quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Tragédia de Santa Maria - Clube do Livro - Fevereiro 2013




PRIMEIRA PARTE - OS REDIVIVOS


1. Uma jovem espírita

Em 1951 Dr. Bezerra (Espírito) sentiu vibrações mentais emitidas da Terra, essas vibrações se harmonizavam com as dele, pois ele possuía laços fraternais com a solicitante.

Pamela, então com 20 anos de idade, chegara ao Rio de Janeiro órfã e pobre, à procura de meios para sua subsistência. Ela era uma criatura que possuía serenidade em suas expressões, seu coração era reeducado em normas invulgares e voltado para ideais superiores, ela era espírita.

Dr. Bezerra revela que amava profundamente Pamela, e nesta encarnação ela teria que enfrentar árduos testemunhos.

Sessenta anos antes, ele conheceu a moça, em “roupagem” diferente. Ainda encarnado fora amigo de seu pai e seu padrinho em sua encarnação anterior.

Nesta encarnação, como Pamela, ela exerceria apostolado aos deserdados da fortuna a sombra do Evangelho. A jovem tinha responsabilidade pela doutrina que abraçou e os compromissos assumidos para esta encarnação.

Pamela era herdeira de uma grande fortuna, fora educada no interior do Estado do Rio de Janeiro, era professora; seus pais vinham de condição social modesta, mas a possibilidade da educação viera da fortuna que lhe deixara em testamento o velho Comendador Antônio José de Maria e Serqueira de Barbedo, seu tio bisavô. Mas a fortuna só iria para seu poder quando ela completasse 25 anos de idade. Um procurador facilitou a bolsa de estudos e administraria seus bens até a idade estabelecida, inclusive a Fazenda Santa Maria, que era cuidada pelos funcionários do Comendador.

Antônio Miguel Barbedo gerenciava a Fazenda, era funcionário de confiança do Sr. Barbedo; nasceu escravo, liberto por uma carta de alforria dada por seus padrinhos o Comendador Barbedo e sua filha Esmeralda.

Pamela, sozinha na Capital carioca, seria posta a prova quanto sua conduta moral. Conheceu no Rio, ásperos dias de luta e adversidades, mas nunca desanimou, pois via na Doutrina Espírita o seu “porto seguro”.

Apesar da formação de professora, conseguiu um emprego de costureira numa fábrica de roupas, já possuía um emprego e tinha como se manter. Algumas oportunidades risonhas apareceram, mas ela se afastou de todas as possibilidades sedutoras que seriam uma armadilha para as facilidades da vida. Seu mentor espiritual a fortalecia com ensinamentos para que ela suportasse tais provações, quando tão jovem era. Durante 5 anos a jovem passou por infortúnios e testemunhos, nos quais a paciência e a resignação mostravam a sua grandeza moral.

2. Amor de outra vida

Esclarecimento sobre Emancipação da Alma – Livro dos Espíritos, perguntas 401 e 414

401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

“Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.”

414. Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?

“Certo e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.”

Muitas pessoas continuam o trabalho de AMOR e FRATERNIDADE emancipados.

Pamela retornou a carne para o enobrecimento moral e espiritual a luz da Doutrina Espírita. Ela era médium e possuía aptidões para elevados desempenhos. Do plano espiritual Dr. Bezerra a acompanhava sem interferir no seu livre-arbítrio. Ela desprendia-se, mas estava sempre muito lúcida. Solicitava aos seus mentores espirituais para que fosse possível encontro com pessoa que lhe era muito cara. Em desdobramento foi para Zurique e encontrou um rapaz, também emancipado, que logo identificou como Bentinho.

Eram duas almas enamoradas que se buscavam através das distâncias e se encontravam em espírito, atraídas pela vibração do próprio pensamento.

O jovem denominado Bentinho, na atual encarnação chamava-se Max Niemeyer, era culto, porém carente de bens materiais.

Max chamou Pamela de Esmeralda. Eles eram companheiros de outras vidas e sofriam pela tragédia de sua separação. A alma de Bentinho sugeriu a alma de Esmeralda que fizesse o curso de Esperanto, o qual ele estava aprendendo, para que talvez eles pudessem se encontrar. Nos momentos de vigília, eles não se recordavam dos seus encontros, apenas acordavam com uma sensação boa de felicidade.

E assim foi feito, a moça buscou a instrução e estava apta a leitura e escrita do idioma. Certa noite, na Casa Espírita que frequentava, viu uma revista de Esperanto com um artigo de Agronomia assinado por Max Niemeyer. Pamela achou o nome familiar e interessou-se, pois o rapaz estava se oferecendo para trabalhar no Brasil. A partir do artigo, em Esperanto, começaram a corresponder-se e logo sentiram uma forte afeição um pelo outro.

No final de 5 anos Pamela estava pronta para receber a herança que tinha direito. Retornou a Fazenda Santa Maria para um novo recomeço com a missão de beneficência e amor ao próximo.

3. O Solar de Santa Maria

A Fazenda Santa Maria fica numa cidade ao sul da capital fluminense, a 400m sobre o nível do mar. Pamela nascera naquela cidade, mas ainda bebê fora para a capital.

Na estação de trem conheceu Antônio Miguel e logo se dirigiram ao Solar. Pensativa questionava-se o motivo do Comendador para deixar-lhe tamanha fortuna. Lembrou da narrativa de sua mãe durante sua infância, que ela sempre fora a preferida do tio e que ele sempre a comparava com Esmeralda.

Pensou em Max e como ele seria feliz naquele paraíso natural.

Quando chegaram ao Solar, Pamela, pela primeira vez observou sua imponência, lembrou-se da tragédia ocorrida naquela mansão.

Lá tudo era nostalgia, estava preservada conforme era em 1886, ano em que Esmeralda desencarnara. Em estado de psicometria, subconsciente viu-se em outra época e pensou saudosa no Comendador e em Max.

Ela vê uma pintura de Kardec e Antônio Miguel esclarece que fora o Dr. Bezerra que iniciou o Sr. Barbedo na Doutrina Espírita, mas isso ocorreu após a morte de Esmeralda. Antes da doutrina ele quase enlouquecera.

Pamela diz a Antônio que os espíritas sabem sofrer, porque elevam a Deus o coração ulcerado, nas irradiações da própria fé, rogando forças para o testemunho.

Ela penetrou na casa como se conhecesse todos os cômodos, entrou no quarto de Esmeralda e acomodou-se lá.

Antônio Miguel agradece a Deus a possibilidade de presenciar o retorno de Esmeralda.

4. Max

Havia 60 anos que Esmeralda desencarnara.

Pamela era Esmeralda reencarnada e o Comendador deixou um diário, com instruções, para que ela tivesse sucesso nesta nova jornada.

A propriedade ganhava novos ares, saiam da letargia para tempos de esperança.

A moça tinha assumido o compromisso de melhorias humanitárias e fraternais para aquela comunidade. Repleta de ideais cristãos Pamela resolveu melhorar as condições de moradia de seus funcionários da fazenda. Faria uma gigantesca mudança nas instalações de Santa Maria, e para tanto, precisava de mão de obra especializada e mandou chamar Max Niemeyer em Zurique.

Quando chegou e conheceu sua empregadora, sentiu-se feliz e surpreendido, eram duas almas afins que se reencontravam.

Pamela amava Max profundamente, mas desde a sua chegada ele não correspondia seus sentimentos. Mas ela desconhecia que o rapaz a amava, porque diante de tamanha fortuna sentia-se “pequeno, diminuído”, ele era pobre e não tinha nada a oferecer a moça e acreditava que não tinha chances com ela. A grande questão era o orgulho.

Max e Pamela trabalhavam com amor para as melhorias da fazenda, escolas foram construídas e a fazendeira estava feliz por ser útil ao seu próximo. Ela instruía crianças e adultos, alfabetizando-os e transmitindo os ensinamentos de Cristo através de sua  convivência do dia a dia, reeducando-os para o progresso moral e espiritual. Até Max, com todo seu pessimismo mudava sua perspectiva de vida.

5. Sombras de "ontem" sobre o "hoje"

O espírito de Pamela pede socorro ao Dr. Bezerra, que acompanhava o espírito do Comendador e ambos foram ao seu encontro.

Ela estava aflita pois Bentinho/Max sofria, o Comendador disse que como possuía uma dívida sagrada a reparar com o rapaz iria auxilia-lo no que fosse necessário. Dessa forma, foram os três (Pamela desdobrada no momento do sono),ao quarto de Max, e o observaram no orgulhoso temor de se manifestar a Pamela quanto aos seus sentimentos, informando-a que pretendia pedi-la em casamento. “Quem me acreditará movido tão somente pelo coração...”

Foi quando o espírito do Sr. Barbedo sugeriu que ele escrevesse uma carta pedindo a mão da moça em casamento.

Dali a quatro meses se casariam. Na fazenda e na cidade alegria era geral. Contudo Max encontrava-se melancólico e Pamela descobriu que frequentemente ele visitava o presídio da cidade.

Certo dia, conversando com a noiva, abriu seu coração e disse ter vivido naquela cidade em outra vida, e mais, já tinha sido prisioneiro e havia morrido naquele cárcere. Visitando o cemitério com Antônio Miguel soube da história de Bentinho e de como ele havia desencarnado. Max identificou-se com todo o drama, ele tinha certeza de que fora o Bentinho de outrora.

Pamela explica que conhecer nosso passado espiritual constitui mais provação do que prazer, razão pela qual ele deveria se despreocupar com o passado. “Se o Criador, laborando nossa organização terrena, delineou nosso cérebro de molde a não conseguir registrar recordações das outras existências que tivemos, foi porque o esquecimento era o que mais convinha à humanidade por facilitar-lhe os progressos a realizar.”

Na véspera das bodas a família de Pamela estava reunida para a união, não haveriam grandes festividades, mas os colonos organizaram festejos para comemorarem o casamento.

Durante todo o dia a jovem viu-se acompanhada por uma vaga forma espiritual que julgou ser do Sr. Barbedo, que a convidava para um encontro durante o sono. Na mesma noite, após o jantar, ela foi deitar-se mais cedo e pediu ao noivo que orassem juntos, cada qual em seu aposento, às 22 horas. Em seu quarto de estudos, Pamela lendo o “Evangelho Segundo o Espiritismo” entrou em estado de letargia e o Sr. Barbedo veio buscá-la.

FIM DA PRIMEIRA PARTE

SEGUNDA PARTE - ESMERALDA DE BARBEDO

1. A noite de Natal de 1863

Desprendidos parcialmente do envoltório carnal, Pamela e Max juntaram-se ao espírito Sr. Barbedo, Dr. Bezerra incógnito observa.

Barbedo informa que pela boa conduta da moça ele pôde vir em seu casamento, e que Max também é simpático aos olhos dos bons espíritos. Dessa forma, ele iria revelar a história de Esmeralda para que o casal fortalecesse ainda mais seus laços fraternais.

Dr. Bezerra entra em ação acionando a consciência dos nubentes para que recordassem de sua vida passada.

A partir daí, Dr. Bezerra toma a liberdade de contar a história desde o início para que o leitor entenda melhor a narrativa.

Antônio José de Maria e Sequeira de Barbedo, vinha de uma família burguesa, descendia de ancestrais portugueses agraciados nos tempos de D. Maria I. Nascera em Coimbra e formou-se na Faculdade desta mesma cidade, em medicina; quando formado casou-se com Maria Susana de Queirós e vieram, ainda bem jovens, morar no Brasil.

A família de Barbedo veio para o Brasil em 1808 com a comitiva de D. João VI e adquiriram extensas faixas de terras pelo interior do país. Ele herdara uma fazenda no interior do Estado do Rio de Janeiro, onde havia a mansão de Santa Maria.

Cioso de riquezas fáceis, acreditava, que com o suor do trabalho escravo e a fecundidade da terra, logo enriqueceria.

As habitações da fazenda eram precárias e longe da corte, assim, adquiriu uma casa no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, onde também exerceria a medicina.

A fazenda prosperava pelos braços infelizes dos escravos africanos.

Barbedo era bom marido e bom amigo, porém retratava o caráter dos homens ricos de sua época: orgulhoso dos próprios valores e predicados, excessivamente severo com os escravos, os quais, comprava a peso de ouro. Para eles, escravos, não havia piedade nem consideração. Para os seus familiares e amigos, TUDO, mas para os infelizes trabalhadores que eram tratados pior que animais, NADA.

O fazendeiro não apiedava-se , se fosse interessante para os negócios, separava famílias inteiras. Certa vez, uma jovem escrava suicidou-se, pois não aceitava a separação dos pais e irmãos imposta por Barbedo. O fazendeiro mandou castigar os pais da suicida que não souberam evitar o desperdício de mão de obra.

“Ele era, simplesmente a mentalidade da época, o caráter marcante de um senhor de escravos!”

Em 1863 Maria Susana engravida, a felicidade era geral, Barbedo já se programava para o futuro e quis ganhar mais dinheiro. Dessa forma, começou a explorar mais ainda o trabalho escravo.

Ele mandou vir da Europa todo enxoval do bebê, enquanto os filhos dos escravos eram enrolados em trapos.

No final do ano retornaram a Santa Maria para passar o verão, e como de costume Barbedo levou uma comitiva de amigos para entreter Maria Susana que estava pronta para dar a luz. Logo seriam as festas de Natal e ano novo.

Maria Susana pediu ao marido que desse roupas novas aos escravos, era véspera de Natal, e a felicidade reinava na fazenda. Música, ceia...Maria Susana tendo contrações, mas a criança não nascia...

Quando o choro da criança ecoou a mãe, muito fraca, morre horas depois. Nasce Esmeralda...

2. Bentinho

Dr. Bezerra e o Sr. Barbedo conheceram-se em 06/01/1864, quando ele enlouquecido com a morte de Maria Susana tentou se matar na casa de São Cristóvão. Esmeralda também estava doente, com apenas uma semana de vida, já sofria grandes provações.
 
Na difícil escolha de quem atender primeiro, Dr. Bezerra escolheu o pai, pois se tratava de um suicida. Nesta época Kardec ainda não havia concluído a codificação, Dr. Bezerra era cristão, mas ainda não era espírita.

O médico atendia o pai e verificava a criança conforme as possibilidades da época  e passou a madrugada à cabeceira dos doentes, salvou pai e filha!

Inconsolado com a viuvez, no auge dos seus 25 anos, Barbedo habituara-se à amizade do Dr. Bezerra. Assim, as famílias tornaram-se amigas e estavam sempre juntas. O fazendeiro tornou-se uma pessoa triste e só recuperou a felicidade de viver em sua velhice, quando descobriu o verdadeiro significado da vida através da Doutrina Espírita.

Aos poucos, fortalecido pelo amor e a ternura da filhinha, Barbedo foi se recompondo. Ela enchia seu coração de felicidade, era a razão do seu viver.

A pequena crescia saudável e risonha, parecia-se fisicamente com a mãe.

Dr. Bezerra aconselhou várias vezes Barbedo a contrair matrimônio, mas ele afirmava que jamais casaria novamente.

Dona Conceição, irmã de Barbedo, enviuvara, ela tinha dois filhos e emigrou para o Brasil para auxiliar na criação de Esmeralda.

Em 1865, Esmeralda tinha dois anos e fora batizada tendo como padrinhos Dr. Bezerra e sua esposa.

Dr. Bezerra narra que naquela noite em São Cristóvão quando fora socorrer pai e filha, amigos do jovem haviam contado os acontecimentos da noite de Natal em Santa Maria, o nascimento de Esmeralda e a morte de Maria Susana. Disseram que o fazendeiro perdera a razão e quis enforcar a filha recém-nascida. Que naquela mesma noite decidiu abandonar a fazenda com a criança, foi quando a menina adoecera e com a consciência pesada recorreu ao suicídio.

Após dois anos ele estava curado, mas sua personalidade desaparecera.

Naquele mesmo ano o Brasil entrou em guerra contra o Paraguai, e Barbedo retorna a fazenda com a família para aumentar a demanda de gêneros agrícolas.

Esmeralda passou seus primeiros anos de vida na fazenda, aos cuidados da tia. Aos cinco anos voluntariosa e inteligente, como o pai, não consentia que se castigassem escravos. O pai não a contrariava, mas quando ordenava castigos, estes eram feitos longe da residência.

A menina socializava normalmente com os negros, brincava com as crianças sem distinção alguma, e tinha como melhores amigos Maria Rosa (sua irmã de leite) e Juanita. Se Esmeralda ganhasse vestidos novos, exigia o mesmo para as amigas.

Dr. Bezerra visitava Barbedo no verão e verificava o crescimento da afilhada, numa destas visitas o Comendador o informou que decidiu educar a filha na Europa, pois uma “de Maria” não deveria ser amiga de escravos.

Então em 1870, Esmeralda com sete anos, embarcava com seu pai para Portugal, onde viveria com os avós maternos e seria educada nas “Doroteias (antigo educandário para moças em Lisboa).”

Nesta mesma época, a pequena cidade XXX, destacava-se pela sua importância comercial e agrícola. Era um município muito rico e próximo da capital da corte.

A família Souza Gonçalves acabara de se mudar para lá, fugindo do calor do Rio de Janeiro. Tratava-se de um casal e dois filhos, Bento José e Dulce. Eles não eram propriamente ricos, mas possuíam o suficiente para manter progressiva a propriedade que adquiriram e a educação dos filhos.

Bento José, aos 12 anos, preparava-se nas melhores escolas da corte para cursar, mas tarde, a Universidade de Coimbra.

Bentinho era audaz e irrequieto, inteligente e lúcido, mas conforme o tempo passava entregava-se aos vícios de bebidas e jogos. Aos 15 anos, amanhecia nas mesas de jogos, com más companhias, onde gastava todo o dinheiro suado que seus pais lhe davam.

* RESUMO FEITO POR MARIA FERNANDA RIBEIRO - MANTER OS CRÉDITOS, POR GENTILEZA.

3. Invigilância

Barbedo acompanhou Esmeralda até Portugal, pois para ela tudo seria novidade. A menina, entretanto, demorava a esquecer os afetos deixados no Brasil e seu pai temia que a saudade viesse a abalar-lhe a saúde.

O tempo é o senhor da razão e, pouco a pouco, Esmeralda foi se acostumando com a nova vida; os afazeres escolares foram desviando a sua atenção para novas preocupações.

Após dois anos, Barbedo estava no vigor dos seus 34 anos, sentindo-se confiante em deixar sua filha aos cuidados do avós maternos e retornando ao Brasil. A guisa de conselho, seus familiares recomendavam que ele se casasse novamente com alguma das inúmeras pretendentes de boas famílias que surgiram, mas, nada aconteceu e ele retornou só, para viver embalado pela indiferença e nostalgia.


Atirou-se ao trabalho com ardor excessivo, exigindo ainda mais de seus sofredores escravos; não levando em consideração as ponderações do Dr. Bezerra, que todos somos oriundos do mesmo Criador. Diante das admoestações, ele alegava que os tinha comprado a peso de ouro e que, portanto, teria os direitos sobre eles, que deveriam obedecer-lhe e venerá-lo.


Um dia, cansado da solidão em Santa Maria, participou ao Dr. Bezerra sua intenção em empreender uma viagem pelo Brasil, a fim de conhecer algumas capitais que não tivera a oportunidade de conhecer no passado. Assim, após pequena temporada na Bahia, percorrendo outras cidades, dirigiu-se a Recife, onde quedou-se numa pequena hospedaria. Numa dessas noites quentes, enquanto lia no salão, sentiu alguém fitando-o insistentemente. Por mais que relutasse em distinguir aquele vulto, passados alguns minutos, pode vislumbrar uma mulher alta e morena, de aparência vigorosa, bonita e sedutora com seus aproximados 25 anos; o jovem fazendeiro lembrou-se que já a vira servir a mesa e que ela era sobrinha da dona da hospedaria.


 Casualmente ouvira alguns hospedes comentando que ela fora seduzida e abandonada com uma filha de 10 anos, parecia ter 7 anos, e que sua conduta não era das melhores, chamava-se Severina Soares.
Nunca o jovem fazendeiro lhe dirigira a palavra, mas diante da insistência da moça perguntou-lhe o que desejava, ela tecendo-lhe elogios à figura, suplicou-lhe que não se retirasse e desfiou um rosário de lamentos, dizendo que era humilhada, menosprezada por parentes rigorosos, que sus filhinha era doente e ela não tinha meios para trata-la e ele sendo médio poderia auxilia-la.

Ele próprio já tinha visto a pequena doentinha e lembrou-se de Esmeralda...o coração falou mais alto e disse-lhe para trazer a menina, pois ele a trataria por mero dever profissional e humanitário.
Severina, porém, alimentava outras intenções e não perderia a oportunidade de aproximar-se de Barbedo, sabendo de antemão que ele era um jovem rico e viúvo. Ela estava tomada de violenta paixão que lhe exaltava todos os sentimentos; ele mantinha-se frio e distante em assuntos sentimentais, até que, um dia, acabaram tornando-se amantes.

Passados alguns meses Barbedo retorna a Santa Maria levando consigo Severina e a filha; a expectativa era de que ela seria apenas zeladora na fazenda, mas suas intenções eram muito maiores, pois já sonhava que sua filha seria herdeira de toda a fortuna do fazendeiro.

Suas ações acabaram fazendo com que a Sra. Conceição, irmã de Barbedo, se retirasse para a Corte, por não concordar com o que acontecia. Ele mesmo, por vezes, se perguntava por que tivera a atitude de trazer mãe e filha para a fazenda, lamentando a fraqueza que o arrastara a penalizar-se tanto...porém, os anos foram passando e ele cada vez mais enredado a Severina.
 
4. Corações em flor
Voltando a nossa narrativa à Portugal, eis que Esmeralda completava 16 anos, nesse ano de 1880; tinha vindo do internato de Lisboa para a encantadora “Quinta Feliz” nos arredores de Coimbra, onde a linda e graciosa jovem passaria o Natal e Ano Bom com os avós maternos.
Vemo-la numa tarde radiante tocando piano e cantando suavemente, piano que lhe fora presenteado pelos avós. Em determinado momento ela interrompe a música, retirando do bolso uma carta volumosa, lida e relida várias vezes, que se iniciava com: “Minha adorada Esmeralda...”; um ano antes, ela travara conhecimento, ela travara conhecimento – na mesma “Quinta Feliz” – com Bento José de Souza Gonçalves, o Bentinho, que também viera do Brasil para estudar em Portugal, cujos pais esperançosos de que novos métodos disciplinares o tornassem útil a família e a sociedade. Na carta ele discorre sobre a ventura de tê-la conhecido, sobre o amor que lhe tem, dizendo ter abandonado a boemia, que esquecera definitivamente o jogo, mais promessas de amor, que seu avô lhe proporcionaria férias na Suíça, em Zurique como prêmio pelo bom bacharelado em Direito, e ainda informando que a amiga de ambos – Pamela, irmã de Daniel -, o apressava para encerrar a carta da qual ela, Pamela, seria portadora, por fim assinava: Bentinho.

Assim, durante 2 anos consecutivos, encontraram-se em Zurique (nas férias da Universidade de Coimbra, onde se distinguia com louros) juntamente com os amigos Daniel e Pamela, onde passaram momentos felizes, e onde por vezes, Bentinho manifestava seus temores quando tivesse que retornar ao Brasil. Mas Esmeralda, dócil, ingênua e confiante, dizia-lhe para não temer, que eles seriam muito felizes.
5. Mãe e filha
 
Desde há muito tempo que não se via o Solar de Santa Maria todo engalanado e com bandeirolas esvoaçantes e, de quando em vez, o pequeno sino da capela repicava, como que anunciando o momento para o foguetório estourar, dando início as festividades. Um dos visitantes do Solar merece destaque: Dr. Bento José de Souza Gonçalves, recém chegado da Europa e com o seu pergaminho de advogado.

Ali em Santa Maria encontravam-se dois corações solitários, Severina Soares antiga amásia de Barbedo e a filha Ana Maria, ambas embebidas no fel de múltiplas odiosidades, agora com profundo despeito face a chegada naquela mesma tarde, de Esmeralda; com ela vieram de Portugal seus avós, para tentar junto ao genro autorização para levar a jovem de volta à Portugal. Tentariam também, patrocinar o pedido de Bentinho a mão de Esmeralda em casamento.
Bentinho retornara ao Brasil 2 anos antes de Esmeralda, face uma doença repentina de seu pai. Com a morte do pai, o jovem viu-se obrigado a assumir os negócios da família, que não interessavam a Dulce, sua irmã, nem a seu marido. A vida do jovem prosperava. O tempo que viveu na Europa transformou-o num abolicionista e liberal, ideias que não saiam de sua cabeça quando contemplava os 550 escravo do “Comendador Barbedo”.
Foi despertado quando Severina Soares se acercou dele querendo saber o motivo de tanta distração...sua filha Ana Maria também estava junto. Educadamente o jovem respondeu com evasivas e em seguida Severina destilou todo o seu veneno, criticando as ações do Comendador, mimando excessivamente Esmeralda. Tentando fugir do assunto, perguntou quando Ana Maria retornaria ao Internato para concluir os estudos. Enquanto Ana Maria fitava Bentinho com ansiedade e fascinação, Severina descarregava nova enxurrada de lamentações, isto porque como amante amorosa do Comendador, achava-se a dona de suas propriedades, que por sua vez apresentava Ana Maria como afilhada e pupila. Por essa razão, Bentinho dispensava atenção à filha de Severina. Tempos depois, como Bentinho tornara-se assíduo em Santa Maria, visando a mão de Esmeralda, era sempre requisitado aos passeios, festas, bailes e etc., ocasiões em que Ana Maria procurava tirar algum partido da presença dele. Sua mãe, a pretexto de que a filha estava muito cansada do labor escolar, conseguiu a aprovação de Barbedo para tirá-la do Internato. Alguns dias se passaram, quando numa determinada tarde de domingo, casualmente, conversando com Bentinho, Ana Maria quis saber quando ele conversaria com o Comendador para esclarecer a situação deles...
Bentinho perceber que seus atos educados foram interpretados erroneamente; jamais alimentara qualquer pretensão nesse sentido, daí procurou esclarecer o mal entendido.

Severina percebendo o nervosismo da filha interveio e perguntando o que o jovem via em Esmeralda; ele teceu milhares de elogios a jovem Esmeralda...os folguedos se iniciavam, era o sinal informando que a jovem já chegara ao Solar!

Bentinho precipitou-se escada abaixo para abrir a portinhola da viatura que trazia a família e os amigos da Universidade de Coimbra.

Enquanto Esmeraldo distribuía abraços aos escravos com que convivera na infância, Severina e Ana Maria permaneciam à distância, com aves agourentas...

6. Vitória fácil
7. Os esposais

FIM DA SEGUNDA PARTE
 
TERCEIRA PARTE - A TRAGÉDIA

1. Prenúncios funestos
2. Ronda sinistra
3. O crime
4. Dor suprema

FIM DA TERCEIRA PARTE
 
QUARTA PARTE - OS SEGREDOS DO TÚMULO
 
1. Quando o céu se revela 
2. Quando o inferno se rasga
3. Quando o amor inspira
4. ...E quando Deus permite!

* RESUMO FEITO POR  ADILSON FERREIRA - MANTER OS CRÉDITOS, POR GENTILEZA.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Meimei - Irma de Castro Rocha


Irma de Castro Rocha, este encantador espírito, ficou conhecida na família espírita como Meimei.

Trata-se de carinhosa expressão familiar adotada pelo casal Arnaldo Rocha e Irma de Castro Rocha, a partir da leitura que fizeram do livro Momentos em Pequim, do filósofo chinês Lyn Yutang. Ao final do livro, no glossário, encontram o significado da palavra Meimei – “a noiva bem amada”. Este apelido ficara em segredo entre o casal. Depois de desencarnada, Irma passa a tratar o seu ex-consorte por “Meu Meimei”. Irma de Castro Rocha não foi espírita na acepção da palavra, pois foi criada na Religião Católica. Ela o era, porém, pela prática de alguns princípios da Doutrina Codificada por Allan Kardec, tais como caridade, benevolência, mediunidade (apesar de empírica), além de uma conduta moral ilibada.

Nasceu na cidade de Mateus Leme, Minas Gerais, a 22 de outubro de1922 e desencarnou em Belo Horizonte, em 1º de outubro de 1946. Filha de Adolfo Castro e Mariana Castro, teve quatro irmãos: Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde. Aos dois anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna – MG. Aos cinco anos ficou órfã de pai. Desde cedo se sobressaiu entre os irmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligência notáveis. Cursou até o segundo ano normal, sendo destacada aluna.

A infância de Meimei foi a de uma criança pobre. Era extremamente modesta e de espírito elevado. Pura e simples. Adorava crianças e tinha um forte desejo – o de ser mãe, não concretizado porque o casamento durou apenas dois anos e houve o agravamento da moléstia de que era portadora: nefrite crônica, acompanhada de pressão alta e necrose nos rins.

Irma de Castro, na flor de seus 17 anos, tornou-se uma bela morena clara, alta, cabelos negros, ondulados e compridos, grandes olhos negros bastante expressivos e vivazes. Foi nessa época que se tornou grande amiga de Arnaldo Rocha, que viria a ser o seu esposo.

Casaram-se na igreja de São José, matriz de Belo Horizonte. Na saída da igreja, o casal e os convidados viveram uma cena inesquecível. Depararam-se com um mendigo, arrastando-se pelo chão, de forma chocante, sujo, maltrapilho e malcheiroso. Meimei, inesperadamente, volta-se para o andarilho e, sensibilizada pela sua condição, inclina-se, entrega-lhe o buquê, beijando-lhe a testa. Os olhos da noiva ficaram marejados de lágrimas…

Arnaldo Rocha afirma que toda criança que passava por Meimei recebia o cumprimento: “Deus te abençoe”. Havia um filho imaginário. Acontecia vez por outra de Arnaldo chegar do trabalho, sentar-se ao lado de Meimei e ouvir dela a seguinte frase: “Meu bem, você está sentado em cima de meu principezinho”. Meimei tinha a mediunidade muito aflorada, o que, para seu marido, à época, tratava-se de disfunção psíquica. Estes pontos na vida de Meimei retratam os compromissos adquiridos em existência anterior, na corte de Felipe II, ao lado do marido Fernando Álvares de Toledo – o Duque de Alba (Arnaldo Rocha). Nessa época seu nome teria sido Maria Henríquez.

Apesar do pouco tempo de casados, o casal foi muito feliz. Ela tinha muito ciúme do seu “cigano”. Arnaldo Rocha explica que esse cuidado por parte dela era devido ao passado complicado do marido. Chico Xavier explicara que Meimei vinha auxiliando Arnaldo Rocha na caminhada evolutiva há muitos séculos, por isso a sua acuidade em adocicar os momentos mais difíceis e alegrar ainda mais os instantes de ventura.

Na noite da sua desencarnação, Arnaldo Rocha acorda, por volta de duas horas da madrugada, com sua princesa rasgando a camisola e vomitando sangue, devido a um edema agudo de pulmão. O marido sai desesperado em busca de médico, pois não tinham telefone. Ao voltar, encontra-a morta.

A amizade entre o casal, projetando juras de eterno amor, teve início por volta do século VIII a.C. Um general do império Assírio e Babilônico, de nome Beb Alib, ficou conhecendo Mabi, bela princesa, salvando-a da perseguição de um leão faminto. Foi Meimei quem relatou a história, confirmada depois por Chico Xavier e traduzida inconscientemente pelo escritor e ex-presidente da União Espírita Mineira, Camilo Rodrigues Chaves, no livro Semíramis, romance histórico publicado pela editora LAKE, de São Paulo.

Essas reminiscências de Meimei eram tão comuns que, além desse fato contido no livro citado, há, também, uma referência à personagem Blandina (Meimei), no livro Ave, Cristo! Aconteceu da seguinte forma: Chico passou um determinado capítulo do livro para Arnaldo Rocha avaliar. À medida que lia, lágrimas escorriam por suas faces, aos borbotões. Ao final da leitura, Arnaldo disse para Chico: “Já conheço esse trecho!” Chico arrematou: “Meimei lhe contou, né?” Nesse romance de Emmanuel, Blandina teria sido filha de Taciano Varro (Arnaldo Rocha), definindo a necessidade do reencontro de corações com vista à evolução espiritual.

Através da mediunidade de Chico Xavier, muitas outras informações chegaram ao coração de Arnaldo sobre a trajetória espiritual de Meimei. À guisa de aprendizado, Arnaldo foi anotando essas informações e trabalhando, em foro de imortalidade, aspectos de seu burilamento.

Meimei tinha a mediunidade clarividente, conversava com os espíritos e relembrava cenas do passado. Era comum ver Meimei, por exemplo, lendo um livro e, de repente, ficar com o olhar perdido no tempo. Nesses instantes, Arnaldo olhava de soslaio e pensava: “Está delirando”. Algumas vezes ela afirmava: “Naldinho, vejo cenas, e nós estamos dentro delas; aconteceu em determinada época na cidade…”. Arnaldo, à época materialista, não sabendo como lidar com esses assuntos, cortava o diálogo, afirmando: “Deixa isso de lado, pois quem morre deixa de existir”.

Em seus últimos dias terrenos, nos momentos de ternura entre o casal apaixonado, apesar do sofrimento decorrente da doença, Meimei tratava Arnaldo como “Sr. Duque” e pedia que ele a chamasse de “minha Pilarzinha”. Achando curioso o pedido, Arnaldo perguntou o motivo e recebeu uma resposta que, para ele, era mais uma de suas fantasias: “Naldinho, esse era o modo de tratamento de um casal que viveu na Espanha no século XVI. O esposo chamava-se Duque de Alba e a sua esposa, Maria Henríquez”. Embevecido com a mente criativa na arte de teatralizar da querida esposa, entrava na brincadeira deixando de lado as excessivas perquirições.

Apresentamos esse ângulo da vida de Meimei para suscitar reflexões acerca do progresso espiritual por ela engendrado em suas diversas reencarnações – das quais citamos apenas algumas –, e que conduziram nossa querida amiga Meimei ao belo trabalho realizado em prol da divulgação da Doutrina Espírita, no Mundo Espiritual, aproveitando as vinculações afetivas com aqueles corações que permaneceram no plano terreno.

Em seus derradeiros dias de vida terrena, Meimei começou a ter visões. Ela falava da avó Mariana, que vinha visitá-la e que em breve iria levá-la para viajar pela Alba dos céus. Depois de muitos anos veio a confirmação através de Chico Xavier. Arnaldo recebe do médium amigo, em primeira mão, o livro Entre a Terra e o Céu, ditado por André Luiz, no qual encontra uma trabalhadora do Mundo Espiritual – Blandina – vivendo no Lar da Bênção, junto com sua Vovó Mariana, cuidando de crianças. Em determinado trecho, Blandina revela um pouco da sua vida terrena junto ao consorte amado.

Arnaldo Rocha narra um fato muito importante no redirecionamento de sua vida. No romance “Ave, Cristo!”, que se desenvolve na antiga Gália Lugdunense, encontra-se um diálogo entre os personagens Taciano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier), no qual as notas do Evangelho sublimam as aspirações humanas. Lívia consola Taciano, afirmando que “no futuro encontrar-nos-emos em Blandina”. Essa profecia realizou-se mais ou menos 1600 anos depois, na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, no encontro “casual” entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, após o qual Arnaldo Rocha, materialista convicto, deixa cair as escamas que lhe toldavam a visão espiritual.

Graças à amizade fraterna entre Arnaldo Rocha e Francisco Cândido Xavier, reconstituída pelo encontro “acidental” na Av. Santos Dumont, a história de amor entre Meimei e Arnaldo manteve-se como farol a iluminar a vida dele, agora em bases do Evangelho, que é o roteiro revelador do Amor Eterno.

Depois daquele encontro, que marcou o cumprimento da profecia de Lívia e Taciano Varro, Arnaldo, o jovem incauto e materialista, recebeu consolo para suas dores; presentes do céu foram materializados para dirimir sua solidão; pelas evidências do sobrenatural, incentivos nasceram para o estudo da Doutrina Espírita, surgindo, por conseqüência, novos amigos que indicaram ao jovem viúvo um caminho diferente das conquistas na Terra.

Passando a viajar permanentemente a Pedro Leopoldo, berço da simplicidade da família Xavier, recebeu de Meimei, sua querida esposa, as mais belas missivas através da psicografia e da clarividência de Chico Xavier.

Faltam-nos palavras para expressar nossa ternura e respeito ao espírito Meimei que, por mais de seis décadas, tem inspirado os espíritas a seguir o Caminho, e a Verdade e a Vida Eterna.

Ao finalizar este singelo preito de gratidão a Irma de Castro Rocha, a doce Meimei das criancinhas, lembramos o pensamento do Benfeitor Emmanuel, que sintetiza a amizade dos trabalhadores do Espiritismo Evangélico em todo o Brasil com o Espírito Meimei: um verdadeiro “sol que ilumina os tristes na senda da dor. Meimei, amor…”.

Carlos Alberto Braga Costa

1 – Arnaldo Rocha, ex-consorte de Meimei, é trabalhador e conselheiro da União Espírita Mineira desde 1946. Amigo inseparável de Chico Xavier. Organizador dos livros Instruções Psicofônicas e Vozes do Grande Além, FEB. Co-autor do livro “Chico, Diálogos e Recordações”, UEM. Desencarnou em outubro de 2012.

(Extraído do Jornal O Espírita Mineiro – janeiro/fevereiro de 2007 – Órgão de Divulgação da União Espírita Mineira)




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