor entrosamento entre pais e mestres, filhos e alunos. Em suma, quanto mais for materialista a comunidade, mais se apresenta consumida, desequilibrada e, seus membros consumidores de sexo e droga em desalinho, sofrendo as mais altas cargas de violência, de agressividade, que conduzem e elevam os índices de homicídio, suicídio e corrupção.
O Espiritismo possui recursos psicoterápicos valiosos como profilaxia e tratamento no uso de drogas e de outras viciações; bens mediúnicos constituem terapia de fácil destinação e resultado positivo, como seja, a oração, o passe, a magnetização da água, a doutrinação do indivíduo, a desobsessão... Recordemo-nos sempre do respeito que devemos ter com esses enfermos, atendendo-os com carinho e atenção, na certeza de resultados finais salutares.
Cercado pelo interesse de todos que o ouviam, o Benfeitor proferiu as palavras finais:
“Que o Senhor nos
abençoe!”
O amanhecer anunciava-se lentamente...
10 – Morrer e liberta-se
Resumo de Ana Cecília Santos - ao divulgar, favor manter o crédito.
No módulo central um cooperador
informou ao mentor que sua presença era requisitada em outro local, que distava
100 metros dali, onde um violento acidente de carro ceifou a vida de cinco
jovens, cujo carro jazia nas águas lodosas do mangue.
O grupo foi recebido pelo irmão Agenor, encarregado daquela região que sintetizou a tragédia, relatando que o veículo estava em alta velocidade e os rapazes embriagados não perceberam uma ultrapassagem mal sucedida do carro a frente e ao desviar, o veículo bateu e foi arremessado no mangue.
A avó desencarnada de um dos rapazes dirigiu-se ao instrutor, afirmando que pelos laços de amor foi atraída para junto do neto, de apenas 17 anos. Ela tentou interferir, influenciando o neto para eu ele pedisse ao motorista que diminuísse a velocidade ou parasse o veículo, mas dada a mente entorpecida pelo álcool, não obteve êxito.
Naquele momento, a senhora sabia do sofrimento dos jovens no fundo do mangue em meio às ferragens, mas temia que o grupo caísse nas mãos do irmão infelizes, vampirizadores das últimas energias orgânicas, que se preparam para assaltar.
Bezerra a tranquilizou e preparou o grupo, de apenas quatro servidores, instigando a harmonia íntima e a confiança integral, evitando assim sintonizar com a horda expressiva e agressiva que iriam enfrentar.
De fato, os desencarnados doentios começaram a urrar blasfêmias e tentavam ridicularizar os irmãos do bem. Com punhos cerrados, tramavam cercar e impedir a ação de resgate. O instrutor orava e uma luz irradiante dele se exteriorizou envolvendo os 4 servidores. Flocos de delicada substância caiam sobre os infelizes, produzindo choques. Alguns fugiram julgando estar na presença de feiticeiros perigosos, outros de joelho, clamaram socorro diante do que identificaram como anjos de Deus. Um último grupo resistiu, porque os espíritos ansiavam tomar posse dos cinco jovens e se achavam capazes de vencer os mágicos, mas um clarão mais forte conseguiu dispersar também os mais resistentes.
Aquela cena provocara fortes impressões, eram espíritos vagabundos, animalescos, lupinos e simiescos*, alguns tinham forma humana, porém cheia de anomalias, sujos e maltrapilhos. Enfim, eram apavorantes até mesmo para Miranda que já tinha alguma experiência nas regiões inferiores. Mas Bezerra explicou que “O auxílio do alto nunca falta. Este não é o momento de socorrê-los.” Estavam clamando socorro apenas por medo e não por desejar a transformação, porém sem saber, eram assistidos por equipes especializadas. Miranda passou a sintonizar a misericórdia divina e a lamentar que os irmãos estivessem naquela situação, afastando-se, por livre arbítrio, da felicidade que só bem traz.
Outros cooperadores
espirituais, adestrados em salvamento, se apresentaram para auxiliar. Um grupo chegou do posto com uma rede
especial. O mentor convidou a concentração e o grupo desceu ao fundo do mangue,
onde se aproximaram dos corpos dilacerados e perceberam a luta dos espíritos
imantados aos despojos físicos. Eles morriam e ressuscitavam, remorrendo de
forma contínua. Os que gritavam por socorro sentiam o lodo dominar as vias
respiratórias, fazendo-os desmaiar.
A avó auxiliou em todo
momento e por fim pode cuidar carinhosamente do neto. Os espíritos eram
desconectados dos laços fluídicos e colocados na rede. Esse processo demorou
cerca de meia hora. Por fim, eles foram levados a superfície e transferidos
para padiolas.
“Interrompida a comunicação física, permanecem poderosos liames** que
se desfazem somente à medida que se iniciasse o processo de decomposição
cadavérica, em tempo nunca inferior a 50 horas”, considerando-se a violência
da desencarnação em período mais longo.
“Não há mortes iguais. Morrer significa libertar-se. A morte é
orgânica, mas a libertação é de natureza espiritual.” Ela pode ser breve
como em espíritos nobres ou extremamente longa como nos suicidas.
Miranda se comoveu com
a ternura com que a avó envolvia o neto adormecido. O espírito dele já estava
em superfície, mas ainda estremecia sob o efeito das reações venosas
remanescentes do corpo que se despojara.
Um carro guincho se
aproximava para retirar o carro do mangue e muitos curiosos lá permaneciam,
quando o Orientador convidou a todos para saírem do local, pois nada mais
restava a fazer naquela nascer do sol. O barulho e o desfile prosseguiam
intermináveis.
** vínculos, ligações.